Apenas um Sonho Brasileira

Autor(a): Hanamikaze


Volume 1

Capítulo 9.2: Divergente

Parte 2

Enquanto observava Ryan e Christopher se distanciarem, Mia Cooper e Hina Takahashi aproximavam-se de Ethan, que estava parado, encostado à parede no fim do corredor. Mia vinha acenando para o garoto, enquanto Hina mantinha sua face serena. Ethan não mudou de expressão, e tornou o olhar para as duas. Com um pulinho, Mia agarrou-se em Ethan como se ele fosse um ursinho de pelúcia. Surpreso, Ethan não reagiu, apenas abriu levemente a boca em surpresa. Mia parou ao lado dos dois, e observava o garoto nos olhos.

— Mia? — perguntou, tentando afastar a garota. — O que foi?

— Nada! Só queríamos ver como estava. Isso não é um problema, né? — perguntou, com um sorriso delicado demais. Não combinava com a personalidade de Mia.

— Sei…

— E então… já suspeita de alguém, Ethan? — perguntou Mia, que mantinha o mesmo sorriso meigo. Com as mãos juntas atrás das costas, enquanto Hina também o olhava, receptiva. Ethan passou rapidamente o olhar entre as duas, e então olhou para Mia novamente.

— Não.

Hina alisou o braço direito de Ethan com os dedos, fazendo-o arrepiar com suas unhas longas e afiadas. Ela usava unhas postiças rosas, com glitter. Ethan se afastou, desconfortável, e abaixou um pouco a cabeça, criando um pequeno sombreamento em sua expressão.

— Se isso era tudo, então vou para o salão agora. Já vai começar a sessão de votações.

— Não seja rude! — começou Mia, mas antes que terminasse a frase, Ethan logo a retrucou:

— Não somos amigos. Não aja como se fossemos — disse, virando seu corpo para o outro lado, prestes a seguir até o salão. — Apenas cooperamos às vezes. Não significa que eu me aliei a você. E inclusive, quero permanecer sozinho nessa prova.

Ethan, com passos lentos, distanciou-se das duas caminhando até o salão. Mia perdeu sua expressão delicada, e agora tinha olhos cheios de mágoa. Talvez, realmente quisesse ficar próxima ao Ethan. Hina acariciou o ombro de Mia, sem desfazer o sorriso de seu rosto. As duas seguiram ao salão também, logo em seguida.

Já no salão principal, todos se reunirão em volta da mesa. Novamente não haviam cadeiras, pois eram pessoas demais e ninguém conseguiria se sentar. Eram exatos três minutos de sessão, e caso não selecionassem o Divergente, o jogo continuaria fora do salão.

Quando olharam para os seus braceletes, havia um aviso explicando que se falassem qualquer coisa fora de sua vez, perderiam 10 pontos por segundo, conforme falariam. O único que poderia falar neste turno, é aquele que tem a vez de fala. Havia um pequeno botão nos braceletes escrito “fale”. Joey foi o primeiro a apertar, e a vez de fala foi para ele. O botão para as outras pessoas ficou indisponível nesse meio tempo.

Antes de falar, um pequeno som saiu de seu bracelete, um som de “Pi”. Joey voltou o olhar para o bracelete, e havia um contador de 20 segundos. Era o tempo que o garoto tinha para expor suas ideias e argumentos, antes que sua vez de fala se encerrasse.

Logo, bateu suas mãos na mesa, e apontou para Ethan, que estava parado do outro lado.

— Eliminem o Kim! Ele sempre se fez de inteligente. Não acham que ele seria um bom Divergente? Não é ele quem sempre sabe de tudo? Então ele seria o melhor para esconder essa identidade.

Alguns olharam para Ethan após Joey falar, e outros observaram Joey desconfiados. Sua vez de fala se encerrou, e um segundo “Pi” foi emitido de seu bracelete. Ethan não mudou de expressão, e nem ficou surpreso com a acusação. Com uma voz calma, e uma expressão que refletia sua tranquilidade, apertou o botão Fale e então disse:

— Não é estratégico perder pontos no início. Não sei se perceberam, mas tem uma tela acima de nós que mostra em quantas pessoas o Divergente tocou essa rodada. — Acima de Ethan, realmente era visível no telão essa informação. O Divergente tocou três pessoas nesta rodada. O que significa que ganhou, ao todo, 90 pontos. — Podemos levar isso como parâmetro. Se me acusarem injustamente vão perder pontos sem sentido, e mesmo se acertarem, estarão empatados. No fim pois todos irão subir. Por isso, não votem em mim, e nem no Joey. Vamos pensar melhor antes de nos movimentar.

