A Lenda do Destruidor Brasileira

Autor(a): Pedro Tibulo Carvalho


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 34: Embate de bestas, parte 1: O prodígio, o protetor e o mais forte

— Eu vou primeiro… — disse Rino, retirando o colete de couro que tinha enquanto vigiava a postura de Ethan. — Conserve sua força, Leão. Se ele for realmente o aprendiz daquele homem, vai precisar de tudo o que conseguir.

Cansado de esperar, avançou, mudando a postura. O aço se chocou com o chifre de novo e de novo, o som e as faíscas criavam um espetáculo desagradável para alguém normal… mas perfeito para si. 

Foi quando o Bestial começou a usar os braços que teve problemas para desviar e bloquear. Os ataques dele eram fortes, estando no mesmo nível que os seus.

“Ele é forte, mas seus ataques são fáceis de ver…” Sorriu e então desviou para a esquerda, aproveitando da posição precária do adversário, cravou a Bento no lado e, com um puxão… — Andorinha raivosa! E Pendulo inverso!

Após puxar a lâmina enquanto cortava a carne, seguiu com outro golpe, um que cortou o ombro dele. Com um salto e uma pirueta, parou do outro lado e, ao aterrizar, preparou um Falcão ascendente, mas o oponente o forçou para longe com um soco. 

Seguido disso, respirou fundo e correu na direção do rapaz com o chifre pronto. Ethan pulou para trás, com a mesma defesa, mas foi arremessado com tudo para cima, subindo ao menos quatro metros. 

“Forte…” Sentiu um sorriso se alargando no rosto conforme caia. Viu também o adversário voltando-se para trás, pronto para empalar-lhe com o mesmo golpe. “Vamos ver o quão rápido consegue reagir…”

Posicionou o corpo para cair a toda velocidade, forçando o Rino a acelerar ainda mais a velocidade. Quando estavam com poucos centímetros de distância, mudou a posição e desacerou a queda. 

Com a mão esquerda, usou o corpo dele como apoio e subiu. — Patada leonina! — gritou, cortando as costas e caindo no mesmo movimento.

Sorriu quando o viu cair no chão, incapaz de se mover. 

— Então, quem é o próximo?

— Eu! — gritou Leão, correndo para cima dele numa velocidade muito superior a de Rino. Surpreso, quase não conseguiu bloquear as garras que foram contra o seu pescoço. 

Seguido disso, bloqueou um chute alto e então se afastou, esquivando de outro. Seguido disso, bloqueou mais ataques, notando como cada um era imprevisível, tendo que usar tudo o que tinha só para acompanhar aquela velocidade.

“Os ataques desse cara carregam uma ferocidade muito maior que a do outro…” pensou, preocupado. Enquanto isso ocorria, o Rino levantou-se com dificuldade e foi até onde o Touro se encontrava, olhando para a luta com uma expressão de desgosto.

— Ele ainda não consegue controlar essa sede de sangue.

— Não se preocupe, irmãozinho Rino. O jovem claramente está conseguindo acompanhar os ataques… Algo notável, especialmente considerando quem é seu oponente.

— Sim… — Ainda que doesse ter de admitir isso, sabia perfeitamente que o mais novo deles era o mais sagaz em batalha. 

Alguém que não conheceu a face da guerra como eles, mas que tinha uma capacidade de se adaptar ao estilo do oponente e improvisar quando as coisas não iam a seu favor.

Era o mais talentoso deles, um talento incomum para o padrão de sua raça. O mesmo podia ser dito sobre Ethan, sendo um gênio em tudo o que tange o combate.

Conforme os dois se adaptavam, mudavam as posições e bases, tentando forçar o oponente a acompanhá-los. Ambos com um imenso sorriso no rosto. 

Ainda que fosse loucura, ainda que os ferimentos se acumulassem, estavam se divertindo. 

— Nada mal, espadachim! Não ouse morrer!

— Digo o mesmo! Patada leonina! — Os ataques se chocaram, criando uma breve ventania e forçando-os para trás. 

O sorriso no seu rosto se alargou e, quando aterrizou, flexionou os pés e pulou para frente, emulando perfeitamente a técnica que aprendera no barco.

— Rasen Suisei! — gritou, tentando perfurar o peito do inimigo, que desviou no último instante, mas não sem antes ter um corte feio no lado esquerdo. Um que derramou muito sangue. 

“Estilo foice da doninha, forma composta…” Seguido disso, parou no ar e girou o corpo, usando a forma composta com um brilho no olhar. — Rasen Suisei: Queda livre!

Aquele foi o ataque que desenvolveu após conseguir o domínio completo do golpe de Suika. Um que combina a velocidade de giro do Rasen Suisei normal com o mesmo movimento de saque da Patada leonina, criando uma velocidade absurda e um imenso corte no peito do oponente.

O mesmo sentiu o gosto de sangue conforme seu corpo fora lançado para longe pela onda de choque do ataque.

Ao ver que o oponente não se levantaria, suspirou, olhando decepcionado para ele. “Esperava mais…” Nisso, voltou a atenção para o último e buscou algo ali. Alguma indicação de perigo. “É… esse aí é forte.”

Entrando numa postura defensiva, sorriu, ansioso para trocar golpes. O bestial bufou enquanto pensava em tudo o que viu. 

