A Mansão de Alamut Brasileira

Autor(a): Safe_Project


Volume 1

Capítulo 2: Entrada (2)

A grande mansão já estava abandonada fazia séculos, e por mais surpreendente que pudesse soar, apenas nos últimos anos que o local começou a ser “desbravado” por adolescentes e outros curiosos.

Porém, assim como todos aqueles que estavam cientes esperavam, relatos começaram a surgir acerca do local. Algumas pessoas desapareceram, outras, encontradas gravemente feridas, isso quando já não estavam atiradas na frente da mansão como um corpo sem vida.

Para conter essa onda de desastres, Alamut, dono da mansão e atual prefeito da Cidade Sem Nome, criou um decreto municipal que proibia e punia qualquer um que se aproximasse daquela localidade misteriosa.

Aquele lugar nada representa além do antigo ninho da desgraça humana! Qualquer um que se aproxime, será pesadamente condenado!

Aquelas palavras correram pela boca do povo rapidamente, tornando a Floresta do Pecador no deserto que era atualmente.

Minutos após a saída dos detetives…

Ao norte da floresta nebulosa, ficava a tal Cidade Sem Nome, um local antes brilhante, mas que com o tempo perdeu toda a sua alegria.

Nos limites dessa, estava uma grande casa branca, onde uma cerca-viva escondia dos olhos alheios uma figura cabisbaixa.

Snif! Snif! A fonte logo atrás de si disfarçava seus soluços, assim como as lágrimas que caiam ali, pertencentes a um homem de barriga grande, mas que não esbanjava um cenho arrogante, muito pelo contrário. Estava torcido numa careta azeda, tentando segurar a todo custo as lágrimas que apenas aumentavam. Naquele momento, Jon Alamut enfrentava seu pior inimigo.

— O que ele tem? Está assim desde o café da manhã.

De dentro da casa, os serventes sussurravam uns para os outros.

O homem de meia idade estava encolhido, quase em posição fetal, tendo seus resmungos levados pela brisa gelada até os ouvidos de todos da casa.

De repente, um deles tomou a iniciativa, um mordomo. Ele se aproximou com cautela, recuando em alguns momentos, até que foi capaz de se colocar ao lado de seu senhor.

— Sr. Alamut… Qu-qual o incômodo?

O homem demorou tanto para escutar quanto para reagir, mantendo sua cabeça baixa enquanto a voz dificilmente escapava entre seus soluços.

— Eu… Snif! nã-não acho que sou digno de ser visto como… uma pessoa.

O mordomo arregalou os olhos, e após uma indecisão momentânea, ajoelhou-se ao lado do homem.

— Do-do que está falando, meu senhor? Está falando isso por causa da mansão? Não há razão para se preocupar com um lugar abandonado.

— VOCÊ SÓ FALA ISSO PORQUE NUNCA ESTEVE LÁ!!

O mordomo saltou para trás, em parte empurrado pelo grito do nobre, esse que se levantou em seguida e, perdendo um pouco da postura exacerbada, se pôs a falar:

— “É apenas uma mansão abandonada”... Bem que eu queria que isso fosse verdade. — Ele encarou o servente. — Disse que não há razão para se preocupar, não é?

Rangendo os dentes, ele levantou a capa que vestia; seu braço direito não existia mais. Antigamente, seu pensamento era igual ao do servente acerca da mansão, mas isso mudou logo depois que o membro foi perdido.

Mesmo que anos já tivessem se passado, Alamut ainda era capaz de sentir o golpe que levou na época.

Não foi algo normal! Era sua única certeza. Não sabia quem ou o que, mas algo havia arrancado seu braço. A ação havia sido tão rápida que até seu corpo demorou para processar o ocorrido, como se o braço tivesse simplesmente desaparecido no ar.

O servente não soube como reagir, engolindo seco por diversas vezes enquanto seu olhar vagava de um lado para o outro, esperançoso de que alguém pudesse aparecer para lhe ajudar.

Alamut não se importou com isso, pois agora sua mente estava focada em coisas muito mais importantes.

Com um olhar distante mirando o céu nublado, começou a puxar a voz do fundo de sua garganta, arrastando o resto de dignidade que ainda continha em seu ser. Seu corpo era rasgado por dentro, numa dor tão lacerante quanto a que sentiu ao perder o braço.

— Por favor, vocês dois... — hesitou, envergonhado de dizer tais palavras — Voltem vivos!

Aquela curta prece, por mais inconsequente ou sem noção que pudesse ser, atravessou o céu e o tempo, chegando de forma quase audível aos detetives que, no futuro próximo, iriam descobrir qual era o verdadeiro perigo que residia naquela mansão.

***

Após lerem brevemente o conteúdo daquele misterioso diário, Jessie se sentiu tão entediada que decidiu voltar a explorar o local sozinha, enquanto James permaneceu do lado de fora, onde se acomodou dentro do fusca e se preparou para tentar desvendar os segredos daquele caderno.