A expressão dos participantes em volta foi de clareza. Concordaram com Ethan, e ninguém acusou mais ninguém. Joey se aborreceu, pois queria ver a queda de Ethan primeiro. Mas também se deu conta de que talvez, aquilo não fosse o mais importante agora. Ninguém ali traria sua vitória, nem Ethan, nem Aria, nem Kevin, nem ninguém. Ele estava sozinho. Lutar para derrubar os outros ou pelos outros não traria resultado algum. Com esse pensamento, o garoto manteve sua postura.

Ninguém acusou ninguém, e passaram os próximos dois minutos se entreolhando. A sessão de votos terminou, e caminharam em conjunto para fora do salão. Os que estavam nervosos com o jogo agora mantinham a calma, as palavras de Ethan deram determinação a todos, que agora focaram em investigar calmamente, e não se afobar como Joey. Realmente, se descobrissem o Divergente agora, todos estariam empatados pois subiriam juntos. Isso não é uma vantagem, a corrida continuaria acirrada.

Ryan Garcia e Christopher Santiego iam até o outro lado do colégio. Com a nova aliança, Ryan queria testar se podia confiar em seu parceiro temporário. O levou para uma sala isolada, e certificou-se o caminho todo de que Christopher não tivesse tocado uma pessoa sequer.

— Para quê viemos aqui…? — perguntou Christopher, entrando na sala e fechando a porta em seguida.

— Aqui tiraremos nossas próprias conclusões. Ethan fez bem em mostrar o telão a nós, pois agora sabemos quantas pessoas o Divergente tocou na rodada — explicou, sentando-se em cima da mesa das carteiras. — Então, se ficarmos apenas parados aqui, e a quantidade de pessoas tocadas naquele telão subir, saberemos que não somos Divergentes.

— Acho que entendi… — disse, um pouco desconfortável em estar sozinho em uma sala com Ryan, que mantinha uma expressão de pilantra. — Você não pode… tocar em mim então.

— Preocupado com isso? — respondeu Ryan, com sua expressão mudando para desaponto. — Uma mentalidade fraca só irá te atrapalhar aqui. 

— Desculpa… só é meio estranho…

Os dois permaneceram naquela sala, e Ryan manteve seus olhos em Christopher para que ele não tentasse nenhuma gracinha. Certamente, nenhum dos dois tocaria em ninguém nesta rodada.

Enquanto isso, do outro lado do colégio, Aria tinha ido até a biblioteca para pegar um livro para ler. Queria esvaziar um pouco a mente. Mas esta não era sua estratégia original, contou para as amigas sua habilidade de ler livros sem exatamente focar nas palavras. Desta forma, podendo focar sua visão nos arredores, mesmo com os olhos voltados para o livro. Era uma boa técnica para supervisionar os outros.

Estava meio apressada, pois não tinha muito tempo. Eram apenas dez minutos de intervalo entre uma sessão e outra. Por este motivo, a garota corria pelos corredores com o livro em mãos.

A caminho da cantina, onde Emma e Emily se encontravam, presenciou uma garota de cabelos verdes tropeçar e deixar alguns livros caírem no chão. Tinha olhos grandes, amarelados e arredondados, um rosto meigo e uma franja reta. Duas Maria Chiquinha, e um colar com pingente amarelo, que retratava uma lua. Ela também tinha livros, mas esta carregava cinco de uma vez. Aparentemente ela queria apenas ler naturalmente.

Aria, sem hesitar, agachou-se e ajudou a garota a recolher os livros. Não manteve contato físico com ela, apenas lhe entregou os livros.

— Obrigada… — agradeceu, pegando o último livro e então apertando os cinco empilhados contra o peito.

— Acho que nunca te vi por aqui, qual o seu nome? — perguntou Aria, com uma expressão amigável.

— Sarah… Sarah Megan — respondeu, meio tímida, abraçando os livros em mãos. Antes que pudesse responder, Sarah distanciou-se e seguiu seu caminho. Aria acenou para ela como despedida, e tornou a correr para a cantina.

Chegando lá, quase se jogando, sentou-se em cima do banco ao lado das duas. Colocou o livro sobre a mesa da cantina, e olhou para Emma e Emily. Emily sentada ao seu lado, e Emma do outro lado da mesa. Emma olhava para as duas com um olhar sombrio, sentindo-se excluída por sua melhor amiga. Emily notou, mas ignorou. Segurou o livro junto de Aria, eufórica.

Os dez minutos se passaram, e um alarme no bracelete de todos ecoou pelo colégio em uma sinfonia alarmante. Os passos das pessoas reunindo-se no salão ecoava várias vezes pelo local, que era bem aberto e meio vazio, o que fazia o som se propagar com mais clareza. Ficaram em frente à mesa, e esperaram o telão dar as informações.

Quando o Telão ligou, exibiu que o Divergente, nessa rodada, havia tocado duas pessoas. Concedendo-lhe mais 60 pontos. Pelo número de pessoas tocadas ser tão baixo, ninguém tinha nenhuma ideia de quem poderia ser o tal Divergente. Qualquer pessoa poderia ter tocado apenas dois naquela multidão.

