Volume 10

Capítulo 222: Epílogo (Segunda parte)

Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Esta é a segunda parte do epílogo.

Há a primeira parte antes disso, por favor, preste atenção.


Parte 1

— Ei, Kosuke. É este o lugar para onde você queria me levar?

— Sim, este lugar.

O olhar de Emily não conseguia esconder sua perplexidade e estava vagando sem qualquer calma. Era razoável. O lugar para onde Kosuke a levou logo após a ligação de Vanessa... era um hospital.

A questão de "Por quê?" estava girando dentro da cabeça de Emily.

— Veja, este hospital está sob a influência do departamento de segurança. Eles fazem uso dele para os criminosos e as vítimas de casos, ou pessoas com circunstâncias especiais.

— Departamento de segurança… eh, espere, então...

— Sim, as pessoas relacionadas com o caso "Berserk" também estão hospitalizadas aqui.

Emily engoliu em seco. As pessoas que ficaram com "Berserk" armazenado dentro de seus estômagos, mas ainda não foram contaminadas, as pessoas que foram confinadas para experimentos, mas felizmente puderam ser resgatadas a tempo, e o pessoal do centro de pesquisa que se feriu durante a operação de supressão, estavam todos aqui.

Emily olhou em volta com uma expressão triste, mas de repente percebeu algo. Mesmo com todas aquelas pessoas presentes, isso não era um motivo para trazê-la aqui. Se alguém se transformasse em um berserker, seria tarde demais para eles e, caso não houvesse se transformado, então estaria no domínio de um médico. Não havia motivo para Emily, que era pesquisadora, estar aqui.

Sim, se houvesse um motivo para a garota ser trazida aqui, então seria o mesmo motivo que as famílias dos pacientes que estavam se reunindo no quarto ou corredor de pacientes até agora...

Com um estremecimento, uma emoção indescritível que era diferente de um calafrio estava surgindo dentro de Emily.

— Es-espere, espere Kosuke! Por-por acaso, aqui-aqui dentro... mas, eu, com certeza me lembro que todos foram...

— Isso continuou me incomodando todo esse tempo. Na sua história, foi apenas a sua despedida com ela que foi diferente. Eu não disse nada porque achava que era uma chance muito pequena, mas acreditei que a possibilidade não era zero.

"Ela"... Emily entendeu a quem essa palavra se referia.

Era verdade. De fato, era verdade. Foi apenas ela que Emily não viu diretamente. Quando se separaram uma da outra no final, ela atraiu para longe o berserker se aproximando e desapareceu. Mas Emily não confirmou seus últimos momentos.

As repetidas mortes, a presença avassaladora da "Berserk", o tremor pesado que perseguia atrás dela, tudo isso empurrou Emily para o desespero. Foi por isso que ela pensou que esse devia ter sido o último momento para essa pessoa, ainda assim...

— Estava pensando em confirmar eu mesmo, mas antes que pudesse, a chefe-san a encontrou e me contatou. Parece que ela ainda não recuperou a consciência, por isso, para confirmar diretamente e descobrir os detalhes do seu estado, pedi a Vanessa que viesse na frente…

Já não havia mais palavras. A esperança brotando em seu interior estava fazendo o coração de Emily se acalmar.

— A ligação de Vanessa pouco antes. Ela disse que a pessoa estava acordada. Ela foi fortemente ferida e precisa de repouso completo na cama, mas não há ameaça para a sua vida.

— A, a…

Emily cobriu a boca com a mão que não estava sendo puxada por Kosuke, e então seu olhar embaçado captou a figura de Vanessa conversando com uma pessoa que parecia ser um médico.

Vanessa, que notou Kosuke e Emily, se curvou para o médico antes de virar o olhar para os dois. A expressão dela era gentil e relaxada, uma que eles nunca tinham visto até agora. A partir dessa expressão, Emily discerniu que não havia nada de ruim. Ela se agarrou a essa esperança que não parecia ser uma mentira.

— Ela está bem, Doutora Grant. Ela também está muito lúcida, e o médico também disse que não haverá problema se passar por um tratamento. Agora, ela está esperando. Por favor, vá vê-la.

— Vanessa… sim, sim...

Kosuke soltou a mão que segurava e empurrou as costas de Emily de forma gentil. Vanessa se despediu dela com um sorriso gentil. Emily não conseguiu suportar isso e as lágrimas escorreram por seu rosto enquanto a garota abria a porta para o quarto da paciente e entrava.

Pi-pi-pi! Além do som retumbante de equipamentos médicos, a sala da paciente estava envolta em silêncio. A luz do sol entrava pela janela que estava com a cortina aberta, iluminando o quarto da paciente.

