Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 166: Em busca da Semente de Terceiro Véu(1)

O grito de uma ave ecoa por toda a Gruta do Paraíso. Agora que o exoesqueleto foi assimilado, a intenção assassina já estava completamente dissipada.

Alura se levanta, estendendo seus braços e pernas. Respirando e se enrolando em teias que antes ela não conseguia usar.

O corvo de três pernas, completamente vermelho toma seus primeiros passos na vida. Alura o pega com as mãos. O coloca perto de seus seios, o olhando como talvez um filho neste instante.

A cultivação do corvo é a de um Asteroide Ars. A de Alura surpreende até mesmo Mythro, e está agora na 11ª pedra celeste.

Ela se junta aos outros e começa a cultivar, ajudando eles na assimilação de seus próprios presentes.

O Ferro Místico Camilitiniano é moldado por Mythro em máscaras com rosto de Oni. Embora fossem minúsculos por fora, dentro havia uma quantidade considerável para banhar o corpo dos dois por completo. O pequeno NOVA usou um pouco para que eles pudessem ter suas máscaras.

Sabendo da intenção de Mythro, a própria semente se move e se transforma em uma máscara de lobo para o pequeno Druida. Ainda assim Mythro a refina e a deixa o mais parecido possível com uma aparência de magma.

Todos têm um aumento na cultivação. Agora Odyel e Zara tem 10 Asteroides Ars. Arkab possui 9.

O restante tem um significativo aumento também, mas ainda não o suficiente para criar mais um Asteroide.

Eles consolidam sua cultivação, e isso leva dois dias inteiros.

— Lorde. A Casta dos Lobos está em sua mão.

Odyel agora tem dois pequenos chifres crescendo, eles são dourados.

— A Casta dos Oni está pronta para se tornarem suas armas.

Zara e Arkab têm suas peles um pouco mudadas, e há uma cor vermelha nela. O cabelo cor de ferro permanece, porém ainda mais belo.

— A Casta das Aranhas é eterna vassala do Lorde do Paraíso.

Balacar solta um pequeno guincho. Mythro pega um pedaço da máscara de Alura e faz uma em miniatura para Balacar.

— Ficaremos os próximos dois meses aqui. Vocês têm muito o que aprender sobre a cultivação viva de vocês. Sobre seus companheiros, e sobre a minha atual situação no oeste. Alura será a líder das atuais castas e as castas por vir.

Neste momento, um “Girassol Portador de Frutos” nasce, suas pétalas amarelas seguram o calor de corpos humanos. Ele se vira para o Sol, mas então, sendo atraído por algo maior, se vira para Mythro.

— Começarei a contar pra vocês sobre como vim parar aqui...

Dois meses depois.

— Alura.

Mythro chama pela líder das castas sentado em seu trono. A jovem albina aparece descendo do telhado com suas teias.

— Lorde?

— Os rituais já nos apontaram onde está a semente de terceiro véu. Resolveremos a questão com As Bestas Aliadas e iremos direto para lá.

— Sim, meu Lorde.

Mythro pega um papel. O mesmo que Laudis Tong o tinha dado há dois meses atrás, e o lê novamente.

“Venha em dois meses a meu clã, situado no cume da terceira montanha mais alta do meio-oeste. Este papel tem meu cheiro, qualquer besta aliada a um guarda a conhecerá.”

— Foram dois meses rápidos. Mas vocês estão mais afiados. Chame os outros, quero todos de armadura. Mostrarei meus guerreiros a este mundo. — Mythro toca no ombro de Alura — Vocês vieram como escravos sem lares e dignidade. A mercê de quem fosse seu senhor. Hoje são a futura maior força que este planeta e universo um dia vão ter.

Alura se vira após se curvar e invoca a todos com mensagens cósmicas.

Momentos depois, todos aparecem fortemente armados.

Odyel tem uma armadura preta, coberta por linhas vermelhas, que na verdade são cristais de terceira terra que emanam forte fogo. Nos ombros há uma cabeça de lobo esculpida. No peitoral há um inteiro. Este em questão é completamente feito de cristal de fogo. Um conjunto rúnico deste custou para Mythro 40 bilhões.

As armas do conjunto eram manoplas que cresciam junto com ele em suas transformações corporais e uma glaive dupla.

Arkab e Zara tem seus conjuntos rúnicos de igual modelo. Ferro vermelho e cobre banhado no próprio sangue deles, que era de igual cor. Uma cabeça de Oni foi esculpida no ombro direito da armadura de Arkab, e na esquerda de Zara.

Eles carregavam diversas armas. Camilitia era uma deusa dominadora de armas, usando diversas para surpreender e suprimir o inimigo. Espadas, bastão de ferro, lanças, facas, punhais e maças de diversas formas. Claro que na cintura deles não seria possível segurar tantas armas, Mythro construiu um anel para acomodar as armas, em suas cinturas ficavam apenas uma espada e uma espada curta.

Alura vestia uma armadura vermelha. Ela tinha uma aranha esculpida no lado esquerdo do peitoral, seus seis olhos eram feitos de parte do Coração do Trovão, uma forte eletricidade percorria de tempo em tempo a bela armadura vermelha. Sua arma eram anéis alongados como garras. Ela podia retrai-los para que não precisasse cortar tudo que tocava.

Mythro não criou uma armadura para si mesmo. As da casta Oni lhe custaram 25 bilhões cada e a de Alura, grandes 45 bilhões. As dos Oni foram mais baratas porque elas foram banhadas com o sangue deles, se não o custo teria sido similar ao dos outros.

