Volume 1 – Arco 2
Capítulo 182: Terceiro Estágio do Segundo Reino
— Me pergunto como devem estar as coisas lá em cima.
“Confusas. Seu tempo aqui já foi bem longo. Tem de retornar logo para ter certeza de que nada aconteceu com sua mãe, pai ou irmãos adotivos”.
— Sim.
Em cima de um galho, Mythro tem uma conversa mental com Gornn. Ele observa a todos lutando sobre grande pressão física.
Uma formação feita de diversas runas está acima de todos, forçando um peso maior do que simples cultivadores do segundo estágio da Condensação de Anima podem suportar. Já faziam exatos nove meses, logo, cada um deles estaria pronto para dar luz a seus próprios Semblante Espiritual.
“Já decidiu quem serão seus Cavaleiros?”
— Mais ou menos. Suife será “Guerra”, Núbia será “Fome”, Grásio será “Morte” e a Águia será “Peste”.
— Por quê a Águia será peste? Decida logo um nome para ela também!
Os Três Tesouros brilham na cabeça de Mythro, e a imagem ilusória de Lilati aparece.
— Bem... Yrvik. Um ser voando rapidamente por um clã ou secto invocando a peste. Fora que enquanto atacamos ele pode auxiliar rapidamente, em botes poderosos e rápidos.
— Yrvik? Hmph, bom nome.
“Agora você realmente tem o necessário para destruir um secto com um pequeno grupo. Onde seu carro de guerra passar, será realmente... o apocalipse.”
— E esses seres místicos? — Lilati se vira e olha para os jovens místicos lutando.
— Eles não podem lutar todas as minhas lutas. Tenho certeza que terei de enfrentar seres reinos acima, eles ainda não são capazes disso, mas um dia serão.
A formação de runas repentinamente se desfaz. Alura cai no chão e segura sua barriga.
— Alura vai ser a primeira.
Com um salto do galho, o jovem Hipernova cruza a distância de mais de 20 metros e para na frente de Alura.
Com seu Sr do lado, a Albina Júri logo se põe de pernas cruzadas e entra em respiração esotérica. Suas mãos se põem retas e horizontais a altura do seu peito.
As palmas estavam para cima. Mas depois de um conjunto de movimentos de respiração, ela abaixa as mãos virando as palmas para baixo.
Como se estivesse trazendo algo de dentro para fora. Os outros vão removendo sua armadura enquanto ela continua esses movimentos. Eventualmente, uma cicatriz espiritual é feita em sua barriga, tendo o seu umbigo como centro. Essa cicatriz era horizontal, e possuía leves zig-zags.
A cicatriz começa a abrir, e um profundo azul como-portal se abre. Um ser completamente feito de energia, grandemente pura, sai deste portal.
No rosto da menina Boor da para ver que isso não é um ritual qualquer. Prazer e dor se espelham em seu semblante. Uma dor física, um prazer anímico!
Com o bebê nas mãos, o portal vai se fechando e eventualmente conecta apenas uma linha de energia. Este era o cordão umbilical espiritual.
Gornn começa a falar na cabeça de Mythro, e pede para que ele repasse as palavras para Alura, e claro, todos que ali estavam e passariam pelo mesmo processo.
— A cultivação de um ser é a base do que ele acredita. Vocês montam um universo dentro de si, e regem um castelo que será até o fim dos dias seu. Quem entra, quem sai, o que entra ou sai, quem decidirá serão vocês. A condensação de anima é a metade do Primeiro Terço, e é aqui no meio do caminho que vocês devem refletir sobre que tipo de príncipes vocês serão. Pois o que vocês serão mudará tudo no tempo, espaço e memória...
Alura começa a olhar profundamente nos quatro olhos do ser a sua frente. É idêntico a ela, e seus olhos infantis tem um chamado que puxa sua alma à margem de tudo de seu ser.
A pergunta profunda que ela mesma não podia trazer à tona, estava agora na sua frente. Era ela e ela se olhando. O que se diz para si mesmo?
— Quando o seu Semblante Espiritual nascer, você se verá nas intenções mais puras. Você verá seus objetivos na sua forma mais crua. Enquanto ele cresce, se você não for fiel ao que acredita, verá também claramente nos olhos dele, a deturpação de seu Dao. Um Semblante Espiritual forte é um Semblante que não se deixa ser corrompido. Um Semblante puro pode ser invadido por mistérios externos, mas não quebra perante eles! Veja agora o que você diria a si mesmo, enquanto crescia, os erros que não teria cometido... As coisas que não teria dito a si mesmo pois sabia que você era impotente de muda-las.
Mythro começa a irradiar sua aura transbordante de Hipernova. E continua:
— Agora vocês podem! Até mesmo um mortal pode nascer duas vezes, quando sua resolução frente a vida muda. Nós, cultivadores temos uma experiência maior, mais mística e misteriosa. Quando vocês cortarem esse cordão umbilical, tenham certeza de deixarem para trás todas as coisas que impedem vocês de se tornarem mais de vocês mesmos. Respeitem sua exorbitante alma! Criem um casulo digno de recebê-la, assim seu Alcance Cósmico partilhará do Louvor da sua Vontade. A “Vontade” de um cultivador é “Inalcançável”, o caminho é infinito, e para trilhá-lo, uma vontade infinita é necessária! Primeiro a névoa, depois um rio, então a chuva. Tudo para que a árvore possa se erguer...
