Volume 10

Capítulo 211: Sanduíche de salmão é justiça

Parte 1

O sol estava atingindo seu pico, quando o calor podia ser sentido até mesmo neste ar frio.

Também era hora da pausa da tarde. Lugares como cafeterias no centro da cidade fervilhavam à medida que começavam a se encher de donas de casa e funcionários de empresas.

Em uma dessas cafeterias, o prédio de madeira, complementado com móveis, mesas e cadeiras que também eram feitas de madeira, trazia uma atmosfera chique e calma. Era uma velha loja famosa do local. Kosuke também estava lá.

O interior do café era espaçoso. Até o segundo andar era utilizável, o que era raro para uma loja velha. Cerca de um terço da cafeteria, começando na entrada, era usado como átrio1, para que alguém que estivesse perto do corrimão no segundo andar pudesse observar a situação no primeiro andar. Kosuke e companhia estavam sentados ao redor da mesa perto do corrimão no segundo andar.

— A Grã-Bretanha tem uma imagem forte de comida ruim, mas uma loja deliciosa normalmente é deliciosa, não é?

— Kosuke... não é como se eu estivesse dizendo que é ruim, mas o que você está fazendo comendo assim como se estivesse tudo certo? Mesmo que este seja o lugar que o inimigo designou…

Kosuke enchia as bochechas com entusiasmo com um sanduíche de salmão, uma das especialidades desta cafeteria. Vendo isso, Emily ficou com uma expressão preocupada enquanto tomava um gole de seu próprio chá que havia sido misturado com muito leite.

— Não está tudo bem, Doutora Grant? Ele não perde a presença de espírito mesmo em momentos como este. Como esperado de Kosuke-san. Estou ficando molhada.

— Paradis, tenha em mente o local e a situação. Vou prendê-la por atentado ao pudor.

Vanessa, que à primeira vista parecia séria com sua expressão rígida, disse coisas tão obscenas. Antes que sua parceira, Emily pudesse fazer uma réplica como a pessoa com a razão, um aviso intensamente frio foi dado. Era a Chefe Magdanese, que bebia chá preto com uma atmosfera serena.

No dia anterior, após receberem o contato do mentor do ataque que se apresentou como Odin, um e-mail detalhando a hora e o local para a entrega de Emily Grant foi enviado para o smartphone que Kimberly deixou para trás.

Era este lugar. Foi um pouco inesperado que a entrega fosse feita nesta cafeteria à tarde, quando estava lotada de gente, mas quando uma instrução adicional que dizia que a Chefe Magdanese seria a responsável pela entrega naquele lugar, este método poderia ser considerado muito inteligente.

A prática habitual para algo assim seria apenas Emily estar presente no local designado, mas, de forma natural, o inimigo estaria em guarda contra rastreamento. E então, o que eles mais se preocupariam seria o caso de uma contramedida que estava além do mero rastreamento sendo aplicada.

Sim, eles temiam que a agência de segurança agisse para apagar Emily. Era difícil imaginar que a agência de segurança deixaria Emily escapar debaixo de seu nariz nas mãos do inimigo depois que soubessem o valor de "Berserk". Nesta situação, essas últimas medidas tiveram que ser levadas em consideração.

Emily indo sozinha para o local designado onde ela seria levada pelo inimigo, se a garota não estivesse conectada com um dispositivo de rastreamento, mas sim com um explosivo… para ser sincero, isso seria intolerável. Até mesmo o inimigo era uma criatura que pertencia às trevas, por isso eles sabiam o quão carente de misericórdia a Chefe Magdanese era.

Mas, se eles designassem um local que estivesse lotado, e além disso, também fizessem a Chefe Magdanese comparecer, então, como esperado, até a Chefe não seria capaz de tomar esse tipo de medida. E então, eles iriam verificar se Emily não carregava nada desnecessário no local.

A propósito, Kosuke e Vanessa estavam presentes na entrega devido às instruções da Chefe Magdanese. De forma natural, o inimigo instruiu a Chefe Magdanese a fazer a entrega sozinha, mas parecia que ela tomaria uma posição de: — Eu os trouxe por engano. Não houve como evitar que eles estivessem aqui, certo?

Kosuke não estava nem se escondendo, mas da perspectiva do inimigo que desejava tanto Emily que uma mão poderia seguir para sua garganta, parecia que eles não poderiam fazer outra coisa senão reclamar da violação da instrução. Deixando isso de lado, era melhor para Kosuke e Vanessa estarem ao lado de Emily para mostrar que não eram subordinados, e também para apoiar o coração da pesquisadora.

Embora, sendo sincero, deixando de lado Kosuke, talvez tenha sido um pouco falho deixar Vanessa comparecer também. Era isso que a Chefe Magdanese estava pensando.

— Está tudo bem que você esteja encantado com o sanduíche de salmão, mas e o estado dos arredores, Sr. Portal do Abismo?

— É Kosuke. Você está ouvindo? Meu nome é Kosuke, tá, Chefe-san.

— Sim, eu entendo, Sr. Portal do Abismo. Então? Não há relatos sobre algo suspeito do pessoal destacado, mas eu me pergunto se há alguém suspeito se escondendo na multidão?

— … o homem gordo de meia-idade de terno cinza entrando no café agora mesmo, e a mulher de meia-idade chegando agora. É vago, mas eles estão parecendo estranhamente nervosos para pessoas que só chegaram para o almoço.

