Volume 2
Capítulo 80: O Fantasma abre seus olhos (2)
— Então, onde as crianças sequestradas estão sendo mantidas?
Seria bom saber sobre a área secreta, mas o problema era que ele precisava encontrar as crianças e resgatá-las. De acordo com as pesquisas da Grande Mama, o Centro Médico T estava vinculado com a máfia chinesa. Existiam guardas de segurança armados com cassetetes e com rádios do lado de fora, então como seria do lado de dentro? Havia uma necessidade de se mover com o máximo de atenção possível.
Tae Hyuk tirou um bloco de desenho e um lápis da bolsa.
— Bem, não saber de algo não vai me impedir.
Já que ele teria de usar várias habilidades, Tae Hyuk ajustou o Espelho de Revelação do Demônio. Suas habilidades foram mostradas.
No caso do Bomber suas estatísticas em agilidade e destreza melhoraram significativamente. Além disso, ele estudou com An Eun Young constantemente para os testes de fim de ano, sua inteligência chegou aos cinquenta pontos necessários para o update.
A recompensa para solucionar este caso seria de dez pontos da Lista Negra e vinte pontos de estatísticas. Ele poderia fazer o update para a classificação de Nobre no mesmo instante.
As Habilidades Criminais que Tae Hyuk possuía eram fortalecidas pelos Pontos de Afinidade.
Depois de usar o Roubo, ele possuía três segundos para selecionar o que queria roubar. A Espionagem poderia ter seu alcance expandido uma vez por dia, e também poderia projetar o Espelho de Revelação do Demônio no ar. A fim de aumentar a utilização da Falsificação, ele comprou uma característica que aumentava a velocidade de produção.
O coração de Tae Hyuk bateu mais rápido enquanto verificava as habilidades que conseguiu em meio ano. Ele poderia usar tudo isso para fazer coisas bizarras aparecerem. Em breve, essas habilidades ficariam ainda melhores.
Para fazer isso, um mapa do local seria necessário. Ele fez o mesmo truque que usou no Parque Atlantis.
Ligação entre as Habilidades Criminais! Através disso, coisas impossíveis se tornavam possíveis.
Tae Hyuk fez um desenho no caderno em um instante.
— Oh, pronto!
Olhar para o trabalho concluído era a maior fonte de felicidade para um artista. Agora, um mapa do Centro Médico T foi desenhado em seu caderno. Parecia que ele poderia entrar em qualquer lugar com este mapa.
— Flor do Luar ficaria chateada e com ciúmes se visse essa habilidade…
Vamos ao mapa da estrutura. As crianças estariam sendo mantidas no ponto B2. Um problema era que ele teria de passar pelo portão mais seguro para chegar lá, mas o maior problema era que as escadas não o levariam diretamente ao local. Para ir ao próximo andar, precisaria encontrar uma passagem do outro lado do piso.
“Claro, existe um sistema de segurança em todos os corredores. Também existem muitos guardas de segurança.”
O lugar era complicado como um labirinto. A razão era simples.
“Se alguém tivesse a sorte de conseguir escapar, então não poderia sair.”
Tae Hyuk lembrou que a estrutura da prisão também era semelhante. As memórias que surgiram em sua cabeça não eram nada agradáveis.
“Estou preocupado de acabar envolvendo alguém não relacionado ao Doll Play. Isso é inútil. Pensando bem, mesmo os zeladores não devem ser cúmplices? Devem saber pelo menos o que estão limpando.”
Quando Tae Hyuk terminou o plano de infiltração, o rádio começou a fazer barulho.
— O relatório regular. Algo de errado?
No momento, um plano apareceu na mente de Tae Hyuk.
— Não há nada de errado. Mas há fumaça saindo de alguns lugares, aconteceu alguma coisa no porão?
Então, uma tosse soou pelo rádio.
— Cough! Mesmo? Acho que devo verificar isso. Você ainda tem um pouco de tempo em seu turno, então fique de olho. Há mais um trabalho essa tarde.
— Entendido. Continue com o bom trabalho.
Tae Hyuk encolheu os ombros e pressionou o botão do rádio. Claro, isso era uma completa mentira. Mas a partir de agora, os guardas de segurança tentariam descobrir desesperadamente de onde era a fumaça.
O que aconteceria se ele criasse um incêndio real enquanto isso? Claro, o caos seria instaurado.
Tae Hyuk murmurou enquanto olhava para a sala da caldeira no mapa.
— Não importa quão ferozes sejam os guardas, irei criar uma grande loucura.
