Volume 8

Capítulo 9: Benção

Tudo prontinho~, lá vem o bolo~.

Cerca de uma hora e meia após o início da festa, com a mesa já livre de diversos utensílios, Mikhail, guiado por Akemi, trouxe um bolo da cozinha.

A propósito, Alisa ainda não havia retornado ao seu lugar à mesa desde o incidente anterior. Masachika, junto de Maria, conversava animadamente com Akemi e Mikhail, e agora já tinha se enturmado o suficiente para trocar piadas com eles de forma descontraída.

Caramba! Só dá pra ver um negócio desses na América ou num buffet!

Masachika não hesitou em exclamar ao ver o bolo quadrado que Mikhail trouxe, que aparentava ter cerca de 30 centímetros de cada lado. Os garotos da outra mesa o encararam com olhares de admiração.

Incrível, Kuze. Se dar bem assim com o pai dela…

Masachika, que impressionante~.

Ele realmente consegue se entrosar com qualquer um... é outro nível.

Enquanto os outros três rapazes o elogiavam mentalmente, Akemi sorria enquanto colocava as velas.

Quanto mais, melhor, né?

Bom... acho que sim?

Alya-chan, vem aqui!

Mikhail acendeu as dezesseis velas, Maria apagou as luzes da sala, e, seguindo o ritmo de Akemi com o celular na mão, todos se reuniram ao redor da mesa, batendo palmas enquanto cantavam.

Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida♪.

Assim que terminaram de cantar, Alisa se viu envolta por aplausos e comemorações. Diante de todos, ela soprou as velas com um só fôlego, mas o bolo era grande demais para conseguir apagar tudo de uma vez. Com mais duas sopradinhas, conseguiu apagar todas.

Em meio aos aplausos crescentes, alguém acendeu as luzes novamente, fazendo Masachika piscar algumas vezes antes de olhar para Alisa — e se surpreender ao vê-la com os olhos marejados.

Ora ora, Alya-chan, ficou emocionada?

Recebendo um lenço que Akemi rapidamente lhe ofereceu, Alisa, cobrindo os olhos, falou com a voz embargada pelas lágrimas.

Desculpa... mas, pensar que tanta gente está comemorando meu aniversário... isso me deixa feliz.

Alisa continuou escondendo o rosto entre as mãos. Ao ouvir aquelas palavras, o peito de Masachika se apertou ao se lembrar do desabafo de Alisa durante o festival esportivo, na sala de aula.

Ah... entendo agora. Fico feliz por você, Alya.

Ele sentia isso genuinamente, do fundo do coração. Enquanto Masachika a observava com ternura, Akemi e Maria abraçaram a chorosa Alisa pelos dois lados. Em meio àquela cena repentina e emotiva, que deixou especialmente os garotos desconcertados, Chisaki, de forma inesperada, decidiu se juntar.

Ah, então vamos participar também. Anda, Ayano-chan e Sayaka-chan, venham.

Dizendo isso, Chisaki abraçou Maria e Alisa juntas. Ayano se aproximou timidamente, acariciando levemente as costas de Alisa. Logo depois, Sayaka e Nonoa também se juntaram, e quando Takeshi estava prestes a se aproximar, olhando em volta, meio perdido…

Fiquem aí, vocês dois!!

Desculpa!

Com a intimidação instantânea de Chisaki, que arrancou um pedido de desculpas imediato de Takeshi, a sala explodiu em risadas.

Até mesmo Alisa, com os olhos ainda baixos, não conseguiu conter um sorriso, levantando o olhar um pouco avermelhado. Com sorrisos no rosto, Akemi e Maria beijaram suas bochechas, fazendo Alisa inflar as bochechas, claramente envergonhada. Mas justo quando Masachika achava a cena comovente…

Bom, enquanto cortamos o bolo, vamos dar os presentes~.

 A atmosfera mudou subitamente com o anúncio de Maria.

Não foi só Masachika que ficou tenso — todos pareciam nervosos, trocando olhares que perguntavam: "Quem vai primeiro?" e "Que tipo de presente os outros trouxeram?". No meio disso, Maria, que havia saído rapidamente da sala, retornou com um pacote quadrado embrulhado em papel de presente e fitas.

Aqui está, feliz aniversário, Alya-chan~.

Obrigada…

Vai, abre, abre logo!