Chefe-san não mudou a maneira como ela o chamou, não importava quantas vezes ele apontasse isso. Talvez ela estivesse guardando rancor de ter seu orgulhoso esquadrão semidestruído. Ela não deu a mínima para o olhar de reprovação de Kosuke. Enquanto fingia beber seu chá preto, usando um receptor preso a sua braçadeira, ela chamou a atenção do pessoal que estava parado sem mostrar nenhum movimento ou sinal não natural.

Emily, que estava sorrindo vendo essa conversa, então suspirou um pouco. Era como se ela estivesse soltando a respiração que não percebeu que estava tensa. Kosuke, que notou isso, moveu seu olhar de reprovação da Chefe Magdanese para Emily.

— Qual é o problema, Emily? Como pensei, você está com medo?

Parecia que Emily estava feliz que Kosuke notou a pequena mudança em si mesma. Ela devolveu um sorriso suave ao olhar preocupado de Kosuke. Dentro daquele sorriso, havia um calor que estava inconfundivelmente cheio de imensa confiança e um sentimento ainda mais imenso que podia ser visto em um olhar.

— Estou bem Kosuke. Estava um pouco tensa, mas não estou com medo. Como Kosuke vai ficar ao meu lado. Com certeza este é o lugar mais seguro do mundo.

— Hum-hum.

Kosuke respondeu de forma seca. No entanto, não era porque ele estava apático, mas porque estava tímido com a confiança e boa vontade que uma linda garota estava mandando para ele sem demonstrar dúvida. Suas orelhas ligeiramente vermelhas mostravam isso com mais eloquência do que qualquer palavra.

A propósito, a família Grant estava sendo protegida no verdadeiro sentido em uma instalação da agência de segurança. As elites da agência de segurança e o corpo clone de Kosuke estavam de guarda lá, então podia-se dizer que eles estavam completamente seguros. Isso também a influenciava, então nenhuma inquietação e medo existiam no coração de Emily.

— Eu também não estou com medo, sabia, Kosuke-san. Acredito em você. Eu te amo.

— Espere Vanessa! O que você está dizendo do nada! Não é bom você dizer algo assim de forma tão leviana!

Vanessa-san confessou seu amor com uma expressão muito séria. As bochechas de Emily ficaram vermelhas enquanto ela retrucava, ou melhor, se intimidava. A voz do coração dela: — Tire suas mãos do meu Kosuke! — parecia audível de alguma forma.

Kosuke, que recebeu a boa vontade dirigida a ele de duas mulheres, estava preocupado. Ele deveria transmitir a verdade que não pôde dizer desde a noite passada devido a toda a confusão... que ele tinha uma amada a quem seu coração havia sido dedicado? Não, ele com certeza deveria contar a elas sobre isso, mas o problema era escolher o momento.

Que tipo de mudança ocorreria no estado mental de Emily se a existência de Lana fosse lançada durante esta série de eventos que não mostravam nenhum sinal de parar… era um assunto que deveria ser informado a ela logo, mas na pior das hipóteses, isso teria uma influência negativa durante a situação daqui em diante.

Mesmo enquanto Kosuke continuava se preocupando, ele viu como a confissão direta (?) de Vanessa, que não tinha vergonha, estava fazendo o rosto de Emily ficar vermelho antes que ela balançasse a cabeça com sua trança balançando para a esquerda e para a direita, sua mente pensando preocupada: "Uu, é melhor se eu falar direito também? Mas isso é muito embaraçoso!" Isso o levou a se determinar que era melhor dizer isso de forma clara e com urgência.

— Ei-ei, Emily.

— O queee, Kosuke.

As bochechas de Emily-chan relaxaram em um sorriso, como se ela estivesse feliz apenas por ser chamada. Havia uma teoria de que era fácil para um homem e uma mulher que compartilhavam uma situação perigosa converter o nervosismo que sentiam naquele momento em emoção de amor, mas no caso de Emily, parecia que a teoria estava correta. Como esperado de uma heroína fácil.

Vendo como Emily era assim, Kosuke disse: — Uuh... — quando suas palavras ficaram presas em sua garganta. De Emily, que estava esperando pelas palavras de Kosuke, ele podia ter a visão de orelhas de cachorro na cabeça da pesquisadora e um rabo de cachorro na parte inferior de suas costas. Essas visões sacudiam para a esquerda e para a direita de forma energética. Ela parecia um cachorro leal que esperava pela palavra de seu dono.

Garota gênio vestindo um jaleco, olhos de gato, cabelo loiro, trança lateral, guarda de carisma, garota mijona, atributo de pessoa racional, heroína fácil. E então, o atributo de cão leal para com alguém de quem ela gostava.

Quantos atributos ela estava planejando adicionar...

Falando de forma sincera, a figura de Emily esperando por suas palavras com um largo sorriso era realmente adorável e charmosa. Mas, por isso mesmo, Kosuke se decidiu e abriu a boca.

— Sa-sabe, eu, na verdade...

— Eles estão vindo. Parem com a cena jovial, concentrem-se.

A voz fria da Chefe Magdanese o interrompeu de forma decisiva. As bochechas de Kosuke estavam se contraindo. A expressão de Emily ficou confusa, mas ela logo enrijeceu sua expressão.

