Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BCzeulli e Heaven


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 115: Mythro enfurecido(1)

— Desculpe, Senhores…

Uma mulher se aproxima dos membros do clã Espada sob o Sol e o ancião Shun.

— Uma mortal… Senhora, melhor você se afastar, estes dois são estimados anciões. — Um guarda do clã Espada sob o Sol se põe a frente e tenta impedir que a mulher fale com os anciões.

— Calma. — Mapok II pega no ombro do guarda e se aproxima da mulher. — Sim, no que posso te ajudar?

— Minha filha… Eu a perdi. Ela é uma pequena cultivadora… Somos da vila Chamto. — A mulher está começando a chorar, seu semblante mostra a preocupação que seu coração está sentindo.

— Vila Chamto? — Todos os membros do clã Mapok mostram rostos estupefatos.

— O que foi velho Mapok, se interessando por assuntos mortais? — Shun começa a ficar nervoso, ele não quer que a reunião dele com seus conhecidos seja interrompida por uma mortal que perdeu a filha.

— Ah, velho Shun. Vila Chamto é a casa dos pais do meu artesão convidado, Mythro.

— Oh? — Shun fica mais calmo.

— Vocês conhecem o pequeno Mythro? Onde ele está, ele vai achar minha filha, ele conhece o cheiro dela.

— Ora, mulher! — Shun fica irado e levanta sua palma.

A mulher mortal ousa desrespeitar o artesão convidado do seu clã irmão, dizendo que ele consegue rastrear o cheiro de sua filha como um cão, ele não poderia suportar tal insulto.

— Shun!

Aran era um ancião, sua palma desce com força que mesmo Mirmo que estava do seu lado não pode impedir.

— Matar mortais num evento auspicioso não é bom.

Neste momento alguém aparece ao lado da mulher. Ele levanta sua mão e para o golpe de Shun com certa simplicidade.

— Patriarca do Major de Fogo! — Mirmo II conhece o homem à sua frente.

Era um dos clãs mais poderosos do meio-oeste. Major de fogo! Ele usa um casaco branco com fogo estampado nas mangas.

— Minha filha… Por favor…

— Acalme-se senhora. Você disse que sua filha desapareceu?

— Sim… Ela devia ter voltado a duas horas… — Ela encosta no Patriarca Major de Fogo.

— Ancião Shun e Mapok. Como tem estado? — Ele se desvia e cumprimenta os anciões a sua frente, não esquecendo formalidades.

— O senhor é um grandíssimo rei, não precisa de formalidades! Estamos bem! — Shun recua e se curva, abrindo os braços. Era uma forma educada de cumprimentar alguém de maior status.

— Obrigado. O pedido desta mortal coincide com mais um. O patriarca do clã Avalanche Tortuosa disse que sua filha e filho mais novos foram treinar pelos arredores e não voltaram no tempo pré-determinado.

— Sequestro? Mas quem ousaria?

— Temo pelo pior. Um dos meus guardas chegou a pouco tempo na vila Déka e disse que sentiu o fraco cheiro de sangue vindo de uma montanha mais ao leste.

— Ao leste? — Mirmo se apavora.

— Os jovens do meu clã foram naquela região. Minha filha! — Mirmo II se vira, mas seu pai o impede.

— Senhor Suta, Patriarca, você com certeza deve ter enviado soldados de segundo reino após saber disto, correto?

— Sim. Eles deveriam ter retornado a 20 minutos, até agora…

— Precisamos nos juntar! — Mirmo Mapok olha para Shun.

— Vou chamar meu filho e sua esposa. — Ele voa e vai direto para sua casa alugada.

A mulher mortal há muito desmaiou. Suta, o patriarca do clã Major de Fogo a entrega para um de seus guardas que se aproxima e ela é levada até uma das casas alugadas pelo seu clã.

— Irei convocar a Avalanche Tortuosa. Se existe um sequestro em massa, eles devem estar se escondendo mais ao fundo da floresta, pelas montanhas. Siga para a montanha mais à direita, direi ao Shun para ir a montanha mais à frente.

— Muito bem. Contamos com seu apoio.

Todos se viram e vão saindo rapidamente com seus cavalos da vila Déka.

— Espero que não seja o pior… — Suta ergue voo e se encontra com outro homem, com igual vestimenta no ar.

**

— Senhor Mythro, o que aconteceu para você ter ficado machucado?

— Seis criaturas no pico do primeiro reino nos atacaram, após matar duas ficamos quase sem energia e optamos por fugir. Enquanto corríamos fomos acertados por alguns golpes de Qi.

— Eram lobos também?

— Sim… Eles conseguiam usar Qi em suas garras.

— Elas deviam ser bem fortes. Quer dar Grásio para mim? — Maki pergunta, abrindo os braços.

