Volume 3

Capítulo 74: A nostálgica Holward

Com o |Grande Cânion Raisen| a sua esquerda, e um magnífico campo relvado a sua direita, o [Veículo Mágico de Duas Rodas] e o [Veículo Mágico de Quatro Rodas] seguiam para o Oeste com o Sol em suas costas. Levantando uma nuvem de poeira na estrada enquanto avançava ao lado do [Veículo de Quatro Rodas], o [Veículo de Duas Rodas] ia para cá e para lá entre o terreno árido e o campo ao lado do desfiladeiro enquanto rugia alto, alegremente equilibrado.

(Hajime): “… parece que Shia está de bom humor. Ela até gritou como aqueles caras do final do século”

(Yue): “… hmm. Eu também quero tentar”

No assento do motorista do [Veículo de Quatro Rodas], Hajime murmurou com uma expressão impressionada com uma mão guiando o veículo, enquanto o cotovelo de seu outro braço estava apoiado na janela. Como Hajime disse, Shia não estava no [Veículo de Quatro Rodas]. Ela estava dirigindo o [Veículo de Duas Rodas] sozinha.

Em primeiro lugar, Shia realmente gostava da sensação de cortar o vento enquanto o [Veículo de Duas Rodas] avançava, mas o número de pessoas tinha aumentado recentemente e o principal meio de transporte deles mudou para o [Veículo de Quatro Rodas], o que a deixou insatisfeita. Embora ela pudesse sentir o vento se ela colocasse a cabeça para fora da janela, ela não podia ficar satisfeita com isso e não poderia se agarrar em Hajime como quando eles usavam o [Veículo de Duas Rodas] porque o assento ao lado dele estava reservado para Yue. Assim, ela pediu que Hajime a ensinasse a como dirigir o [Veículo de Duas Rodas].

O [Veículo Mágico de Duas Rodas] poderia ser facilmente operado contanto que a pessoa pudesse usar manipulação direta de |Poder Mágico. Dependendo das circunstâncias, manipulação direta de |Poder Mágico também poderia ser usada para controlar a direção sem a necessidade de segurar o volante. Dessa forma, isto não era tão difícil para Shia, e ela rapidamente aprendeu a como dirigir o veículo. Depois disso, ela ficou encantada com o [Veículo de Duas Rodas].

Mesmo agora, ela se movia para a esquerda e para a direita chiando, ela até derrapava e empinava a moto. Além disso, ela também fazia manobras que não perderiam para um dublê profissional de acrobacias extremas com motos. A aceleração e frenagem poderiam ser feitas ao manipular seu |Poder Mágico, então era muito mais fácil operar esse veículo do que aqueles na Terra... mesmo assim, ela acompanhou a velocidade de Hajime. As orelhas de coelho de Shia até diziam, "Hey, hey, o que você achou da minha técnica?", enquanto ela algumas vezes se virava para Hajime com uma expressão um tanto provocadora, o que era simplesmente irritante.

Ocasionalmente, havia pessoas cujas personalidades mudavam quando elas dirigiam, e Shia parecia ser uma delas. Vendo Shia, Yue, ao lado de Hajime, também queria tentar dirigir sozinha. Yue até disse, "Hyahhaaaa!", mas Hajime decidiu impedi-la já que ele sentiu que o clima se tornaria horrível. Aliás, ao lado de Hajime estava Myuu de três ou quatro anos de idade colocando sua cabeça para fora da janela ao lado de Yue, enquanto ela continuamente escalava o colo de Yue com olhos brilhantes. Apontando sua mão para Shia, que começou a ficar de pé enquanto pilotava com uma mão, Myuu começou a implorar a Hajime.

(Myuu): “Papai! Papai! Myuu também quer fazer aquilo!”

(Hajime): “Eu já disse que você não pode”

Sentada no colo de Yue, Myuu, cujo desejo foi negado, começou a choramingar e dizer, “Não! Myuu também quer!”, para Hajime. Assim, para não deixar a birrenta Myuu cair do assento, Yue a abraçou por trás e a repreendeu com, "... não se queixe". "Uuuuu", Myuu soltou um fofo gemido e Hajime mostrou um rosto como se dissesse que não havia o que fazer com a deprimida Myuu.

