Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 209: Dia de Casamento(1)

— Filho!

Baki se levanta rapidamente. Com quatro saltos-reação ela alcança a tropa de pessoas.

Sua Maestria na arte já estava em nível Perfeito.

(OBS: Existem normalmente 6 Maestrias: Comum, incomum, raro, extraordinário, perfeito e santo. Além delas existem as de artes que podem guiar a uma das leis do universo, mas isso só pode ser tocado após construir o Castelo por completo no quarto reino.)

— Mãe. Você começou a cultivar? Que surpresa.

Mythro desce de Suife, e seus passos que parecem serem curtos e manejados, o leva ao abraço de Baki.

Bijin chega logo após, ao seu lado estão os irmãos Camilitiafso. Arkab joga seu Qi de espada ao alto, que explode em um aviso aos dois que não estavam com eles.

— Comecei. Embora eu já seja velha e não possa cultivar tão rápido como os jovens. Espero que eu possa ver um pouco mais desta vida além de ficar sentada vendo e tocando só o que me é permitido.

— Que bom. Fico feliz que terei você ao meu lado por mais tempo. Você poderá se proteger também.

Um outro abraço os alcança, e desta vez é Bijin. Seu olhar feliz alegra até mesmo a cultivação de Mythro, pois seu Semblante consegue observar a mais pura alegria. Sem outras intenções ou agenda, apenas felicidade nascida das profundezas da anima de alguém.

— Sra, Mits está atrasada, mas veio conhecê-la.

— Espero que possa perdoar minha filha. Passamos por muito nos últimos anos, assim como vocês com esse jovenzinho.

Mits e Mitri dão passos a frente. O antigo Senhor da caça segura a mão de Mits com seu braço direito e punho na altura do peito.

A jovem Paschi ajuda ele a flutuar para não cair. Quando Bijin e Baki finalmente tem seus olhos tirados de Mythro, um choque de incredulidade as atacam.

— Esta é a minha nora?

— Vocês são mesmo um par feito pelos céus... Não deve existir alguém que faça mais jus a Mythro...

Arkab e Zara se curvam. Em particular, o jovem Arkab se mostra levemente temeroso.

O Terceiro Reino é um reino muito próximo da junção da alma a cultivação, então a alma vai ficando vezes mais forte em percepção.

Neste momento, o jovem Oni estava sentindo a pressão da força espiritual de Mits. Por ela ter subido um grande reino há não muito tempo atrás, seu controle sobre sua pressão espiritual ainda não havia sido aperfeiçoada.

Arkab, no entanto, é um ser que já tem bastante experiência de luta e foi infectado pela calma e controle dos outros ao seu redor, e consegue aos poucos se acostumar com a aura.

— Vamos para a fortaleza. Está chegando o dia de juntarmos os talentos das vilas e disseminar nossa cultura para todos. Meu casamento será daqui há 10 dias, diga que todos estão convidados. Após 7 dias de meu casamento, serão abertas as portas do nosso secto para os mortais.

Arkab e Zara consentem e tomam voo. Mythro e Mits voam de mãos dadas em direção a fortaleza/casa maior acompanhada de toda a tropa.

Bijin e Baki são levadas por Suife. O Hipocampo Real leva a Mitri.

**

— Então é o dia...

Mits está sentada, sozinha em uma das alas da fortaleza. Ela já está vestida em um belo vestido branco, com um símbolo oceânico, que, embora em branco também, se percebe seus contornos.

De repente, Mutima aparece. Ela abraça Mits e passa a mão no meio de seu peito, onde a imagem oceânica foi desenhada. Água multi-colorida emerge e pinta todo o vestido dela em arco-íris. Com exceção da imagem oceânica, que fica parte em branco e parte em vermelho.

— Lindíssima. Minha neta é a mulher mais bela deste quadrante, e de mil outros. Mas tome cuidado, e se fortaleça logo. Aqueles idiotas de Ravos vão tocar o foda-se assim que você concluir sua frase intra-reinal. Eles vão vir por você, oferecendo retorno ao nosso clã e etc. Fingindo serem boas pessoas em resgate de seus então tido como mortos parentes.

— A Sra me disse que há muito não aparece alguém com a Benção Própria de Cosmovisão. Mas a ponto de esqueceram nossos “pecados”. — Diz Mits, surpresa.

— Nossos tesouros são uma dádiva, entregues a nós pelo próprio mar... Por isso que está na hora de contar para você sobre como a nossa poderosa raça se ergueu. Uma mulher ravoniana não pode se casar sem saber de sua ascendência.

Mutima invoca a água multicolorida e a faz dançar acima das duas. Existia água multicolorida em seu vestido também, mas a que manobrava no alto fazia Mits se sentir nostálgica de uma maneira que ela jamais tinha antes sentido. Ela observa as cores alternantes e fantasia sobre como seria o Mar Arco-Íris.