Com passos cambaleantes, Emily se aproximou da cama. Lá, ela viu a mulher cujas duas pernas estavam fixas em seu devido lugar, sua cabeça enfaixada, e sua mão recebendo soro intravenoso.

Talvez aquela mulher tenha notado a presença de Emily porque ela lentamente abriu os olhos fechados.

E então...

— … Emily. Aa, estou feliz. Você está segura.

Enquanto estava deitada na cama com feridas por todo o corpo, as palavras que saíram de sua boca pela primeira vez foram palavras que se alegraram pela segurança de sua irmãzinha...

— Lizzie-nee!!

Com sua mente ainda em branco, Emily apenas cercou o corpo da mulher com sua grande alegria e saltou no peito de sua irmã mais velha, Lizzie Ashton. Lizzie, que recebeu o abraço de sua querida irmãzinha, de forma natural...

Ai, ai, ai, ai! Espere, dói, isso dói, estou te dizendo, Emily! Sua irmãzona está morrendo! Desta vez estou morrendo com certeza!

Fueah!? Des-desculpe, Lizzy-neee!

Ela desmaiou em agonia. Uma pessoa que estava em repouso absoluto não deveria ser agarrada dessa forma. Isto era importante. Emily estava nervosa e abalada enquanto Lizzie sorria sem graça, — Que garota perdida. — com os olhos marejados por suportar a dor.

— Está tudo bem se você fizer isso devagar. Olha, vem aqui, Emily.

— Lizzie-neee!

Suavemente, como se estivesse tocando uma delicada obra de arte, Emily abraçou Lizzie, e então ela começou a soluçar, soluça, soluça. Lizzie fechou um pouco os olhos para sua irmãzinha que estava assim enquanto acariciava a cabeça de Emily de forma gentil.

Fufu, você realmente se tornou uma chorona enquanto fiquei desmaiada, não é mesmo? Para onde foi a pessoa obstinada foi, eu me pergunto.

— Kem, kem ze importa… soluça, funga.

Emily resmungava enquanto a abraçava com força sem qualquer sinal de soltar. O sorriso de Lizzie foi ficando cada vez maior.

— Ouvi sobre o assunto desta vez, só um pouco daquela agente fria. Parece que você passou por uma grande aventura.

— Eu, não. Não foi, aventura… só, precisava fazer, algo, de alguma forma... mas, não poderia, fazer qualquer coisa... eu só, continuei recebendo, ajuda...

— É. Aquela Paradis-san também disse que queria proteger Emily porque você estava trabalhando muito duro. Além disso, há mais um herói-san? Eu ouvi dizer que ele também emprestou sua força porque Emily trabalhou muito.

Emily se agitou e levantou o rosto do peito de Lizzie, e então seu rosto ficou terrível por causa das lágrimas e muco.

Lizzie limpou o rosto de Emily que ficou assim enquanto orgulhosamente presenteava a garota com suas palavras junto com um sorriso gentil que a garota mais nova idolatrava:

— Você trabalhou duro, não trabalhou, Emily? Como esperado da irmã mais nova de todos nós. Sem dúvidas, os outros, e Rick, e também o professor, eles devem estar orgulhosos de você.

— Lizzie-neee!

— Ah, ah, céus. Mesmo que você seja uma beldade, isso é desperdiçado nesse estado... venha cá, assoe o nariz, assoe.

Emily assoou o nariz exatamente como a colega disse. E então, ela incansavelmente enterrou seu rosto no peito de Lizzie mais uma vez. Neste momento, ela só queria sentir sua amada irmã mais velha.

E então, Lizzie também abraçou Emily com força. Ela só estava mostrando seu amor por sua irmãzinha que sobreviveu e cerrou os dentes contra a solidão em direção à pessoa que amava e seus companheiros que haviam a protegido.


Parte 2

O saguão do aeroporto estava muito movimentado com pessoas esperando por sua partida e pessoas esperando pela chegada de passageiros de voos. Em um lugar de espera onde havia várias fileiras de bancos, Emily, cujos olhos ainda estavam vermelhos, estava olhando para Kosuke se sentindo culpada.

— Desculpe, Kosuke. Por minha causa, quase não resta mais tempo. No final, você não pode ir comprar suvenires ou fazer outra coisa.

— Não, está tudo bem. Essa foi uma reunião especial para você. Não sou tão grosseiro para ficar incomodado com isso.

No fim, depois que Emily, que havia se transformado em algo pegajoso em Lizzie, foi enfim arrancada depois que a enfermeira percebeu que a paciente estava quase desmaiando com o branco dos olhos meio exposto.

No entanto, mesmo com isso, parecia que Emily odiaria sair do quarto, e quando ela foi repreendida pela enfermeira e foi arrastada para fora, a garota gritou: — ONEE-CHAAAN! — e estendeu a mão. Lizzie, cujos olhos se abriram em seguida ao ouvir o grito da irmãzinha, então estendeu a mão — EMILY!!! —, fazendo o soro intravenoso ser arrancado de sua mão, o que piorou ainda mais a comoção. As duas eram mesmo irmãs que eram parecidos.

