Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 171: Ruínas Aquáticas(2)

Três dias se passaram enquanto Mythro e suas castas ficavam treinando a jovem geração das Bestas Aliadas. Originalmente eram só dois dias, mas Laudis Tong acabou pagando 50 bilhões a mais para que ele treinasse mais 3 jovens que ainda estavam no primeiro reino por mais uma noite. Claro que cada um dos jovens foram 15 bilhões.

A qualidade de treino dos jovens que tiveram a oportunidade de cultivar com o pequeno NOVA mudou completamente. Tinha um charme irresistível de se empenhar mais quando um “homem” como o Jovem Sábio do oeste dizia: Cultivem bem!

Com certeza os anciões e mestres do clã diziam coisas muito mais profundas e mais assertivas quanto a personalidades dos jovens. Mas infelizmente para eles, nenhum deles era um ser divino.

No final, 11 jovens foram treinados. Três dias com um dia valendo 50 bilhões... 245 bilhões ao todo foram feitos em três dias.

Isso era o lucro de um trimestre para um clã do oeste profundo.

Durante esse tempo, Alura e Laura se aproximaram. Elas treinavam, conversavam e brigavam sobre diferentes pontos de vista.

**

— Alura, vou sentir sua falta.

— Você fala muitas bobagens como uma gata doméstica, mas tem potencial para subir até o principado.

— Você já disse isso, por que não tenta dizer algo diferente?

— Talvez eu sinta sua falta. Mas será breve, você viverá no máximo 4 mil anos, eu serei quase eterna.

— Como assim?

—  Tempo médio de vida de um Príncipe é 4 mil anos.

— Eu sei, mas como você vai viver quase eternamente? Nem imperadores vivem tanto assim...

— Imperadores podem viver centenas de milhares de anos.

Mythro e os outros viam as meninas falarem. Laudis Tong também observava e se perguntava por que os termos estavam tão diferentes do que eles estavam acostumados.

— O que é um Príncipe, afinal? Principado é algo de nascença?

O jovem patriarca tenta encaixar na sua cabeça o que Principado poderia ser.

— Alguns nascem Príncipes.

Respondendo só isso, o pequeno NOVA se vira e começa a ir embora. Vendo Mythro se distanciar, Laura fica ansiosa e abraça Alura.

— Obrigado... Alura Boor...

A Pálida Júri se assusta. Se ela pudesse contar as pessoas na vida que lhe deram um abraço, foram seus pais e familiares, Mythro e agora, Laura Tigre. Sendo que o pequeno NOVA só a abraçou para arrastá-la enquanto ela era aleijada.

Um novo sentimento nasce no coração de Alura, desconhecido até mesmo por ela. Primeiro ela pensa sobre que tipo de karma isso poderia estar conectado. Essa menina mortal, frágil, que um dia ofendeu a ela e seu Lorde, agora estavam abraçadas e bem versadas na vida uma da outra.

Colocando um braço após o outro no dorso da jovem mulher, Alura consegue espremer algumas palavras.

— Foram interessantes, esses dias.

Laura Tigre se vira e olhando fundo nos olhos, embora ela não soubesse bem em quais dos quatro olhar. Ela chora e é visível que ela quer dizer muito mais.

Balacar guincha e Alura se solta da Princesa Coroada da Montanha do Tigre Branco. Deixando a menina para trás enquanto ela vai se aproximando dos portões que dão a eles saída do clã das Bestas Aliadas, ela se vira uma última vez e lança uma mensagem cósmica.

— Não morra tão cedo. Tenha certeza de levar mais a sério sua cultivação. Lembre-se que um Tigre, principalmente um poderoso Tigre Branco, é um predador do topo. Mas se você for morta... Te vingarei.

Uma risada sai de Laura. Que está com os olhos encharcados de lágrimas, seu rosto mostra o quão rápido seu coração bate.

— Um amigo é um irmão que não podemos segurar em casa, não é mesmo?

— Mm...

**

Dois meses se passam desde que o grupo de Mythro deixou o clã Bestas Aliadas. Eles estavam em uma região do oeste profundo onde apenas monstros com força do segundo estágio da Condensação de Anima conseguiam sobreviver.

Neste momento, Odyel batalhava com um macaco carnívoro. Um animal de três metros com braços fortes e pesados que deixavam a terra completamente arrasada depois que seus golpes a acertavam.

O lobo da armadura do Druida brilhava e quando ambos estavam se segurando pelos braços, buscando supremacia em força física, o animal se animava e mordia o rosto, garganta e olhos do macaco.

Não demora muito para que um golpe final seja desferido. Odyel poderia ter feito tudo mais rapidamente se lutasse com sua glaive dupla, mas inimigos para pôr a cultivação e artes em prática não vinham fácil. Muitos dos monstros e animais da região os evitavam, devido a forte aura que eles irradiavam em bando.

Suife trotava com força e batia com seus ossos celestes em uma matilha inteira de cães do mato.

Os animais usavam o poder do vento a seu favor para esconder seu cheiro, emboscadas e atacar vezes mais rápido.

Mas os movimentos do Cavalo Jade Negra Celeste não podiam ser vistos. Um coice era poderoso, mas tinha muitas aberturas. Isso claro, para equinos normais.