Incentivada por Maria, Alisa abriu o pacote, revelando um cachecol rosa.

E aí? Fofo, né?

Sim, obrigada.

Pronto, vou colocar em você~.

Não, a gente vai comer bolo agora...

Ignorando a resposta indiferente de Alisa, Maria envolveu o cachecol no pescoço dela. Então, com aplausos simultâneos de Maria e Akemi, Alisa apenas deu de ombros, com uma expressão rendida.

Agora, este é da mamãe e do papai. Toma.

Enquanto Akemi entregava o presente, os convidados trocaram olhares discretos. E de alguma forma, com apenas os olhares, ficou decidido: Masachika, depois Ayano, em seguida o Presidente, a Vice, e por fim os membros da banda.

Sério que eu vou primeiro?

Masachika já suspeitava que seria o primeiro, e de fato, foi o que aconteceu. Com a atenção dos outros voltada para ele, Masachika se aproximou de Alisa com uma sacola nas mãos.

Alya, feliz aniversário.

Obrigada, Masachika-kun.

Alisa colocou de lado a bolsa que havia ganhado dos pais e olhou para Masachika. Sentindo o peso daquele olhar, ele entregou a sacola a ela.

São… doces feitos por mim.

Hã? Feitos à mão?

Alisa arregalou os olhos surpresa, enquanto os outros reagiam com exclamações de "Ooooh" e "Uau, incrível". Sentindo-se um pouco sem graça, Masachika tentou se justificar.

Ah, foi mal. Eu normalmente não faço doces, então acho que o gosto tá bom… mas a aparência ficou meio... tosca.

Isso não importa, mas...

Enquanto dizia isso, Alisa abriu a sacola de papel e tirou de dentro um saquinho plástico. Um pouco envergonhado, Masachika coçou a bochecha e falou.

Um… baumkuchen feito à mão.

Como!?

Eu dei o meu melhor.

Dá pra fazer uma coisa dessas só com esforço??

Diante da escolha inesperada de Masachika, todos inclinaram a cabeça, surpresos. Na verdade, ele tinha feito usando uma forma quadrada de fazer omelete japonesa — e até que não foi tão difícil assim.

(N/SLAG: Baumkuchen é extremamente difícil de fazer (o que também explica por que as versões industrializadas costumam ser mais caras).

Ah… obrigada. Vou experimentar depois.

Mais do que feliz, Alisa parecia um pouco sobrecarregada. Ela piscou várias vezes antes de guardar o baumkuchen de volta na sacola. Vendo isso, Masachika se afastou com um certo senso de dever cumprido. Embora sentisse os olhares dizendo: "Qual é a desse presente único logo de cara?", ele não se importou.

Bom, ainda tem mais uma coisinha...

Ignorando Masachika, que olhava para sua própria sacola pensativa, Ayano então se aproximou de Alisa.

Agora... é minha vez, junto com o presente de Yuki-sama. Feliz aniversário, Alisa-san.

Obrigada.

O presente de Yuki, como Masachika havia previsto, era uma película de proteção para celular. E o de Ayano era...

Um livro?

Sim, é meu livro favorito.

Obrigada… é uma coletânea de contos, né? Vou ler, com certeza.

Saquei, um livro! Que ideia genial!

Enquanto Masachika elogiava mentalmente o presente de Ayano, Touya levantou a voz.

Oh, que coincidência. Eu também comprei um livro.

Dizendo isso, o presente de Touya para Alisa era um livro intitulado "Vinte Maneiras de Tocar o Coração das Pessoas".

Será que ele leu esse livro quando estava concorrendo à presidência? Ou usou pra conquistar a Sarashina-senpai? Dá pra imaginar que sim.

Em seguida, Chisaki entregou a Alisa um...

Omamori?

Um pequeno saquinho branco de tecido, lacrado com um cordão dourado. O formato lembrava mesmo um omamori, mas o que deixou Alisa intrigada foi que não havia nada escrito nele.

(N/SLAG: Amuletos ou talismãs da sorte vendidos em santuários xintoístas e budistas.)

Sim, é um omamori.

Obrigada… Mas de que tipo é?

Eh, de vários tipos?

Vários tipos…?

É, pode até servir como um substituto pra você.

Pode o quê??

Ah, não abre a boca, tá? Pode sair.

O quê??

