Volume 1 – Arco 2
Capítulo 174: Lilati, a Vida(1)
— Meu Lorde, o que era aquela coisa? — Alura pergunta, com seu peito subindo e descendo buscando por ar freneticamente.
— Um fragmento de algo muito, muito grande. Maior até do que um ser divino nascido de um progenitor. Tomem seu tempo, eu sei muito bem que vocês sentiram uma opressão e supressão enorme dela. Ela é o ápice da majestade, assim como eu.
Os quatro ficam em silêncio por pequenos instantes antes de se sentar e meditar para livrar seus corpos das perturbações.
“O que será que ela está fazendo aqui? Embora ela seja só uma parte de três.”
— Não sei, Gornn. Mas forçaremos a resposta dela. Até mesmo eu consigo perceber que aquelas raízes foram majoritariamente movidas com o poder de uma Semente de Terceiro Véu. — Olhando friamente na direção em que a menina fugiu, Mythro murmura com raiva — Ela está usando a minha semente.
“Tome cuidado. A aura dela não estava normal, você precisará saber se ela ainda é “Sisimarpheli(Vida)”.
— Vida e morte no mesmo lugar... Os céus me permitiram matar as duas?
“Primeiro entenda porque ela está aqui. Matar ela não contribuirá em nada no seu caminho.”
— Existe um pecado por trás de todo prisioneiro no Ventre das Fadas. Os Boor por causa de Sheila. Os Yammir por consumirem o centro de diversos planetas, causando a destruição de diversos planetas habitados e encerrando até mesmo raças de existirem. Os Camilitiafso por serem guardas de infernos. Não duvido que exista raças e espécies fora no universo que façam pior, mas para as fadas terem prendido ela aqui...
“Os céus pregam peças cruéis até mesmo para seus mais fiéis servos. Lembre-se Mythro, aqueles que devem ser duvidados são sempre as fadas, e não os prisioneiros. As Luzes Corpóreas querem a submissão universal a seu jugo.”
O olhar forte que refletia no dourado dos olhos do pequeno NOVA recede um pouco. Ele respira se livrando de primeiros pensamentos de matar de vez a menina.
Olhando novamente para as peônias, Mythro segue até elas e toca na árvore. Fechando seus olhos ele começa a entender os mistérios por trás da árvore.
Não se passa muito tempo até que cada peônia começa a brilhar, e seguida das flores, as folhas que cada curvado galho carregava.
— Realmente... Somente ela para algo assim ser possível...
O blazar de Mythro ainda estava expandido com os 10 Cristais Ars, ele tinha um tamanho de 30 metros de largura ao todo. Um dos poderes do blazar era ver através das coisas e uma imagem aparecia na frente do pequeno NOVA, mostrando os mistérios do que era alvo.
Esse monte tinha apenas a árvore e as sete peônias na região de 100 metros. Mas na imagem que o blazar mostrava ao jovem sábio agora revelava que toda essa região tinha diversas formações e runas acumulando energia cósmica e vital alimentando diretamente as peônias, e as flores por sua vez alimentando a árvore.
— Tenho certeza que nem Kou Yulang poderia fazer algo assim. Principalmente na região das peônias, há palavras em “Ancestral Culto”. Não dá pra usar estas palavras mesmo se um for “Rar(divino)”. As palavras profundas da Língua Ancestral só podem ser usadas por aqueles que as refinaram em seus próprios Castio Tryid(Tríade Castelo). Para usar uma dessas palavras é necessário 10 mil anos de compreensão, e aqui tem facilmente 20 dessas runas...
Mythro corta seu dedo e escreve runas na língua ancestral. Suas luvas cósmicas aparecem e rapidamente Érebo pode ser visto as potencializando ainda mais.
Núbia, Suife e Grásio se colocam cada um em um lugar e protegem a região enquanto o pequeno NOVA refina a árvore e as peônias.
— Por sorte, quando ela fugiu ela perdeu controle dessas runas. Eu bati no dantian dela, causando a desconexão dela a este monte. — Mythro murmura enquanto a árvore e as peônias começam a tremer.
Raios de luz poderosos começam a emanar dos galhos. O tronco começa a crescer e se entortar alcançando mais de 6 metros, e ainda crescendo ele vai ficando mais e mais fino.
As peônias começam a flutuar e começam a girar ao redor da árvore. A parte branca começa a brilhar e linhas de energia começam a se conectar com cada peônia.
O blazar acima de Mythro descende e seus Cristais Ars começam a sair do grande farol. Como se os próprios Cristais fossem dedos, diversos movimentos começam a ser feitos por eles, em sinais de controle de canal.
O pequeno NOVA estava transformando a árvore e as peônias em uma arma! As runas no chão começam a emergir e dançar, neste momento os três companheiros que protegiam o refino de Mythro largam suas funções como protetores e simplesmente vão o ajudar.
Sangue espirra do corpo negro claro de Mythro. Uma pressão de majestade que nem mesmo ele podia suportar irrompe de 21 runas em meio as outras dezenas.
Alura, Odyel, Zara, Arkab e Balacar são jogados para fora, e na região de 100 metros uma barreira de luz branca separa a todos.
— Lorde!
A jovem Boor se desespera e se joga contra a barreira, mas quando seu corpo se encontra com a poderosa luz branca ela é jogada 20 metros para trás cuspindo sangue. Se Odyel e Zara não a tivessem segurado seu corpo teria se chocado contra um pedregulho e com certeza seus ferimentos teriam sido maiores.