— Não. Melhor não, ele está meio agitado, tem um cheiro de sangue estranho pela região.

— Lembra do que ouvimos antes? Parece que alguns cultivadores já estão caçando pela região. — Tobias comenta, tentando sentir o cheiro de sangue no ar, mas falhando.

— Vocês estão mais fortes, Juca, Maki e Lenlen estão no quarto estágio agora. Tobias, Sâmela e Sâmelo só precisam de mais uma luta e poderão pisar no mesmo nível.

— Depois que você sumiu treinamos entre nós usando uma pílula verde e uma vermelha. Nos foi permitido pelo ancião.

— Cada uma custa 4 mil gradães. O ancião ficou generoso.

— Professor, por que você não usa pílulas? — Lenlen pergunta, pegando uma de seu saco azul e dando uma olhada.

— Essas são muito fracas para mim. Meu poder sanguíneo as devora muito rápido e mal me ajudam a aumentar a cultivação.

— Uma pílula de ciclo cósmico de três estrelas custa 8 mil gradães, e uma de quatro estrelas 20 mil. — Maki diz, pegando uma pílula de três estrelas na mão.

— As de cinco estrelas custam 100 mil gradães… Não é mais fácil usar pedras cósmicas em vez de comprar pílulas assim? — Sâmelo olha e sente o cheiro medicinal vindo da pílula.

— Não dá pra engolir pedras cósmicas. Quando as absorvermos quase todo poder cósmico nela volta para o ambiente. Plantas e ervas são diferentes. Cada uma possui um valor medicinal menor do que a energia da pedra cósmica em si, mas juntando várias e utilizando o máximo dos seus atributos únicos, é possível obter um resultado tão bom quanto diversas pedras cósmicas.

Eles acenam sob a explicação do pequeno NOVA.

Sons de grasnados começam a ecoar e depois disso um som se metal cortando carne.

— Matamos mais um!

— Esse foi mais fácil.

— Shh, tem alguém aqui.

Mythro e os seis Serpentes de Fogo encaram três jovens. Eles acabaram de matar um avestruz com mãos.

O animal era magnífico se ignorasse as asas deformadas que pareciam mãos. Ele era mais comprido que um avestruz mortal e possuía duas caudas longas, de penas azuis e verdes opacas.

Seu bico era mais alongado e era laranja da base até metade de seu comprimento, a ponta era amarelada.

“Este ser realmente denegriu muito.”

— Vocês vieram pelo leilão? — Um dos meninos se aproxima e pergunta olhando para Maki com olhos pervertidos.

Ela se sente muito desconfortável com o olhar do menino, mas ela não reclama e olha para Mythro, esperando algum ciúme dele.

— Sim. Somos do clã Espada sob o Sol. — Tobias se aproxima e se coloca na frente da princesa.

— Opa, me desculpe. Não é sempre que se vê uma menina de cabelo vermelho tão bonita.

— Por que vocês não caçam conosco? — Um outro menino se aproxima e coloca o braço no ombro de seu companheiro.

— Vamos ficar por nós mesmos.

— Tudo bem, não vamos mais lhes importunar. Na região mais funda tem um lugar com mais avestruzes. Não ousamos ir para lá porque somos só nós três, mas com o tamanho de sua expedição deve ser melhor caçar por lá. — O último menino aponta em uma direção e sorri para os sete.

— Muito obrigada. — Lenlen diz e batendo seus calcanhares no cavalo ela dispara junto com os outros.

Mythro passa pelos três meninos e os olha nos olhos. Ele está usando sua máscara.

— Que máscara legal. Eu adoraria ter uma dessa.

— Sério? Ela é realmente uma boa máscara, ganhei do clã da lua. Dizem que ela vale 1 bilhão.

Os três meninos se entreolham e sorriem.

“Jogando o anzol?”

— Eles fedem a sangue humano. — Mythro lança um pensamento para Gornn. — E tem mais…

O pequeno NOVA dá dois tapinhas pela garganta de Suife e ele acompanha os outros seis.

— Porra, por que não atacamos eles logo? Eu quero foder aquela ruiva.

— Eles estão em maior número e aquele garoto parecia estar no quarto estágio. Vamos deixar eles entrarem no nosso território.

— O que estamos esperando vamos atrás deles.

— Aquela ruiva é só minha!

— Até parece, com o rosto que ela tem, nosso pequeno príncipe vai querer ela.

— Tch…

— Você não acabou de ter uma?

— Ela quebrou a garganta muito fácil.

— “Ela?” — Os dois meninos riem.

— Vamos logo, antes que a diversão fique só pros outros.

Eles invocam cavalos de tatuagens no dorso de suas mãos e cavalgam na direção de Mythro e seu bando.



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