Alisa ficou com uma expressão confusa, olhando para o omamori que parecia ter propriedades um tanto… Sinistras. Por outro lado, Chisaki, satisfeita consigo mesma, se afastou, sem dar chance para mais perguntas. O problema então passou para as quatro pessoas que restavam.

E agora? Quem vai?

Eh? Eu não quero ser o próximo.

É mesmo? Então que tal ser o último?

Os que restaram se comunicaram apenas com o olhar, e como se ignorasse todos, Nonoa deu um passo à frente.

Feliz aniversário~. Aqui está o meu presente.

Obrigada.

É um espelhinho de maquiagem. Alisa, você normalmente não usa maquiagem, mas não é algo que vá te incomodar, certo?

(N/SLAG: Um produto cosmético, geralmente circular, que contém um espelho e pó facial solto.)

É verdade. Eu costumo ajeitar o cabelo, então vou usar sim. Obrigada.

Agora é minha vez.

Surpreendendo Takeshi e Hikaru, Sayaka também se aproximou de Alisa.

Eu fiquei em dúvida entre algumas opções… mas acabei escolhendo um chapéu pra você.

Oh, que fofo.

O que havia dentro da embalagem era uma boina preta. Alisa a colocou na hora, enquanto olhava o espelhinho que ganhou da Nonoa.

Ficou ótimo em você.

Obrigada, Sayaka-san.

Alisa sorriu, e Sayaka retribuiu com outro sorriso. Em meio a essa bela cena, sobraram dois garotos para trás.

Ah, que pena.

Depois dos presentes realmente bem pensados das garotas, Masachika suspirou por dentro, fazendo uma prece silenciosa pelos seus melhores amigos que agora estavam sob os holofotes. Então, na ordem de Takeshi e depois Hikaru, eles entregaram seus presentes. O de Takeshi era um chá ochazuke um pouco mais caro. O de Hikaru era uma caneta estilosa… Masachika, que observava como se não tivesse nada a ver com isso, quase cuspiu o suco.

O motivo? A parte de cima da caneta que Hikaru deu continha, surpreendentemente… Um pequeno herbário.

Essa foi por pouco! Valeu, Yuki!

Tendo escapado de dar um presente parecido, Masachika agradeceu silenciosamente à irmã, que nem estava presente.

⋆⋅☆⋅⋆

 

Com a entrega dos presentes concluída sem incidentes, todos comeram um pedaço de bolo com um certo alívio. Então, de repente, um pequeno estouro foi ouvido do lado de fora. Voltando sua atenção para lá, viram fogos de artifício subindo à distância, para surpresa geral.

Oh, fogos~. Será que estão comemorando o aniversário da Alya-chan~?

Claro que não.

Rebatendo imediatamente os comentários de Akemi — que ninguém sabia se eram piada ou não — Alisa explicou para todos.

Tem um salão de casamentos aqui perto, então às vezes dá pra ver fogos.

Ouvindo sua explicação sóbria, todos assentiram. No entanto, sem dar muita importância a essa verdade sem graça, Akemi serviu bebida nos copos de todos antes de erguer o seu em direção a Alisa.

Bom, já que os fogos começaram, vamos brindar de novo, Alya-chan! Feliz aniversário~!

De novo?

Alisa fez um biquinho de embaraço, mas, começando por Maria, os outros seguiram o exemplo de Akemi. Vendo tantos copos erguidos, Alisa também levantou o seu, mesmo encolhendo levemente os ombros.

Parabéns~!

Parabéns!

Obrigada.

Recebendo mais uma vez os parabéns de seus amigos e familiares, Alisa expressou sua gratidão de forma um tanto tímida. Em seguida, Maria apontou a câmera do celular para ela.

Certinho, Alya-chan, diga xis.

Poxa, não precisa fazer isso…

Por que não~? Em dias especiais como este, nunca é demais ter muitas fotos, né~?

Mas a gente já tirou algumas antes, não tirou?

Escondendo o rosto com as mãos, Alisa recusava timidamente enquanto Akemi também entrava na brincadeira. Evitando a mãe e a irmã, que insistiam em apontar os celulares para ela, Alisa se dirigiu até a varanda.

Alya-chan, onde você vai?

Ver os fogos.

Com uma resposta curta, Alisa abriu a porta de correr, calçou as sandálias e saiu para a varanda. Ao notar suas orelhas avermelhadas, Maria sorriu docemente.