Núbia, os avestruzes, Grásio e Suife tinham suas armaduras também. Suas armaduras tinham pérolas de Mer, carregadas de energia para conjurar diversos feitiços. Apenas Balacar, que por ser muito pequeno ainda não tinha armadura. Seu desenvolvimento estava em torno de 57cm de altura.

Por enquanto Alura ia em Grásio junto com Odyel. Yibang era acompanhado de Zara e Yabang de Arkab.

Eles formam uma linha e o pequeno NOVA, vestido com uma calça de couro e camisa de algodão — Parecendo um completo camponês, se não fosse pela máscara de diamante e blazar acima de sua cabeça — Sobe em Suife, e dando uma última olhada para a Gruta do Paraíso, ele se retira com os outros.

Incrivelmente, nesses pequenos dois meses, uma rainha vespa-abelha alcançou o segundo reino. Os algodão-nuvem estavam mais belos e tinham despertado uma doce fragrância. Suas pérolas cresciam maiores, e agora com Alura na região, tecer roupas com este tesouro natural se tornou fácil.

Mythro e os jovens místicos estavam completamente ornados com tais roupas. Uma camisa de algodão, como a do pequeno NOVA, provavelmente custava 7 milhões de gradães.

**

Antes de passar pelo clã das Bestas Aliadas, Mythro vai até o clã Espada sob o Sol. Ele precisava que a Pedra Coração Vulcânica fosse transportada com eles, e além disso, que Mirmo Mapok estivesse lá.

Entrando pelos portais feitos de pedra negra da montanha que protegia o clã Espada sob o Sol, o grupo do pequeno NOVA deixa todos de olhos arregalados e bocas no chão. A força da aura de todos esses seres celestes na região criava um ar supressivo que fazia até aqueles com maior cultivação achar que estavam na frente de alguém que não podia ser ofendido a custo algum.

Muitos olham para as máscaras ornadas. Alguns se perguntam porque o jovem time de expedição nunca veio a usar máscara alguma, mesmo sendo partes do time de Mythro.

Avançando pelas ruas, muitos chamam pelo nome do pequeno NOVA. As castas sob seu comando observam a comoção causada por seu Lorde, fascinados.

Finalmente chegando na Casa Maior, eles desmontam e Alura bate na porta, anunciando-o.

— Lorde Mythro está aqui, requisita audiência com o Ancião Mapok.

A doce voz da menina faz com que olhares desrespeitosos comecem a percorrer seu corpo. Mas com uma armadura completa que não acentua seu corpo como outras armaduras femininas, eles acabam perdendo o interesse no corpo e olham somente para a máscara, esperando que ela a remova.

Jock aparece com Juca, após saber que Mythro chegou acompanhado de outros 4.

— Ele nos traiu! — Juca grita.

— Não diga bobagens. Aqueles são os escravos que ele comprou.

— Aquelas armaduras, ele nunca fez armaduras como aquelas para nós.

— Antes ele não estava no segundo reino. Obviamente suas capacidades aumentaram. Além disso filho, nem com nosso dinheiro aquelas armaduras foram criadas, me diga exatamente como ele nos traiu?

— Porque eu, Lenlen, Sâmela, Sâmelo, Tobias e Maki somos o grupo de expedição dele.

— Ele disse que os deixou?

— Isso...

— Vamos esperar aqui.

“O que foi aquilo de Lorde Mythro?” — Jock pensa consigo mesmo.

As grandes portas da Casa Maior abrem. Oarâm e Flami recebem Mythro, seus rostos espelhando um recém-formado medo.

A aura que estava vazando desse pequeno grupo de pessoas não era normal! Principalmente da menina com máscara branca de aranha, e armadura vermelha que tinha pequenas serpentes elétricas dançando de vez em quando.

— Meu avô está lá em cima, ele tem convidados no momento. São Suta e Raico.

Grásio sobe pela perna do pequeno NOVA, e se enrola ao redor do pescoço. Não importa quantas vezes todos ali já tivessem visto o poder de crescer e diminuir da Serpente Jade Negra, todos ainda achavam aquilo surpreendente.

Odyel vai na frente, Arkab e Zara ficam na retaguarda e Alura permanece ao lado de Mythro. Uma escolta completa e bem guardada.

Oarâm e Flami esperam eles passarem para depois acompanhar. Geralmente os convidados seguem o anfitrião, mas os dois subconscientemente já esqueceram que estavam na própria casa.

Os degraus são facilmente vencidos, o cheiro de chá e petiscos já podem ser sentidos até mesmo por mortais. Suta e Raico estão sentados ao lado de Mirmo e Mirmo II.

— Jovem Sábio, há quanto tempo. Venha sente-se. Pedirei para Flami trazer mais cadeiras. — Mirmo é convidativo, e estende sua mão apontando uma cadeira ao lado de Raico.

— Não é preciso, minhas castas ficarão em pé enquanto conversamos.

Raico e Suta se olham. Castas?

— Você ousa trazer escravos para dentro da Casa Maior? — Mirmo II se levanta, sua voz mostra desprezo e raiva.

— Eles não são mais escravos.

— Claro que são. Foram leiloados e comprados. Isso é senso comum até para mortais mais informados.

Mythro tira a máscara.

— Vim hoje cumprir duas coisas. A primeira, trocar a Pedra. Segunda, desfazer nosso laço e despedir meus serviços do seu clã Mirmo II.

A temperatura da sala cai.



Comentários