Volume 1 – Arco 2
Capítulo 215: O Grande Secto do Oeste de Fora, Gruta do Paraíso(1)
Por mais de uma hora, mas não mais que duas. O Patriarca da Tempestade de Relâmpagos trouxe diversos pensamentos e possibilidades para o casal mais famoso de todo o oeste.
Por mais que Mythro já pudesse oferecer respostas quanto a contrato e colaborações de maneira habilidosa, não só devido a suas memórias raciais, mas por ter Gornn consigo o tempo todo, ele pediu para que a Tempestade de Relâmpagos aguardasse 3 meses para que ele considerasse tudo juntamente as necessidades que seriam trazidas à tona com a abertura de recrutamento que aconteceria em uma semana.
Após terminar a conversa, Mythro e Mits fazem a Dança Matrimonial Divina. Encantando a todos os convidados.
— Foi um prazer receber todos aqui hoje. Eu e minha Sra temos muito o que preparar para que nossos portões acomodem, na próxima vez que forem abertos, milhares de potenciais discípulos e parceiros para esta cidade maravilhosa. Todos são bem-vindos a tentar, portanto que tenham entre 8 até 44 anos! Sendo que falta de talento é algo que não os impedirá de se tornarem a espada e o escudo da Gruta do Paraíso! Venham com corações determinados, e mostrem-nos grande desejo em proteger tudo o que lhes é querido, e tenho certeza de que terão lugares ao meu lado quando eu apontar minha lança ao norte e ao sul!
Homens e mulheres, crianças e até mesmo animais gritam fortemente com esta revelação. Muitos já começam a sonhar em poder chamar de lar a cidade maravilhosa em que eles estavam presentes.
O pátio principal seria um local de comércio, mas em regiões mais profundas, ou então indo para a esquerda ou direita por algum tempo, lotes para residência existiam. O prospecto de morar em uma cidade com um dos sectos mais poderosos do Oeste ao lado faz com que muitos comecem a desejar ir para casa treinar e estudar para aumentar as chances de poderem serem discípulos do Secto Gruta do Paraíso.
Comerciantes pensam em vender tudo que tinham para garantir um lugar nos prédios comerciais.
— Aqueles das vilas e cidades do Oeste de Fora serão os primeiros, seguidos por aqueles do Meio-Oeste, e o Oeste profundo. As taxas serão respectivamente, 20 gradães, 45 gradães e 120 gradães. Aqueles que forem de rua, ou nômades, poderão ter a oportunidade gratuita para inscrição ao teste. Claro, saberemos se for verdade ou mentira.
Alguns reclamam, mas muitos concordam com a taxação progressiva conforme a situação socioeconômica de cada região.
— Eu e Mits, receberemos pedidos para Armamentos Rúnicos, Desenhos de Efeito, Revestimentos Fantasia de categoria militar e pílulas de todas as categorias também. Começaremos a responder essas comissões dois meses depois que o secto for aberto. Aqueles que passarem, já serão encaminhados a suas respectivas acomodações e área de cultivação, então estejam prontos a ter de ficar no mínimo 1 ano recluso sem poder sair do secto! Novamente, agradeço a todos!
Mythro pega na mão de Mits e ambos voam para o fundo da montanha.
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Os três dias de festa logo passaram. E foram necessários dois dias limpando para que tudo estivesse impecável para a recepção da futura primeira geração de discípulos do secto Gruta do Paraíso. E este dia finalmente chegou.
Diversas formações e funcionários trabalhavam em conjunto. As muralhas já estavam lotadas do lado de fora.
Diversos comércios de roupas, comida, alguns minérios entre outros tipos, se alinhavam fazendo uma pequena feira.
Peças teatrais eram erguidas. Chamavam a atenção daqueles que não participariam dos testes, para poderem aguardar seus descendentes, esposos, esposas, ou até mesmo seus pais e mães, os convidando a se entreterem até que eles voltassem vitoriosos.
Diversos sectos e clãs iam pelos transportadores de conveniência. E devido ao alto fluxo, até mesmo eles não estavam tão convenientes.
Eles vieram ver que tipos de discípulos iriam ser aceitos. Escoltar o potencial de um secto recém erguido era necessário. Pois sendo este, casa de diversos anciões, e dois indivíduos com poderes na casa de Reis (pelo que eles sabem). Era preciso ver que tipo de nível eles estariam a curto e longe prazo.
Mais de 10 mil pessoas estavam aguardando nas filas. Existia uma primeira triagem, onde era possível para o candidato escolher se ele queria ser um guerreiro, artesão, alquimista, mestre de formação e arranjo ou deixar o secto o colocar no que lhe parecia ser mais adequado.
No mundo da cultivação, com certeza existiam muitas mais vertentes. Mas Mythro e seus líderes de casta não teriam tanto tempo assim. Ensinar alguns antigos professores das vilas já custariam a eles muito tempo e recursos.
Mas dentro dessas linhas existiriam ramificações. Algo que Mythro acha muito útil e até o momento não viu sendo aplicado em todo o Octógono foi o uso de talismãs.
Eles são da vertente de Revestimento Fantasia, ou seja, um dos domínios dos artesãos.
