Soul Eye Brasileira

Autor(a): ReaderBecameWriter

Revisão: Blame


Volume 2

Capítulo 67: O que faremos com ela?

Meimei sentiu como se estivesse em um filme de terror. Num momento, o assassino está longe. No outro, está na sua frente.

No susto, ela rapidamente se virou e começou a correr para o lado oposto, em direção à casa. Mas antes que ela pudesse correr alguns metros, uma mão agarrou seu pulso esquerdo.

Com medo, ela começou a gritar e tentou soltar a sua mão arranhando e socando a mão de Baijian, mas não conseguia.

Depois de tentar por um tempo, ela se cansou e parou. Por fim, se sentou no chão e começou a chorar.

Nesse momento, Meimei escutou:

“Porque você está fazendo isso?”

Meimei parou de chorar, levantou a cabeça e olhou para o rosto inexpressivo de Baijian. Ao ver seu rosto inexpressivo, Meimei se sentiu horrorizada e falou enquanto soluçava:

“Obviamente porque não quero morrer.”

Baijian perguntou então:

“E o que isso tem a ver?”

Enquanto soluçava, Meimei respondeu:

“Você vai me matar e eu não quero morrer.”

Surpreso, Baijian soltou uma pequena exclamação:

“Oh.”

Sua expressão de surpresa foi extremamente rápida, mas Meimei conseguiu ver já que ela estava olhando fixamente.

Baijian voltou a perguntar:

“Você pensa que eu vou te matar?”

Ligeiramente surpresa, e se sentindo um pouco esperançosa, Meimei respondeu:

“E não vai?”

Com sua normal expressão indiferente, Baijian respondeu com uma pergunta:

“E porque eu te mataria?”

Meimei respondeu quase que instantaneamente:

“Eu sou uma testemunha. Quando alguém comete um crime, não se deve deixar testemunhas… Como eu sou uma testemunha, e você um assassino, você obviamente deveria me matar.”

Meimei parecia bem mais calma agora.

Quanto a isso, Baijian já sabia. Ele só perguntou para acalmá-la. Fazendo isso dessa forma, ele está demonstrando que “não sabe” sobre isso, o que vai fazê-la se acalmar mais facilmente.

Afinal, se o assassino não sabe porque uma testemunha está com tanto medo, é porque nunca passou pela cabeça dele em matá-la…

Ou é assim que ela inconscientemente pensou, fazendo-a se sentir mais calma.

Em silêncio por alguns segundos, ele falou:

“Eu não vou te matar.”

Suspeita, Meimei estreitou seus lindos olhos e perguntou:

“Então o que você vai fazer?”

Ele bloqueou o caminho de fuga dela. Se não vai matá-la, o que ele quer com ela?

Baijian não respondeu à pergunta, e simplesmente falou:

“Eu quero que me siga.”

Surpresa, Meimei perguntou:

“Para dentro da mansão?”

Vendo Baijian assentindo, ela perguntou novamente:

“Mas porque devo ir lá?”

Baijian simplesmente respondeu:

“Me siga e verá.”

Sem outra alternativa, ela só podia assentir lentamente e perguntar:

“Se eu negar ir, você me deixará sair?”

Baijian balançou a cabeça em negação, e ela finalmente suspirou e concordou.

Se levantando do chão, ela seguiu Baijian que começou lentamente a andar em direção à mansão.

Eles entraram na mansão, e Baijian andou silenciosamente pelos corredores. Abrindo uma porta, eles entraram num quarto.

Parecia ser o quarto de alguém, já que tinha uma cama. Assim que viu a cama, Meimei tremeu e murmurou:

“O que ele vai fazer comigo?”

Baijian escutou, mas não respondeu à ela, e simplesmente andou para um lado do quarto. Meimei seguiu o olhar para a direção que ele estava andando e viu uma parede rasgada aberta, e uma escadaria para baixo.

Chocada, ela seguiu atrás enquanto Baijian descia as escadas.

Assim que chegou ao fim da escadaria, uma porta quebrada apareceu.

