Volume 1 – Arco 1
Capítulo 115: Mythro enfurecido(1)
— Desculpe, Senhores…
Uma mulher se aproxima dos membros do clã Espada sob o Sol e o ancião Shun.
— Uma mortal… Senhora, melhor você se afastar, estes dois são estimados anciões. — Um guarda do clã Espada sob o Sol se põe a frente e tenta impedir que a mulher fale com os anciões.
— Calma. — Mapok II pega no ombro do guarda e se aproxima da mulher. — Sim, no que posso te ajudar?
— Minha filha… Eu a perdi. Ela é uma pequena cultivadora… Somos da vila Chamto. — A mulher está começando a chorar, seu semblante mostra a preocupação que seu coração está sentindo.
— Vila Chamto? — Todos os membros do clã Mapok mostram rostos estupefatos.
— O que foi velho Mapok, se interessando por assuntos mortais? — Shun começa a ficar nervoso, ele não quer que a reunião dele com seus conhecidos seja interrompida por uma mortal que perdeu a filha.
— Ah, velho Shun. Vila Chamto é a casa dos pais do meu artesão convidado, Mythro.
— Oh? — Shun fica mais calmo.
— Vocês conhecem o pequeno Mythro? Onde ele está, ele vai achar minha filha, ele conhece o cheiro dela.
— Ora, mulher! — Shun fica irado e levanta sua palma.
A mulher mortal ousa desrespeitar o artesão convidado do seu clã irmão, dizendo que ele consegue rastrear o cheiro de sua filha como um cão, ele não poderia suportar tal insulto.
— Shun!
Aran era um ancião, sua palma desce com força que mesmo Mirmo que estava do seu lado não pode impedir.
— Matar mortais num evento auspicioso não é bom.
Neste momento alguém aparece ao lado da mulher. Ele levanta sua mão e para o golpe de Shun com certa simplicidade.
— Patriarca do Major de Fogo! — Mirmo II conhece o homem à sua frente.
Era um dos clãs mais poderosos do meio-oeste. Major de fogo! Ele usa um casaco branco com fogo estampado nas mangas.
— Minha filha… Por favor…
— Acalme-se senhora. Você disse que sua filha desapareceu?
— Sim… Ela devia ter voltado a duas horas… — Ela encosta no Patriarca Major de Fogo.
— Ancião Shun e Mapok. Como tem estado? — Ele se desvia e cumprimenta os anciões a sua frente, não esquecendo formalidades.
— O senhor é um grandíssimo rei, não precisa de formalidades! Estamos bem! — Shun recua e se curva, abrindo os braços. Era uma forma educada de cumprimentar alguém de maior status.
— Obrigado. O pedido desta mortal coincide com mais um. O patriarca do clã Avalanche Tortuosa disse que sua filha e filho mais novos foram treinar pelos arredores e não voltaram no tempo pré-determinado.
— Sequestro? Mas quem ousaria?
— Temo pelo pior. Um dos meus guardas chegou a pouco tempo na vila Déka e disse que sentiu o fraco cheiro de sangue vindo de uma montanha mais ao leste.
— Ao leste? — Mirmo se apavora.
— Os jovens do meu clã foram naquela região. Minha filha! — Mirmo II se vira, mas seu pai o impede.
— Senhor Suta, Patriarca, você com certeza deve ter enviado soldados de segundo reino após saber disto, correto?
— Sim. Eles deveriam ter retornado a 20 minutos, até agora…
— Precisamos nos juntar! — Mirmo Mapok olha para Shun.
— Vou chamar meu filho e sua esposa. — Ele voa e vai direto para sua casa alugada.
A mulher mortal há muito desmaiou. Suta, o patriarca do clã Major de Fogo a entrega para um de seus guardas que se aproxima e ela é levada até uma das casas alugadas pelo seu clã.
— Irei convocar a Avalanche Tortuosa. Se existe um sequestro em massa, eles devem estar se escondendo mais ao fundo da floresta, pelas montanhas. Siga para a montanha mais à direita, direi ao Shun para ir a montanha mais à frente.
— Muito bem. Contamos com seu apoio.
Todos se viram e vão saindo rapidamente com seus cavalos da vila Déka.
— Espero que não seja o pior… — Suta ergue voo e se encontra com outro homem, com igual vestimenta no ar.
**
— Senhor Mythro, o que aconteceu para você ter ficado machucado?
— Seis criaturas no pico do primeiro reino nos atacaram, após matar duas ficamos quase sem energia e optamos por fugir. Enquanto corríamos fomos acertados por alguns golpes de Qi.
— Eram lobos também?
— Sim… Eles conseguiam usar Qi em suas garras.
— Elas deviam ser bem fortes. Quer dar Grásio para mim? — Maki pergunta, abrindo os braços.