(Hajime): “Myuu. Eu vou dirigir com você mais tarde, então seja paciente”

(Myuu): “Ehhhhh? De verdade?”

(Hajime): “Mhm. Eu não vou deixar você montar com Shia... mas está tudo bem se for comigo”

(Myuu): “Então, Myuu não pode dirigir com Shia-oneechan?”

(Hajime): “Mhm, absolutamente não. Só olhe para ela. Desta vez ela está fazendo uma pose estranha enquanto pilota. Embora algo venha a minha mente... eu absolutamente não permitirei que você suba em um veículo com alguém que dirige tão perigosamente”

Ficando de pé em cima do guidão, Shia soltou uma gargalhada parecida com a de um americano enquanto fazia uma pose estranha onde seus dedos da mão direita se esticavam e escondiam seu rosto enquanto seu braço esquerdo pendia para baixo com seu ombro levemente levantado. Enquanto ele encarava Shia, que fazia uma pose de brincadeira, Hajime apontou para Myuu. "Não imite Shia, okay?", ele disse.

(Hajime): “Para começar, eu não quero que você suba no [Veículo de Duas Rodas] porque será perigoso... eu devo fazer um assento para crianças? Os materiais seriam... ] murmura, murmura [”

(Myuu): “Yue-oneechan. Papai está murmurando. Que esquisito”

(Yue): “… Papai Hajime só está preocupado com Myuu... inesperadamente superprotetor”

(Tio): “Fufu, isso significa que o Mestre é inesperadamente uma pessoa compreensiva? Hmm, esta diferença meio que... haa, haa”

(Myuu): “Yue-oneechan. Tio-oneechan está ofegando”

(Yue): “… é uma doença incurável, então só ignore ela”

Servindo como companheira de conversa de Myuu, Yue esfregou a cabeça da garota, que estava a encarando.

Pouco tempo se passou desde que eles começaram a viajar com Myuu, mas Hajime já tinha desistido sobre a forma que Myuu o chamava de "Papai". No início, ele usou de todos os meios possíveis para mudar a forma como ela o chamava, mas Myuu começou a chorar em todas as vezes, e seus olhos trêmulos apelavam silenciosamente, "Isso é ruim? Papai odeia Myuu?". Até Hajime, que foi capaz de transformar as Feras Mágicas no Abismo em uma pasta, não poderia vencer contra Myuu, exatamente como ele não podia vencer contra Yue. Consequentemente, ele não pôde mudar isso e foi estabelecido que ele seria chamado de "Papai".

Assim que ele permitiu (desistiu) que ela chamasse ele de "Papai", Hajime começou a se preocupar com Myuu. Mesmo agora, poderia se dizer que ele estava sendo superprotetor. "Shia é uma coelha sem vergonha enquanto Tio é uma pervertida, então eu tenho que proteger Myuu até ela voltar para sua mãe!", ou assim ele pensava. Durante os momentos que ele começava a ser muito intrometido, Yue era aquela que se tornava seu freio, assim como a responsável por ensinar a Myuu senso comum, e essa era a atual composição do grupo de Hajime.

Como Myuu estava colada em Hajime, Yue não poderia flertar com ele, e ela ficou um pouco insatisfeita, mas ela sentia que não havia como evitar, já que ela também passou a adorar a fofa Myuu.

Enquanto silenciosamente disparava sua magia contra Tio, que estava ofegando concentrada em suas desilusões no banco de trás para silenciá-la, Yue estava cobrindo as orelhas de Myuu, já que isso seria ruim para a educação dela. Assim, com Hajime, que ainda estava murmurando sobre fazer um assento especial para Myuu, e Shia, no [Veículo de Duas Rodas] com só a roda traseira tocando o chão, "Eu tenho que manter a calma!". Yue tomou uma decisão vazia.


O grupo de Hajime estava atualmente na |Cidade Postal Holward|¹.

Normalmente, eles iriam apenas passar por aqui, mas devido a um pedido do Diretor da Filial da ⟦Guilda de |Fhuren|, Ilwa, eles deveriam parar a caminho daqui. Ainda assim, não tomaria muito tempo já que eles passariam pelo local em seu caminho até o |Grande Deserto Guruyuen|.