A Chefe Magdanese e Vanessa estavam olhando para baixo. Havia três homens envoltos em ternos e casacos pretos. Suas expressões não podiam ser lidas por causa dos óculos escuros que usavam, mas sua atmosfera era obviamente diferente da de um civil. Aqueles que sabiam poderiam dizer. Esses três tinham um ar pesado envolvendo-os, o ar de alguém acostumado à imoralidade e à violência.

Os três homens olharam para o interior do café e então notaram o olhar da Chefe Magdanese dirigido a eles do segundo andar, e ergueram os cantos dos lábios. E então, eles subiram as escadas que ligavam ao segundo andar.

— Hmph? Chefe-san, qual é o significado disso?

— Há algum problema?

Um dos homens parou e arrumou seus óculos de sol enquanto olhava para Vanessa. Mas, a Chefe Magdanese respondeu à pergunta de forma calma, então o homem apenas bufou antes de se sentar em uma cadeira vazia. Os outros dois estavam sentados nas cadeiras da mesa vizinha.

No momento em que o homem se sentou, seu olhar percorreu Emily sem qualquer reserva. Emily olhou para o lado sem nem esconder seu olhar de nojo. E então, talvez porque fosse seu hábito, o homem bufou de novo. E então, sem nem mesmo pedir permissão, ele pegou o ginger ale que Kosuke pediu e bebeu o conteúdo em um gole.

— Bem, não importa. Nosso lado não fará nenhuma reclamação se você nos entregar Emily Grant. Acho que você entende, mas não tenha ideias estúpidas. Incluindo rastreamento.

O homem ergueu um pouco a mão. Em resposta, um dos homens tirou um pequeno dispositivo do bolso da camisa. E então, ele apontou aquele dispositivo para Emily. Parecia que era algo para procurar transmissores.

Ao mesmo tempo, o homem tirou algo quadrado do bolso da camisa. Parecia um isqueiro Zippo2 que fez um som quando a tampa foi aberta. Seu interior não era nada parecido com um aparelho incendiário, mas um botão.

— É interessante, não é? Apenas espalhando uma pequena isca nas pessoas acuadas, elas farão o que você quiser. Apenas com uma única verificação, eles acreditarão em palavras duvidosas como ser uma cobaia para novos nutrientes e engolir algo desconhecido. Eles irão até mesmo seguir obedientemente instruções criptográficas repentinas para entrar nesta cafeteria, por exemplo.

A fala do homem que estava com um sorriso torto fez Emily cerrar os dentes de forma audível e Vanessa o encarar de forma irada. Não era preciso dizer que o homem quis dizer que as pessoas que tomaram a cápsula contendo "Berserk" estavam dentro deste café. E então, o detonador que parecia um isqueiro que o homem segurava poderia destruir a cápsula e transformar aquelas pessoas em berserkir que não seriam capazes de voltar ao normal. No meio deste café lotado com o sol alto no céu.

O homem fingiu tremer com a ira de Emily e Vanessa.

— Não parece que você é aquele Odin. E então, o que você vai fazer depois de levar a Doutora Grant? Você vai fazê-la criar o antídoto, causar uma epidemia de "Berserk" e, em seguida, obter um grande lucro... a essa altura você será rastreado, sabia? Será o mesmo, mesmo se você o vender para alguma organização em algum lugar do submundo. Você acha que conseguirá escapar da agência de segurança?

— Quem sabe. Isso não é algo que um grupo humilde como nós saberá. Essa será a decisão do chefe. Muito bem, também não podemos continuar falando sem chegar a lugar nenhum. Que tal nos despedirmos logo?

O homem dirigiu seu olhar para o homem que procurava um dispositivo de rastreamento. O homem, que parecia ter terminado a verificação, balançou a cabeça e relatou que não encontrou nada. O primeiro homem acenou com a cabeça satisfeito ao ouvir isso e colocou a mão no ombro de Emily. O corpo de Emily estremeceu, não de choque ou medo, mas de nojo.

Vanessa estava prestes a expulsar aquela mão por reflexo, mas então o homem mostrou o detonador em forma de isqueiro.

Ele mostrou...

— Kufuh!

— Puh!

— Fufuh!

Vanessa bufou. Emily também desviou o rosto com os ombros tremendo. E em uma ocasião muito rara, até a Chefe Magdanese tinha um pequeno sorriso nos lábios.

Não havia como evitar isso. Afinal, o que o homem estava levantando com uma expressão de desprezo cheia de um senso de superioridade como se dissesse: — Vocês não podem fazer nada, podem, hein? — era...

Um sanduíche de salmão.

Além disso, eram os restos de um que tinha sido comido até ficar com um tamanho quase igual ao do isqueiro, um sanduíche de salmão do tamanho de uma mordida. Ele estava acompanhado por muitas marcas de mordidas.

— !?

O homem levantou uma voz muda de choque e jogou o sanduíche de salmão no chão. E então, ele se levantou enquanto chutava a cadeira antes de se afastar dois passos de distância da Chefe Magdanese e companhia.

— Suas vadias, querem brincar comigo!?

O homem adivinhou que o detonador havia sido substituído quando ele não percebeu e que o autor do crime devia ser Vanessa, que estava participando por algum motivo. Ele estava prestes a tirar algo do bolso da camisa. Provavelmente era um detonador sobressalente.

O homem logo o tirou e o empurrou para frente de forma ameaçadora.

Sim, era outro sanduíche de salmão do tamanho de uma mordida.

— Que diabos!?