— Não. Melhor não, ele está meio agitado, tem um cheiro de sangue estranho pela região.
— Lembra do que ouvimos antes? Parece que alguns cultivadores já estão caçando pela região. — Tobias comenta, tentando sentir o cheiro de sangue no ar, mas falhando.
— Vocês estão mais fortes, Juca, Maki e Lenlen estão no quarto estágio agora. Tobias, Sâmela e Sâmelo só precisam de mais uma luta e poderão pisar no mesmo nível.
— Depois que você sumiu treinamos entre nós usando uma pílula verde e uma vermelha. Nos foi permitido pelo ancião.
— Cada uma custa 4 mil gradães. O ancião ficou generoso.
— Professor, por que você não usa pílulas? — Lenlen pergunta, pegando uma de seu saco azul e dando uma olhada.
— Essas são muito fracas para mim. Meu poder sanguíneo as devora muito rápido e mal me ajudam a aumentar a cultivação.
— Uma pílula de ciclo cósmico de três estrelas custa 8 mil gradães, e uma de quatro estrelas 20 mil. — Maki diz, pegando uma pílula de três estrelas na mão.
— As de cinco estrelas custam 100 mil gradães… Não é mais fácil usar pedras cósmicas em vez de comprar pílulas assim? — Sâmelo olha e sente o cheiro medicinal vindo da pílula.
— Não dá pra engolir pedras cósmicas. Quando as absorvermos quase todo poder cósmico nela volta para o ambiente. Plantas e ervas são diferentes. Cada uma possui um valor medicinal menor do que a energia da pedra cósmica em si, mas juntando várias e utilizando o máximo dos seus atributos únicos, é possível obter um resultado tão bom quanto diversas pedras cósmicas.
Eles acenam sob a explicação do pequeno NOVA.
Sons de grasnados começam a ecoar e depois disso um som se metal cortando carne.
— Matamos mais um!
— Esse foi mais fácil.
— Shh, tem alguém aqui.
Mythro e os seis Serpentes de Fogo encaram três jovens. Eles acabaram de matar um avestruz com mãos.
O animal era magnífico se ignorasse as asas deformadas que pareciam mãos. Ele era mais comprido que um avestruz mortal e possuía duas caudas longas, de penas azuis e verdes opacas.
Seu bico era mais alongado e era laranja da base até metade de seu comprimento, a ponta era amarelada.
“Este ser realmente denegriu muito.”
— Vocês vieram pelo leilão? — Um dos meninos se aproxima e pergunta olhando para Maki com olhos pervertidos.
Ela se sente muito desconfortável com o olhar do menino, mas ela não reclama e olha para Mythro, esperando algum ciúme dele.
— Sim. Somos do clã Espada sob o Sol. — Tobias se aproxima e se coloca na frente da princesa.
— Opa, me desculpe. Não é sempre que se vê uma menina de cabelo vermelho tão bonita.
— Por que vocês não caçam conosco? — Um outro menino se aproxima e coloca o braço no ombro de seu companheiro.
— Vamos ficar por nós mesmos.
— Tudo bem, não vamos mais lhes importunar. Na região mais funda tem um lugar com mais avestruzes. Não ousamos ir para lá porque somos só nós três, mas com o tamanho de sua expedição deve ser melhor caçar por lá. — O último menino aponta em uma direção e sorri para os sete.
— Muito obrigada. — Lenlen diz e batendo seus calcanhares no cavalo ela dispara junto com os outros.
Mythro passa pelos três meninos e os olha nos olhos. Ele está usando sua máscara.
— Que máscara legal. Eu adoraria ter uma dessa.
— Sério? Ela é realmente uma boa máscara, ganhei do clã da lua. Dizem que ela vale 1 bilhão.
Os três meninos se entreolham e sorriem.
“Jogando o anzol?”
— Eles fedem a sangue humano. — Mythro lança um pensamento para Gornn. — E tem mais…
O pequeno NOVA dá dois tapinhas pela garganta de Suife e ele acompanha os outros seis.
— Porra, por que não atacamos eles logo? Eu quero foder aquela ruiva.
— Eles estão em maior número e aquele garoto parecia estar no quarto estágio. Vamos deixar eles entrarem no nosso território.
— O que estamos esperando vamos atrás deles.
— Aquela ruiva é só minha!
— Até parece, com o rosto que ela tem, nosso pequeno príncipe vai querer ela.
— Tch…
— Você não acabou de ter uma?
— Ela quebrou a garganta muito fácil.
— “Ela?” — Os dois meninos riem.
— Vamos logo, antes que a diversão fique só pros outros.
Eles invocam cavalos de tatuagens no dorso de suas mãos e cavalgam na direção de Mythro e seu bando.