— Fiquem ai! A formação feita para que as Peônias Sagradas de Aldelão pudessem nutrir a Afunda-Mundos é muito forte e profunda, somente seres divinos podem participar disso agora!
Todos tremem quando o nome “Afunda-Mundos” é mencionado.
— Aquela “Afundo-Mundos!?” — A jovem Boor repete em medo.
Os três não sabem do que Alura está falando.
— Guarde seu fôlego, não fosse pela armadura, você teria quebrado uns dois braços. — Zara tira de um saco azul uma pomada concentrada e passa em rasgos na carne de Alura.
A pomada é tão miraculosa que é possível ver ao olho nu sua pele se fechando.
— O que é uma “Afunda-Mundos”? — Arkab pergunta.
— Afunda-Mundos, Afunda-Mundos!
Odyel repete, igualmente amedrontado.
— Que porra é isso? Desembucha!
Zara deixa Alura encostada e puxa Odyel para cima pela garganta, irritada. Infelizmente para ela, fisicamente o Druida era mais forte e ele simplesmente pega em seus braços e os separa, a rendendo.
— Afunda-Mundos! Essa árvore cresce escondida em lugares de grande concentração de energia cósmica e vital, assim como... como aqui. Elas criam folhas que pesam mais de dezenas, centenas, milhares, milhões de quilos e começam a afundar a terra ao redor, eventualmente afundando até o centro do planeta e causando um colapso no núcleo e destruindo o lugar por inteiro. Nosso Lorde disse que as flores estavam na segunda terra, se a árvore estiver igualmente neste nível. Cada uma daquelas folhas deve pesar 500 quilos. Haviam sete delas, se nosso Lorde quiser refinar aquilo, ele terá que lidar com o peso delas enquanto conecta os canais as flores. Isso... Que tipo de arma ele irá criar?
— Quando o nosso Lorde disse que conseguia carregar? — Zara olha para a barreira de luz branca, o medo também consegue chegar em seu peito.
— 1,5 toneladas junto com a Perdição do Egito. 4 toneladas com Mer e Caos. — Odyel responde.
— Então vai tudo dar certo! São 7 folhas, são 3,5 toneladas. — Arkab responde, balançando os braços exageradamente, também muito preocupado.
— Quanto a própria árvore pesa? — Zara pergunta, seu peito se levantando para cima e para baixo em grandes bocados de ar.
— O dobro de todas as folhas juntas.
!!!
10,5 toneladas!
**
“Mythro, é melhor você usar tudo ou então não vai suportar o peso e os misticismos das runas!”
Sangue dourado e azul escorre por todo o corpo do pequeno NOVA, com o aviso de Gornn, ele finalmente incorpora a Perdição do Egito, e logo após sua armadura completa o reveste. As três Sereias de Tragédia saem de suas tranças e expandindo, elas suportam Mythro.
Gabriella abraça o braço esquerdo, Estela o braço direito, e Verônica suporta as costas.
Suife usa todo o poder de suas costas e empurra um lado da árvore. Grásio expande e se enrolando na árvore, também começa a puxar para cima.
Núbia cava ao redor da árvore, sendo ataca por runas que fazem seus ossos racharem. Mas ela não para! Ela não podia parar até que as raízes da árvore fossem desmembradas do solo.
Uma voz aparece no meio da labuta de todos eles, e ela ri e cantarola.
— Tolos, tolos! Nem mesmo eu pude tirar ela daí, essa arrombada já criou senciência perto da consciência, nem mesmo um NOVA com sangue Arfoziano pode liberar ela do chão. Ela me enganou direitinho fingindo estar fraca e precisando de alimento das runas ancestrais cultas! — Com um som de cuspir em desgosto, a voz da menina soa novamente em tom inquisitivo, mas ainda escarniante — Diga-me, como você conseguiu esse sangue Arfoziano? Com sua cultivação, você dificilmente mataria um Arfos e depravaria o sangue dele. Muito menos deixar a magia de seu sangue intacta para usá-la desta forma, até mesmo o blazar de um rairashi’rar te acompanha, como você fez isso NOVA? Diga antes de morrer, HAHAHAHA.
De maneira violenta, Mythro se vira para a runa que flutua perto dele e entra em seu NOVA Statum.
Seu corpo se transforma em um profundo dourado. Seus membros ficam em azul escuro metálico. Seus olhos se tornam faróis, um de cor preta e outro de cor branca, representando o seu Yin e Yang.
Um relâmpago aparece na frente de sua testa, e de suas extremidades fogo ruge eterno.
A runa começa a tremeluzir. Mythro a colhe em suas mãos e grita, com força de rasgar os céus:
— CHARSK SHAKAR! (FIQUE QUIETA!)
O poder colossal por de trás desse grito racha a runa e fora da barreira, é possível novamente ouvir os gritos da menina.
Deixando de segurar a árvore com uma de suas mãos, a pressão aumenta para os outros, mas logo depois de destruir a runa, estranhamente a árvore se solta mais rápido.
Com certeza a menina estava com planos de ser o terceiro grupo que se beneficia da luta entre os dois.
Querendo fazer um último puxão para tomar a árvore para si, Mythro invoca oito Caudas de Lança e rasgando a terra junto com um último golpe de Núbia, eles puxam a árvore para fora!