Em alquimia, não somente pílulas existiam. Também havia poções, bolas de mascar, e tatuagens medicinais.
As vantagens de incluir isso na cultura de cultivo do Óctogono seriam diversas. Financeiramente, militarmente, politicamente...
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— Sr Ariã! Será que conseguirei ver o jovem mestre hoje?
— Mythro me disse que iria supervisionar as duas primeiras semanas... Talvez consigamos o ver.
Ariã Moct era um dos veteranos que ficavam no Salão das Artes Marciais da Vila Chamto. Por ter um relacionamento bom com os Urto e com Mythro, lhe foi conferido a gerência para cuidar daqueles que não tivessem condições para pagar pela inscrição, mas queriam aplicar ao teste.
Neste momento, ele estava com alguém que Mythro encontrou anos atrás, e trocou um Coração de Trovão (minério de segunda terra/terceiro reino) por uma ajuda a sua mãe.
Este menino estava andando com alguns lobos, bem grandes. Dois deles de 2 metros e 50cm em média, e três deles com 1 metro e 80 e média. Sendo que um deles era um pouco maior e mais parrudo.
Estes eram os lobos que Mythro encontrou há muito tempo, após ter fugido da vila Chamto devido a uma discussão e leve embate com um dos moradores.
[OBS: O menino é citado no cap 136-137. Os lobos do 50-51, e novamente no cap 136.]
Mythro não perguntou o nome do menino, devido a ser um encontro um tanto casual. Ele se chama Mallu, Mallu Ian.
Em cima de um dos lobos de 2 metros, estava uma Sra. Era a mãe de Mallu, Iamanda Ian.
Ela tinha um sorriso esperançoso no rosto. Seu filho sempre quis ser um cultivador, e embora pudesse tentar começar sozinho. Havia muitos perigos sendo alguém sem instrução ou recursos.
Mas isso tudo podia mudar hoje.
Após Grásio ter recuperado seus canais enérgicos, ela conseguiu voltar a trabalhar. Mas por ter tido a doença por muito tempo, ela não conseguia labutar o mês inteiro, as vezes trabalhava uma semana para ter que descansar as outras três.
Embora sua condição melhorasse conforme os meses se passassem. O dinheiro só era o suficiente para manter ela e seu filho vivos. Mais nada.
Até ficar em uma das vilas não era possível. Devido ao alto fluxo de refugiado, os preços de acomodação aumentaram mais de uma vez, forçando-os a construírem um barraco de madeira e pano. E isso ainda com a ajuda de outros.
Viviam as margens da vila, perto de um riacho. E quando não tinham dinheiro para comida, Mallu colhia frutas, e alguns tomates que eles conseguiram plantar.
Os lobos, embora muito afeiçoados aos dois humanos. Detinham uma estranha postura quanto no que ajudar.
Não traziam caça alguma a eles, mas as vezes que eles tentaram ser atacados por bandidos e outros animais, sempre os ajudaram.
Isso fez com que outros, em similares condições, ficassem perto deles. O que construiu uma pequena comunidade.
Alguns até deificavam os lobos, e os seus mensageiros.
Existia uma triagem especifica só para aqueles que não pagariam a inscrição. Já que o pagamento da inscrição também era feito na triagem.
Ao chegar na barraca, cinco atendentes estavam de prontidão.
— Sr Ariã! Bem-vindo. Já atendemos 2347 pessoas no nosso setor...
— Mm. Excelente. Algum infrator?
— Não! Todos de fato não tinham condição, e eram pessoas que, em maioria, nem constavam nos documentos de registro de pessoa. Os que constavam já estavam há anos sem pagar qualquer tipo de imposto, e nada vinculado a seus nomes. Teve um que a pouco ficou em condição de rua...
O supervisor da barraca começa a passar algumas informações para Ariã.
— Certo. Vamos passar este menino agora, ele é um conhecido de Mythro. Se for possível, fale para Odyel o levar a ele depois.
— Sim, Sr! Venha, pequeno, qual seu nome?
— Cara eu já tenho 13 anos, qualé? — Mallu diz, irritado.
— Olha a boca, Mallu!
A mãe de Mallu desce do lobo e pressiona sua orelha levemente. O garoto faz bico e vai até um assento.
— Haha! Mallu. Eu sou o Winston. O teste passa por três verificações físicas. Nessa cadeira tem um Revestimento Fantasia que analisa se seus canais enérgicos possuem algum tipo de obstrução. Eu vou precisar que você absorva a energia que tem nessa pérola enquanto isso, okay?
— Okay, tá bom.
Winston se move, e passando os dedos em um desenho no dorso do apoio das costas da cadeira, ela começa a brilhar fracamente. Ele saca uma pérola de energia, que estava em seu bolso, e a dá na mão de Mallu.
— Como faço para absorver? Eu sei que tem energia aqui, e até mesmo sinto ela fazendo meu braço formigar. Mas como sei que ela está entrando no meu corpo porque eu quero?
Winston sorri e começa a dar instruções de como absorver a energia na pérola. E como ele se sentirá quando puder controlar a energia entrando no seu corpo.