Logo, um garoto de cabelos roxos usando óculos apertou o botão em seu bracelete, liderando a vez de fala.

— Sinceramente, não estamos chegando a lugar nenhum. Não sei se notaram, mas o Divergente está tocando poucas pessoas, não almejando alta quantia de pontos. Se continuarmos agindo normalmente, vamos… — antes que finalizasse, o “Pi” foi liberado do bracelete, e ele ficou quieto. Finalizou-se sua vez de fala. Logo, Emily tocou o botão também.

— Acho que entendi o que ele quis dizer. Se continuarmos agindo normalmente e tocando uns aos outros, não teremos progresso algum. Vamos manter distância, sem contato físico. Vamos analisar os outros de longe, e aquele que for visto tocando em alguém, será acusado — disse, e então sua vez terminou. O som agudo ecoou mais uma vez, calando sua voz pelo resto da sessão.

Por trinta segundos, ninguém falou mais nada. Ninguém tinha nada a dizer, exceto por uma pessoa. Sarah Megan, que estava relutante em apertar aquele botão e falar a todos o que pensava. Mas notando que a sessão logo iria acabar, apertou o botão, tremendo um pouco. A vez de fala voltou para a garota, e os 20 segundos começaram a correr.

— E-eu… acho que é a Aria… tivemos contato aquela hora, e talvez isso conte como… como uma suspeita… ela não teve problemas em manter contato comigo… — explicou, com uma voz tímida e cabeça baixa.

— Mas aquilo nem foi contato físico! — exclamou Aria, indignada com a acusação repentina. A garota havia falado por dois segundos fora de sua vez, então perdeu 20 pontos. Ao ver, calou-se na hora, e afundou seu rosto na multidão.

Quando a vez de Sarah terminou, Michael Turner logo apertou o botão.

— Ela tem razão. Eu presenciei aquele momento, foi bem no meio dos corredores, suponho que todos tenham visto. Realmente não houve contato físico direto. Então isso talvez seja uma falsa acusação. O movimento de deixar os livros caírem também foi inteligente, pois alguém facilmente poderia ajudá-la, assim como Aria, e seria uma brecha para tocar alguém — explicou Michael, bem rápido, dentro dos 20 segundos. Para completar, David Cohen apertou o botão também.

— Eu concordo, eu concordo! Sarah também não tocou muitas pessoas nessa rodada. Ela é bem tímida, e para não ter que se aproximar das pessoas, usou isso como uma armadilha! Ela é a maior suspeita até agora! 

A vez de fala de David terminou, e sem mais dúvidas, todos com exceção de Ethan e Ryan votaram em Sarah com seus braceletes. Para votar, era só apontar o bracelete a pessoa desejada e apertar o botão “Divergente”. Ao ver que todos fizeram isso, Ryan votou também, mas Ethan não fez nada.

O tempo acabou, e a sessão se encerrou. Sarah Megan foi desqualificada do jogo “Divergente”, e a próxima rodada se deu início. Todos que acusaram a garota perderam 40 pontos. Ethan não perdeu nada, por não ter acusado ninguém. Sarah, com uma expressão triste, saiu do colégio e deixou que o jogo continuasse sem sua presença.

O intervalo começou, e todos se espalharam pelo colégio. Aria, separada de suas amigas para não levantar suspeitas entre elas, pois era muito fácil suspeitar de três amigas grudadas. A garota seguia pelos corredores, e passou ao lado de Hina Takahashi, encostada em uma parede esperando pelo Ethan. O garoto seguia Aria de longe, observando-a.

Hmm! — paquerou, e então se moveu em direção a ele. Tocou seu braço com a unha novamente, fazendo os pelos de Ethan arrepiarem com o toque fino.

— Não ouviu o que disseram? Sem contato físico. Vão acabar pensando que é você.

Haha, eu sei… só estou lhe dando as boas-vindas, meu bem — disse, sorrindo encantadoramente para ele. Ethan devolveu o olhar, sem mudar de expressão. Não respondeu mais nada, e seguiu em frente. Hina foi atrás dele, e quando ninguém estava olhando, tocou suas costas levemente.

— Não está fugindo de mim, está…? Que crueldade…

— Para com isso, Takahashi. Te aconselho a não ficar perto de Mia, as pessoas estão ficando mais atentas agora — avisou, e então apressou os passos para se distanciar de Mia. A garota não insistiu, e apenas voltou para a parede em que estava, com um sorriso meigo no rosto.

Aria continuava indo em frente, alegre. Não estava muito preocupada, mas ainda assim se mantinha alerta. Não queria tocar ninguém, e nem perder algum movimento suspeito dos outros em volta. Aproximou-se do pátio, e sentou-se em uma mesa com tabuleiro de xadrez. As peças já estavam ali, para que as pessoas pudessem jogar.

