Volume 1 – Arco 1
Capítulo 130: Último Ato(3) – Final do Primeiro Arco
— O Yang da região está sendo drenado. Será que aquele Ozma habilitou o tal Altar Yang?
Dois fragmentos passam voando por eles dois.
— A pureza de energia daqueles cristais... Devemos nos apressar.
Ambos batem os pés no chão para fazer seus Saltos de Fogo, mas uma barreira os impede de prosseguir.
— Não! Maldito de sobrenome Ozma! — Raico grita com raiva, sua imagem espectral se expande de seu corpo e faz a região ao seu redor se tornar um inferno de fogo.
**
Grásio tem uma recuperação física e um fragmento se forma e viaja até Mythro. Os três fragmentos se unem e se transformam em uma pequena fruta, uma fruta de cristal. Ela começa a rodear o pequeno NOVA e uma cauda nasce, deixando para trás partículas brilhantes como estrelas.— Mythro Zumb’la é seu nome. Ele é um artesão emergente pelo clã Espada sob o Sol. Mas seus talentos já foram apreciados e invocados pelo próprio clã da lua. Seu gênio não para no artesanato, ele também é conhecido por ser um expert de primeira, mesmo tendo uma cultivação tenra.
— Um menino novo com tantas qualificações... O que o impediu de ser chamado pelos clãs do meio-oeste?
— Ele é um fugitivo do abismo.
— Essa é a única questão? Não é a primeira vez em centenas de anos que recebemos fugitivos do abismo.
— Ninguém esperava muito dele, pai. Quantos abismais vieram ao oeste e se tornaram aclamados por seus talentos? Ele deve ser o único desde que eu e o senhor nascemos.
— Mm... O último abismal que fez algum nome... Foi Fahrur Fashr. Mas ele voltou pro abismo para selar algo e nunca mais voltou... Isso foi há 300 anos. Lembro-me de meu pai, já nas portas da morte me falando que uma nuvem roxa sobrevoou todo nosso continente, e que ele foi o único que teve coragem de ir enfrentar logo de cara.
— Fahrur Fashr... Foi o mais jovem Rei a ser conhecido nos quatro cantos cardeais, não?
— Ele mesmo. Dizem que o frio do abismo se tornou maior após sua ida, e na província vermelha, o fogo se tornou mais quente.
— Intrigante. — Suta vê por onde entrar na montanha e eles descem e rapidamente fazem seu caminho. — Há um maior cheiro de sangue por este lado.
— O menino deve estar lá.
De repente, um sentimento permeia toda a montanha e eles sentem como se o calor estivesse sendo sugado.
— Pai, o que é isso?
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— Grásio, sai da frente.
A voz cansada de Mythro ecoa de dentro da parede. A Serpente Jade Negra se recusa a deixar e continua levando os ataques das mortais espadas.
Com seu corpo mutilado e um de seus olhos quase caindo de suas órbitas, Grásio continua na frente do pequeno NOVA.
— Vou fazer uma bela cueca de couro de cobra com esse seu bichinho de estimação tão leal, Mythro!
As 100 espadas começam a fazer uma formação no meio do ar. Como se fossem ondas elas se movem, criando uma onda de energia corrupta que começa a se condensar em um chicote com lâmina na ponta.
— Chicote-espada.
Com giros do cabo no ar criando gravidade para a perfuração da lâmina, Isadoro lança seu ataque final em Grásio.
Quando Grásio está prestes a ser perfurado. Um papel aparece em sua frente e uma barreira se faz, o protegendo do golpe.
— Quem ousa!?
A raiva de Isadoro é tanta que seu pescoço vira como a de uma coruja. Ele olha para a parede onde as garotas estavam e sem encontrar ninguém sua face cai.
— Aqui, seu idiota.
No início do túnel. Bijin está levantada com as outras garotas. Elas usam o pouco de energia cósmica que conseguem para levantar 30 espadas que queimam em chamas vermelhas.
— Não façam isso, meu pai logo sairá do altar e suas mortes serão horríveis, deixem essas espadas caírem ao chão e deixarei vocês partirem em paz.