Do ângulo que ela estava, só dava para saber que a porta foi quebrada quase aberta, ainda não podendo ver o que tinha dentro.

Baijian se moveu em direção à porta, e Meimei seguiu silenciosamente logo atrás.

Ela entrou no quarto, e assim que viu o que tinha dentro, soltou um grito e caiu no chão.

Seu rosto ficou tão pálido quanto papel, e seus olhos começaram a brilhar com lágrimas. Sua mente ficou totalmente em branco enquanto via o que estava no quarto…

Ela estava aterrorizada, mais aterrorizada que antes, pois do outro lado da porta tinha uma sala. Essa sala era enorme, e tinha muitas mesas de madeira.

Mas o que a deixou horrorizada obviamente não foi isso, e sim o que estava em cima dessas mesas de madeira, e por todo o quarto.

Haviam corpos sangrando por todo o lugar!

Muitos corpos, e o sangue estava espirrado por toda a sala. Devia ter mais de dez mesas e o mesmo número de cadáveres.

Os cadáveres variam de mulheres, crianças, homens, velhos…

Em um lado das paredes da sala havia corpos pendurados, em outro lado, várias estantes com muitos vidros cheios de diferentes órgãos.

O lugar inteiro fedia terrivelmente, e estava cheio de sangue nas paredes, no chão…

Tinha sangue até no teto.

Esse lugar era basicamente um inferno cheio de sangue, fedendo a corpos em decomposição e cheio de coisas que davam nó no estômago de Meimei.

Baijian parecia não se importar com tudo isso. Enquanto a menina estava aterrorizada na porta do quarto, ele se moveu pelo lugar e começou a examinar tudo.

Então ele chegou a um canto do quarto e encontrou um caldeirão de um metro de diâmetro e um metro de altura.

Olhando para o caldeirão de todos os lados, ele murmurou:

“Então era aqui que ele fazia as pastas e comprimidos…”

Foi então que Meimei se levantou e gritou para Baijian:

“Seu monstro, como pôde matar todas essas pessoas… Você é doente.”

Baijian, que estava olhando para o caldeirão, virou o rosto para a menina e respondeu indiferentemente:

“Pensei que fosse inteligente.”

Ele não olhou mais para ela, e voltou a observar o caldeirão. O caldeirão era vermelho, e tinha alguns desenhos.

Baijian ficou o observando por um tempo em silêncio.

Depois que foi insultada de tal forma por Baijian, Meimei ficou furiosa, mas assim que olhou novamente para o quarto, ela ficou de lado na porta, e se esforçou o máximo possível para não olhar para os cadáveres.

Fechando os olhos, ela respirou fundo e falou depois de um tempo:

“Me desculpa, eu entrei em pânico.”

Ela estava totalmente em pânico. Ao ver tanta carnificina, para uma menina delicada de 14 anos, foi um enorme choque.

Ela tentou várias vezes não vomitar, e mesmo agora seu estômago está revirando.

Por ter entrado em pânico, ao lembrar de Baijian matando o velho, ver todos esses cadáveres, e observar o quão indiferente é Baijian andando por esse quarto, ela inconscientemente ligou tudo junto, como se fosse ele quem fez isso tudo.

Mas ela obviamente não é burra.

Baijian invadiu o lugar, quebrou a porta, e matou um velho que já estava dentro que tentou fugir.

Obviamente a pessoa que fez isso tudo foi o velho.

Meimei ficou parada na porta, enquanto observava Baijian agachado examinando o grande caldeirão.

Nesse momento, ela estava empilhando muitas perguntas na sua mente, incrivelmente curiosa sobre tudo isso.

Só tendo perguntas na cabeça, ela não conseguiu se segurar por muito tempo antes de perguntar:

“O que é esse quarto?”

Baijian se levantou e começou a sair do quarto. Quando chegou em frente à Meimei, ele respondeu:

“Comprimidos.”

Sem entender, Meimei perguntou rapidamente:

“Como assim?”

Olhando de lado para a menina, Baijian respondeu:

“O velho esquartejava as pessoas e roubava seus órgãos para fabricar comprimidos.”