Emily, Vanessa e a Chefe Magdanese explodiram mais uma vez. Ouvindo isso, o homem ficou vermelho como uma beterraba pela vergonha e confusão.

— Ei! Peguem o sobressalente! Explodam o primeiro e o segundo!

O homem ordenou ao terceiro homem. Parecia que o terceiro homem também estava em posse de um detonador. Uma peça sobressalente em cima de outra. Eles estavam mesmo preparados.

Porém, não houve resposta do terceiro homem à ordem do primeiro. A razão era…

— Ei! Você está ouvindo!? Depressa... espere, por que diabos você está enchendo a boca com um sanduíche de salmão, hein!?

Sim, o terceiro homem estava com a boca cheia com um sanduíche de salmão. O primeiro homem ficou furioso e agarrou o ombro de seu subordinado, que tinha o molho do sanduíche de salmão escorrendo pelo canto da boca, e puxou-o com força.

Então, com uma sacudida, o terceiro homem caiu com o rosto para cima, expondo seu rosto, o branco de seus olhos foi exposto com o sanduíche de salmão ainda enchendo sua boca. O homem inconscientemente levantou sua voz: — Óó!? — em estado de choque e recuou. Baque! Um som veio atrás dele, e ele se virou em reação.

Lá ele viu...

— Você também tem um sanduíche de salmão!?

Lá ele viu outro de seus subordinados desmaiado com um sanduíche de salmão enchendo sua boca e o branco de seus olhos expostos. Além disso, por algum motivo, ambas as mãos estavam unidas no peito, como um cadáver colocado dentro de um caixão.

— O que, o que está acontecendo...

— Não é simples? O sanduíche de salmão desta cafeteria é delicioso demais. Tanto que no momento em que comeram, eles ascenderam ao céu. Isso é tudo.

— !?

Ao ouvir a voz desconhecida ressoando bem atrás dele, o homem estremeceu ao se virar. Lá ele viu Kosuke enchendo a boca de forma elegante (?) com um sanduíche de salmão. Ele podia ter se transformado no meio do caminho em Lorde Portal do Abismo porque, embora seu traje ainda fosse o mesmo, ele estava usando óculos escuros.

Enquanto o homem enrijecia ao ver o desconhecido jovem japonês com a atmosfera estranha, Kosuke falou: — Não concorda? — para uma jovem garçonete paralisada a uma leve distância devido à comoção, em busca de uma concordância.

A garçonete, que de repente recebeu a atenção dirigida a ela, balançou a cabeça para a esquerda e para a direita, negando de forma séria: — Nosso sanduíche de salmão não é tão delicioso assim! — Sem dúvidas, ela quis dizer que "Ninguém vai querer comer um sanduíche que pode mandar as pessoas para o céu!"...

A voz da garçonete, que ressoou de modo inesperado muito bem, chegou ao primeiro andar. Um homem de meia-idade que parecia ser o gerente da loja ergueu os olhos maravilhado com o que estava acontecendo ali. Vendo a bela veia emergindo na cabeça daquele homem, parecia que a implicação da garçonete não foi transmitida de modo correto a ele. O futuro do emprego da garota nesta cafeteria a partir de agora era incerto.

— Vo-você acha que pode escapar fazendo algo assim? Não somos os únicos a carregar um detonador, sabia? Mesmo agora, neste lugar...

— Você está falando sobre os cinco homens que estão monitorando este lugar? Ou talvez sobre as pessoas que assistiam à imagem enviada pela câmera escondida montada dentro do café? Se for isso, então agora eles devem estar indo para um hotel especial escoltados pelos soldados gentis e atenciosos. Todos estão dormindo. Parece que não suportaram o trabalho exaustivo de todos esses dias. Você não acha que sua empresa é muito negra3?

— Im-impossível…

O homem tentou pegar um dispositivo de comunicação do bolso em pânico.

… o que apareceu foi um sanduíche de salmão.

Além disso, aquele que fez o inimigo que observava esta cafeteria do lado de fora desmaiar foi, claro, Kosuke. As câmeras escondidas dentro do café foram revistadas por Kosuke em total invisibilidade na noite passada, enquanto a equipe da agência rastreava o canal de comunicação e determinava a localização dos observadores.

Durante o tempo que o jovem estava procurando pela câmera escondida, a força inimiga que estava observando o café no caso de a agência estar montando algo no prédio às vezes testemunhava uma sombra negra exibida na câmera do nada. Todos eles gritaram no caos completo dizendo coisas como: — Aqui-aquilo é uma Pessoa das Sombras4! Esta é a primeira vez que eu vejo uma! — ou: — Mentira... embora eu não deva ter nenhum sentido sobrenatural... — ou: — AMÉM, AMÉÉÉM!

Mesmo quando Kosuke entrou na sala deles, eles reproduziram o vídeo gravado enquanto diziam:

— Você não acha que vamos ganhar muito dinheiro se levarmos isso para uma estação de TV?

— Es-espere. Esta é a verdadeira Pessoa das Sombras, entendeu? Eu, já ouvi algo antes. Que existem caras perigosos pesquisando algo assim.

— Aa, eu também ouvi isso da mamãe. Nesse mundo, existe um grupo ocultista que gosta muito desse tipo de coisa, então tome cuidado, disse ela. Ela também disse que, mesmo que você veja, apenas finja que nunca viu nada. Do contrário, você será sequestrado e transformado em um sacrifício por um mago negro.