Apesar da caligrafia ser a mesma em todas as páginas, algo ainda incomodava o detetive. Aquela primeira folha que lera soava como uma despedida amarga, mas a maior parte do resto do conteúdo era escrito com calma, em linhas e letras perfeitas em todos os sentidos.

Porém, mesmo esse novo tom gradualmente desaparecia. Conforme as páginas iam passando, os relatos se tornavam mais confusos, assim como as palavras começavam a apresentar falhas.

Hoje, fui apresentado para uma prática muito envolvente, acho que é a primeira vez que realmente quis me aprofundar em algum assunto. Me sinto como uma nova pessoa.

(…)

Ele acabou saindo de casa, algo que não é uma surpresa. Espero que retorne logo.

(…)

Essa noite foi complicado. Acabei ficando preso dentro do sonho, literalmente! Haha! Acho que vou demorar um pouco para conseguir dormir de novo… Ha!

(…)

Os abnoads estao malucos nos últimos tempos, mas isso não é surpresa, aquele buraco inrnl continua aberto, e o inteesse alheio nel se mostra cada vez maior.

(…)

Cotudo, a ajuda de “.G” mostrou-se essencial dede o início. É impressionannte o quao eficientes essas pessoas coneguem ser.

Não era tão difícil decifrar a maioria, mas mesmo a menor falta de informação poderia causar o maior dos desentendimentos.

Preso dentro do sonho? Buraco? Ajuda… de quem? James imaginou que iria fazer perguntas a si mesmo, entretanto, não esperava que fossem tantas. Sua mente começou a girar.

Que bosta! Ele não seria capaz de decifrar tudo sozinho, muito menos quando podia ser atacado a qualquer momento por um maníaco que sequer sabia se estava por perto.

Ele massageou as têmporas e tomou uma decisão. Tinha prometido para si mesmo que devolveria o livro depois de ler, mas agora a história era outra. Ainda esperançoso, continuou a leitura, não demorando para alcançar as últimas páginas.

Parabéns! Se está lendo essa frase, significa que realmente cumpriu sua promessa. Eu fui derrotado. Sinceramente, estou orgulhoso de você, independente do fim que tenha escolhido.

Eu não sei em que dia… na verdade, é provável que você sequer se interesse nesse caderno.

Caso tenha, obrigado. Na próxima página, irá encontrar as minhas respostas para as várias perguntas que me fez naquele dia.

Oh~! O semblante de James explodiu em animação. A frase soou como se fosse diretamente para si. Será que era realmente possível? Independente disso, seus olhos arregalaram cada vez mais ao passo que virava a folha.

Quando moveu-a por completo, seus olhos famintos deleitaram-se naquela grande…

— Vazia…

Numa virada súbita, seu rosto tornou-se no de um fantasma. Analisando brevemente, notou as marcas de uma página arrancada sem muitos cuidados. Sua face ficou ainda mais branca, agora quase transparente.

Maravilha! Primeiro as expectativas eram aumentadas para, em seguida, serem jogadas de um penhasco em direção ao mar gelado. Por um momento ele considerou desistir, ignorando a ideia ao pensar no que Jessie faria contra si se tentasse.

Ele então fechou o livro, e para a sua surpresa, um pequeno pedaço de papel caiu de entre as páginas, ressuscitando um pouco da esperança do homem.

Ele pegou a folhazinha e abriu sem hesitar. Em sua cara, foram jogados gritos numa caligrafia totalmente diferente da do resto do caderno. A frase, pelo menos, era bastante direta.

RESPEITE A PORRA DOS ALTARES!!

Tsc! Uma veia saltou em sua testa. Queria informações e recebeu sermão de algum fanático. O dia não poderia ser pior.

Ainda com o livro, saiu do fusca, pronto para buscar por Jessie dentro da mansão e ir embora dali. Contudo, uma sensação estranha lhe atingiu naquele instante.

Crek! Um galho foi quebrado. Num susto, ele rodou tão rápido quanto um peão, mas não encontrou nada ao seu redor. Então conferiu o pé, e lá estava o galho.

— Cacete… Acho que tô ficando maluco.

Com um leve tapa no próprio rosto, seguiu até a porta da mansão sem mais hesitações.

Alcançando-a, acumulou fôlego para chamar por sua parceira dali mesmo, mas expirou todo o ar de uma única vez ao perceber que algo estava diferente.

Demorou alguns segundos, talvez por descrença de que fosse realmente aquilo, mas não havia qualquer outra coisa fora do lugar exceto tal item. O guardião não estava mais lá, e por consequência, a luz que passava pela janela atingia uma maior parte do salão. A estátua desapareceu.

O-O que?? Assim como com o galho, James procurou ao seu redor, só que dessa vez, encontrou algo.