Hajime caminhou em direção a Filial da ⟦Guilda de |Holward| ao longo da rua principal com um olhar nostálgico. Montada nos ombros de Hajime, Myuu notou o estado dele e usou sua pequena mão para bater de leve em Hajime com curiosidade.

(Myuu): “Papai? Aconteceu alguma coisa?”

(Hajime): “Nn? Ahhhh, bem, eu estive aqui antes... apesar de fazer apenas quatro meses, para mim parece que foi há anos…”

(Yue): “… Hajime, você está bem?”

Yue, cujas mãos estavam segurando o braço de Hajime, tinha uma expressão complicada enquanto olhava para ele ansiosamente. Hajime encolheu seus ombros e sua atmosfera voltou ao normal no momento seguinte.

(Hajime): “Ah, não há problema algum. Foi só que, eu fiquei absorto em minhas emoções porque isso foi há muito tempo. Eu me lembro que tudo começou aqui... depois de passar uma noite de tensão, medo e até desespero, eu fui para o |Calabouço| no dia seguinte... e então eu caí”

(Yue): “...”

Hajime sentia que, de certa forma, aquele dia poderia ser chamado de fatídico. Seu monólogo fez Yue e as garotas o escutarem com um humor sério. Yue estava silenciosamente olhando para Hajime. E Tio fez algumas perguntas a Hajime com curiosidade.

(Tio): “Hmm. O Mestre quer voltar para aquele dia? Afinal, há o caso dos companheiros do Mestre, não é? Embora o Mestre tivesse suas próprias circunstâncias... no fim das contas, naquele local, não há apenas aqueles que feriram o Mestre, correto? Não há ali alguém com quem o Mestre se deu bem?”

Como o relacionamento de Tio com o grupo de Hajime ainda era superficial, ela algumas vezes iria perguntar diretamente sobre coisas que ela deveria ter cuidado, mesmo que ela soubesse o que estava se passando na mente de Hajime. Era porque ela não queria ser apenas uma companheira de viagem, assim, Tio empenhava grande esforço para realmente se tornar uma companheira no grupo de Hajime. Apesar de ela ser uma pervertida, de certa forma, ela apoiava Hajime.

Era por isso que Hajime escutou a pergunta de Tio sem se preocupar com isso. Assim, ele exalou e se lembrou do chá à meia-noite sob o luar. Com o chá intragável, havia o négligé² branco e o cabelo preto que refletia a luz da lua, cuja dona prometeu protegê-lo, e no último momento, ela esticou sua mão na direção dele com uma expressão amargurada enquanto seus companheiros a seguravam…

Inesperadamente, ele sentiu uma mão tremendo em seu braço, o que o fez recuperar seus sentidos. Quando ele olhou para a fonte, Yue estava o olhando diretamente com um olhar forte e determinado, e sua mão tremendo segurava com força a manga de Hajime.

Hajime encarou Yue e devolveu o olhar silencioso dela com um olhar suave e gentil.

(Hajime): “Certamente, havia alguém... contudo, mesmo que eu pudesse voltar para aqueles dias, eu ainda trilharia este meu caminho”

(Tio): “Hehhhh, por quê?”

Embora ela soubesse a resposta pela expressão de Hajime, Tio ainda perguntou com uma expressão levemente entretida. Sem desviar seu olhar de Yue, Hajime usou sua outra mão para gentilmente segurar a mão de Yue que agarrava a manga dele. Yue tinha uma expressão levemente sorridente, e suas bochechas ficaram levemente vermelhas.

(Hajime): “É claro... que é porque eu quero ficar com Yue”

(Yue): “… Hajime”

Na cidade de |Holward|, o |Grande Calabouço Orcus| tornava possível aumentar o Level rapidamente enquanto se vendia [Pedras Mágicas] com uma margem de segurança. Dessa forma, Aventureiros, Mercenários e Soldados do |Reino| se reuniam, junto com muitos Mercadores como seus parceiros de negócios. A cidade mostrava um grande clamor. Naturalmente, a estrada principal de tal cidade teria uma agitação ainda maior.