— Sério... é assustador, essa organização do submundo...

Eles diziam coisas assim um ao outro enquanto faziam uma confusão. Nem era preciso dizer que Kosuke fez uma réplica: — Não, a cor dele é diferente, além disso, vocês também são membros de uma organização do submundo!

E então, Kosuke, que de repente foi impulsionado por seu coração travesso, aproveitou a forma como ele passava despercebido como uma boa oportunidade e tentou causar vários fenômenos bizarros. Por exemplo, ele fez a porta abrir e fechar; então ele fez um som de batida de fora da janela. Ele então os sequestrou um por um sem ser notado e escreveu “O próximo é você!” usando magia no monitor enquanto as pessoas em pânico não percebiam, entre outras coisas; no final, ele enrolou um fio de aço nas pernas de um deles e puxou a pessoa para fora da sala...

A expressão das pessoas restantes que estavam testemunhando a figura de seu camarada gritando enquanto estendia a mão para eles, no entanto, foi em vão e ele foi puxado por algo invisível e desapareceu no fundo do corredor... essas eram expressões mostrando que trauma foi enraizado por completo nesses homens.

E então, o pessoal da agência de segurança que estava assistindo aquilo explodiu em gargalhadas ao mesmo tempo. Também nem era preciso dizer que a Chefe Magdanese cobriu o rosto com as duas mãos enquanto suspirava.

Todos os inimigos caíram no abismo do terror, junto a isto, todos foram apreendidos com perfeição. Kosuke, que havia conseguido isso, foi recebido por todos os funcionários do departamento com um high five5. Vendo isso, a Chefe Magdanese sussurrou: — Eu deveria ir para casa já! — Dava para ver o quão cansada ela estava com tudo isso.

Muito bem, deixando de lado a Chefe Magdanese que estava com um olhar distante ao se lembrar do evento que lhe deu dor de cabeça na noite passada, o homem que não possuía nada além de um sanduíche de salmão e cujos companheiros foram aniquilados sem que ele percebesse, estava encharcado de suor frio enquanto tentava se virar.

— Bem, não tenha tanta pressa. Estou pensando em fazer de você nosso guia. É por isso que será preocupante se você voltar para casa sozinho.

— Você disse, gui-guia? Para a casa do chefe? Hah, isso é inútil. Eu não vou dizer nada, é. Eu conheço muito bem a loucura do chefe. Se eu o trair, que tipo de inferno provarei... é melhor morrer.

— Entendo. Você com certeza nos guiará com prazer depois disso. Estou convencido disso. De qualquer forma, nos tornaremos um incômodo se permanecemos aqui. Vamos ter uma conversa longa bem ali, tá legal?

Kosuke se levantou de sua cadeira e colocou um sorriso no rosto. Vendo isso, o homem gritou: — Merda! — enquanto tentava pular do terraço do segundo andar. Como Kosuke estava bloqueando as escadas, o homem pensou que conseguiria escapar de alguma forma se apenas se jogasse do segundo andar.

Mas não havia maneira de Kosuke ser pego de surpresa apenas por isso.

— Técnica Secreta da Arte Marcial do Estilo do Abismo, "Banquete Arrogante da Gula (Sanduíche de Salmão é o Melhor!)"

— Mugah!?

Kosuke circulou atrás do homem e imediatamente encheu sua boca com um sanduíche de salmão. O homem se contorcendo foi imobilizado por trás com a boca sendo pressionada, incapaz de fugir ou cuspir o sanduíche.

O homem entrou em pânico e por um tempo continuou lutando e chutando, mas logo seus olhos se reviraram e expuseram a cor branca, e ele desmaiou sem forças. Um pedaço de salmão escorregou da boca do homem caído.

— Hã-hã, como pensei, o sanduíche de salmão desta cafeteria é incrível. Ele manda as pessoas para o céu de forma instantânea.

Kosuke acenou com a cabeça satisfeito enquanto olhava para o homem desmaiado. Todos dentro do café pensaram isso: "Não, você só o fez sufocar!" Mas eles não falaram em voz alta porque isso era assustador.

A Chefe Magdanese, cujos suspiros aumentaram de forma notável em número nos últimos dias, estava suspirando ainda mais enquanto enviava um sinal para seus subordinados. Os subordinados apressados logo apreenderam os três homens e, além disso, também conduziram de forma educada vários dos clientes que pareciam ter "Berserk" administrado em seus corpos.

A cafeteria entrou em um alvoroço com a prisão repentina. No meio disso, Emily estava fazendo uma expressão complicada enquanto perguntava a Kosuke, que iria deixar o café, enquanto seguia a Chefe Magdanese.

— Ei, Kosuke. Por que você está tão obcecado por esse sanduíche de salmão? Você ama isso?

— Hã-hã, eu o amo.

— É-é mesmo...

Claro, Kosuke respondeu que amava o sanduíche de salmão. Mas o rosto de Emily ficou vermelho ao ver Kosuke dizendo "amo" com uma cara séria enquanto olhava para ela. Com um olhar para Emily que estava assim, Kosuke desceu as escadas enquanto começava a explicar com uma exposição que estava no mesmo nível de um certo repórter gourmet cuja frase de efeito era "Caixa de joias de sabor, siiiim!"6, sobre o quão incrível o sanduíche de salmão desta loja era.

