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Capítulo 4: A Mosca

— Força maninho Shirou!

Aiko apontava para frente enquanto Shirou rolava a enorme bola de neve, que serviria como o corpo do boneco de neve.

— A-Aiko... tem que ser tão grande... assim? — Shirou fez uma pausa para respirar, apoiado na enorme bola de neve. — Poderia ajudar, um pouco mais.

— O meu apoio moral é mais do que suficiente! — Aiko disse subindo na bola de neve. No topo ela faz uma pose imponente enquanto cruzava os braços. — Precisamos construir o maior boneco de neve possível!

Aiko desceu da bola de neve.

— Aqui está bom maninho Shirou. Agora vamos em busca da cabeça do Senhor Gelinho!

Shirou olhou para Aiko, tirando uma das bases para o corpo do boneco do chão com um suspiro suave.

Senhor Gelinho? Já deu um nome para ele?

— Sim! — disse Aiko, agachada, as mãos imersas na neve fria. A voz dela, suave como a brisa, contrastava com o silêncio do parquinho deserto.

Shirou sentou-se no chão, os olhos fixos no céu nublado, e suspirou, formando uma leve fumaça que se dissipava no ar gelado. O cansaço já era esperado, mas foi suavizado pela quietude do ambiente, como se a neve ao redor tivesse o poder de suspender o tempo e com ele todas as preocupações que o rondavam.

Imaginou como o parquinho seria se estivesse tomado pela agitação das crianças. Os balanços iriam se balançar com força, e as caixas de areia estariam cobertas de pegadas, enquanto os risos e gritos de diversão preenchiam o ar. Agora, porém, o silêncio era absoluto, com a neve acumulando-se em cada canto, cobrindo a base do escorregador e transformando o parquinho em uma imagem estática, onde o movimento só existia em sua mente.

Aiko estava a uma distância, concentrada na tentativa de moldar a cabeça do Senhor Gelinho. Shirou, descansando ao lado do boneco inacabado, deixou que a sonolência o tomasse. O peso do cansaço se alastrava enquanto ele fechava os olhos, e logo o mundo ao seu redor se desfocava, levando-o para um breve sono enquanto a memória de algo distante começava a se formar.

Neve.

O inverno.

Lembranças.

Shirou Hiori caiu da árvore!” uma voz agitada exclamou.

Hum? É mesmo?” respondeu ele, a voz aguda.

Ele está bem, mas sabe o que aconteceu? Depois da queda, o cabelo dele ficou azul!” disse a voz em agitação.

O mais estranho foi que a senhora Hana não percebeu a mudança.” comentou uma voz doce.

A gente até falou pra ela, mas ela não acreditou quando falamos.” acrescentou outra voz doce, cheia de preocupação.

Será que foi por conta daquilo?!” perguntou a voz agitada.

Eu não acho...” negou Shirou.

Vozes infantis. Shirou também tinha uma voz infantil. Shirou ainda era criança. Quantos anos se passaram desde essa lembrança nebulosa?

— Maninho Shirou, me ajude!

Shirou abriu os olhos, procurando por Aiko. As lembranças ainda agitavam sua mente, tornando seus movimentos mais lentos. Ele olhou ao redor, tentando localizar a irmã.

— Aiko...?!

— M-Maninho Shiro! — Quando Shirou se virou, viu Aiko tentando rolar uma bola de neve duas vezes maior que ela. — O Senhor... Gelinho... precisa de sua... cabeça...!

— Aiko...! — Shirou se aproximou. — Como acha que vai colocar isso sozinha ali?

Aiko tentou empurrar a bola de neve com o corpo, mas escorregou e caiu de cara no chão.

— O maninho disse para eu ajudar mais. — Sua voz saiu abafada, então, ergueu a cabeça. — Eu estou ajudando.

Shirou riu suavemente, cobrindo a boca com o punho.

— Oh sim, claro Aiko. Obrigado por se esforçar.