“Esse é sem dúvidas o estilo foice da doninha. A forma livre como ele usa mostra que foi ensinado diretamente por um mestre. Cada golpe preciso e mais forte que o último…” Caminhou para frente, estralando os dedos. “Vai ser difícil.”

— Então? Ainda acha que sou um farsante?

— Não tenho certeza — falou, encarando-o após entrar na área dele. Ethan notou, com certo incomodo, o quão despreocupado estava. — Você é bem instruído, mas isso não significa nada. Pode muito bem ter aprendido com outro professor.

— E? O que sugere para resolver esse impasse? — O sorriso se alargou. Antes que Touro pudesse responder, tentou cortar o pescoço dele. Sua lâmina bateu nos chifres duas vezes até ambos se afastarem um dos outros. — Vamos! Estou esperando! 

Correu em direção, sua lâmina rápida fazia cortes superficiais na pele, mas não eram o suficiente para derramar sangue. Já os punhos do bestial, no entanto…

Ethan pulou para trás instintivamente, vendo com clara surpresa a forma como o soco que quase o acertou destruiu por completo o chão, fazendo com que vários pedaços voassem para cima. 

— Vou testar sua determinação… — Com um movimento, pegou as pedras rachadas e atirou-as, forçando-o a desviar com um giro para a direita. Seguido disso, usou a espada para defletir um punho, a força era tamanha que lançou-o para trás. — Ittai jamais treinaria um fracote. 

Seu corpo quicou no chão três vezes e, quando perdeu velocidade, tentou se levantar, olhando para o braço que segurava a espada com dor. “Ainda tá no lugar?” Aquele grau de força fez com que percebesse a diferença entre os dois.

Sua destreza não era muita, mas os outros Status físicos eram ambos beirando o nível 3, ambos superando e muito os de Ethan.

— Levanta — disse, bufando e colocando-se numa posição de corrida. — Levanta para eu te derrubar de novo! — Saiu em disparada, os chifres prontos para o perfurar. 

Rapidamente, usou o braço bom para impulsionar o corpo para cima no último segundo e, aterrizou nas costas, a Bento pronta para acertar a nuca do bestial.

Antes que pudesse fazê-lo, Touro pulou para cima, desequilibrando-o. Antes que pudesse ser punido, deu um salto para trás, ambos caíram um de frente ao outro. 

— Bom… Nada mal. — Avançou e ambos voltaram a trocar golpes, com Ethan na desvantagem. Ainda que fosse mais rápido, cada golpe que recebia tinha cinco vezes a força de um dos seus. 

Os ossos protestavam e os músculos queriam desistir, mas não se importou. Esquivou de um soco e tentou cortar o braço fora, mas cada soco era rápido na volta. 

Contudo, não deixou que isso parasse sua lâmina e, invés de ficar desencorajado, fez com que percorresse até o rosto, criando uma pequena cicatriz.

Seguido disso, pulou para trás, bloqueando os chifres. Na mesma posição de corrida que avançou, forçando-o a bloquear mais um golpe que o fez voar. 

— Merda… — Dando uma pirueta, viu que o oponente vinha contra si a toda velocidade e sorriu. “Seria muito fácil bloquear… Ele quer ver se sou aprendiz de Ittai? Deixa eu lhe mostrar uma das técnicas dele. Estilo foice da doninha, forma básica…” Nisso, preparando a Bento, quando estavam perto o suficiente um do outro, sorriu e usou toda a força do braço junto da gravidade para dar duas estocadas. 

— Picada da víbora! — gritou, a ponta da lâmina perfurou o olho direito do bestial e então o pescoço dele, derramando sangue e tirando-lhe parte da visão.

Sem dar-lhe tempo de sentir dor, pulou para frente e deu-lhe uma Patada leonina que abriu um grande corte no ombro.

O sangue manchou seu quimono branco e rosto, fazendo com que se parecesse cada vez mais como uma besta, um demônio. O sorriso só realçava isso.

Quando estava para tomar a cabeça do Touro, teve de bloquear o chifre do Rino e, pulando para longe, esquivou das garras do leão. 

— Já estão de pé? — perguntou, empolgado para continuar. Para sua decepção, no entanto, viu que não conseguiriam. — Os ferimentos foram muito severos?

— Não nos subestime, humano! Ainda consigo lutar! — gritou Leão, tossindo um pouco de sangue e quase caindo no chão. 

— Sinto muito por me intrometer, Irmão Touro. Mas não posso deixar que morra, não aqui. — Pôs-se em uma postura de luta, os três agora iriam contra si, algo que o deixou apreensivo, mas empolgado. — E não antes de matarmos aquele homem. 

Eram fortes, disso não tinha dúvidas, e, por serem irmãos, tinham uma excelente sincronia. Com isso em mente, Ethan sorriu, pronto para continuar a luta.

— Antes de continuarmos, permita-me perguntar-lhe o seu nome. — A voz continha um tom admirado, mostrando que reconhecia a força dele. 

Naquele momento, algo chamou-lhe a atenção. Uma mudança súbita no ar, uma só conseguia sentir devido as suas experiências recentes. 

— Finalmente vão me levar a sério, é? — Sorriu e entrou numa posição de saque. — Meu nome é Ethan, da vila Cuckoo.

Nisso, os três irmãos entraram no primeiro Céu.


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