A enfermeira, que foi tratada como um membro da máfia que tentava separar as irmãs amorosas uma da outra por causa de uma dívida não paga, ficou com uma veia latejante na testa. Mesmo assim, a enfermeira continuou cuidando da situação. Nem era preciso dizer que Kosuke e Vanessa se desculparam de forma sincera com a enfermeira.

Por causa disso, no final, eles chegaram ao aeroporto com pouco tempo de sobra até a partida, o que fez com que Emily se sentisse culpada.

— Muito bem, de qualquer forma, é ótimo que Lizzie-san esteja viva.

— Sim.

Foi uma mudança de tópico forçada, mas Emily respondeu com um enorme sorriso. As coisas perdidas não voltariam, e as feridas daquele evento não desapareceriam por toda a sua vida. Mas, mesmo assim, houve salvação, mesmo que fosse apenas uma pessoa. Era realmente como se o mundo recompensasse um pouco alguém que deu o melhor de si.

E, naquele momento, Vanessa, que os deixou um pouco porque recebeu um telefonema, voltou para eles.

— Kosuke-san. Bernard está vindo se despedir.

— Eii, Abis. Eu vim como representante das tropas.

Parecia que Vanessa havia ido até a entrada para dar as boas-vindas a Bernard, que veio ao aeroporto para se despedir de Kosuke.

— Vindo aqui assim, é parte do seu trabalho?

— Não, não está tudo bem. É por isso que eu preciso voltar logo, mas não será nada bom se não der uma única palavra de despedida quando você está voltando para o seu país. Além disso, veja, aqui está uma lembrança dos caras da tropa.

— Eh, sinto muito, por te causar esse tipo de problemas. Mas, se for esse o caso, então aceitarei com gratidão...

Kosuke ficou um pouco tímido enquanto espiava dentro da bolsa antes que suas bochechas se convulsionassem. Lá dentro havia várias facas de combate e balas que eram esculpidas com letras estranhas. Havia também granadas que foram escritas com piadas obscenas, um isqueiro Zippo1, e um charuto de alta classe.

— Você é um idiota!? Não há nenhuma maneira que eu possa levar isso comigo!

Kosuke se transformou em um homem que segue o senso comum por reflexo, mas Bernard respondeu com uma expressão confusa:

— Eh, mas, você... você normalmente está carregando coisas desse tipo, não está? Lembra, aquela pequena katana, ou as facas?

— Ah… é, acho que sim. Desculpe. Aliás, obrigado.

Ele não tinha palavras para retrucar isso. Dessa forma, Kosuke colocou a lembrança em sua mochila. Ele planejava jogá-las na Caixa do Tesouro mais tarde.

Bernard, que terminou de entregar as lembrancinhas, então acenou com satisfação antes de se virar com rapidez. Parecia que ele estava mesmo muito ocupado.

— Até mais, Abis. Na próxima vez que você vir, mostre a sua cara, custe o que custar. Vou apresentá-lo a um restaurante delicioso.

— Aa, obrigado. Bernard também, não seja muito imprudente.

Kosuke sorriu de forma irônica enquanto agradecia a Bernard, que só podia ser visto como alguém que era amado pelo deus da morte e a deusa da sorte ao mesmo tempo. E então...

— O que você está dizendo? Tenho uma esposa e uma filha fofa esperando em casa pelo meu retorno. Não importa o que aconteça, voltarei para casa, com certeza.

— Por isso mesmo, não diga esse tipo de frases com tanta facilidade!

— Só espere Annie (a filha de seis anos). Papai vai chegar em casa em breve...

— Espere, Bernard! Você, tenha muito cuidado! Há com certeza um deus da morte logo atrás de você!

Bernard hasteou uma bandeira perigosa de forma tão natural quanto respirava, como sempre. E então sua figura desapareceu na multidão.

— O que devo dizer, de certa forma, parece que ele é o mais próximo de Kosuke-san. Não posso deixar de me surpreender que ele não morra com isso.

— Só posso concordar com isso.

Vanessa, por alguma razão, estava olhando para Bernard sumindo na multidão com um olhar que parecia estar olhando para um rival enquanto dizia tal coisa.

— Kosuke, logo será a hora.

— Ó, tem razão. Então, talvez eu deva ir.

Kosuke levantou-se e colocou sua mochila no ombro. E então, ele estava prestes a caminhar em direção ao portão de embarque. Mas a manga de sua camisa foi puxada.

Hmm? Emily, qual o problema?

— ...