Quando seu olhar caiu no lado esquerdo, não se deparou com a floresta, mas com o que parecia ser uma muralha de pedra. A aparência era inconfundível, principalmente o lampião que carregava na mão esquerda, esse que portava uma pequena chama.

O homem estava completamente paralisado, atacado por um odor áspero que feria suas narinas a cada vez que arfava.

Em seu primeiro movimento, como numa câmera lenta, o braço direito foi erguido em um punho, e seu alvo era mais do que óbvio.

“Mova-se! Mova-se!!” Ele tentou. Impossível, apenas. Num último recurso, gritou: — Fi-Fica lon…

BLAM! Uma bala de canhão a queima roupa. O tiro acertou na lateral de seu corpo, e em uma segunda reação, o impacto fez o homem ser arremessado para dentro da mansão, só parando ao colidir com um dos altares.

No mesmo instante, a cabeça do detetive latejou como um enorme coração. Algo subiu por sua garganta e uma poça de sangue foi golfada aos seus pés, quase o afogando no processo.

Mesmo com as lágrimas embaçando sua vista, ele mirou a porta, por onde viu a luz do sol ser tapada como em um eclipse, nesse caso, seria o do apocalipse.

Aquilo que poderia facilmente ser uma muralha móvel, bloqueou o caminho para a liberdade. Uma criatura que esbanjava orgulho em sua postura e tamanho, destemida o bastante para avisar sua chegada usando a chama que carregava.

Ao dispor o seu olhar vazio na direção do homem atônito, as portas se fecharam. POU! O som ecoou por toda a mansão, atingindo principalmente o coração fraco daquele que presenciou e sentiu os poucos raios de sol daquela floresta serem tirados de si.

“O-o que caralhos tá… acontecendo?!” Um pouco de sangue ainda escorria por sua boca, e só agora percebeu que o corpo inteiro estava dormente.

Seus batimentos aceleraram e o tempo pareceu fazer o contrário. A estátua encarava-o como um predador, desapontado com a presa que foi burra o suficiente para invadir a sua toca.

Absurda! Era a única palavra que poderia descrever a força daquela coisa. Apenas um golpe tinha lhe imobilizado completamente, e mal queria imaginar o que um segundo poderia fazer.

Conforme recuperava o controle do corpo, começou a salivar rios, enquanto uma ânsia de vômito dava outro sinal. Porém, não havia tempo para tudo isso, pois algo mais perigoso voltou a se mover.

Tum! Cada passo da imagem era um estrondo na terra, levantando poeira e quase quebrando o próprio chão.

Para James, a dor de simplesmente se mover superava qualquer outra que já havia sentido, mas sabia muito bem que ficar parado não era mais uma opção.

Como um filhote aprendendo a andar no segundo após seu nascimento, ele se ergueu, usando como apoio o altar com o qual colidiu.

“Eu vou morrer… Se ela me socar de novo, eu vou morrer! Com toda certeza!”

Blergh! Antes que pudesse controlar, vomitou restos do café da manhã misturados com sangue. Suas pernas tremeram, o corpo cambaleou e sua visão escureceu. Agora, ouvindo nada além de sua própria e pesada respiração, apenas conseguiu aguardar pelo que viria.

Tum… Tum… Tum…

Não sabia dizer se era seu coração ou os passos da estátua. Sua resposta veio rapidamente, mas não como esperava.

Uma luz, forte o bastante para atravessar suas pálpebras, chamou-lhe a atenção. Lentamente abriu os olhos, e o que viu foi um intenso brilho dourado provindo do altar.

Por um instante, as funções de seu corpo pararam, tudo para poder admirar aquela luz tão bela quanto ouro. Analisando, notou que não era o altar inteiro, mas sim a frase talhada nele que emanava o brilho.

As letras eram preenchidas rapidamente, como ferro derretido sendo colocado no molde de uma espada. Quanto mais próximo de completar a frase, mais o coração de James era, inexplicavelmente, acalmado.

Enfim, quando essa conclusão aconteceu, o brilho dissipou-se quase por completo, restando apenas uma fraca luz, cuja não ultrapassava os limites das palavras ali escritas.

— O que… aconteceu?

Ele murmurou sem perceber, sentindo uma dor no abdômen mesmo após uma ação tão simples. Então, lembrou-se de algo ainda mais importante do que a dor.

Cadê!? Procurou, mas não encontrou aquela coisa ao seu lado. A estátua havia… desaparecido? Não, seria ótimo se fosse isso.

Em sua busca desesperada, sua atenção logo caiu um pouco mais à frente. Lá estava ela de novo, bloqueando a vista da janela e apontando para a porta com seu lampião apagado. A mão permanecia em punho, e o rosto se inclinava na direção de James.