* * *
A caldeira estava do lado de fora para ventilação. Existiam dezenas de centenas de tambores que eram responsáveis pelo aquecimento de todo o edifício. Depois que um fosse usado, seria reciclado para portar os corpos.
Esse era um lugar que deveria ser estritamente gerenciado, mas havia apenas uma pessoa tomando conta de tudo. Ela estava sentada em uma cadeira enquanto dormia, várias garrafas de soju vazias estavam jogadas no chão. Tae Hyuk o amarrou com uma corda e o amordaçou. Apesar disso, não havia nenhum sinal de que iria acordar. Parecia que ele poderia dormir até mesmo durante a explosão de uma bomba.
Dung dung!
Tae Hyuk encontrou um tambor vazio e instalou uma bomba nele. Era a mais sensível que tinha, ela explodiria com o menor choque. Ele a escondeu entre os tambores que estavam cheios de óleo.
Ele abriu a tampa de cada um dos tambores e colocou bombas militares de gás lacrimogêneo neles. Qualquer pessoa no exército estaria muito familiarizada com isso. Tomar um pequeno gole disso faria com que as pessoas sentissem uma dor infernal.
“Eu não tenho nenhuma máscara de gás, então vou ter de lutar quando entrar.”
Ele também misturou bombas de fumaça com o gás lacrimogêneo. Isso preencheria o lugar com uma fumaça especial, feita com gás lacrimogêneo e bombas de fumaça. Superficialmente, iria parecer com um incêndio na sala de caldeiras. Seu trabalho foi excelente, afinal, possuía quarenta pontos de destreza.
Tae Hyuk fez uma expressão satisfeita e se dirigiu para o ponto B2.
— Huhu… Caos.
O prédio parecia ter entrado em estado de emergência. As pessoas vestidas de guardas de segurança estavam correndo freneticamente de um lado para o outro. Não seria bom se encontrassem Tae Hyuk, então ele pegou o cano de ferro e prendeu a respiração enquanto se escondia em algumas frestas.
— De onde veio essa fumaça?
Ele ouviu uma voz urgente pelo rádio.
Tae Hyuk respondeu com uma voz ligeiramente trêmula:
— Ah, parece ser a sala de caldeiras.
— P-porra… O que diabos o responsável está fazendo? Entendido. Continue informando sobre a situação.
Depois de algum tempo, um grupo de guardas de segurança correu para fora do prédio. Havia também um pessoal que trabalhava no Centro Médico T.
— Então irei encontrar a casa vazia?
Seriam precisos cerca de dez minutos para os guardas descobrirem que a sala das caldeiras não estava em chamas. Antes disso, ele precisaria coletar as provas e resgatar as crianças presas no ponto B2. Sequer um segundo poderia ser desperdiçado.
Tae Hyuk saiu de onde estava e foi para o ponto B2. A estrutura era igual ao primeiro piso do porão. Havia um corredor e quartos com janelas.
No entanto, as coisas mudaram. Era como se algo pegajoso como a morte estivesse presa aos pés. Um som, como um gemido, soou, como se houvesse um animal machucado em algum lugar.
— Hrmm. Há um tambor.
Isso estava no meio do corredor. A pessoa que estava movendo isso provavelmente correu por causa do incêndio na sala das caldeiras. Tae Hyuk reuniu toda sua coragem e bateu no tambor.
Um som soou. Estava cheio de algo, e não era óleo. Tae Hyuk abriu cuidadosamente a tampa que estava firmemente fechada. Uma fumaça com um odor desagradável apareceu.
Ácido sulfúrico. Tae Hyuk tomou cuidado para não respirar o gás tóxico quando confirmou o conteúdo do tambor. O que estava derretendo no meio disso…
* * *
Tae Hyuk filmou tudo o que estava acontecendo no Centro Médico T através da câmera instalada na máscara.
A evidência interna era maior do que ele havia imaginado. Cortando o corpo de uma pessoa sem a anestesia adequada… As pessoas eram tratadas como se fossem gado, até que encontravam seu fim.
O coração de Tae Hyuk se acalmou, como um lago congelado.
Isso era de enfurecer.
Os médicos do Centro Médico T não consideravam as pessoas como humanas.
“Não há nenhuma cirurgia programada para esta tarde?”
Tae Hyuk se dirigiu para a sala de operações, que ficava na parte mais profunda do piso B2. Assim que abriu a porta, viu uma tragédia acontecendo ali. Uma garota nua estava amarrada em cima de uma mesa de operações. Era Kim Soo Bin, aquela que Song Hye Mi estava procurando.
O Dr. J parou de mover as mãos que estavam cortando o corpo e olhou para trás. Seus olhos se encontraram. O primeiro a abrir a boca, foi o médico.