Alya-chan, você está uma gracinha.

Fufu, é a primeira vez que ela é comemora com tantos amigos assim… deve estar envergonhada~.

Falando com genuína alegria, Akemi lançou um sorriso gentil para todos os presentes.

Mais uma vez, obrigada a todos. A Alisa pode ser meio desajeitada às vezes, mas, por favor, cuidem bem dela daqui pra frente também, tá?

Acompanhando a reverência de Akemi, Mikhail também fez um leve aceno com a cabeça. Tocadas pela inesperada gratidão dos pais, as pessoas responderam com um misto de timidez e sorrisos. No meio disso tudo, Masachika observava Alisa de costas, enquanto ela contemplava os fogos da varanda. Foi então que um pensamento lhe ocorreu.

Espera… essa não é a minha chance?

Com isso em mente, Masachika verificou se os outros estavam distraídos com Akemi e Mikhail. Então, pegando seus pertences, levantou-se silenciosamente. Com uma postura casual, moveu-se até a parede. Sim, ele não podia deixar que ninguém percebesse seu destino. Tinha que se misturar ao ambiente, tornar-se o próprio ambiente…

Como a Ayano!

Sentindo-se como um guerreiro que usa a técnica da companheira na batalha contra o chefe final, Masachika se esforçava ao máximo para desaparecer. No entanto…

Ah.

Bem quando alcançou a porta de correr, seus olhos encontraram os de Nonoa. Ela ergueu uma sobrancelha, prestes a dizer algo — quando Ayano a chamou, desviando sua atenção.

Graças a Deus. Valeu, Ayano!

Não que tivesse sido intencional, mas no momento exato, sua amiga de infância distraiu Nonoa, e Masachika a agradeceu mentalmente.

Hmm? Desde quando essas duas têm algum tipo de conexão…?

Apesar de levantar essa dúvida, Masachika não se deteve nela. Sem fazer barulho, abriu a porta de correr e saiu rapidamente para a varanda.

……?

Claro que, por mais que tentasse eliminar o som e a presença, o barulho da porta denunciou sua saída, então não havia como Alisa não notar.

Ah… oi.

Sem saber o que dizer a Alisa, que se virou ligeiramente, Masachika levantou a mão esquerda de maneira casual para anunciar sua presença. Ao fazer isso, Alisa olhou para a sacola que ele segurava na mão direita e, em seguida, voltou os olhos para o horizonte. Estando agora lado a lado, um pouco hesitante, ela perguntou sem virar o rosto.

O que foi?

Ah, não… é que… os fogos acabaram agora há pouco?

Sem saber como abordar o assunto, Masachika gaguejou. Alisa, percebendo ou não sua tentativa de desviar, respondeu com tranquilidade.

Sim. Um grande acabou de estourar, então acho que já terminou.

Entendi…

Silêncio.

Enquanto o som distante dos grilos e dos carros preenchia o ar, Masachika franziu a testa, frustrado com sua própria indecisão, e coçou a cabeça. Mencionou algo aleatório por nervosismo, mas sabia que não podia perder mais tempo.

……

Lançando um olhar para dentro da casa, viu que os outros ainda estavam entretidos com alguma coisa. Por ora, parecia que ninguém tinha percebido sua ausência, mas ele não podia se descuidar. Quanto mais tempo passasse ali com Alisa, maiores eram as chances de descobrirem. Além disso, Nonoa já parecia ter notado.

Ah, droga! Já cheguei até aqui, então agora vai!

Inspirando fundo para se encorajar, Masachika fez um gesto com ambas as mãos, ainda de olho nos outros dentro da casa.

Desculpa… Vem aqui por um instante…

Hm? O que foi?

Fazendo um sinal para a confusa Alisa, Masachika se posicionou atrás da cortina, onde ninguém poderia vê-los. Após confirmar que estavam fora do campo de visão, voltou-se para ela. Percebendo algo no ar, Alisa também virou o corpo na direção dele.

Bem… Na verdade, eu tenho mais um presente pra você…

?

Enquanto Masachika reunia coragem para falar, Alisa piscou algumas vezes antes de olhar para a sacola que ele segurava.