Enquanto encarava o chão, Emily puxou a manga de Kosuke com força sem mostrar qualquer sinal de soltá-lo. Kosuke olhou para Vanessa procurando ajuda, mas a agente apenas deu de ombros e não disse nada.

Eeer, Emily. Estou deixando para trás meu clone, e também passei meu número de contato, certo? Poderemos nos encontrar de novo em breve, não fique tão relutante; isso é constrangedor.

— ...

Kosuke disse esse tipo de coisa com um gesto exagerado um pouco em tom de brincadeira, mas o estado de Emily não mudou. Não, seus ouvidos que poderiam ser vistos por entre seus cabelos loiros estavam no progresso da mudança. Eles estavam ficando cada vez mais vermelhos. Olhando mais de perto, seu pescoço e bochechas também estavam tingidos de vermelho.

Kosuke então entendeu a situação, "Parando para pensar, no final, falhei em falar sobre aquilo! Nada bom!", e ele abriu a boca para dizer algo. Mas, antes que pudesse...

— Sa-sabe. Sabe, Kosuke! Eu-eu, na verdade, isso, sobre Kosuke, eu...

O rosto da Emily se transformou em um instante e parecia uma maçã vermelha brilhante. Os olhos dela estavam úmidos, e dentro deles, havia um calor incomensurável. À primeira vista, era óbvio que ela estava prestes a liberar em palavras a chama que já ardia estrondosamente dentro de seu peito naquele momento.

A voz de Emily reverberou alta e deteve a atividade das pessoas ao redor. Suas atenções se concentraram nos dois. Os espectadores adivinharam a atmosfera entre eles: "Minha nossa? Isso poderia ser...", e seus olhos brilharam com profundo interesse.

E então, Emily-chan, que já estava em seu limite, estava prestes a realizar sua primeira confissão em sua vida, e sua boca já tinha formado parte da palavra "apaixonada", foi naquele instante que...

— Ah, aí está você! Ko-kuuuuuuuuuun♡!

Uma voz digna e clara ecoou pelo saguão. Aquela voz era tão refrescante, e também continha uma doce sensualidade, que todos procuraram por sua dona.

De modo natural, Kosuke, que estava familiarizado com aquela voz, pensou: "Não me diga que..." enquanto desviava o olhar de Emily e virava o rosto na direção da voz.

Foi no meio de uma confissão única, ainda assim, Kosuke moveu seu olhar em direção a outra pessoa. Isso fez com que a expressão de Emily se tornasse um olhar lamentável. Mas, não era bom para ela ficar assim. Emily teve que assumir sua posição de batalha na mesma hora antes que se tornasse uma tristeza para ela.

Afinal, ali mesmo, a pessoa que se tornaria a inimiga fadada de Emily se aproximava.

— Ko-kun!

— Lana!?

Emily e Vanessa também desviaram os olhares quando Kosuke chamou um nome. Lá, elas podiam ver uma superlinda onee-san correndo em direção ao grupo do outro lado da multidão.

Duas colinas estavam se sacudindo para cima e para baixo a cada passo. Lindos cabelos azul-escuros. Cintura justa e belas pernas que pareciam irreais. Com um corpo lindamente bem proporcionado que tinha oito cabeças de altura2, algo que foi concretizado na vida real. E parecia que isso era harmonizava fofura e beleza com perfeição.

Aquela bela onee-san estava correndo em direção a eles com um movimento atraente como um coelho pulando para frente, pyon, pyon. Ela decidiu que a multidão era um impedimento e deslocou um pouco sua rota.

E então, enquanto as pessoas estavam prestando atenção nela por vários motivos, ela saltou e usou o pilar próximo como um ponto de apoio para voar com facilidade sobre a multidão com uma bela rotação no ar. Os espectadores inconscientemente levantaram vozes de admiração vendo aquele desempenho acrobático, mas a bela onee-san, Lana Haulia, os ignorou e saltou em direção a Kosuke com um pyon!

— Ko-kun, há quanto tempo. Eu queria te ver.

— Eh, ah, sim. Eu também queria vê-la, mas, não, antes disso, por que você está aqui!?

Kosuke perguntou com seus olhos perdidos pela surpresa. Lana riu vendo isso enquanto respondia:

— Sabe, o chefe abriu o portal para mim. Ele disse que era para um experimento. E então o chefe disse que parecia que Ko-kun estava com problemas, então ele me perguntou se eu queria encontrá-lo e ajudou a me enviar aqui.

— Então, isto é trabalho de Nagumo…

— Sim, sou grata pela consideração do chefe. Mas, é estranho, sabia? Por alguma razão, o chefe estava realmente impaciente. "Não adianta você esperar até que ele volte. Vá até lá agora mesmo. Agora mesmo! É melhor emboscá-lo no aeroporto. Talvez haja alguém perto dele, mas não se preocupe e pule nele!", foi o que o chefe disse.