— ... Assim é também um Dao. Primeiro ele é uma névoa, indistinto é o que ele carrega, se é perigoso, ou bom, você terá que deixar seu coração te guiar, e abandonar os sentidos da carne. Dando voz a sua Vontade, alcançará o rio, e se essa vontade não for forte o suficiente, você morrerá afogado! Se for forte, você se tornará o rio! O rio volta aos céus como névoa, pois ele também se junta, assim no céu como na terra. Uma árvore eterna é abençoada por cima e por baixo. Assim é o Dao e a Vontade! Depois de andar cego ao que está na sua frente, depois de lutar contra o que está tentando lhe puxar para a morte, e superando-o, se tornar um com ele, se tornar ele e irrigar suas provações no seu ser. Somente assim um cultivador cresce, e pode se provar aos céus! Resistindo a tempestades e terremotos, tribulações e temporadas! Conquiste seu lugar, provando que merece viver! Viva de seus próprios frutos, pois você os planta! Isso é Dharma!
Depois de transmitir essas palavras, todos acabam entrando em trabalho de parto. Eles removem suas armaduras e começam a respiração esotérica.
Mythto acabou de aprofundar eles ainda mais no Primeiro Reino. O Semblante Cósmico é feito dos Asteroides, e os Asteroides são o a condensação pura do Primeiro Reino. Muitos saem do Segundo Reino sem se aprofundar nos seus reais mistérios, mas quanto de culpa eles teriam? Quem pensaria em se aprofundar em um reino já “conquistado”.
“Não se olha para trás ao trilhar o Dao” Com certeza esse é um pensamento correto, mas também não se ignora a sua fundação, o que lhe levou a caminhar nesse caminho. São os primeiros tijolos que sustentam o restante do castelo.
Alura encara a criança — a si mesma — por diversos minutos. Ela murmura:
— Alcance Cósmico... Louvor da Vontade... Juntos... Uma vontade sem limites, para um alcance ilimitado...
“Muito bem. Eles são ótimas sementes, principalmente Alura. Ela já está compreendendo os mistérios do primeiro terço”.
Um relincho soa. Através do seu augúrio, Mythro compreende que Suife estava passando pelo parto!
Quando todos os jovens místicos finalmente tem seus Semblantes Espirituais nascidos, runas misteriosas saem de seus corpos e dançam em meio a eles.
Alura, finalmente toma sua resolução e corta o cordão umbilical, esmagando a linha de energia em suas mãos. Uma energia poderosa irrompe de seu corpo e alumia a região. Seu Semblante Espiritual libera hinos que transcendem a mortalidade. Mythro conseguia ver através dos hinos de energia, imagens da vida da Albina Júri. Ela crescendo, sempre presa aos seus selos, necessitando ser cuidada como um paraplégico. Sua Vontade se materializava em meio a energia, que voltando ia ao seu corpo, trazendo a ela uma nova aura, uma nova certeza. Uma certeza que não seria apagada pelas tormentas, e que permaneceria em pé como uma eterna árvore, como uma chama indelével.
Eventualmente ela recolhe sua Imagem Viva(que é o Semblante Espiritual) e conclui sua ascensão para o terceiro estágio da Condensação de Anima!
Vendo que todos estavam meditando sobre suas próprias resoluções, e acertando o caminho de suas Cosmicidades. O jovem Hipernova vai atrás de Suife.
Núbia e Grásio já estavam observando tudo. Suife estava deitado no chão, levemente inclinado. A cicatriz nele era muito maior, devido ao seu porte.
A respiração do Cavalo Jade Negra Celeste é muito mais pesada que a dos outros. O portal dele se abre, e é uma negra passagem.
Um potro sai de lá, cambaleando. Ele para na frente de Suife. Um relincho fraco é tudo que ele extrai de sua recém garganta, mas o divino se apresenta mesmo assim.
O olhar não dura muito. Logo o potro se levanta e toma a mesma posição que Suife, e desaparece, sendo recolhido ao seu dantian.
Runas sagradas nascem por todo o corpo de Suife. Elas se intercalam e criam a imagem de um cavalo divino, grande e imponente. Se este lugar não fosse escondido dos céus, com certeza o mais sensacional ainda se apresentaria. O próprio Suife estava segurando os incríveis fenômenos de fazerem fanfarra.
Logo após Suife, foi Grásio. Cobras e serpentes não tinham placentas em si, então o nascimento seria diferente. Yibang e Yabang também, já que eram aves.
Uma cicatriz ainda assim foi criada na região baixa de Grásio, um ovo preto sai. Segundos após, como uma fruta descascada em seis pedaços, as cascas caem. Mas claro, como se tratava de um nascer espiritual, era mais apropriado dizer que as cascas se assemelhavam a uma lótus desabrochando, e lá dentro escondido estava uma pequena serpente.
Grásio abre sua boca, e a pequena serpente entra nela. Ela percorre todo o corpo dele, volta e fica olhando a todos, deitada na língua da Serpente Jade Negra Celeste.
Mythro sorri. Foi realmente bem diferente do que os outros.
Eventualmente, Grásio recolhe sua Imagem Viva e energia pura e sagrada banha seu corpo, junto com runas e a imagem de uma poderosa serpente se enrolando em mundos.
Logo, Yibang e Yabang também partem seus Semblantes Espirituais. A majestade do nascimento de seus Semblantes é menor, mas ainda assim trazem santidade aos quatro cantos.
No final, apenas Núbia e Mythro restam. Eles dois já estavam prontos.