Os olhos de Meimei se alargaram e ela perguntou com rapidez:

“Tem como fazer remédios a partir de órgãos de pessoas?”

Baijian assentiu e explicou:

“Ele adquiriu um legado sobre comprimidos. Esse velho tem existido por 200 anos. Usando esse legado, ele criava um remédio que necessitava da morte de milhares de pessoas. Esse remédio podia ser usado para dar mais anos de vida para as pessoas que consumissem.”

“Mas isso obviamente tem fim. Ele provavelmente só poderia tomar mais um comprimido… No final, tal coisa não pode dar a verdadeira imortalidade perante o tempo.”

Meimei escutou tudo em silêncio, e quanto mais ouvia, mais confusa se sentia. É como se a resposta para a pergunta só criasse mais perguntas na sua mente.

Baijian não a deixou perguntar mais, e simplesmente falou:

“Não pergunte mais, me siga.”

Em silêncio, ela novamente voltou a segui-lo. Os dois foram para fora da casa. Os dois pularam o muro, e então começaram a andar pelas ruas.

Assim que chegaram em uma rua movimentada, Baijian esperou por alguns minutos e um táxi apareceu.

O tempo inteiro, Meimei ficou calada.

Os dois entraram no táxi, e Baijian pediu para o motorista os levar para sua casa. Meimei ainda não falou nada e simplesmente ficou lá calada.

Depois de alguns minutos dirigindo, eles pararam em frente à entrada de uma mansão. Baijian pagou o motorista e entrou pelos portões da mansão usando uma chave.

Meimei seguiu logo atrás.

Eles andaram até a porta da mansão. A porta de repente se abriu, e um homem de meia idade apareceu.

Assim que viu Baijian, o homem sorriu, mas assim que viu a menina atrás dele, ficou confuso e perguntou:

“Baijian, ela é…?”

Baijian respondeu indiferentemente enquanto entrava na casa:

“Eu não sei o nome dela.”

Chocado, Ye Hong perguntou ligeiramente gago:

“Então porque você a trouxe?”

Dentro da casa, Baijian respondeu:

“Ela viu o que não deveria ter visto, e como nunca passei por tal situação, não sei o que fazer. Me ajuda a pensar no que fazer.”

Ele então se sentou no sofá da sala, e Ye Hong a convidou para entrar. Assim que entrou na sala, Meimei se sentou alguns centímetros longe de Baijian e Ye Hong se sentou num assento lateral.

Ele ficou em silêncio por um tempo, pensando:

“Que menina linda. Não consegui ver direito lá fora já que estava escuro, mas ela é uma beleza perfeita.”

Depois de alguns segundos, ele perguntou para a menina:

“Qual o seu nome?”

A menina respondeu em voz baixa:

“Xu Mei, mas todos me chamam de Meimei desde pequena.”

Surpreso, Ye Hong pensou:

“Xu?”

Depois de passar a surpresa, ele perguntou:

“Meimei, o que aconteceu?”

A menina parecia hesitar, mas no final não respondeu. Vendo isso, Ye Hong se virou para Baijian e perguntou:

“O que houve?”

Baijian respondeu indiferentemente:

“Ela me viu matando o velho.”

Ele então não pagou mais atenção para Ye Hong, e puxou o celular.

Depois de mexer um pouco, o celular brilhou. Na frente de Baijian, um pequeno caldeirão apareceu de repente.

Mordendo o dedo, Baijian pingou o sangue no caldeirão. O caldeirão brilhou, e se transformou em um pequeno anel. Pegando o anel, Baijian o encostou no que já tinha em seu dedo, e assim que se tocaram, eles se fundiram.

Depois que os anéis se fundiram, Baijian fechou os olhos e ficou lá sentado no sofá em silêncio.

Meimei observou tudo em completo choque, e Ye Hong esperou que ele terminasse antes de falar:

“Então você tinha que matar um velho?”