Shirou ajudou Aiko a colocar a cabeça do Senhor Gelinho no lugar. Aiko tirou alguns botões dos bolsos do casaco e os usou para formar os olhos e a boca do boneco, alinhando-os com precisão. Por fim, ela os colocou em uma linha vertical. Shirou, por sua vez, pegou alguns galhos de uma pequena árvore no parque, coberta pela neve, e os usou para fazer os braços do boneco.

Após terminar, Shirou retirou o cachecol vermelho que usava e o colocou ao redor do boneco. Ele descansou as mãos na cintura, observando o trabalho que ambos haviam feito.

— Está feito.

Aiko abraçou o boneco.

— He he he... Estou muito feliz... Senhor Gelinho.

Aiko não havia abraçado o Senhor Gelinho com tanto ânimo. Todo seu esforço esgotou suas energias. Ela se afastou e apoiou-se em seu irmão completamente esgotada. Shirou sobrepôs sua mão na cabeça dela e a acariciou como uma recompensa pelo esforço. O fato de a irmã não reclamar da ação do irmão mostrou o quanto ela estava cansada.

Shirou então decidiu estar na hora de voltar para casa. Não queria que a irmã pegasse um resfriado, por mais logo que ele pudesse a deixar, pensar em Aiko reclamando de dores, com corrimento nasal e cheia de indisposição, o fazia ficar entristecido. Quem cuidaria da irmã em seu momento de vulnerabilidade? Quando ela se adoentava, até mesmo ações simples como caminhar pelos cômodos da casa tornavam-se dolorosos.

— Vamos para casa?

Aiko anuiu levemente com a cabeça, já demonstrando sinais de sono. Shirou se abaixou, e com um tom suave, pediu para que Aiko subisse em suas costas, oferecendo-lhe uma maneira de se acomodar. Ela, com um sorriso cansado, obedeceu e se acomodou nas costas do irmão.

Shirou segurou-a com firmeza, suas mãos estabilizando-a com cuidado e conforto. Com um gesto protetor, ajustou a posição dela para que pudesse se reconfortar. Aiko, aninhada e segura, relaxou, permitindo que o cansaço a envolvesse completamente.

— Diga tchau para o Senhor Gelinho.

— Tchau, Senhor Gelinho — disse acenando junto com o irmão.

Ao saírem do parque, o boneco de neve ficou para trás, abandonado sob o véu de gelo que cobria casas e ruas, criando um manto de pureza branca que captava a luz pálida do inverno. Os irmãos caminhavam pelas ruas desertas, cada passo um reflexo de sua exaustão após horas de brincadeiras na neve.

Aiko, vencida pelo cansaço extremo, estava envolta em seu casaco acolchoado. Mesmo com a touca de lã protegendo sua cabeça, o capuz de pelinhos estava deslocado, revelando um nariz corado pelo frio. Sua cabeça repousava suavemente contra o ombro de Shirou, permitindo-lhe ouvir o ritmo constante de sua respiração, abafada pelas camadas de roupas que ele usava para se proteger do inverno rigoroso.

Shirou caminhava com uma serenidade protetora, cada passo medido com cuidado. Ele sustentava Aiko com um gesto firme e gentil, como um guardião, garantindo que a irmã estivesse aquecida e confortável enquanto o início da noite os envolvia com seu manto gelado.

— Shirou.

— Hum?

— Está tudo quieto, não é?

— Sempre esteve, Aiko — respondeu Shirou com uma monotonia tranquila, o vapor de sua respiração visível no ar frio.

— Ah, é verdade.

Aiko espirrou, seu corpo se encolhendo instintivamente em resposta ao frio. O som do espirro quebrou a tranquilidade da recém chegada noite, e ela se aninhou mais perto do irmão.

A dedicação incansável de Shirou para garantir a segurança de Aiko contra as adversidades do frio revelava o amor silencioso e louvável que ele nutria pela irmã. Ele avançava com passos seguros, seu olhar atento e sua postura protetora assegurando que Aiko permanecesse aquecida e protegida.