Dentro da rua principal, onde muitas pessoas faziam suas atividades, Hajime e Yue subitamente pararam e estavam se olhando. Eles criaram seu próprio mundo sem se incomodarem com seus arredores. Eles alcançaram as bochechas um do outro e a atmosfera deles indicava que eles iriam se beijar a qualquer momento. Embora eles tivessem reunido uma multidão ao redor deles, e as pessoas mostrassem olhares cheio de curiosidade e ciúmes, Hajime e Yue não notaram nada disso. Eles só poderiam ver um ao outro.

(Shia): “Tio-san, você ouviu isso? Não é 'você' que Hajime-san quer acompanhar, é? É apenas Yue-san. Mais uma vez, eles criaram seu próprio mundo. Eles nem mesmo se importam com sua localização e situação. E nós só podemos assisti-los de lado, não é?

Eu sinto que está na hora de tal atmosfera ser criada entre mim e Hajime-san. Mesmo que eu sempre esteja preparada para receber tal tratamento, isso sempre passa por mim, e ser tratada como uma personagem deplorável... não, eu entendo, sabia? Eu entendo que Yue-san é especial. Eu anseio por uma relação exatamente como a desses dois, é por isso que eu quero ficar com eles.

O que eu quero dizer é que é natural para Yue-san ser especial e eu sinto que isso é algo bom. Ou melhor, Hajime-san negligenciando Yue-san não seria o Hajime-san. Se isso acontecer e Yue-san ficar triste por causa disso, eu vou ser aquela quem vai espancar Hajime-san.

Contudo, isso é uma hipótese, okay? Recentemente, Hajime-san ficou um pouco mais dereeee. Me pergunto se está quase na hora de subir as escadas da vida adultaaaa. Eu espero por isso, mas isso não se torna realidade. Não importa quão especial Yue-san seja, não estaria tudo bem para Hajime-san me olhar um pouco mais? É vergonhoso para um homem recusar a oferta de uma mulher.

'Mesmo que seja facilmente entendido que eu o aceitaria, ele negligentemente responde com uma cara serena para ignorar isso, este estúpido!', eu pensei assim, mas eu nunca pensei em reclamar. Eu só quero flertar! Então, fazer isso e aquilo na cama! Até a brincadeira pesada que ele fez com Yue-san! Eu pensei nisso! Assim, o que Tio-san, a representante de todos os pervertidos, acha!?”

(Tio): “Sh-Shia. Esta sabe que tu tens guardado teu ressentimento, mas se acalme. Ou melhor, aquela que gritou enquanto não prestava atenção ao local foste tu. Aliás, para casualmente falar mal desta no fim... ser tratada como uma pervertida em um lugar público como esse, haa, haa, fazer todos olharem esta com olhares frios... haa, haa, ngh, ngh”

No meio da rua principal, a garota com orelhas de coelho gritava que queria fazer coisas eróticas enquanto falava mal da linda mulher pervertida que começava a ofegar devido a atmosfera. As pessoas que se reuniram devido a curiosidade foram surpreendidas e se afastaram.

(Myuu): “Papaiiii, Shia-oneechan e Tio-oneechan estão…”

(Hajime): “Myuu. Não olhe para elas. Só finja que não conhecemos elas”

(Yue): “… Shia… da próxima vez, eu vou amarrar Hajime e junto de Shia…”

O grito de Shia foi ouvido por Hajime e Yue, e eles recuperaram seus sentidos. Contudo, por enquanto, eles agiram como se eles não conhecessem nem Shia nem Tio, e não olharam para elas porque Myuu tinha ficado chocada.

Embora Yue tenha sussurrado algo assustador, Hajime decidiu que ele não ouviu nada. Mas se ele se preocupasse com isso, ele iria pensar na possibilidade de uma armadilha na próxima vez que ele estivesse com Yue. Mas ele queria ser desculpado de fazer isso. “Se for Yue, tal coisa... não iria... acontecer, certo? Com certeza, provavelmente... vai ser seguro mesmo que tenha surgido uma ofensa prévia!”. Hajime tentou se persuadir.

Devido à distância, "O que há com esta comoção!", os guardas da cidade podiam ser vistos em todos os lugares, Hajime relutantemente arrastou Shia e Tio por suas nucas para tirá-las do local. Todas as vezes que eles iam para a cidade, olhares cheio de inveja e ciúme perfuravam Hajime, que estava cercado de lindas garotas e uma linda mulher... contudo, ele não sabia o porquê, apenas desta vez, ele sentiu que havia muitos olhares de simpatia. Certamente, isto foi apenas a imaginação dele.