Mas a garota estava sozinha, e não havia ninguém para ser sua oponente. Então, olhou para uma garota de cabelos castanhos e olhos claros, e a chamou para perto. Notando que Aria só queria jogar um pouco de xadrez, ela se aproximou e sentou do outro lado da mesa.

— Oie! Qual o seu nome, não vi você por aqui também — perguntou Aria, receptiva como de costume.

— Brittany Taylor, você é Aria Harper, né? — perguntou, com curiosidade enquanto fazia a primeira jogada no tabuleiro.

— Sim, sim! Como sabe?

— Você e o Ethan Kim estão na frente de todos na tabela… ganharam o máximo de pontos nos dois primeiros jogos, devem ser inteligentes.

Haha! Você acha? Obrigada! — exclamou, e as duas continuaram jogando xadrez até a próxima sessão de votos. Mesmo focada em ganhar de Brittany, a garota não perdeu o foco em analisar o que acontecia à sua volta.

Enquanto isso, Joey andava ao lado de seu amigo, Kevin Jhonson. Kevin estava estranhando a calmaria que Joey estava tendo naquele jogo até agora. Não estava irritado, não estava querendo quebrar nada, e não estava correndo atrás de nenhuma garota. Pela primeira vez Joey parecia concentrado em fazer as coisas do jeito certo.

— Ai, mano… — disse, apontando para uma bela garota ruiva por perto. — Gostei daquela ali… o que você acha? — perguntou Kevin, com uma expressão maliciosa. Suas correntes nos bolsos e na jaqueta de couro preta faziam barulhos irritantes enquanto o garoto caminhava.

— Sei lá… faz o que quiser.

Ah, para Joey. O que tá rolando? Você tá chato hoje.

— To concentrado, não ta vendo porra? Para de falar e toma foco, imbecíl.

— Vai ficar nessa? — cruzou os braços, e parou de andar. — A gente não vai perder essa merda, cara.

— Tô nem aí. Se é assim que você pensa, então siga sozinho, porque eu não quero mais ser o trouxa dessa parada.

Kevin, ao ouvir isso, alterou-se e deu um tapa forte na nuca de Joey. O garoto estranhamente não revidou, mas saiu com um sorriso maléfico.

— Me tocou aqui oh! — berrou, e todos em volta ouviram. Os que viram Kevin dar o tapa afirmaram a acusação, e todos voltaram os olhares decididos para Kevin, pensando em expulsá-lo.

A sessão de votos iniciou novamente, após os dez minutos de intervalo terem passado. Juntando-se à mesa novamente, alguns já olhavam para Kevin decididamente. No telão, marcava que o Divergente tocou duas pessoas. Joey foi o primeiro a apertar o botão, já fazendo sua acusação.

— Kevin me tocou. Todos viram, todos sabem do trato. Era não tocar ninguém né? Então expulsem esse panaca — disse, e alguns concordaram com aquilo. Por ser algo vago, alguns não votaram. Mas os afobados desferiram seus votos ao Kevin, que olhava Joey com raiva. Mas, impressionantemente, Joey não votou. Já sabia que Kevin não era o Divergente, e no fim só queria se livrar dele naquele jogo.

Hina, que espreitava Ethan ao fundo, ficou surpresa ao notar que o garoto sequer desconfiou ou tentou acusá-la. Ele sequer tentou votar nela, na verdade, ele nem olhou para ela naquela sessão. Como se isso sequer passasse pela cabeça dele.

"Não vai votar em mim, hum...? Haha! Ou ele é idiota, ou ele é muito inteligente..." pensou, cutucando os lábios com a unha.

Como os votos já haviam sido dados, ninguém disse mais nada. Apenas aceitaram, e Kevin foi eliminado do jogo. Saiu arrastando os pés do colégio, e os que votaram nele perderam 40 pontos.

Mais um intervalo começou, e Aria estava em uma sala sozinha, ao lado da biblioteca. Eram poucas pessoas que ficavam naquela área, então ela tinha um pouco de paz. Mas não durou muito tempo. Quando ia sair da sala, viu uma silhueta passando por ela. Virou lentamente seus olhos para ver, e era Ethan, com um olhar vazio. O garoto andou até as costas de Aria, e ela o observou.

— Aria… — começou, com um leve suspense.

— Ethan…? Pode falar… precisa de alguma coisa? — disse, um tanto tímida, e um tanto alegre ao vê-lo.

— Você é a Divergente, não é…? — sussurrou, bem próximo ao ouvido da garota. Os olhos dela logo se arregalaram, e seu corpo paralisou. Ela não teve coragem de responder, e sua realidade havia se quebrado ali.

— Como eu pensei… na verdade, eu já sabia desde o início.

Notas:

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