— Precisamos sair logo do frio, Aiko. Você não pode pegar um resfriado.

Às vezes, Aiko sentia-se um peso, notando o quanto Shirou se preocupava com ela. Era curioso como o tempo parecia fluir de maneira diferente para ele. Embora estivessem no mesmo ambiente, a impressão que tinha era de que o irmão parecia muito maior e mais distante. Suas memórias mais antigas pareciam tão distantes e fragmentadas, quase como se estivessem à beira de serem levadas pelo esquecimento completo.

— Maninho.

— Hum?

—  Quantos anos você tem, maninho Shirou?

— Vejamos... Aproximadamente 16... eu acho.

— Hum...

— O que foi, Aiko?

Aiko estava confusa, seus pensamentos dispersos.

— Isso está meio errado.

— Por que diz isso? — perguntou Shirou, com um sorriso tímido que contrastava com a seriedade da situação.

— Nada não. — Aiko encolheu o rosto, apertando o punho que estava encostado no ombro do irmão. — Feliz aniversário, maninho.

Shirou parou bruscamente, seu último passo afundando na neve recém-caída. Aiko tinha conhecimento disso, no entanto, ainda se sentia confusa. Embora ambos compartilhassem a mesma idade cronológica, suas mentes eram distintas. Enquanto ela ainda era uma criança de seis anos, tanto física quanto mentalmente, Shirou, com seus dezesseis anos, possuía a sabedoria acumulada de alguém que havia dedicado anos à busca de conhecimento.

Não... Era algo além disso.

Shirou retomou sua caminhada. Um pesado silêncio pairou no ar durante um tempo sufocante. Ele era plenamente consciente do intenso conflito interno enfrentado por sua irmã, mesmo que de forma inconsciente. Admirava a persistência dela, mesmo diante dos resultados limitados, devido à grande luta que ela travava para manter a mente firme para não se dispersar.

Ambos eram como organismos invasores naquele lugar, um sentimento que Shirou não conseguia evitar. Franziu o cenho ao pensar na situação. Afinal, eles não estavam ali por escolha própria. Embora algumas decisões os tivessem levado ao caminho atual, se soubessem o que realmente os aguardava, certamente não teriam iniciado aquela conversa com o maldito criador daquele lugar. Dessa forma, Shirou também não ouviria nenhuma estúpida palavra ser proferida por ele.

— Obrigado Aiko. — Ele demorou a responder, sua voz carregada de um sentimento de conformidade e afeto.

Aiko, exausta, adormeceu, seu corpo relaxando suavemente contra Shirou.

 

* * *

 

 

Às vezes, Shirou sonhava que estava na biblioteca. Ele se aproximava das prateleiras e puxava um fio que se destacava entre elas. A sensação era como a costura de uma roupa se desfazendo, e o cenário desmoronava diante dele. De repente, ele se via de volta com seus antigos amigos do orfanato. Eles estavam alegres, sorrindo, apesar de todas as dificuldades que enfrentavam. Era uma imagem de pureza, de tempos que ele jamais poderia resgatar.

Mas então, Shirou acordava. Frustrado, cobria os olhos com o antebraço, como agora.

O enigma de "Aquilo" veio à sua mente, não de imediato, mas como um eco, como se fosse forçado a revisitar aquela última lição antes de ficar preso nesse ciclo interminável.

"Eu vejo o mundo ao meu redor, mas não paro. Voo de um lugar para o outro e nunca fico parado. O que sou?"

Na época, quando o ouvira pela primeira vez, Shirou ficou parado, pensativo. O dilema não parecia simples. Era algo mais profundo, algo pessoal. Ele conhecia bem esse tipo de jogo. "Aquilo" sempre distorcia as perguntas mais simples, fazendo-o duvidar do óbvio.

Sou uma mosca? Pensou por um momento. A resposta era clara, mas ele sabia que não poderia ser tão fácil. "Aquilo" queria que ele caísse na armadilha da solução rápida. Era uma estratégia, uma tentativa de manipulação, e Shirou não se deixaria enganar.