Ah, certo. Aquilo ali…

Sentindo-se sem jeito, ele tirou um presente embrulhado da sacola. Ao mesmo tempo, as palavras de Yuki voltaram à sua mente:

"O que eu tô dizendo é: transmita seus sentimentos com palavras e ações."

"Se você fizer o que a gente vem fazendo todo ano… a afinidade da Alya-san por você vai disparar, e um evento vai ser desbloqueado na hora, sabia?"

Lembrando dessas palavras, Masachika sentiu seu corpo inteiro esquentar, e uma sensação de cócegas feroz se espalhou do peito até os dedos. Só de ouvir isso da Yuki já era embaraçoso o suficiente — mas pensar em realmente fazer isso com Alisa o deixava com vontade de se jogar no chão e rolar de vergonha.

Nãããão, que vergonha! Mas aguenta firme, eu! A Yuki também disse! Pelo menos uma vez por ano, no aniversário de alguém, você tem que demonstrar seus sentimentos diretamente!!

Com um sorriso forçado e os dentes cerrados, Masachika tomou sua decisão num instante. Erguendo o rosto, ele estendeu o presente para Alisa, que pareceu um pouco surpresa.

Aqui, pra você.

O-O-Obrigada…

Alisa, um tanto confusa, aceitou o presente, mas Masachika não soltou. Encarando diretamente Alisa, que arqueou a sobrancelha, ele reprimiu a vergonha e falou.

Obrigado por ter nascido neste mundo, Alya.

Os olhos de Alisa se arregalaram com aquelas palavras. Ciente de que os olhos azuis dela estavam fixos nele, Masachika continuou, resistindo ao impulso de gritar e se jogar no chão de vergonha.

Feliz aniversário, Alya. Eu agradeço sinceramente por você ter nascido e por ter me encontrado, do fundo do meu coração.

Conseguindo fechar a boca depois de dizer isso, uma imagem travessa de Yuki surgiu em sua mente, gritando alto.

"Agora é a hora! Dá um beijo nela! Vai com tudo e enfia a língua—!"

Cala a boca! Idiota!

Afastando o diabinho barulhento da mente, Masachika finalmente soltou o presente. Alisa, com um olhar atônito, abraçou o presente contra o peito lentamente, e após alguns segundos, sorriu suavemente.

Cпасибо и тебе.

(Muito obrigada.)

Surpreendendo até a si mesma por ter falado em russo, ela piscou algumas vezes, como se voltando ao normal. Então, sorriu de novo com doçura antes de dizer em japonês.

Eu também… Fico feliz por ter te conhecido.

Sem sequer tentar esconder o embaraço, suas palavras foram diretas e sinceras. A vergonha que envolvia Masachika desapareceu num instante. No lugar dela, uma alegria pura tomou conta dele. Ambos celebravam o milagre de terem se encontrado, e acreditavam que haviam sido verdadeiramente abençoados por esse encontro. Masachika acreditava, do fundo de seu coração, que aquilo era um verdadeiro milagre.

Ah, droga. Tô com muita vontade de abraçar ela.

Masachika sentia um perigo vindo das emoções que brotavam em seu peito. Se fosse com a Yuki na frente dele agora, ele já teria dado um abraço apertado e talvez até um beijo na bochecha ou na testa. Mas fazer isso com Alisa era arriscado. Na sua mente, o diabinho versão Yuki gritava com um megafone.

"Vai nessa! Vaaaaaaaiiiiiii!"

Ainda assim, ele sentia que não podia fazer aquilo.

Isso é ruim… M-Mas…

O sorriso suave de Alisa, seus olhos azuis olhando para ele com doçura. Diante disso, a voz da razão na mente de Masachika começou a desaparecer… e não ficou claro quem deu o primeiro passo.

A distância entre os dois ia diminuindo, passo a passo…

Seguindo o som estrondoso que pareceu ressoar até o âmago de seu corpo, uma explosão brilhante de luz surgiu no canto da visão de Masachika. Virando-se na direção do clarão, ele testemunhou um grande fogo de artifício pintando o céu noturno, estourando e espalhando suas luzes.

Após encarar aquele espetáculo em deslumbramento, Masachika de repente voltou à realidade e olhou para Alisa. Ela também piscou, como se despertasse de um sonho, e se virou para ele. Ao mesmo tempo, ambos recuaram meio passo, percebendo o quão próximos estavam um do outro.

Ah, os fogos ainda não acabaram?