Ainda com olhos fechados, Baijian respondeu:

“Sim, ele tinha uma pequena passagem secreta dentro do quarto em que dormia. Lá, tinha uma escadaria para baixo onde tinha um quarto secreto, ele estripava muitas pessoas e retirava seus órgãos. Também era lá que ele os refinava.”

Ao escutar Baijian falando tão indiferentemente sobre isso, Meimei estremeceu, se lembrando da cena de mais cedo, mas Ye Hong não parecia afetado já que perguntou:

“Ele refinava órgãos para que?”

Abrindo os olhos, Baijian respondeu lentamente:

“Ele tinha um legado de Alquimia. Ainda não tive a chance de analisá-lo por completo, mas dentro tinha informações sobre uma pílula chamada: Dez Mil Órgãos Temporais. Para fazê-la, tem que reunir diferentes órgãos de diferentes pessoas, de diferentes idades, de diferentes sexos, e refina-los todos em uma única pílula.”

“O efeito é um rejuvenescimento do corpo. Só que essa pílula só pode ser usada duas vezes por pessoa. Eu acho que ele já deve ter usado uma vez antes, então provavelmente só poderia usar mais uma.”

Chocado, Ye Hong perguntou:

“Ele era muito forte?”

Baijian ficou em silêncio por um tempo antes de responder:

“Eu não sei. Eu passei muito anos dormindo, então não tenho experiência suficiente para medir forças. Mas se for em questão de força física pura, ele era apenas um pouquinho mais fraco que eu. Para matá-lo, tive que subjuga-lo usando minha habilidade com a espada.”

“Eu não queria que fosse muito fácil, então usei um galho, mas com o galho foi só um pouquinho mais difícil.”

“Ele era bem esperto, e dava ataques surpresas. Na verdade, assim que percebeu o quão forte eu era, ele começou a fugir.”

Ponderando por um tempo, Ye Hong falou:

“Então ele deveria estar em Construção Corporal. A força que eu consegui quando cheguei até o fim do meu Temperamento Corporal foi pouco mais de três toneladas. Você tem mais do que três toneladas, então se ele era um pouco mais fraco, muito provavelmente ele estava em Construção Corporal.”

O que Ye Hong não sabia, é que em Temperamento Corporal ele só conseguiu três toneladas no final por causa do guia da mãe de Baijian. Junto com seus treinos usando a gravidade, e seu cultivo diligente, ele conseguiu essa força.

Até porque, para pessoas sem um guia tão detalhado quanto o da mãe de Baijian, e sem o aparelho de gravidade, a menos que elas fossem muito talentosas, elas conseguiriam no máximo duas toneladas de força ao fim de Temperamento Corporal.

Durante o Temperamento Corporal, a força física aumenta muito, mas durante a Construção Corporal, a força física não aumenta tanto.

Baijian novamente fechou os olhos, e Ye Hong falou com um sorriso:

“Eu estou realmente curioso para saber o quão forte você ficará no final do Temperamento Corporal. Dez anos atrás, quando você foi dormir, com um corpo de uma criança de quatro anos você já tinha 800 kg de força. Só de crescer você já chegou a mais de três toneladas de força. Você mal começou o Temperamento Corporal, então sua força vai melhorar muito ainda. Estou bem curioso para até onde você vai chegar.”

Baijian não falou mais nada. Depois de o ver sem responder, Ye Hong ia se levantar para ir fazer outra coisa, mas então ficou chocado.

Ele olhou para o lado e viu Meimei ali olhando para ele com olhos brilhantes.

Soltando um pequeno grito de surpresa, ele falou no susto:

“Esqueci completamente de você.”

Baijian falou nesse momento:

“Descuidado.”

Sorrindo ironicamente, Ye Hong respondeu:

“Se você sabia que ela estava aqui, porque não me parou?”

Baijian simplesmente retrucou:

“Foi você quem falou demais.”

Ye Hong riu para esconder seu embaraço:

“Hahaha, eu estava tão concentrado na nossa conversa que esqueci dela completamente.”

Ele então pausou e falou confusamente:

“O que faremos com ela?”



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