Três meninas ficam trêmulas com as palavras de Isadoro. Mas duas delas simplesmente infusem ainda mais energia.
— Não escutem ele. Tirando por mim e essa menina ruiva, vocês três foram estupradas, não foram? Nós tivemos a sorte de chegar depois quando ele estava recebendo ordens e não tivemos nossas purezas feridas. Mas é por isso que lhes digo. Vocês não querem ele morto?
As três param de tremer de medo.
— Respondam! VOCÊS NÃO QUEREM ELE MORTO?
— Sim, mate ele.
— Mate-o, mate-o, por minha alma que foi suja.
— Transforme ele em pedaços de carne, o corte mil vezes.
Isadoro tira três leques de seu saco azul e uma barreira de vento é feita. Ele controla as espadas para atacarem as meninas.
— Era: Guarda do Sol.
Um escudo dourado aparece na frente das meninas. Como um sol ele expande e impede o golpe de chegar perto delas.
Mythro aparece atrás do escudo após absorver o ataque. Ele cai cuspindo seu sangue dourado e azul.
Há diversas rachaduras na armadura. Seu tom dourado-alaranjado está escurecido, e seu NOVA Statum já não mais prevalece.
Até mesmo a Imagem Encarnada não se mantém. O golpe do gigante foi tão poderoso quanto alguém no segundo estágio do segundo reino.
Diversos ossos estão quebrados, e sua perna esquerda, embora não possa ser vista com a armadura por cima, está com um osso dando oi.
— Você ainda está vivo, mas não será por muito tempo.
Isadoro joga diversas Pedras de Qi 3 estrelas para cima e impulsiona sua arte. O chicote-espada se torna maior e gira com estalos que fazem o vento soprar forte.
— Escutem. Vamos ter que terminar isso em um único golpe. Mana, você pegou meu saco azul, certo?
Bijin apoia Mythro em seu ombro e levanta o saco azul dele.
— Minha Chomir, Samarina e adagas negras estão ai. Todas elas têm um efeito de destruição muito maior que essas espadas. Tenho energia para uma flecha celestial. Me acompanhem com precisão e talvez sairemos vivos desta.
As cinco assentem com suas cabeças.
Mythro invoca o arco celeste. Mer, Caos, Nyx e Hemera voltam a ser tatuagens em seu corpo.
— Que armadura é essa? Isso é o raro conjunto rúnico?
— Mas para se transformar em tatuagens... Isso não é demais.
— Esqueceram de onde estão? Foquem-se.
O pequeno NOVA puxa o fio negro do arco. Ele consegue sentir que o poder da flecha aumentou várias vezes, devido ao aumento de sua cultivação, e também devido a sua recém descoberta e experiência com a dualidade.
Fechando seus olhos para afirmar sua determinação, ele começa a murmurar seus entendimentos.
— Yin suprime Yang e Yang suprime Yin. Para haver Yin, tem que haver Yang, logo Yin e Yang são os estados de harmonia. Um empurra o outro, e ao mesmo tempo, o traz para perto. Yang faz Yin ser mais perfeito e Yin traz Yang a perfeição. Ambos são... Os lados da coroa?
Na árvore da vida, os dois capítulos que haviam começam a brilhar. Eles fazem a cultivação viva de Mythro se materializar atrás de si.
“Os lados da coroa falam sim de uma dualidade, mas não da dualidade em específico...” — Gornn teme que a meia verdade que Mythro criou por falta de conhecimento possa ser prejudicial a ele.
“As páginas têm mais conhecimento para ser revelado. Isso quer dizer que nesta caverna...”
Na frente do pequeno NOVA, uma página do Torá aparece.
— Que item é este!? — O Rei Maligno fica desesperado.
O Altar Yang que antes estava apenas inerte, começa a brilhar e invocar energia Yang de toda a região da montanha, e também além dela.
A voz de Ammit ecoa por todo o corpo, cultivação e alma de Mythro.