É, parece que não. Acho que aquele foi o último? Ah, posso abrir isso?

Ah, claro, claro.

Hmm, onde está a fita disso…?

Ah, vou ligar a lanterna do meu celular.

Tentando escapar do clima de antes, os dois falavam rapidamente, com sorrisos um tanto forçados. Sob a luz da lanterna do celular de Masachika, Alisa cuidadosamente descolou a fita do embrulho e retirou... Um par de luvas brancas.

Vai começar a esfriar. Pensei que isso poderia ser útil.

Enquanto Masachika explicava com um sorriso envergonhado, o olhar de Alisa caiu sobre o bordado azul em forma de floco de neve nas luvas e no cordão vermelho com um pompom branco preso ao punho.

É, bom, ela vai perceber.

Ele sabia disso. Mas não havia o que fazer. No momento em que viu aquelas luvas na loja, pensou: "Eu tenho que comprar isso." Se perguntassem por que não deu o presente na frente de todos, bem, era um pouco genuíno demais e embaraçoso. E, para ser honesto, ainda estava bastante embaraçoso agora...

Por que ela está tão calada!?

Alisa não parecia reagir em nada, o que fazia Masachika lutar contra uma mistura de frustração e expectativa. Bem diante dele, Alisa também tentava desesperadamente suprimir a sensação pulsante que surgia no fundo de seu peito.

Por que... por que ele está sempre fazendo essas coisas por mim?

As palavras de Masachika e o presente preparado exclusivamente para ela faziam os sentimentos reprimidos de Alisa estremecerem dentro do peito.

Por quê? Masachika-kun, você gosta da Yuki-san, ela é mais importante pra você do que qualquer outra... Então por que faria algo assim? Estou entendendo errado...!?

Alegria e mágoa lutavam dentro dela.

Por que ele faria algo que pode causar mal-entendidos? Que pessoa cruel.

Esses pensamentos mesquinhos encheram sua mente, e quando Alisa instintivamente lançou um olhar feroz para Masachika — no instante em que seus olhos se encontraram, algo explodiu nas profundezas de seu peito.

Ah, eu não... consigo mais segurar—

Num instante, a sensação de alerta foi varrida por uma onda esmagadora de emoções. Sem perceber, Alisa deu um passo à frente. Logo depois…

Alisa~!

Com o som da porta de correr se abrindo, Alisa parou abruptamente. Virando-se na direção da voz, encontrou o rosto de Nonoa espiando, fazendo um sinal para que ela voltasse.

Ei, é melhor você voltar~.

Eh? Por quê...?

Por quê? Bem~...

Virando-se para dentro do cômodo, Nonoa fez um som ambíguo e então olhou novamente para Alisa.

É, talvez já seja tarde demais.

O que tá acontecendo?

Bom, ahm... É.

Sem dar uma resposta clara, Nonoa recolheu o rosto. Confusa, Alisa inclinou a cabeça, percebendo que havia dado um passo à frente sem pensar e rapidamente o recuou.

Q-Que perigo. Isso foi por pouco...

Inspirando profundamente, Alisa conseguiu recuperar a compostura. Então, notou Masachika, que a observava com uma expressão confusa, e olhou gentilmente para ele. Apesar da agitação em seu peito, ela sorriu, tomando cuidado para não demonstrar o que sentia por dentro.

Obrigada pelas luvas. Eu realmente gostei delas.

A-Ah, que bom que gostou.

Vamos voltar, então?

Evitando o olhar de Masachika e colocando cuidadosamente as luvas de volta na sacola, Alisa voltou rapidamente para dentro. Se ficassem ali juntos por mais tempo, sentia que poderia acabar revelando seus sentimentos complicados para ele.

Meu peito está doendo.

Segurando o presente de Masachika contra o peito, Alisa mordeu o lábio. Apesar da avalanche de emoções, forçou um sorriso.

Aff, que droga!

Sentindo-se como uma criança fazendo birra, Alisa voltou para a sala com passos um pouco mais pesados.

E essa é a Alya-chan com quatro aninhos!

Tão fofa~!

Oh, ela tinha cabelo loiro.

Parecendo um anjo de verdade…

Espera, de onde vocês tiraram esse álbum!?

Entendendo o aviso de Nonoa, Alisa percebeu a importância de nunca deixar sua mãe sozinha com suas amigas.

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