— O que?
— Desculpe a interrupção. Sou apenas um criminoso de passagem.
— Criminoso?
— Sim. De agora em diante, planejo explodir este lugar.
— O que…?
O Dr. J olhou para ele com a expressão de quem esteva achando tudo um absurdo. Um homem usando uma máscara estranha estava falando palavras engraçadas. Ele não sabia como o homem havia entrado, mas parecia estar louco. O Dr. J colocou o bisturi que estava segurando de lado e pegou um rádio.
— Aqui é o médico. O que vocês estão fazendo enquanto deviam trabalhar? Há uma pessoa estranha…
Tae Hyuk sorriu e bateu na cabeça do Dr. J com o cano de ferro, fazendo com que ele instantaneamente desmaiasse e caísse no chão.
— D-doutor!
Oh Shil Jang, o zelador, gritou do local onde estava, segurando o corpo de Kim Soo Bin. Ele tirou uma arma do bolso e apontou para Tae Hyuk.
— Largue sua arma agora! Antes que uma bala entre na sua cabeça!
— Você parece confiante segurando uma arma. Não está faltando algo?
— O que?
— Ninguém tem medo de uma arma descarregada.
O rosto de Oh Shil Jang se distorceu. Essa era a resposta certa. A primeira vez que ele havia pego em uma arma foi há algumas horas atrás. Oh Shil Jang estava confuso e olhou para a boca da arma.
— Me desculpe, mas eu menti.
Tae Hyuk bateu na mão dele com o cano. Um barulho soou enquanto Oh Shil Jang caía no chão.
— Tsk, tsk. Você devia sempre prestar atenção na direção da boca da arma.
Tae Hyuk estalou a língua enquanto libertava Kim Soo Bin da mesa de operações. Ela estava em péssimas condições. Um braço foi arrancado, havia uma enorme cicatriz em seu corpo, que jamais poderia ser apagada. Mas, pelo menos, ainda estava viva.
— Kim Soo Bin?
“…”
Kim Soo Bin olhou para Tae Hyuk com olhos vidrados, por causa do anestésico. Parecia que ela não poderia decidir se estava sonhando ou se as coisas eram reais. Tae Hyuk bateu em suas bochechas.
— O-o que…? Por que essa pessoa… Kyaaaaak!
Kim Soo Bin gritou quando recuperou os sentidos. A cabeça de um homem apareceu diante dela.
— Se você recuperou a consciência, se levante de alguma forma. Desculpe, mas não temos tempo.
— Você está aqui para me salvar…?
— Isso é apenas um bônus, mas acho que sim.
— B-bônu…
Kim Soo Bin cambaleou desesperadamente saía da mesa de operações desesperadamente. Felizmente, suas pernas estavam intactas. De repente, ela percebeu que estava nua. Seu único braço seria incapaz de esconder todo seu corpo.
Kim Soo Bin disse enquanto gaguejava:
— E-em uma situação assim, você não deveria tirar suas roupas?
— Desculpe, mas não sou cavalheiro.
Tae Hyuk sorriu antes de tirar o casaco de Oh Shil Jang. Ele o entregou a Kim Soo Bin, apesar de estar cheio de sangue. Ele queria que ela usasse essa roupa branca estranha?
— I-isso…
— Se você não quiser, não precisa usar.
Kim Soo Bin foi forçada a vestir as roupas de Oh Shil Jang.
— Só quero perguntar uma coisa. Sabe quantas crianças restam?
Kim Soo Bin respondeu com uma voz trêmula:
— Talvez cinco. Não tenho certeza, mas sei que estão trancadas aqui.
— Sério? Vamos pegá-las e fugir daqui. Kim Soo Bin. Você vai me ajudar?
Kim Soo Bin arregalou os olhos quando o homem que a salvou pediu ajuda. Mas, ele era a única pessoa na qual poderia confiar.
— Sim, vou te ajudar.
— Certo. Obrigado.
— Espere um pouco. Como eu deveria te chamar?
Kim Soo Bin viu um sorriso gentil aparecendo no rosto mascarado e, então, suspirou de alívio. Ela não sabia quem ele era, mas não parecia ser alguém ruim.
— Você se refere a mim? Me chamo Fantasma.
— Fantasma?
— Sim.
— Você é algo como um policial ou um detetive?
— Desculpe, mas não sou uma boa pessoa. Na melhor das hipóteses, eu sou apenas um criminoso.
— Mas você me salvou. Ah, entendo. Você é um justiceiro?
— Hah, isso mesmo.
Tae Hyuk e Kim Soo Bin saíram da sala de operações para salvar as outras crianças.