Depois que Kosuke saiu da cafeteria, nem foi preciso dizer que a venda do sanduíche de salmão desse café aumentou de forma explosiva.


Parte 2

Naquela noite, a lua estava escondida pelas nuvens. Neste mundo escuro, sem luz do céu noturno, havia um prédio alto iluminado de forma brilhante por luz artificial. Para uma empresa normal, a essa altura a maioria dos funcionários já estaria em casa e haveria poucas luzes, mas era apenas este prédio que estava com luz escapando de todos os andares.

A entrada daquele prédio alto e a parede externa próxima ao andar mais alto foram desenhadas com o nome e o emblema da empresa. O nome da empresa era "Gama Farmacêutica".

Os faróis de um carro iluminavam a estrada secundária daquela empresa. O carro foi parado pelo guarda em frente ao portão de barras de ferro. O homem atrás do volante do carro mostrou seu rosto para aquele guarda e também sua carteira de identidade.

Parecia que o guarda conhecia o rosto do motorista. O guarda mostrou um sorriso irônico ao proferir palavras de apreciação: — Deve ser um trabalho árduo chegar neste tipo de horário, mesmo que você nem seja um pesquisador. — Ele então levou o cartão de identificação para a sala da guarda e usou um leitor para ler o cartão e abrir o portão.

O homem no banco do motorista encolheu os ombros e disse: — É a ordem do superior. Não posso ir contra isso. — ao receber seu cartão de identificação. Naquela hora, o guarda viu a pessoa sentada no banco de trás e ergueu as sobrancelhas em dúvida.

Quando o motorista disse ao guarda: — Essa pessoa é uma médica genial, embora se pareça. Parece que ela vai ser o às da nossa empresa, sabia? —, parecia que a pessoa no banco de trás percebeu que eles estavam falando sobre ela. A garota vestindo um jaleco com o cabelo preso em uma trança lateral então olhou para o guarda e sorriu de forma amigável.

Recebendo o sorriso de uma garota simpática e bonita, o guarda de meia-idade relaxou e sorriu. E então ele disse: — Mesmo que você ainda seja jovem, não deve se forçar muito a trabalhar até esse horário, entendeu? — enquanto recuava.

O carro então passou pelo portão e continuou seguindo até que sua figura desapareceu em uma entrada traseira para o estacionamento subterrâneo.

O carro estacionou em um canto do estacionamento subterrâneo antes do motorista e da garota com um jaleco, Emily, descerem.

— Este é mesmo o lugar onde o mentor está? Esta é uma grande empresa que pode até estar entre as 5 maiores, mesmo na Grã-Bretanha.

— Então você não acredita, Senhorita? Já disse que sou o subordinado direto do presidente deste lugar, Kaysis Wentworks.

— Calado. Eu não vou falar com você.

— … tá.

O homem que recebeu aquela resposta penetrante ficou rabugento. Mesmo assim, ele recuou de modo obediente. Ele, o homem que desmaiou após receber a técnica secreta de Kosuke, Woody, pediu a Emily que o seguisse enquanto fazia beicinho.

Seguindo a orientação de Woody, eles pegaram um elevador exclusivo que só se movia usando um cartão de identificação de funcionário. Este edifício alto tinha 66 andares no total, com uma altura que ultrapassava os 200 metros. Eles podiam ver a vista noturna da cidade do elevador de alta velocidade que estava conectado do lado de fora. Quanto mais alto o elevador ficava, mais ampla era a visão que podia ser vista.

— É lindo…

— Sim, este cenário...

— Não estou falando com você.

— … entendido.

O sentimento de Woody foi ferido com aquela segunda resposta penetrante. Uma linda garota com olhos brilhantes se apegando à paisagem lá fora, e um homem duro expondo um rosto amuado ao lado dela. A cena era surreal.

Em pouco tempo, junto com um som, a tela do andar do elevador mostrou que eles estavam no andar mais alto. Emily, que voltou aos seus sentidos com aquele som, se virou e seguiu Woody, que havia saído do elevador primeiro. Eles passaram por várias esquinas e salas, por várias fechaduras eletrônicas e, no final, chegaram a uma pesada porta gravada com o emblema da empresa.

Woody caminhou em direção ao display instalado ao lado da porta de duas folhas e apertou um botão.

— Chefe, aqui é Woody. Assim como avisei em minha mensagem, cheguei agora há pouco. Estou trazendo a Doutora Grant.

— Até que enfim. Estou abrindo a porta agora.

A porta do gabinete do presidente foi construída de forma que só pudesse ser aberta por dentro. Por causa disso, Woody e Emily esperaram que o dono da sala, Kaysis, abrisse a porta.

Com o som do ar saindo, a porta dupla se abriu. Os dois entraram com Woody na liderança. A porta imediatamente se fechou atrás deles. Emily olhou para aquilo por cima do ombro e, dentro de seu coração, avaliou que o inimigo era realmente cauteloso.

Quando seu olhar voltou para a frente, ela viu um homem de trinta e poucos anos sentado em uma cadeira luxuosa. Ele era um homem magro e loiro. Seus olhos semicerrados pareciam os de uma raposa e seu sorriso solto e desleixado davam uma impressão frívola que não combinava com um presidente de uma grande empresa.

Mas, no momento em que aquele homem viu a figura de Emily atrás de Woody, a garota viu dentro dos olhos ligeiramente abertos do homem e sentiu arrepios na espinha.

