Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 85: Máscara de Diamante

— Argh — A mente do pequeno NOVA fica avariada, sua visão balança.

“Poderoso. Se você não estivesse com Mer, alguns de seus órgãos internos teriam rompido.”

Suife cai no chão, sangue negro vaza dele. Núbia pula de um mato para perto de Mythro, sangue dourado vaza dela.

— Núbia! — Ele se vira para Grásio que está repleto de chamas negras, e parece ter sido o menos avariado.

Os olhos de Mythro brilham e Grásio percebe a ordem de seu senhor. Com o corpo de 10 metros da serpente-rei, ele se joga no carneiro e então sai de seu invólucro, pequeno como era, desliza até a gata no chão e a morde.

Logo, uma Núbia de olhos pesados e fatigados se recupera parcialmente, ela já consegue levantar.

— Que bom.

A Serpente de Jade Negra também morde Suife e o recupera ligeiramente.

— Esses carinhas vão precisar de armadura também!

“Ele usou o Sopro dos Alpes. O carneiro do zodíaco dos Nimab, povo das Montanhas que Cantam.”

Gornn reconhece o sopro do diamantino à sua frente.

— Tem um jeito fácil de derrotar ele?

“As Montanhas que Cantam... Elas são montanhas que iniciam-se no chão do planeta e sobem até centenas de milhares de metros ao céu. Dizem que um carneiro mortal a escalou para proclamar seu amor pelo frio, após perder seus chifres.”

— Frio?

“Sim... É assim que a história é contada. Os carneiros daquele planeta ainda existem até hoje, eles lutam com seus chifres para provar sua honra e orgulho para atrair fêmeas.”

— Que estranho, tem certeza disso?

“Eu inspecionei por anos este planeta. De todos os carneiros que fazem semblante a uma lenda de um povo, ou até mesmo fazem parte de seu zodíaco, este carneiro é o que tem a mais forte cosmicidade histórica.”

— Só por isso?

“Quer descobrir mais? Pergunte a ele.” — O tom de voz de Gornn passa despercebido pelo pequeno NOVA, mas Ammit percebe, e um leve sorriso esboça em seu rosto.

— Perguntar?

Mythro se vira para o animal e percebe que lágrimas como cristal estão descendo de seus olhos.

“Eu tenho que cumprimentar Lucem e Xaemi por isso. Já é muito difícil colocar um zodiciano na alma de alguém, e geralmente este zodiciano é muito forte e só é enfrentado no sexto ou até mesmo no oitavo reino. Mas você tem doze e enfrentará cada um na passagem de um próximo reino... Isso é dar asas a um tigre. Você não percebe, mas há um limitador nele, que o impede de usar todos os mistérios de seu reino original.”

— Eu não vou conseguir ler ele assim, preciso machucá-lo mais! Mer, vamos usar a outra arte das eras.

A armadura prateada responde Mythro, brilhando seu fulgor. O escudo muda de uma forma circular a uma forma triangular.

Suife se levanta, e o pequeno NOVA volta a montar nele. A serpente-rei que Mythro invocou se despedaça as constantes chifradas do carneiro, e ele se vira novamente para o grupo, invocando suas imagens de chifres e de outros Arietem.

— Núbia! — Mythro pega na crista de Suife e galopa em frente, aumentando a velocidade no máximo.

A gata invoca suas chamas, ela novamente as lança em todas as imagens, as atrasando. Suife usa a navalha de Jade Negra Celeste que apareceu em sua testa para acabar com as imagens que foram gastas. Grásio permanece no pescoço do pequeno NOVA, esperando novas ordens.

— Ponto luminoso!

Ao chegar perto o suficiente do carneiro, Mythro usa o ataque de energia dourada de sua lança nele. Uma imagem aumentada de Arietem sobe novamente sobre ele, e como armadura tenta defender o corpo diamantino.

— Vamos ver quanto você aguenta. Ponto Luminoso, Ponto Luminoso...

Invocando diversas rajadas douradas da lança, ele vai minando a imagem e ela vai quebrando como espelho.

Suife chega ao lado do carneiro, suas cabeças começam a bater uma na outra. O estrondo ao redor deles é forte e muda levemente o terreno.

Mythro não para seus ataques e sua lança acerta o diamantino sempre que pode. Grásio está mordendo o pequeno NOVA, e absorvendo energia.

O chifre de Arietem brilha reunindo sua energia cor diamante, ele empurra em um ataque Suife para longe. O pequeno NOVA pula e continua atacando o carneiro com sua lança e defendendo com seu escudo.

Três rápidos movimentos de sua cabeça fazem Mythro afundar na terra até os joelhos, mas ele vira seu escudo e lança um feitiço.