O jogo de "Aquilo" não era sobre respostas, mas sobre controle. Cada movimento, no tabuleiro de xadrez, era uma tentativa de manipulá-lo. Ele observou, decidido a resistir. Não era mais sobre a resposta certa, mas sobre paciência e autocontrole. Se respondesse de forma apressada, cairia na armadilha.

Com um movimento inesperado, ele colocou "Aquilo" em xeque.

E, de repente, o jogo virou. Shirou havia entendido. Não era sobre a resposta certa, mas sobre controlar o ritmo, fazendo o inesperado.

"Resposta: A mosca." A palavra saiu, mas ele sabia que havia algo mais por trás dela.

A frase de "Aquilo" martelou sua mente:

"Não seja uma mosca, seja um coelho."

Shirou parou, refletindo. Não era sobre a resposta, mas o papel que ele estava sendo forçado a assumir. O coelho corria, mas não tomava decisões. Ele seguia ordens.

Franziu o cenho. Agora ele entendia. O coelho estava preso, correndo sem saber que não tinha escolha. O jogo de "Aquilo" tentava moldá-lo, dando-lhe a sensação de que não tinha controle.

Ele sabia que esse jogo tinha regras. E ele sabia como jogar de acordo com elas.

Com um suspiro, ele se levantou. Mais um dia começava, mas a sensação de estar sendo manipulado não o incomodava, mas queria que seu corpo reagisse como sua mente desejava. Ele sabia o que precisava fazer. E, eventualmente, ele quebraria o ciclo.

Shirou suspirou. Mais um dia começava. Enquanto ele refletia preparando o café da manhâ, tentando organizar suas ideias e reafirmar sua convicção, a porta da cozinha se abriu. Aiko entrou, esfregando os olhos, ainda sonolenta. Seus cabelos bagunçados e o Coelho Brilhante de Morango em suas mãos formavam uma imagem de rotina. Mas, para Shirou, tudo aquilo parecia uma lembrança, como se a realidade estivesse prestes a escorregar entre seus dedos.

— Bom dia, maninho Shirou.

— Bom dia, Aiko.

Ela se aproximou do balcão e, na ponta dos pés, tentou espiar por cima.

— Panquecas?

— Exato.

— Panquecas! Panquecas! — Aiko pulou animada, seu rosto iluminado pela empolgação.

Aiko adorava todas as receitas preparadas pelo irmão. Alguns dias eles comiam comidas americanas, outras japonesas, outras inglesas... Ela preferia algumas das coisas mais simples, como onigiri, e adorava coisas doces, apesar do irmão limitar seu consumo.

Shirou conseguia preparar qualquer prato que imaginasse, e até mais! Seu talento na cozinha era verdadeiramente notável.

Ele colocou a massa crua na frigideira, e o aroma do preparo começou a se espalhar pela cozinha. Aiko, com as bochechas coradas, aspirou o ar com prazer, enquanto sua barriga roncava de fome.

— Logo fica pronto, Aiko.

— Maninho Shirou.

— Diga — perguntou, sem tirar os olhos da frigideira.

Aiko fingiu estar rabiscando a bancada com o indicador. Bochechas infladas e sem olhar para o irmão, pediu timidamente:

— Quero panquecas de coelhinho.

Enquanto Shirou colocava a panqueca no prato, notou Aiko fazendo biquinho. A imagem dela com as bochechas expandidas o fez lembrar de novamente de animais bochechudos como hamsters e geomys, que parecem estar sempre com as bochechas cheias. Ele imaginou que, se pudesse, Aiko armazenaria comida em suas bochechas como esses roedores comilões.

Shirou arqueou as sobrancelhas, contendo uma risada ao pensar na irmã empurrando cookies em sua boca, como se tivesse bolsas especiais para isso.

— Certo, Aiko, eu farei.

Aiko, animada, puxou a banqueta e, com um pouco de dificuldade, subiu nela para se sentar. Colocou o coelho na banqueta ao seu lado.