Ela pensou que este homem era como uma cobra. Seu olhar era o de uma serpente avistando um rato que seria sua presa. Ela não deveria ser enganada pela impressão frívola externa desse homem. Astúcia e malícia estavam comprimidas dentro deste sujeito. Sim, uma aura detestável que a fez acreditar nisso estava expressa nos olhos desse homem.

Emily parou de andar de repente. Ver isso fez com que o sorriso de Kaysis se aprofundasse ainda mais. Seu sorriso maligno, que não dava nenhum indício de humanidade, fez Emily engolir em seco. Até Woody, que estava um pouco à sua frente, também engoliu em seco como ela. Sem dúvidas, ele entendeu o quão sinistro aquele sorriso era.

— Ei, Emily-chan. Que bom que você veio. Minha empresa lhe dá as boas-vindas de braços abertos.

Kaysis se levantou e contornou sua grande mesa enquanto abria as mãos em um gesto de boas-vindas. Emily quase se encolheu diante da massa de malícia que se aproximava; no entanto, de repente ela percebeu o que estava prestes a fazer e apertou os dentes.

E então, ela voltou a mover o pé ao seu ponto anterior e olhou de volta de forma ameaçadora com olhos de gato penetrantes.

Kaysis demonstrou uma emoção de surpresa por um momento, mas ele logo começou a olhar com um olhar de sadismo não disfarçado.

— Que bom, isso me excitou. Uma garota que exibe esse tipo de olhar é meu tipo favorito. Que tal Emily-chan? Você não vai se tornar minha em vez de ser apenas uma pesquisadora da minha empresa? Você será capaz de obter tudo o que deseja fazendo isso, sabia?

— E você vai me atormentar por que naturalmente vou recusar, e depois me obrigará a dizer isso com a minha própria boca, não é? De qualquer forma, faça primeiro uma cirurgia plástica. A vulgaridade de sua personalidade está aparecendo na sua cara, entendeu?

Mesmo enquanto Emily ainda tremia um pouco, ela lançou uma resposta mordaz e ousada. Woody olhou para ela com uma expressão um pouco chocada. A expressão de Kaysis estava mudando cada vez mais, como se uma fruta deliciosa fosse colocada à sua frente.

— Que forma de falar dolorosa. Mas, quer saber, isso me excita. Por quanto tempo você pode continuar com esse tipo de atitude, aa, estou muito ansioso por isso, cada vez mais.

— Seu comportamento nojento não importa. Em vez disso, você é Odin?

Enquanto assentia, Kaysis se aproximou até ficar a uma curta distância de Emily, que estava perguntando isso com indisfarçável repulsa.

— De fato, isso está correto. Eu sou Odin. Bem, esse nome é apenas uma brincadeira. Meu nome verdadeiro é Kaysis Wentworks.

— Você foi... a pessoa que roubou "Berserk"? Aquele que libertou o infectado no meio da cidade?

A ponta do dedo de Kaysis acariciou a bochecha de Emily. Mesmo sentindo náuseas com aquele toque, a garota pediu a confirmação dele. Ela queria confirmar: "Você é o principal culpado de tudo?".

— Você pode dizer isso, mas também pode dizer que não.

— O que você quer dizer? Me responda!

— Fufu, você é muito obstinada. Como uma gata fofa.

Kaysis esquivou-se do questionamento de Emily. Seus olhos de cobra brilharam enquanto sua mão tocava o pescoço esguio da garota. Claro, só com isso, seria impossível estrangular o pescoço e matar uma pessoa. Mas, provavelmente, ele só queria ver o rosto sofrido de Emily para se divertir.

O rosto da pesquisadora fez uma leve careta quando aquela mão estremeceu com força. A expressão de Kaysis estava cada vez mais cheia de alegria com isso, mas...

— ... o que você está fazendo?

— Eu não posso ficar quieto assistindo mais do que isso. Posso pedir para você tirar essa mão da senhorita?

Quem agarrou a mão de Kaysis e a puxou com força para longe do pescoço de Emily foi o homem ao seu lado: Woody. Kaysis lançou lhe um olhar perigoso. Os olhos de Kaysis estavam tingidos com uma luz perigosa pela forma como seu subordinado havia mostrado uma atitude rebelde imprevista, e de como ele chamou Emily de "senhorita".

— Eu me pergunto se você entende com quem está se metendo. Ou então, não me diga que você foi bajulado por essa garota? Não importa o quão improvável eu ache isso.

— De jeito nenhum, tal coisa é inimaginável de acontecer entre a senhorita e eu. Além disso, estou fazendo isso totalmente preparado para tudo.

Kaysis se desvencilhou do braço de Woody com brutalidade, depois tirou uma arma do bolso do paletó e apontou para o homem. Ao mesmo tempo, ele estalou o dedo e homens armados apareceram de portas escondidas instaladas em todos os lugares dentro da sala. Eles apontaram os canos das armas para Woody.

No entanto, Woody, que sabia da existência de guardas dentro da sala, não se perturbou.

— Preparação total? Eu realmente não te entendo. O que diabos aconteceu?

— Nada de especial. Se sou forçado a dizer, é porque encontrei um lugar com um contrato empregatício melhor do que aqui. Qualquer humilde assalariado vai mudar de emprego para um lugar com melhores condições, não concorda?