“...Eles permaneceram unidos por bilhões de anos, estendendo mais e mais suas nebulosas, criando ainda mais espaço, tempo e memória, pela qual eles estariam sempre presentes. Quando ambos se sentiram satisfeitos do quanto eles já tinham expandido, Weh decidiu escorrer pela expansão cósmica. Weh, se desprendeu por baixo e criou uma imagem fluente para todos os lados inferiores, como um rio. Yah, fez com que as nebulosas se concentrassem e chovessem sobre Weh, para jamais perdê-lo de vista, ou então se separarem novamente...”
“De suas ações, um grande pilar se ergueu, e ele deu frutos de diversos tamanhos e formas. Eles flutuaram para longe do pilar, que todos os dias dava mais e mais frutos que se transformaram nos grandes corpos celestes.”
“Muitos milênios depois, Weh e Yah escolheram os mais belos corpos celestes para poder acompanhá-los. Cada um deles escolheu 13 corpos, e ambos criaram um último corpo celeste junto, contendo sua essência e conhecimento de tudo.”
“Este último corpo celeste foi um casulo para ambos. Os outros 13 corpos celestes os rodearam e se entregaram em corpo e energia para poder estarem sempre com Yah e Weh.”
“Os dois altíssimos, após terem feito tudo o que há, decidiram criar eles mesmos uma nova forma. Para acompanhar a beleza de sua criação.”
“Depois de terem se gerado em nova forma, eles decidiram que estava na hora de serem acompanhados pelo que havia de sua criação. Yah invocou de seus cantos superiores, dois belos dragões, que circundavam o Sol primordial que dava vida a tudo para onde somente ela havia ido. Weh invocou um cavalo, uma serpente e uma águia de uma pedra feita de um dos corpos celestes que ele escolheu para acompanhá-lo antes de se formar novo.”
“Yah e Weh deram consciência a seus seguidores, que antes eram apenas senciente. Para formar sua consciência, três coisas foram partilhadas. Tempo, espaço e memória...”
A página termina de se materializar e segue direto onde estão as outras duas páginas. Elas se unem e um grande poder irrompe na cultivação de Mythro. Grásio que estava longe do pequeno NOVA, sente sua própria cultivação tremer e romper do pico do primeiro reino direto até o segundo!
Longe da montanha, Suife que se escondia junto com Núbia também são pegos de surpresa com suas cultivações que começam a ir direto ao segundo reino. Deles, um pequeno fragmento se faz de suas energias, e voa direto até a montanha.
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— Pai, o que é isso?
A imagem viva de Mythro também muda, todo o rio cósmico, chuva e névoa cósmica se reúnem no tronco da árvore, e o tronco se transforma em um belo cristal, que rodeia seu sol negro. Logo, ele também cria uma cauda e se junta ao cristal criado pelos três.
“A cultivação de Núbia, Grásio e Suife foi dada a eles por Mythro, agora que ele conseguiu uma promoção, parte disso retornou a Mythro... Os asteroides deveriam ser literalmente como pedras, mas as dele são como cristais... Então essa é a diferença de uma Natureza do Primeiro Reino comum, para uma Santa? A Santa o qualifica para uma mudança tão grande de qualidade no segundo reino?” — Gornn compreende as mudanças na cultivação do pequeno NOVA, e as memoriza para si mesmo ao se murmurar.
A armadura que estava fraca e escurecida, começa a retomar sua cor e forma natural. Os braços de Caos se dividem e seguram a mesma flecha e arco de Mythro.
— Lancem as espadas!
— Isadoro, saia daí, venha para cá agora!
Ele mal conseguiu ouvir, o medo dos eventos desconhecidos se desdobrando na sua frente tomaram toda sua mente e reação.
As cinco meninas lançam as espadas e elas seguem até as barreiras. Mythro larga a flecha, lançando seu encantamento.
— Parta a terra!
A flecha divide a terra e alcança a barreira antes das espadas. A força é tamanha que a primeira e a segunda barreira quebram sem forças para revidar. A terceira para a flecha por um momento, mas com a chegada das 30 espadas explosivas, ela explode como vidro caindo do céu ao chão.