Ignorando os olhares das pessoas, o grupo de Hajime finalmente chegou na Filial da ⟦Guilda de Aventureiros de |Holward|. Com Myuu em seus ombros como antes, Hajime abriu a porta da ⟦Guilda. Diferente da porta das outras cidades, a da Filial de |Holward| era feita de metal. O som pesado se tornou um sinal de que alguém estava entrando no prédio.

Era a primeira vez que ele entrava no local, desde a última vez que ele esteve na cidade, ele não teve negócios aqui nem teve tempo para ir até a ⟦Guilda de Aventureiros. A atmosfera dentro da Filial de |Holward| era exatamente como a de uma ⟦Guilda de Aventureiros como Hajime já esperava.

Havia partes quebradas nas paredes e piso que foram grosseiramente remendadas. Lama e manchas de algo estavam espalhadas pelo local, dando uma impressão de falta de higiene. O interior era exatamente como as outras Filiais onde o balcão era próximo da entrada com um restaurante à esquerda.

Contudo, ao contrário de outras Filiais, álcool era servido no local, e havia homens velhos esperando para beber mesmo ainda sendo de dia. Também havia o segundo andar onde pessoas que pareciam aventureiros estavam olhando para baixo pelos corrimãos. As pessoas no segundo andar passavam um ar de serem um grupo forte. Ele não sabia se era uma regra não dita, mas Aventureiros de nível elevado pareciam ficar no segundo andar.

A atmosfera ao redor dos Aventureiros também era diferente da de outras cidades. Todos estava os encarando, e não havia aquela atmosfera reconfortante que eles sentiam na |Cidade de Brook|. Podia se dizer que era algo natural, porque os Aventureiros e Mercenários estavam cheios de animação, já que esses profissionais em batalhas e lutas contra Feras Mágicas iriam voluntariamente entrar no |Calabouço|.

No entanto, havia uma atmosfera tensa dentro da ⟦Guilda e algo parecia incomum. Alguma coisa obviamente aconteceu, já que os Aventureiros estavam com expressões sérias.

No momento que o grupo de Hajime entrou na ⟦Guilda, os Aventureiros viraram seus olhares para eles simultaneamente. Seus olhares eram tão afiados que parecia que seriam capazes de atravessá-los, o que fez Myuu, que ainda estava montada nos ombros de Hajime, gritar, "Eeek!", e ela rapidamente se agarrou a cabeça de Hajime.

Como Hajime apareceu com uma garotinha em seus ombros enquanto estava cercado por lindas garotas e uma bela mulher, os Aventureiros começaram a soltar suas sedes de sangue que continham vários significados. Myuu tremeu ainda mais. Ela desceu dos ombros de Hajime e estava agora sendo segurada pela mão direita dele. Myuu enterrou sua cabeça no peito de Hajime para se isolar completamente do ambiente.

Com um vigor juvenil, ou melhor, os Aventureiros estavam apenas embriagados por seus próprios vigores, alguns começaram a se levantar de seus assentos. “Vamos espancar este pirralho”, era o que seus olhares implicavam, com uma explosão de raiva sendo liberada por seus ressentimentos vindo da ⟦Guilda sendo envolvida nessa atmosfera bizarra, e era óbvio que eles não gostavam do grupo de Hajime.

Havia uma possibilidade do grupo de Hajime ser composto de clientes... mas esses Aventureiros pareciam não ter pensado nisso. A conversa aconteceria depois que eles espancassem ele ou algo nessas linhas, e aqueles que pensavam assim, deram um passo em direção a Hajime.

Porém, Hajime, que recentemente se tornou um Papai, era do tipo superprotetor. Mesmo que fosse temporário, ele não poderia ficar em silêncio se alguém assustasse sua filha. Veias pulsavam na testa de Hajime, e ao contrário de sua mão que gentilmente estava acalmando Myuu, seu olhar era feroz.