"Aque-aque-aquele desgraçadoooo! Ele sabia e ainda fez isso!"

Kosuke adivinhou a razão pela qual o rei demônio enviou Lana aqui. Foi uma provocação descarada. Ou talvez, ele fez isso a partir de um sentimento de: "Meu camarada♪ Meu camarada♪".

De qualquer forma, Kosuke estava xingando dentro de seu coração enquanto tentava se separar de Lana por enquanto por causa da atenção que ele atraía assim...

— Kosuke, essa mulher, quem é?

Hih!

Ele podia ouvir uma linguagem quebrada. Era uma voz sem emoção alguma, uma voz mecânica que parecia uma máquina. Kosuke moveu seu olhar com um movimento bruto, como uma máquina que se esqueceu de ser lubrificada. Em direção à garota que estava prestes a confessar-se a ele.

Hih!

E então, ele murmurou pela segunda vez. Porque os olhos de Emily-chan, estavam com uma cor única. Ela estava com um sorriso vago, mas as pupilas de seus olhos estavam abrindo muito. Era um rosto que não devia estar presente em uma garota bonita.

— Kosuke? Quem? Essa mulher?

Hmm? Ora, prazer em te conhecer mocinha.

Quem reagiu primeiro à pergunta repetida foi Lana. Parecia que ela notou a existência de Emily pela primeira vez quando se separou de Kosuke. Ela então sorriu de forma meiga. E então, ela adivinhou pela forma como Emily chamou o nome de Kosuke que ela devia ser conhecida dele, então a garota-coelho se apresentou.

Com o método decoroso, ao estilo Haulia.

Antes de mais nada, os óculos de sol eram necessáááários!

— Meu nome é Lanainferina Haulia! A sombra do vento do clã ceifador de cabeças, e a amante da mão direita do rei demônio, Lorde Portal do Abismo! Se você é uma amiga do lorde, então a saúdo sem qualquer reserva. No entanto, por favor, nunca se esqueça que sou uma mulher que pertence às trevas. Você não vai fugir com apenas um simples escaldo perto de mim.

Houve uma rotação. Houve uma pose maneira! Dos óculos de sol que foram um pouco abaixados, houve uma piscada perfeita, pachin!

Estava tudo feito. A saudação perfeita foi feita em direção à amiga de seu amado companheiro. Lanainfe-... Lana suspirou e seu rosto se transformou em um olhar triunfante.

Kosuke desintegrou-se. Os espectadores não conseguiam acompanhar nada desse desenvolvimento! Vanessa estava acenando com a cabeça, — Hohou, então já existe uma amante. — com uma expressão que parecia um tanto admirada.

E então, quanto a Emily...

— A-man-te? A-man-te... aman-te... amante!?

Ela recuperou sua sanidade. E então, a garota virou o rosto em direção a Kosuke com um movimento igual ao que o rapaz fez antes disso, parecia que um som de "gigigi!" ressoou de seu pescoço com a forma que ela se moveu. E então, com uma expressão que parecia meio sorridente, ou talvez meio chorosa em seu rosto, Emily perguntou:

— Kosuke… você tem, uma namorada?

— … err… … … sim.

Os espectadores estavam começando a fazer barulho: — Uma carnificina, é uma carnificina! — Kosuke encarou a comoção com suando frio enquanto buscava por palavras. Lana estava olhando alternadamente para Kosuke e Emily com um olhar confuso enquanto Vanessa fixava-se na transição da situação.

Depois de saber o fato de que Kosuke tinha um amante, o corpo de Emily tremia todo enquanto seus olhos se fixavam no chão.

— E-ei, Emily? Eu pensei muitas vezes em te dizer isso...

— POR QUÊÊÊ!? POR QUE VOCÊ TEM UMA NAMORADA! POR QUÊÊÊÊÊÊÊ!!

Uoaa!? Se-se acalme Emily!

UAAAAAAAAAAN, isto é muito estranho! Mas por que você não me disseee!? Eu ainda iria me apaixonar mesmo assiiiim, mas, da mesma forma, isso é demaaaais! UAAAAAAAAAN!

O grito alto ecoou no saguão do aeroporto. Até mesmo os funcionários do aeroporto se aproximaram maravilhados com o que estava acontecendo.

Kosuke, que estava com sua gola agarrada e foi balançado para trás e para frente, tentou impedir Emily, mas a garota, em seu estado perturbado, estava incontrolável.

Naquela cena caótica, Lana estava segurando o queixo com a mão enquanto pensava em algo, — Uunnnn... —, então ela bateu palmas e se aproximou dos dois depressa.

— Sim, sim, Emily-chan, posso te chamar assim? Que tal parar por aí e conversar um pouco comigo?