Isadoro é jogado longe. Sua armadura que antes o salvou, agora oferece resistência alguma. A flecha avança desimpedida e perfura seu peito.
— NÃO! — O Rei Maligno grita em dor.
Dentro do teto da caverna, um pote feito de Qi de Nuvens desce. Mythro guarda o arco celeste e move suas mãos controlando o sangue de Ygo que há no chão.
— Agora, a minha palavra será cumprida. Morra com o sangue do seu irmão e vire pó.
O sangue no chão se transforma em uma foice, ela corta a cabeça de Isadoro, que já estava com os pés na porta do inferno.
Sua cabeça voa até o pote e as nuvens se transformam em chamas brancas, que devoram por completo a cabeça do menino. Segundos depois elas cospem cinzas brancas que voam até o corpo sem vida do Príncipe Maligno, e o queima por completo.
Mythro fecha a mão, e o Qi que havia nas cinzas faz elas se transformarem em apenas energia que irradia de volta ao ambiente.
— Maldito, Mythro Zumb’la!
O poder do Rei Maligno sobe ao topo. Toda a montanha treme e rachaduras diversas se fazem em todo o domo.
“Sem a proteção oculta da página do Torá, esta montanha cairá em pedaços... Este homem está forçando a quebra das correntes, ele está sacrificando sua cultivação e longevidade.”
— Saiam daqui, Bijin e Maki.
— E Você!?
— Estou logo atrás de vocês.
Mythro se vira e sorri para as duas.
Destruindo o buraco de onde ele estava. O Rei Maligno voa para fora com sua energia corrupta manchando todo o ar.
Éter na perna esquerda do pequeno NOVA cria uma membrana dourada que separa o corpo dele do ar envenenado.
— Não vamos... — *tosse* *tosse* — Sair sem você.
Grásio expande e as coloca na boca. Então ele sai rapidamente pelo túnel.
— Garoto esperto...
Invocando sua lança, Mythro prepara sua última carta na manga.
— Morra!
Um corpo astral aparece atrás do Rei Maligno. Este corpo segura uma outra alma, e a morde.
Quando a alma é mordida, ela libera energia que se transforma em um chicote que desce tremendo o ar como se fosse sólido.
— Você não tomará esta vida hoje, de sobrenome Ozma!
Raico aparece com um fogo em sua mão, que tinha o formato de uma espada. Ele corta o chicote de Ozma e sua espada segue até cortar ele ao meio, em corpo e espírito.
— Raico, maldito... Ele matou meus filhos! — Mesmo cortado ao meio, ele ainda consegue dizer últimas palavras antes de ser incinerado.
— Agora, muitos filhos e filhas deixaram de morrer nas suas mãos, e nas mãos de sua prole maligna.
Suta se apressa e vai até Mythro.
— Garoto, suas contribuições hoje serão lembradas para sem—
O corpo que ele vê está com pele necrosada, lábios roxos e olhos rachados.
— Pai!
Raico se apressa e saindo de sua forma de fogo, ele joga um líquido verde-esmeralda brilhante no corpo do pequeno NOVA.
— É incrível ele ter resistido a este miasma. Eu já queimei o ar envenenado, mas não sei se ele poderá sobreviver. O veneno Yin deve estar em suas artérias neste exato momento, talvez seja tarde demais para salvá-lo.
— O Altar... Coloque-o no altar...
Uma voz soa na caverna, vindo sem direções.
— Quem? — Suta fica perplexo e sem reação.
— O Altar? Altar Yang?
Raico pega Mythro e voa até o altar no buraco. Sendo iluminado por luz dourada de Yang puro, ele coloca o menino no altar.
Depois disso, o altar some com seu corpo.
— Pai, ele...
— Temos que ter fé agora.
Um grande estrondo soa no chão. A montanha inteira começa a cair e desmoronar.
— Vamos sair daqui, seja o que for, está nas mãos do destino.
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Em algum lugar no espaço, um altar dourado aparece. Nele, um menino com um corpo quase sem vida...