Arf! Arf! De olhos arregalados, ele fitou intensamente aquela coisa, enquanto o corpo lentamente relaxava depois da ação. Ao invés de escurecer, sua visão ficou turva, obrigando-o a se sentar antes que desmaiasse.

“Eu… realmente estou vivo?”

Ele encarou as próprias mãos, beliscou o braço e até vomitou uma terceira vez. Sim! Estava vivo, não na melhor forma, mas ainda vivo.

Com a gradual recuperação de seus sentidos, foi capaz de se perguntar o que havia ocorrido, ou melhor, como. Para responder isso, mirou o altar e leu o mandamento que esse carregava.

Não roubarás. Para completar, notou que havia uma oferenda ali, o diário de D. Rossi. Por reflexo, ele conferiu e finalmente notou que havia soltado o caderno, um ato que, pelo jeito, salvou sua vida.

Apesar de querer, não conseguia raciocinar mais do que isso naquele momento, portanto, contentou-se com o simples fato de não estar atirado no chão como um cadáver.

Todavia, quando tombou a cabeça para frente, viu que a calmaria era a última coisa que iria ganhar naquele lugar.

— James!

De uma das portas do primeiro andar, surgiu Jessie. Com sua visão de águia, ela avaliou todo o ambiente num piscar de olhos, controlando o próprio corpo para não paralisar antes de ir conferir tudo de perto.

— O que aconteceu com você?! Esse sangue todo é seu??

Ela se aproximou a passos largos, chegando a matar uma barata em seu caminho com um único pisão. Seu parceiro pressionava a lateral do corpo fortemente, um fino rastro de sangue saia por sua boca misturado com um mar de saliva e suor, além da cabeça que tombava de um lado para o outro.

— Eu… Eu tô legal…

— Não tá não!! Olha a sua situação! Você deve tá delirando, isso sim!

Ela encarou a porta, não entendendo a razão para estar fechada. James estava ofegante e ela precisava buscar o kit de primeiros socorros que estava no carro… Mas então, porque seu corpo não se movia?

O homem notou a confusão no cenho de sua mulher, e com um olhar de canto descobriu a razão para isso.

Por sua vez, Jessie lentamente foi capaz de entender. Não estava paralisada, muito menos com os membros dormente, mas todo o seu corpo estava arrepiado, um fenômeno que foi acompanhado pelo disparar de seu coração ao ouvir um som peculiar.

Tum… Tum…

Quase como as batidas de um coração imenso, algo se aproximava por trás. Sua testa franziu e começou a suar rios, enquanto a tarefa de respirar se tornava mais difícil a cada segundo.

Ainda assim, a única maneira de contornar a situação, era descobrir quem a estava causando. Pelo som, sabia que não era uma pessoa, soava pesado demais para ser.

Tum… Tum…

Estava mais perto, talvez menos de três metros. Com o cerrar de seus punhos, ela reuniu um pouco de coragem e se levantou. O mundo ao seu redor parecia não existir naquele momento, restando apenas ela e o inimigo.

Por fim, reunindo um pouco mais de sua bravura, ela se virou de súbito.

A primeira coisa que recebeu foi uma onda de choque que fez os cabelos voarem, mesmo assim, sequer fechou os olhos. O que havia em sua frente era um punho cinzento, o qual mesmo sem ter lhe tocado, foi capaz de arranhar sua bochecha.

“I-isso é a…” As pernas ficaram bambas, por pouco não a deixando cair de joelhos.

A estátua estava prestes a golpeá-la, mas porque havia parado a centímetros de seu rosto? O que veio no segundo seguinte não foi a resposta.

A imagem de pedra começou a se distorcer, ou melhor, multiplicar. Era como a visão de um bêbado, onde a garota — por apenas dois segundos — enxergou diversas estátuas enfileiradas naquela mesma posição.

Tudo isso para que, em seguida, aquela criatura desaparecesse de sua frente num milisegundo, para que agora se colocasse de volta em seu verdadeiro lugar. Entre as escadas, ela encarava Jessie.

A mulher não ofegava, cambaleava, muito menos cuspia sangue, apenas fitava aquela coisa com todas as forças que o corpo lhe provia.

Cof! Cof! Qu-quase… — murmurou James.

A detetive se virou para conferir a situação do homem, se deparando com a figura debilitada apoiada em um dos altares. Uma oferenda estava ali, o corpo gosmento de uma barata. Naquele momento, a frase no altar ganhou um atraente brilho dourado.

Por fim, ambos se encararam. Com essa curta ação, notaram que nenhum deles tinha noção do que estava acontecendo, portanto, as atenções voltaram para o novo indivíduo que foi descoberto.

A estátua lhes encarava de cima, com o punho pendente na direção de suas cabeças. Ao finalmente se estabelecerem na situação, apenas uma pergunta era feita pela dupla.

“O que caralhos tá acontecendo aqui??”



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