Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 33: O Massacre da Caça

— Mythro, segure-se bem! — Fernan grita, entre as árvores, enquanto os cinco cavalgam em direção a ponte.

— Sim, ancião!

Já fazia horas que eles estavam cavalgando à toda velocidade, alguns lobos apareciam em seus caminhos, mas Mits com suas penas os matava tão rápido quanto eles apareciam.

A vila da caça tem em torno de 30 mil pessoas, todos muito bons guerreiros. A distinção entre homens e mulheres é quase mínima, todos nascem e morrem caçadores ou guerreiros, sendo que o foco dos guerreiros é a guerra militar entre homens.

Os rostos dos cinco esboçam pressa, eles não sabem se já descobriram sobre o escape da vila da caça, é um momento precioso para todos. Deixar o abismo, e alcançar a superfície, alcançar onde o sol toca com mais calor, onde a terra cultiva com mais fervor. Deixar a terra morta, alcançar a terra viva.

— Logo chegaremos! — Trinto grita.

Os caminhos começam a se estreitar, o frio fica mais intenso, da boca dos cavalos pura névoa se esvai junto com suas respirações, árvores cobertas em gelo e neve já se fazem comuns no caminho. Uma elevação se inicia, é após ela que eles conseguirão ver a ponte.

Eles finalmente galgam além e veem a ponte, diversas tochas sendo seguradas pelos membros da vila da caça, carroças lotadas, bois e cavalos carregando mais do que podiam, mas todos ali estavam prontos para deixar o abismo.

— IRMÃOS E IRMÃS, HOJE DEIXAMOS NOSSAS CASAS, SOMENTE PARA FAZER UMA MAIS PRÓSPERA FORA DAQUI, HONREMOS NOSSOS ANCESTRAIS! — Fernan grita com força, ele levanta sua espada e a estende aos infinitos céus.

Os homens e mulheres da vila da caça pulam e levantam suas armas, eles gritam com força, eles fazem a terra tremer e os maus espíritos recuarem em medo.

Alguns já estavam no meio da ponte, eles não ousam pular, mas levantam suas armas e gritam forte, suas vontades são iguais, suas necessidades iguais, homens e mulheres unidos pelos seus familiares e amigos, uma verdadeira vila!

As crianças da vila são as que estão na frente, elas cruzam junto com as mulheres que carregam bebês que ainda não podem andar. A ponte tem em torno de 300 metros, ela pode ser vencida em torno de 5 minutos.

Os cinco chegam próximo aos outros e desmontam, eles são cumprimentados, abraços e armas colidem, em grande exaltação a noite sagrada.

Um homem vem direto na direção de Mythro, ele carrega um saco cinza e o dá para Mythro.

— Senhor, o que é isso?

— A terra que você santificou, Mythro.

Mythro olha nos olhos do homem e reconhece o que via além deles.

— Senhor Aurio?

Uma mulher passa correndo na frente de Aurio e ele desaparece.

“ É interessante ele trazer isso para você, pode lhe ajudar muito.’’

— Mm. — Mythro olha para o saco e vê a terra que está ficando com uma cor negra fértil, junto com diversas partículas azuis que se desprendem.

Um chifre soa.

— A primeira leva já foi, a próxima irmãos e irmãs! — Um outro ancião grita.

Em torno de oito mil pessoas já passaram, agora uma outra remessa de pessoas passaria pela grande ponte.

— Fernan, vá com estes, já temos uma anciã junto com nossos bebês, não devemos ficar aqui parados por muito tempo! — Mitri fala alto, para que Fernan que ajudava em uma das carroças se apresse.

— Muito bem senhor! Vamos todos!

Fernan sobe na carroça e acompanha a outra leva.

Mas tudo estava indo bem demais.

Do outro lado da ponte, as pessoas estavam andando normalmente, até que gritos ressoam por todo o espaço.

Um corpo voa no alto, e cai no meio do abismo, a fenda engole a sombra de quem quer que fosse.

— Socorro! — O grito de uma criança emana do outro lado, até que o som é abafado com o barulho de garganta rasgada.

— Miraka, o que está acontecendo!? — Fernan grita.

— Inimigo!

— Quantos!? Quem!?

— Apenas u-

— UM!? MIRAKA!

A voz de Miraka desaparece, mas os gritos não cessam, pessoas correm de volta para a ponte, mas um arco de vento de 50 metros corta em diagonal, cortando todos. As mulheres que seguravam os bebês caem cortadas ao meio na ponte, os infantes rolam pela ponte e caem, engolidos para sempre na sombria e fria fenda.