— Ravos é nossa casa eterna. Mas antes dela tínhamos outra. Morávamos em um planeta chamado Mobra, e tivemos que sair por ele devido a situações sociais, morais e também de algo que podemos chamar de pecado das Seis Famílias. Os costumes se abrangiam em alimentação, preferências sociais, só casávamos entre nós mesmos e outras coisas. Um exemplo é o fato de não comermos carne, ou acreditarmos que nossas leis deveriam apenas serem consolidadas com o ponto de vista das seis virtudes cardeais, e que as famílias principais deveriam gravar e praticar essas virtudes. As leis eram antes de tudo, e são até hoje, mudadas ou estabelecidas dependendo principalmente de duas dessas Seis Virtudes: Cosmovisão e Cosmopolita. Existem algumas exceções, mas elas dependem do que está em jogo, ou do evento em particular.

A Deusa da Transformação inspira fundo. Após alguns segundos expira, como se não só estivesse pensando bem no que dizer a seguir, mas também suprimindo algumas memórias e sentimentos.

— As outras quatro virtudes são, Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça. Para manter a ordem e evitar corrupção, geralmente cada família casava com um par pré-definido. Geralmente estas quatro virtudes casavam entre si. Cosmovisão e a Cosmopolita casavam entre si, e isso nunca mudou. No entanto, em uma das guerras que Mobra teve com outro planeta, o casal Cosmo escolhido desta época foi dado todo o poder político para poderem comandar Mobra a vitória. No entanto, este casal se revelou tiranos. Eles colocaram em campo de batalha apenas aqueles fora das seis famílias, e isso gerou uma revolta não só das famílias normais, como também dentro das seis famílias. Após ganharmos a guerra, uma densa revolução política se seguiu, onde as famílias normais se uniram para pedir a expulsão das famílias Cosmo. Os anciãos Cosmo que estavam hibernando tiveram que se levantar para evitar que sangue fosse derramado, e através de diversas concessões, as famílias normais se acalmaram, mas uma rachadura na confiança já havia serpenteado. Quando entramos em guerra novamente, os anciãos das famílias normais aproveitaram que estávamos sem anciãos para poder interferir politicamente e forçaram apenas as seis famílias a lutarem. Naquela guerra, as seis famílias diminuíram 94% em população. 2 anos depois, as famílias normais tomaram o poder e mudaram nossas tradições. As seis famílias, sem voz ou poder político, ficaram enterradas, como uma mera relíquia do passado.

— Como deixaram isso acontecer? Porque nunca ouvi falar de Mobra antes?

Mutima levantou a mão, pedindo para que ela aguardasse. Mits engoliu as dúvidas e se acalmou novamente, mesmo que sua mente estivesse explodindo em especulações.

— Com sorte, um dos nossos conseguiu se tornar um Imperador, e nos tirou do planeta após oferecer todas as riquezas que os clãs tinham acumulados em milênios. Levamos apenas nossas heranças mais definitivas. As Seis Esferas dos Antepassados. Essas esferas eram passadas em diante de casal para casal pré-definido para que suas cultivações fossem rápidas e mais fortes do que as de qualquer outro mortal. Meu tataravô, o Imperador que tirou a gente de lá, quando ganhou poderes e compreensões o suficiente para poder desafiar a divindade, decidiu que era melhor apagar todas as lembranças que estavam ali até então. Ele suspeitava que uma das esferas estivesse corrompida, e afetando as outras. Após vagarem muitos anos pelas estrelas, eles entraram no quadrante que atualmente estamos. Por termos um imperador tão próximo a divindade, nos foi permitido habitar um planeta que não era lá essas coisas, afastado dos planetas principais deles. É descrito que muitos dos viajantes que passavam por aquele planeta usavam-no de estoque de carne, frutas, ervas medicinais e água. Diziam em particular que a água era estranhamente doce, e os animais possuíam carne de gosto tão distinto e intenso que o planeta quase foi colocado em extinção de recursos algumas vezes. Quando nos instalamos, eles pararam de vir em respeito a nossa situação, e também claro, ao fato de o lugar estar praticamente drenado até a secura. Depois de alguns meses, a flora e fauna do lugar começou a mudar. Nós não comíamos carne, por isso os animais se aproximavam sem medo, pois não tínhamos o olhar carnívoro, ou o histórico. Quando derrubávamos árvores, plantávamos outras, quando colhíamos frutas, plantávamos as sementes, e assim em diante. Nós devolvíamos a natureza tudo que nos era dado. E então um dia, um ser multi-colorido apareceu, nos prometendo tudo, a um certo custo.

Mutima para um pouco após um longo monólogo. Ela olha nos olhos de Mits, e suas mentes viajam para um lugar distante, além do quadrante das areias douradas.

— Ravos, a encarnação de todas as cores. Assim o chamamos. Não sabemos se ele é um nascido deus, ou outra coisa. Todo ser que já atingiu a Divindade tem a oportunidade de conversar com ele. Eu, no entanto, trai o tratado ao me casar e não apresentar a ele meu esposo. Por isso, quando alcancei o Ain Soph Aur eu não o encontrei novamente. Ravos primeiro apareceu para Maray, minha irmã mais velha. Ele pediu para que ela levasse nosso líder no Grande Mar Seco.



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