Assim…

] BaaaANG!! [

Como se esse som pudesse ser ouvido, uma densa, enorme e intensa pressão impiedosamente atacou os Aventureiros que miravam o grupo de Hajime. A sede de sangue que anteriormente veio dos Aventureiros era como uma birra de criança comparada a isto. Como se também carregasse força física, os Aventureiros imaturos imediatamente perderam suas consciências enquanto todos os Aventureiros que se levantaram voltavam a se sentar sem nem terem tempo para tremer.

Mesmo aqueles que não perderam suas consciências com a pressão de Hajime (combinando a ‖Pressão e a ‖Emissão de Poder Mágico), estavam desesperadamente sustentando seus corpos e consciências enquanto a maioria tremia com rostos pálidos e suavam frio.

Depois de um momento que pareceu como uma eternidade, a pressão enfraqueceu. Os Aventureiros usaram essa oportunidade para respirar desesperadamente. Embora houvesse aqueles que acidentalmente se molharam e vomitaram... Hajime estava sorrindo cinicamente para eles enquanto falava.

(Hajime): “Oi, vocês que estavam mirando em nós”

(Aventureiros): “!!!”

Os Aventureiros estavam surpresos e abalados com a voz de Hajime. Os olhares que timidamente se concentraram em Hajime tinham temor gravado neles como se eles estivessem vendo um monstro. Contudo, sem se importar com tal situação, Hajime demandou... ordenou a eles.

(Hajime): “Riam”

(Aventureiros): “Eh?”

Os Aventureiros estavam confusos devido a situação, ignorando a ordem. Assim, Hajime continuou a falar.

(Hajime): “Vocês não me escutaram? Eu disse, riam. Sorriam. Mostrem a ela que não há motivo para se temer. Acenem com suas mãos também. Esta garota está apavorada por causa de vocês. O que vocês vão fazer se ela ficar traumatizada por isso? Ah? Ah? Portanto, corrijam isso”

"Então, não traga uma criança tão nova para cá!", era o que os Aventureiros queriam replicar, mas eles não poderiam, já que o outro lado era um monstro. Por causa do olhar afiado de Hajime perfurando os Aventureiros perplexos, eles desesperadamente tentaram forçar um sorriso mesmo que suas bochechas estivessem extremamente rígidas. Junto a isso, eles também começaram a acenar com suas mãos.

A aparência dos homens com aparências ferozes e corpos musculosos sorrindo com bochechas contraídas enquanto balançavam levemente suas mãos, era realmente surreal. Contudo, sem se preocupar com essas coisas, Hajime assentiu com a cabeça e sussurrou para Myuu, cujo rosto estava enterrado no peito dele.

Devido ao que ele disse, Myuu timidamente ergueu seu rosto, e seus olhos marejados observaram Hajime. Em seguida, ela lentamente se virou enquanto era incentivada pelo olhar de Hajime. Naturalmente, havia as pessoas ferozes e treinadas desesperadamente tentando parecer amigáveis.

“Eeek!”

Como esperado, Myuu ainda estava apavorada e voltou para o peito de Hajime. Hajime franziu o cenho. Com um olhar ainda mais intenso para os Aventureiros que dizia, "Malditos, o que foi isto!?". "Não seja irracional!", era o que os Aventureiros responderam em suas mentes, e eles finalmente voltaram seus olhares para Yue e as outras ao lado de Hajime para implorar por ajuda.

Recebendo esses olhares, "Haaaaa", Yue suspirou profundamente, se aproximou de Myuu e sussurrou algo no ouvido dela de forma parecida com o que Hajime fez antes. Assim, Myuu mais uma vez timidamente ergueu seu rosto e olhou para os Aventureiros. Os Aventureiros entraram em pânico tentando parecer amigáveis.

Por um tempo, Myuu silenciosamente observou os Aventureiros, e, como se ela tivesse entendido algo, ela sorriu e acenou com sua pequena mão em resposta. Graças ao sorriso e gesto dela senso tão adoráveis, os homens treinados automaticamente se acalmaram enquanto esqueciam da situação. Hajime também estava satisfeito, e, mais uma vez, carregou Myuu em seus ombros. Então, ele caminhou em direção ao balcão como se não tivesse mais nenhum interesse nos Aventureiros.

No momento que o grupo de Hajime chegou diante do balcão, ignorando os sons de quedas que apareceram aqui e ali, eles falaram sobre seu propósito para a recepcionista.