Lana, que desativou seu modo Haulia, conversou com Emily de forma consoladora.

A propósito, o modo Haulia se referia ao modo chuuni com força total. Isso estava ligado 24 horas por dia quando ela estava junto com o clã Haulia. Mas, no momento em que ela estava sozinha com Kosuke, e quando não havia nenhum Haulia por perto, Lana se tornava capaz de falar de modo normal!

Lana foi ensinada que este era o decoro na Terra por Shia. Era uma arte secreta que ela aprendeu de forma desesperada em prol de conhecer os pais de Kosuke!

Uu, o que você quer? É agora que você me diz para não se aproximar do seu homem?

— Não? Eu só quero confirmar com você, Emily-chan.

— O quêêê!?

— Você gosta de Ko-kun? Não, como amigo, mas como um homem?

Uuh… é isso mesmo, eu gosto dele! Eu o amo! Sinto muito! FUEEeEEEEN!

Emily confessou que o amava jogando toda a cautela ao vento, e logo depois disso, ela pensou que tinha feito algo errado com Lana e se desculpou, antes chorar mais uma vez. Vendo isso, Lana julgou que os sentimentos de Emily eram sérios.

Por alguma razão, os olhos dela estavam brilhando com força. E então, ela abraçou com força Emily.

— Você conseguiu, Ko-kun! As esposas estão se multiplicando!

Ela disse uma coisa dessas.

Eer, Lana-san? Mas do que a senhorita poderia estar falando?

Por algum motivo, o discurso de Kosuke estava ficando muito educado, enquanto ele perguntava com bochechas convulsivas. Em resposta a isso...

— Eh? É por isso que disse: "Finalmente a segunda esposa apareceu".

Lana respondeu com uma expressão confusa.

O ambiente ficou em silêncio. Kosuke também ficou em silêncio. O pranto de Emily parou.

A expressão de Kosuke parecia indicar que ele estava com dor de cabeça, e o rapaz perguntou enquanto massageava sua têmpora:

— Qu-que história é essa de esposas se multiplicando? Esta premissa não é esquisita? Mesmo eu planejando me casar com Lana?

— Eh? Não é estranho, é? Ko-kun case-se comigo, então se case com Emily-chan. Depois disso, você precisa no mínimo de mais cinco pessoas!

— Por quê!? Por que eu preciso de sete esposas!? Poligamia3 é proibido, entendeu!? Ou melhor, normalmente, "esposa" costuma se referir a apenas uma pessoa!

Kosuke gritou. Para isso, Lana inclinou a cabeça com uma expressão de confusão...

— Isso se for no Japão, não é? Ko-kun virá à minha casa, certo? Além disso, um dia você vai se tornar o líder do clã, então ter apenas uma esposa... isso não é bom, entendeu?

— Kam-Kam-san só teve uma esposa, não teve!?

— Isso é verdade, mas os mais velhos geralmente têm várias esposas, sabia? Você não sabia disso? Aliás...

— Aliás?

Enquanto ouvia o som de seu senso comum ruindo, Kosuke perguntou a Lana. A garota-coelho exibiu um enorme sorriso e um polegar para cima enquanto respondia:

— Apesar de nosso chefe ter criado um harém, se Ko-kun, que é seu braço direito, só tiver uma esposa, então você será desprezado! Está tudo bem! Você não precisa ficar tão preocupado porque providenciarei para que possa me dar bem com as outras esposas!

— Esse não é o proble-... ma!

Kosuke envolveu a cabeça com as mãos. Na mente do rapaz, ele tinha imaginado um futuro onde ele e Lana seriam marido e mulher como um par de cisnes como o chefe do clã, mas a garota em questão estava tendo expectativas de "a próxima esposa não aparecerá logo?" De alguma forma, Kosuke sentiu que várias coisas dentro dele foram esmagadas.

Ele sentiu que podia ouvir vagamente a voz do rei demônio: — Você também, prove meus sentimentos, meu amigo do peito. — Ele ficou com um enorme desejo de querer socá-lo e fazê-lo sair voando.

— Espere, apenas um segundo. Você-você está dizendo que está tudo bem mesmo que eu esteja incluída?

Emily de alguma forma conseguiu sair do peito de Lana e perguntou agitada.

— Mas é claro. Vamos apoiar Ko-kun juntas, tá?

— Não, não, não, isso absolutamente não é nada bom! Algo como isso! Isso é, im-impuro! Como pensei, um casal tem que ser um par formado com o melhor parceiro um para o outro...

Emily, cuja cabeça já estava bagunçada, falava sobre o que era um casal. Mas Lana estava direcionando uma expressão profunda para tal garota. Vendo isso, Emily falou: — O qu-que foi? — para o qual Lana sorriu de forma complacente.