— Oras. Entendo, então você foi persuadido pelo departamento de segurança. Quanto você pode receber deles? Aa, só para ficar claro, não estou planejando pedir que você volte oferecendo mais do que a oferta deles. Seu destino já está decidido.

— Mesmo que você me diga para voltar, eu absolutamente não irei. Afinal, é uma remuneração que você não pode cobrir.

— … é tanto dinheiro assim? Responda, quanto você recebeu?

Tanta remuneração a ponto de um presidente de uma grande empresa que estava entre as cinco maiores na Grã-Bretanha não conseguiria igualar. A expressão de Kaysis ficou colorida de interesse quando ele ouviu algo assim. Ele estava se perguntando, que diabos o departamento de segurança usou para roubar seu subordinado.

Vendo Kaysis assim, o canto dos lábios de Woody se ergueram em um largo sorriso. E então com uma expressão orgulhosa, exultante e alegre que não pôde ser reprimida, ele falou o detalhe da remuneração que obteve:

— Kukuh, ouça e se espante! Minha recompensa éééé, quando sanduíche de salmão da melhor qualidade quiser, POR UM ANOOOO!

— … … … … … … … … … … hmm?

Kaysis-san estava confuso. Seu ar hediondo foi disperso de modo inconsciente e ele inclinou a cabeça claramente pensando: "Estou ouvindo direito?" Os outros guardas também estavam assim.

Em meio a tanta confusão, Emily, que sabia da situação, fez uma expressão complicada. E então, pela segunda vez, ela fez a mesma pergunta de antes no café.

— Ei, Kosuke. Por que sanduíche de salmão? Você gosta tanto assim dele?

Ao ouvir Emily chamar o nome de uma pessoa que ele nunca ouvira antes, Kaysis lançou um olhar desconfiado para ela.

Mas, no momento seguinte, ele se virou em estado de choque.

— Aa, é. Para ser sincero, até eu estou pensando que talvez esta hipnose esteja errada.

Os guardas também se viraram.

Ali, antes que percebessem, um jovem de roupas pretas estava sentado na cadeira do presidente enquanto coçava o rosto com um sorriso irônico.


Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Muito obrigado por ler essa história.

Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.

Sobre a pressão do sanduíche de salmão neste capítulo.

Se tenho que dizer o motivo, é porque o autor está ficando obcecado por isso.

Sanduíche de salmão que está inesperadamente disponível.

Se eu fizesse um do zero, duvido que a postagem do capítulo tivesse chegado a tempo...

Eu sinto muito.


Notas

1 – O termo átrio surge para designar o pátio central das casas gregas e romanas. Ou também pode ser área com um pequeno tanque no centro que captava a água das chuvas. É aplicado também ao vestíbulo de uma Igreja Paleocristã e ao espaço coberto que antecede uma Igreja, nartex. Nos tempos modernos designa uma sala espaçosa de um hotel ou edifício público, que dá acesso a uma outra de maior importância.

2 – O Zippo é um isqueiro metálico recarregável produzido pela Zippo Manufacturing Company. São isqueiros colecionáveis e foram fabricadas centenas de modelos durante os 80 anos em que vêm sendo produzidos. Os isqueiros Zippo são normalmente retangulares e têm uma tampa dotada de uma dobradiça que o faz abrir e fechar com uma pequena boca de maçarico dentro onde acende-se a chama. Ao contrário dos isqueiros de plástico, que são descartáveis, os isqueiros Zippo são recarregados com fluido líquido para isqueiros (hidrocarboneto isoparafínico sintético). Removendo o componente interno da capa metálica, deve-se encharcar, com fluido para isqueiros, o miolo sintético que segura um pavio. Tanto o pavio, quanto a pedra que produz a faísca, podem ser substituídas.

3 – “Empresa negra” é um termo usado no Japão para se referir a uma empresa que explora demais seus funcionários.

4 – Uma pessoa das sombras (também conhecida como figura das sombras, ser das sombras ou massa negra) é a percepção de uma parte da sombra como um ser vivo, uma figura humana, particularmente, como interpretado por crentes em paranormal ou sobrenatural, como uma presença de um espírito ou outra entidade. Muitos viciados em metanfetaminas reportam alucinações de "pessoas das sombras", como resultado de privação do sono. Várias religiões, lendas e sistemas de crenças descrevem seres de sombras espirituais ou entidades sobrenaturais como sombras do submundo, e várias criaturas das sombras foram rotuladas de folclore e histórias de fantasmas.

5 – O high five é um gesto de mão que ocorre quando duas pessoas levantam simultaneamente uma das mãos quase à altura da cabeça e empurram, deslizam ou batem com a palma da mão na palma da outra pessoa. O gesto é frequentemente precedido verbalmente por uma frase como "Toca aqui". Seu significado varia de acordo com o contexto de uso, mas pode incluir uma saudação, parabéns ou celebração. Há muitas histórias de origem do high five, mas os dois candidatos mais documentados são Dusty Baker e Glenn Burke do time de beisebol profissional Los Angeles Dodgers em 2 de outubro de 1977, e Wiley Brown e Derek Smith do time masculino de Louisville Cardinals time de basquete universitário durante a temporada de 1978-1979.

6 – No Japão, há um famoso repórter gourmet chamado Hikomaru, com uma frase de efeito: "Caixa de joias de (insira o nome da comida aqui), siiiim!". Parece que a personalidade alegre e o comentário impactante dele fizeram de seu programa um sucesso no Japão.



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