As pernas traseiras de Suife mal deixavam o chão e já retornavam. O Som de seus casos batendo nos cães do mato pareciam anúncio de chuva. Muitos explodiam ao toque, mas sendo uma espécie social, eles não deixariam de caçar o cavalo até que ele morresse, em vingança aos que foram mortos por ele.

O alpha dos cães do mato canaliza uma magia e lança diversas lâminas de vento contra Suife. Mas seu corpo se reveste com seus ossos indestrutíveis e impede que a lâmina rasgue sua carne. Mas o poder da lâmina ainda assim o faz ser arrastado por alguns metros.

Aproveitando da situação, quatro cães pulam usando forte Qi de vento em suas garras para cortar com mais facilidade.

Porém quem era Suife? Com um relincho, seu corpo musculoso cresce alguns centímetros, e uma onda de choque faz com que o vento ao redor seja dissipado. O Qi de vento na garra dos cães é varrida pela poderosa energia.

Se virando como um redemoinho, os animais são mortos ainda no ar. Cabeças e mandíbulas voam e batem nas árvores.

Tecendo mais uma magia, Suife prepara uma investida. Sua energia cósmica, que era negra como a de Mythro, cobre seu corpo e a imagem de diversos cavalos cavalgando ao seu lado é invocada.

Eles pisoteiam tudo na sua frente, os cães de matilha são jogados como pedras ao longe. O alpha vira para trás, mas ele apenas consegue ficar paralisado de medo. Pois uma serpente com uma boca de 2 metros está lá.

O cheiro forte de sangue faz parecer que aquela garganta era um túnel direto pro inferno. Sem saber para onde ir, o alpha fica imóvel.

Suife chega com sua cavalaria e bate seu chifre na boca do alpha. O golpe é tão forte que o monstro inteiro é jogado dentro da boca de Grásio. É possível ver a passagem do animal até a ponta da cauda da Serpente Jade Negra Celeste. Quando o cão do mato finalmente chega a ponta da cauda, Grásio chicoteia no chão sua cauda e sangue espirra por sua boca.

Uma morte violenta que amedronta os demais. Mas infelizmente, seus números já desceram ao nível de oferecer nenhum perigo.

Serpentes de energia nasciam ao redor do corpo do pequeno NOVA e lançavam flechas de arcos que outras serpentes seguravam.

Os irmãos Camilitiafso lançavam Qi de Espada que se transformava em bestas e aves. Alura prendia os que tentavam correr em uma cama de teias. Os que não percebiam os fatais fios eram cortados em pedaços.

Não se passa muito tempo até que tudo esteja quieto novamente. Mythro recolhe a grande quantidade de sangue e refina algumas armas. Adagas e bastões feitos de sangue. Os bastões podiam ser usados como bombas e as adagas podiam ferir e incapacitar.

— Finalmente chegamos. Você sente a Semente de Primeiro Véu, fazendo seu chamado?

— Sim, Lorde.

Em um pico, onde somente há um desfiladeiro dando diretamente para uma correnteza impiedosa. O grupo de Mythro para e observa o movimento das águas.

— Há um runa agindo como barreira para a passagem da água. Há algo subterrâneo ali.

O pequeno NOVA pula, e seguindo ele, o grupo inteiro salta do pico caindo um atrás do outro na mesma posição.

Usando uma magia aquática, Mythro canaliza a runa e uma passagem quadrada se torna visível no fundo do rio. Usando a runa de terra ele levanta a passagem e toma controle da runa aquática. A resistência em mudar de dono é notável, mas ela logo cede e desacelerando o rio, todos entram sem problemas.

Depois de cair por três minutos inteiros, eles começam a pular entre paredes para diminuir o impacto do salto e caem diretamente em um enorme salão.

O salão tinha 100 metros quadrados. Diversas imagens de baleias, golfinhos, serpentes marinhas, peixes de diversas cores e maravilhas aquáticas estão pintadas nas paredes. Há um pedestal no meio do salão, com um tablete de pedra com diversas linhas escritas. Mythro vai até lá e lê seu conteúdo.

Aqui, eu, Shoma Kuoz, declaro que ficará o legado do secto Plano Aquático. Muitos de nossos verdadeiros tesouros foram levados conosco para outro continente, pois não queríamos lutar a guerra perdida de Dominum.

Você, sozinho ou em grupo, que encontrou essa ruína pode ser provado em testes que deixamos para trás. Eles tem o objetivo de manter viva nossa glória nesse continente antes da Guerra que foi causada pela ganância dos Mor e dos Yulang.

Saiba que todos os anfitriões são culpados, e não devem ser completamente confiados. Existem deles hibernando em cavernas malignas, tomando vidas para prolongar a deles mesmos. Os sectos malignos foram compostos de lutar interna dentre eles mesmos, e nada garante que não exista plantas carnívoras no meio das boas mudas.

Existe um tesouro supremo deitado após o Mar da Baleia. Não sei quantos anos terão se passado até que este lugar seja descoberto, mas o que tem lá não deve ser tocado por seres menores do que na Sobreposição de Anima! Não jogue sua vida fora se não tem a força requerida, retorne o caminho, cultive e então teste sua fortuna!”



Comentários