A propósito, a recepcionista, uma garota, era uma bem adorável. Uma garota alegre que tinha pelo menos a idade de Hajime. Parecia que o clássico padrão era algo comum nesse local. Mas, o mais notável era a tensão e a grande confusão que apareceu na expressão da atraente recepcionista.

(Hajime): “O Diretor da Filial está aqui? Eu tenho uma carta do Diretor da Filial de |Fhuren|... mas ele me disse para entregá-la pessoalmente”

Assim que ele disse isso, Hajime apresentou sua [Placa de Status] para a recepcionista. Embora ela parecesse estar cheia de tensão, a recepcionista se endireitou e recebeu a [Placa de Status] como uma profissional.

(Recepcionista): “O-obrigado. Você pode confiar isto a mim. Me-me perdoe, mas que tipo de pedido o Diretor... da Filial de |Fhuren| tem?”

Normalmente, nenhum Aventureiro comum receberia qualquer pedido de um Diretor de Filial, então a recepcionista mostrou uma expressão levemente suspeita. Contudo, seus olhos se arregalaram quando ela viu a informação mostrada na [Placa de Status] de Hajime.

(Recepcionista): “Ran-Rank ⟦Ouro!?”

Entre os Aventureiros, nem mesmo 10% estavam no Rank ⟦Ouro. Assim, todos os funcionários da ⟦Guilda ouviam sobre aqueles que possuíam Rank ⟦Ouro para serem capazes de reconhecê-los. Naturalmente, esta recepcionista também conhecia todos os Aventureiros Rank ⟦Ouro. No entanto, ela involuntariamente soltou uma voz de surpresa porque ela não sabia nada sobre Hajime.

A voz dela fez os Aventureiros, funcionário da ⟦Guilda e todos dentro do prédio da ⟦Guilda arregalem seus olhos em surpresa. E exatamente como a recepcionista, eles encararam Hajime. O interior do prédio ficou agitado.

A recepcionista ficou pálida quando ela percebeu que acabou de expor uma informação pessoal em voz alta. Assim, ela começou a se curvar com enorme velocidade.

(Recepcionista): “Eu-eu sinto muito! Eu realmente sinto muito!”

(Hajime): “Ahhhh, não há necessidade para isso. Não é como se eu me importasse. Então, você pode entregar isto para o Diretor da Filial agora?”

(Recepcionista): “Si-sim! Por favor, espere um momento!”

A recepcionista que parecia que iria continuar se desculpando se ele não dissesse nada, fez Hajime sorrir ironicamente. Depois da pequena batalha em |Ur| e a grande destruição que aniquilou uma organização clandestina em |Fhuren|, ele pensou que já era tarde demais para tentar esconder sua identidade.

O garoto Aventureiro de Rank ⟦Ouro, que trouxe com ele uma criança e um harém com lindas garotas, além de uma linda mulher, fez com que ele reunisse a atenção dentro do prédio da ⟦Guilda. Entretanto, o grupo de Hajime agia como se isso fosse simplesmente natural enquanto eles esperavam pela recepcionista. Não acostumada por ser o centro das atenções, Myuu se sentiu desconfortável, apenas para ser confortada por todos no grupo de Hajime. Como a forma que Tio a confortava seria ruim para a educação de Myuu, um tapa visitou sua bochecha. Assim, isso criou ainda mais comoção, mas isso foi ignorado como esperado.

Pouco depois, nem mesmo cinco minutos se passaram, e alguém correu de dentro do interior com passos barulhentos. O grupo de Hajime prestou atenção ao som e se perguntou sobre o que tinha acontecido. Um garoto vestido de preto pulou a passagem atrás do balcão e derrapou pelo piso devido ao impulso. Como se estivesse procurando por alguém, o garoto começou a olhar ao redor.

Hajime se lembrou dessa pessoa. Ele ficou aturdido, já que ele nunca imaginou que encontraria ele de novo em tal lugar, e assim, ele murmurou involuntariamente.

(Hajime): “… Endo?”


Notas

[1] Uma cidade postal é uma cidade que possui o escritório central dos correios de uma área local. Cidades postais são parte dos endereços de correspondência do Reino Unido.

[2] Négligé é um robe feminino de tecido fino e transparente, geralmente adornado de rendas ou folhos.



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