— Então Emily-chan, você pode apenas desistir de Ko-kun. Se você diz que não é bom a não ser que haja apenas uma esposa, então essa posição já é minha. Não há absolutamente nenhuma chance para você me substituir.

— ! Mas-mas…

Fufuhn. —, Lana mostrou um sorriso destemido. Emily ficou agitada com isso. Lana usou seus óculos de sol mais uma vez e fez um giro.

Hmph, é absurdo acreditar que você pode vencer contra mim. O coração de Portal do Abismo é prisioneiro de minhas mãos das trevas. Não há esperança para ninguém o libertar de mim. Fufufu.

Bem, em outras palavras, parecia que Lana estava dizendo: "Kosuke está apaixonado por mim, e eu também não tenho intenção de deixá-lo ir".

Emily viu Lana apontando bruscamente o dedo para ela, e a garota entendeu uma coisa.

— … é isso. Então você é a causa.

Hmm? O que você está dizendo, eu me pergunto? Ó, gatinha fofa?

— É por isso mesmo, que estou dizendo que você é a causa! Aquele discurso e ato de Kosuke que foi doloroso de olhar, é por sua causa, não é!?

Gafuh!?

Kosuke foi atingido. Uma garota disse que o amava, mas parecia que, na verdade, ela achava que ele era doloroso de se olhar. Rachaduras surgiram em seu coração.

— Na verdade, ele é uma pessoa legal e adorável! No entanto, no momento em que a batalha começa, ele se torna estranho! É você que fez Kosuke se tornar assim, não foi!??

Gofuh!?

Fuh. De fato, não é exagero dizer que fui eu quem despertou Lorde Portal do Abismo. Então? Se for esse o caso, o que você vai fazer? Você acha que uma gatinha como você pode fazer alguma coisa?

Lana riu: — Ku-ku-ku! — parecendo realmente sinistra. Ela estava de bom humor. Ela estava com um humor muito bom.

Não percebendo o humor de Lana, que estava gostando muito disso, Emily-chan, que se determinou a resgatar seu amado, proclamou uma declaração de guerra:

— Juro que, juro que vou fazer Kosuke voltar a ser um humano adequado!

Gahah!?

— Será que você é mesmo capaz de fazer isso?

— Não se trata de ser capaz ou não. Trata-se de fazer ou não! Além disso, também não vou deixar você escapar.

— Eu?

— Isso mesmo. Mesmo sendo tão linda, você está fazendo um ato constrangedor como esse! Como uma colega mulher, isso é imperdoável! Juro que vou transformá-la em uma pessoa adequada também!

Ku-ku-ku, você pode uivar realmente alto, pequena heroína! Então tente! Não vou correr ou me esconder! Contudo, nunca se esqueça. Quando você olha para o abismo, o abismo também vai olhar em direção a você!

― Eu não perderei! Não perderei! Só aguarde Kosuke! Porque não vou deixar você ser esse tipo de humano vergonhoso!

— ...

A risada alta de Lana, que não conseguia esconder seus sentimentos de "Isso é superdivertido!", estava reverberando, e o grito de guerra de Emily, que estava ameaçando como um gato raivoso, que também estava ecoando, fez Kosuke sentir como se seu coração morresse.

O aeroporto foi envolto no caos.

No meio disso, Vanessa apelou: — Esta lealdade, é mais alta do que uma montanha. Este amor, é mais profundo que o mar. — ao anunciar sua candidatura como terceira esposa. Ouvindo isso, Lana disse: — Você, é muito boa! Eu saúdo calorosamente você!! —, ao qual Vanessa respondeu: — Meus maiores agradecimentos. — e se ajoelhou de forma teatral. Foi nesse momento que a segurança do aeroporto enfim chegou.

Enquanto todos foram levados para o escritório de segurança de forma cordial, Kosuke pegou o smartphone e fez uma ligação.

— Ei, Endo. O que foi...

— Só aguarde, Nagumo.

? Ah, você já se encontrou com Lana? A partir dessa frase, parece que se tornou algo interessante, huh?

A voz de Hajime rindo alto podia ser ouvida do outro lado do telefone.

Kosuke falou com um ressentimento profundo:

— Desta vez, vou te socar na cara! Vou fazer você se arrepender de ter entregado a Célula Final para mim!

— Eh, espere, você...

Kosuke encerrou a ligação.

Na frente dele estavam Emily e Lana, que ainda continuavam brigando, mesmo recebendo o olhar exasperado da equipe de segurança. Claro o suficiente, um novo objetivo foi adicionado ao trabalho de vida de Emily... o grande objetivo de deter o lado chuuni de Lana, e também do clã Haulia. Será que o dia em que isso fosse concretizado seria visto no futuro?