— PASCHIS, ESTAMOS EM GUERRA, CACEM! — Mitri grita e todos correm para a ponte, o inimigo está destruindo todos seus irmãos e irmãs.

E como se não fosse muito, um outro corte horizontal de 3 metros corta atrás dos guerreiros e caçadores.

Mythro e Mits se viram e vêem duas crianças. Era Hu Ming e Hu Xu.

“Matem-nos, eles estão no segundo estágio, vocês devem impedi-los. E Mythro, sem mais vacilos!’’ — Gornn soa para Mythro e Mits, e ambos correm na direção das crianças, que cortam os caçadores e guerreiros com suas armas mágicas.

— Como ousam trair o norte, vila da caça? Hoje vocês pensaram que iam sair vivos, mas eu, Riolo, ancião do norte jamais deixarei vocês fugirem!

Trinto e Mitri corriam na ponte, Mitri olha para trás e vê Mythro e Mits correndo na direção dos dois filhos de Hu Ping.

— Pai, devemos confiar neles! Temos que impedir aquele homem! — Trinto olha para a carruagem na ponte, ele vê as cabeças e os membros caídos no chão, e ele se enfurece.

— Vamos. — Mitri não olha mais para trás e todos atacam a Riolo, que a cada passo, mata 100 dos Paschis.

Hu Ming e Hu Xu faziam o que bem entendiam, seus corpos já estavam molhados de sangue.

“Está na hora de mostrar o verdadeiro poder de suas cultivações, vocês devem ativar o feitiço. Gritem, Okkur Draxfz Mourd!”

— Okkur Draxfz Mourd!

— Okkur Draxfz Mourd!

Quando Mythro e MIts gritam, eles invocam um poderoso feitiço, suas imagens vivas aparecem acima, a árvore deles, coroada com o sol, brilha e energia abundante carrega seus corpos e espírito.

Hu Ming e Hu Xu ficam perplexos, eles nunca viram nada do tipo!

— Não os deixem vivos! — Hu Ming grita, grande medo nasce no meio de suas sobrancelhas.

Mythro puxa as adagas e Mits pega um martelo com uma mão e o leque de pena na outra mão.

Hu Ming e Xu tinham ambos espadas com inscrições na lâmina, sempre que eles as balançam um arco de Qi cósmico e de espada se solidifica e ataca.

Mits pega seu martelo e transfere energia, ela bate de frente com o arco, mas seu martelo despedaça.

O corte feito de Qi está prestes a acertá-la quando Mythro pula na frente e com uma onda de energia cósmica disparada das adagas, dispersa o ataque.

— Impossível, vocês não devem estar no segundo estágio ainda! — Os irmãos ficam completamente surpresos, nem mesmo no norte existiam inimigos páreos para eles.

Mythro avança com suas adagas em mãos, ele vai direto em Xu Ming, o menino treme e cai para trás de susto, mas Hu Xu, a menina encobre seu irmão e lança dois cortes. Esta é uma técnica chamada Lâmina voadora, das artes do clã principal. Isto diz muito sobre o status dos dois para o norte, eles devem ser discípulos diretos de um ancião.

Mas Mythro não estava lá para brincadeira, ele já aprendeu o que deve ser feito, ele desvia das duas lâminas e faz um ataque com a lâmina de ferro de meteorito, que está na sua mão esquerda, o ataque é rápido, e a resposta da menina é lenta, a lâmina atravessa o ombro direito dela.

— Hu Xu! — Hu Ming grita e se levanta para defender a irmã.

Ele ataca Mythro pelo ponto cego dele, e sua espada desce feroz, cortando a camisa de Mythro, mas sem nem ao menos arranhá-lo, devido a posição frágil que ele estava momentos atrás, e o gélido chão, a mão do menino treme. Ele circula sua energia cósmica para se livrar do efeito atordoante do frio.

Mits lança penas por trás, cinco delas voam tentando acertar pontos vitais dos dois.

Mas com alguns giros de suas espadas, os irmãos Hu conseguem retaliar e inutilizar as penas.

“Vá ao lado de Mits, vocês devem recuperar energia cósmica para estar a par com a deles, dê a mão para ela e absorva a energia na atmosfera.”

Mythro faz como Gornn instruiu, as árvores da imagem viva de Mythro e Mits restauram um pouco de energia, mas logo os irmãos Hu percebem o que eles estão fazendo e avançam.

A menina está fraca, mas ela troca a mão da espada e novamente, golpes são trocados.

 



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