— Era: Abolir!

Energia prateada jorra da ponta do escudo em forma cônica, ela empurra o carneiro. Esse era um dos ataques mais perigosos de Mer como conjunto rúnico completo. Abolir!

— Era: Prata e Ouro! — Agora, com a lança, um Ponto Luminoso contínuo, como o Abolir do escudo é lançado e a força do ataque triplica!

Grásio solta do pescoço de Mythro, uma rajada negra é aplicada ao Prata e Ouro, isso torna o ataque em uma fantasia psicodélica de luzes, que empurram o carneiro montanhês.

Núbia pula de trás do pequeno NOVA e da imagem de jóia do centro de sua testa, um olhar que traz consigo uma pressão quase tão forte quanto o Pressão das Eras, assola o diamantino, que afunda no chão.

Ele começa a irradiar ainda mais energia para se proteger, seu chifre se desprende novamente e voa até sua boca.

— Acha que vai funcionar de novo!? Não comigo. — Mythro para o ataque de Ouro e Prata de sua lança e enfia a lança na boca de Arietem.

Ele então para o Abolir e pega com a mão direita o chifre do animal. Por um momento, tudo some e uma nova imagem, como se um teletransporte tivesse sido efetuado acontece.

Mythro se vê em uma cena onde um pequeno carneiro é jogado por outros dentro de um buraco.

O dia estava com o sol no fronte, mas então, como se o tempo passasse mais rápido, os carneiros se movem e o sol muda até se tornar um pôr-do-sol.

Apenas os mé’s do carneiro permanecem sibilando pelo caminho do buraco. Mythro se aproxima e o vê afundado em neve e sangue. Momentos depois, um carneiro chega e fica rondando o buraco. Pelo desespero, era óbvio que o outro carneiro queria ajudar o outro de alguma forma.

É então que a montanha de neve começa a estrondar, e seu balançar parece mover o planeta inteiro.

O carneiro, em sua língua, grita pelo outro. E do outro lado, o que pode ser dito como uma voz de adeus e fuja pode ser ouvida.

— Ele me puxou para suas memórias?

“Você tem de salvar um.” — A voz de Gornn soa.

O carneiro vira para Mythro, ele corre em sua direção, ele puxa sua camisa de algodão. Lágrimas belas como cristal descem por seu rosto.

— Isso é uma imagem, não tem como mudar o passado!

“Sim, não tem como.”

A neve se aproxima, como milhares de cavalos vindo em direção a um único homem.

O carneiro larga da roupa de Mythro, ele vai em direção a frente do buraco, onde ele pode usar seu corpo para tampar o passar da avalanche. Ele quebra um de seus chifres, usando uma rocha por perto. Ele pega o na sua boca e o sopra, criando um som que faz o coração de Mythro tremer em reconhecimento.

Um som assobia pelo ar, é como se um anúncio estivesse prestes a ser feito. A montanha emana ondas mágicas, elas fazem com que o carneiro seja levitado e seja movido para fora da área da avalanche.

Seus gritos de desespero soam pelos quilômetros.

— Merda...

Ele corre até onde o carneiro estava. Novas ondas mágicas da montanha soam, elas tentam empurrar Mythro do caminho.

As primeiras ondas da avalanche acertam Mythro, mas ele invoca suas serpentes de energia para conter e desviar a neve. Com diversos Pontos Luminosos ele evita que um grão de neve seja disposto no buraco atrás de si.

As montanhas soam um novo cântico, o pequeno NOVA consegue entendê-la, ela pede para que ele saia e que nada vai mudar com seu ínfimo esforço.

— Montanhas que Cantam, é isso? Bem.. Eu sou Mythro Zumb’la, e esse carinha atrás de mim está sob meu domínio, ENTÃO NEM OUSE! Eu proclamo, Arietem… é MEU!

O mundo para. O carneiro do buraco começa a voar e permanece no ar atrás de Mythro. Em sua testa, uma joia como diamante vai tomando de sua forma carnal a uma forma de diamante.

— Na minha vida, apenas um único amigo me deu a oportunidade de morrer por mim. E assim, após sua queda, me tornei guardião eterno das Montanhas que Cantam. Proibindo que as velhas leis dos carneiros voltassem a ser executadas.

Mythro vê que no chão, o chifre quebrado era o chifre esquerdo, e que no carneiro que voou do buraco, o chifre esquerdo o faltava.

— Eu sou Arietem e lhe concedo minha máscara.

O carneiro se desfaz, toda sua energia começa a se concentrar no ar para virar uma bela máscara de carneiro, feita completamente de diamante.



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