— Kosuke-san. Faltam mais quatro esposas. Elas devem estar em algum lugar do mundo. Vamos fazer o nosso melhor a partir daqui. Estou me sentindo animada por alguma razão.

— Que RPG é esse, hein? Apenas fique quieta, Danessa.

Kosuke desviou o olhar de Danessa, que estava olhando para ele com um olhar animado assim que disse isso e soltou um suspiro profundo.

— Pensando bem, não vou estudar nada neste feriado.

Parecia que o sonho de Kosuke ainda estava muito à frente.

O assassino mais forte que despreocupadamente salvou um país, ou talvez até o mundo, estava se preocupando com o exame nacional simulado que seria realizado no primeiro dia após o feriado, e então ele deu um suspiro profundo mais uma vez.


Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Muitíssimo obrigado por ler todas as vezes.

Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.

Até que enfim, está terminado…

Esta foi realmente uma compilação extralonga. Shirakome nunca pensou que escreveria tanto (sorriso irônico).

Sério, muito obrigado por me acompanhar até o fim.

Ficarei feliz se isso se tornar uma coisa boa para você passar o tempo.

O desenvolvimento depois disso é completamente indeciso.

Também quero escrever sobre os personagens que não foram escritos no Pós-história, como o Herói ou Shia. Quero tentar escrever um extra para os outros também.

No entanto, acho que quero descansar um pouco devido à minha circunstância na vida real, entre outras coisas. Estou me perguntando se devo descansar durante todo o mês.

Posso atualizar com indiferença de novo quando elevar meu espírito, então, nesse momento, ficarei feliz se vocês leitores viessem ler novamente.

Portanto, vamos nos encontrar de novo mais tarde.

Rezo para que o adorável chuuni esteja com todos que amam Narou.


Notas

1 – O Zippo é um isqueiro metálico recarregável produzido pela Zippo Manufacturing Company. São isqueiros colecionáveis e foram fabricadas centenas de modelos durante os 80 anos em que vêm sendo produzidos. Os isqueiros Zippo são normalmente retangulares e têm uma tampa dotada de uma dobradiça que o faz abrir e fechar com uma pequena boca de maçarico dentro onde acende-se a chama. Ao contrário dos isqueiros de plástico, que são descartáveis, os isqueiros Zippo são recarregados com fluido líquido para isqueiros (hidrocarboneto isoparafínico sintético). Removendo o componente interno da capa metálica, deve-se encharcar, com fluido para isqueiros, o miolo sintético que segura um pavio. Tanto o pavio, quanto a pedra que produz a faísca, podem ser substituídas.

2 – Embora haja uma variação significativa nas proporções anatômicas entre as pessoas, certas proporções corporais se tornaram canônicas na arte figurativa. O estudo das proporções do corpo, como parte do estudo da anatomia artística, explora a relação dos elementos do corpo humano entre si e com o todo. Essas proporções são usadas em representações da figura humana e podem se tornar parte de um cânone estético dentro de uma cultura. A arte acadêmica do século XIX exigia aderência estreita a essas métricas de referência e alguns artistas no início do século XX rejeitaram essas restrições e as transformaram conscientemente. É importante no desenho da figura desenhar a figura humana em proporção. Embora existam diferenças sutis entre os indivíduos, as proporções humanas se encaixam em uma faixa razoavelmente padrão, embora os artistas historicamente tenham tentado criar padrões idealizados, que variaram consideravelmente em diferentes períodos e regiões. No desenho moderno da figura, a unidade básica de medida é a "cabeça", que é a distância do topo da cabeça ao queixo. Uma versão das proporções usadas no desenho da figura moderna é: uma pessoa média geralmente tem 7 cabeças e meia de altura (incluindo a cabeça); uma figura ideal, usada quando se busca uma impressão de nobreza ou graça, é desenhada com 8 cabeças de altura; uma figura heroica, usada para representar deuses e super-heróis, tem oito cabeças e meia de altura. A maior parte do comprimento adicional vem de um peito maior e pernas mais longas.

3 – Poligamia, do grego "muitos matrimônios", é a união reprodutiva entre mais de dois indivíduos de uma espécie. No reino animal, a poligamia se refere à relação onde os animais mantém mais de um vínculo sexual no período de reprodução. Nos humanos, a poligamia é o casamento ou a união conjugal entre mais de duas pessoas. Os casos mais típicos são a poliginia, em que um homem é casado com várias mulheres, e a poliandria, em que uma mulher vive casada com vários homens. Não deve confundir-se com o amantismo, que é também comum nas sociedades humanas, mas em que o laço com um parceiro sexual para além do casamento não é, nem aceito pela lei, nem na maior parte das vezes, de conhecimento público. A poligamia é permitida por algumas religiões e pela legislação de alguns países.



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