Arqueou as sobrancelhas buscando não soltar uma risada ao imaginar a irmã empurrando cookies aos montes para o interior boca.

— Coelhos fofos! Coelhos fofos! — disse alegremente enquanto sacudia suas pernas no ar.

— Sim, coelhos são fofos.

Shirou usou uma faca para cortar as panquecas com precisão. Aiko observava encantada, fascinada pela habilidade de seu irmão e pela delicadeza com que ele moldava o formato do coelho. Ele acrescentou frutinhas para criar os olhos e o nariz, como se estivesse acariciando veludo com a ponta dos dedos.

Shirou demonstrava grande destreza na cozinha, disposto a aprender do zero se necessário para satisfazer os desejos de sua irmãzinha. Ele jamais a decepcionaria. Com um gesto cuidadoso, colocou o prato diante de Aiko.

— Estão muito, muito fofos! — Aiko pegou o garfo e encarou as panquecas — Eu não posso comer coelhos tão fofos maninho Shii.

— Ora, por que não? — perguntou Shirou.

— Serei uma criminosa se comer eles — declarou Aiko, com um tom choroso.

Shirou olhou para o coelho de pelúcia e disse:

— O Coelho Brilhante de Morango parece triste, Aiko.

— O quê?! — exclamou Aiko, virando-se rapidamente para o coelho.

Ela agarrou o brinquedo e, encarando-o com seriedade, perguntou:

— O que aconteceu, Moranguinho?!

Aiko o Coelhinho Panqueca ficaria muito triste se você não o comer. Ele pensaria que não é saboroso. — Shirou disse com a mão na boca afinando a voz.

Aiko arregalou os olhos, seu corpo estremeceu.

— Faz sentido, Moranguinho! A missão do Coelhinho Panqueca é ser uma deliciosa refeição! — Exclamou, virando-se abruptamente para Shirou. — Seu mestre e criador o preparou para esse momento! Ele precisa ser consumido, ou sua existência será em vão! Certo, maninho?

Heroína Aiko, essa é mais uma missão que só você pode cumprir — confirmou Shirou, estendendo a mão que segurava o garfo.

Aiko o pegou e, com o cenho franzido, encarou o garfo com seriedade.

— Eu, Heroína Aiko Usagi, aceito essa missão!

— Vá em frente — incentivou Shirou, sentando-se ao lado de Aiko para também tomar o café da manhã.

Aiko cravou o garfo no meio do rosto do coelho, fazendo com que um mirtilo saltasse do prato e rolasse pela bancada antes de quase cair no chão. Com precisão, ela pegou a faca e dividiu a panqueca ao meio. A geleia de morango escorreu pelas laterais em um fio vermelho vibrante. Ao dar a primeira mordida, seus olhos brilharam com a alegria pura do sabor doce que explodiu em suas papilas. As bochechas se inflamaram e ficaram intensamente coradas com o prazer da combinação rica e cremosa da panqueca e da geleia de morango.

Shirou mastigava lentamente, com o queixo apoiado na palma da mão, observando Aiko saborear sua refeição com prazer depois de ter dilacerado a panqueca. Ele engoliu o último pedaço com dificuldade, sentindo-o descer pela garganta quase a rasgando, e se lembrou das coisas horríveis que havia se submetido para comer.

Ao terminar, Aiko tomou o leite de sua xícara de uma vez só, juntou as mãos e, fechando os olhos, fez uma oração de agradecimento.

— Obrigado por satisfazer minha fome. Seu nome será lembrado para sempre.

— Está satisfeita, heroína Aiko? — perguntou Shirou, enquanto retirava a louça usada.

— A heroína Aiko cumpriu mais uma difícil missão…

No entanto, Aiko soltou um pequeno arroto, cobrindo a boca com as mãos. Seu rosto ficou da cor da geleia de morango que acabara de comer, vermelho de vergonha.

Shirou, tentando segurar o riso, cobriu a boca com as costas da mão.

— Aí está, o sinal de agradecimento do Coelho Panqueca.



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