Caçador Herdeiro Brasileira

Autor(a): Wesley Arruda

Revisão: Ângela Marta Emídio


Volume 2 – Arco 6

Capítulo 67: Grandalhão nas neves! Jhou, o snowboarder sem talento

Nunca imaginei que algum dia desceria uma montanha de snowboard. Pra mim era coisa de filme americano, pois neve e norte do Brasil — onde eu nasci — definitivamente não combinam. Mas, parando pra pensar, nunca imaginei também que um dia enfrentaria vampiros ou produziria ataques de fogo.

Como a vida nos surpreende!

Enfim, acordei com a luz do sol batendo no meu rosto. A janela de vidro estava somente com uma fresta aberta, o suficiente para entrar uma brisa gelada apesar de a manhã estar bem ensolarada.

Nenhum dos meus amigos estava no quarto.

Escovei os dentes e os encontrei no andar de baixo, na cozinha pra ser mais exato, tomando café e conversando.

— Bom dia, rapaziada.

Todos retribuíram o bom dia. Natsuno foi logo dizendo:

— Dio, meu velho deu a ideia de a gente ensinar vocês a praticarem snowboard. E aí?

— Snowboard? Deve ser mais difícil que esquiar — refleti, apesar de ter gostado da ideia.

— Só no começo — assegurou Hebert. — É como aprender a andar de bicicleta. A diferença é que você pode ficar enterrado na neve se perder o equilíbrio e cair.

Jhou estremeceu-se por completo.

— Não gosto do frio — comentou olhando para Pedro.

— A estação disponibiliza pranchas e equipamentos de proteção gratuitamente — continuou Hebert, levantando-se da cadeira e dando um último gole em sua xícara de café. — Quer dizer, considerando que estamos pagando uma nota pelo aluguel, não é tão gratuito assim. Na verdade, pensando melhor, não é gratuito. Ah, deixa pra lá! Tá decidido, então. — Sua voz ficou triunfante. — Hoje vamos ensiná-los a descer… montanhas!

Todos nós, exceto por Natsuno, arregalamos os olhos quando ouvimos a palavra "montanhas". 

— Não sei não — disse Jhou, baixo e acuado. — Eu tenho medo de altura…

— Logo você, o mais grandalhão da escola? — ironizou Natsuno. Então algo lhe ocorreu: — Vai ter roupa para o Jhou, pai? O treinador Rubens teve que encomendar um uniforme extragrande para que ele pudesse disputar o interclasses.

— É claro que eu já tinha pensado nisso! — O triunfo na voz de Hebert carregava ainda mais intensidade que antes. — Providenciei assim que soube que vocês todos viriam. Temos botas do tamanho quarenta e cinco pra cima. Tenho certeza que uma delas vai servir em você, Jhou, fica tranquilo. O coroa aqui está preparado pra tudo!

Jhou não estava nada tranquilo, mas eu o entendia. Não dizem por aí que o desconhecido causa medo?

— Então bora — falei animado, apesar do frio que sentia na barriga. — Vai ser um desafio do caramba aprender esse esporte. E eu gosto de desafios!

Meus amigos assentiram, embora Jhou estivesse receoso.

— Peguem os agasalhos e equipamentos de proteção no armário debaixo da escada e me encontrem na praça em quinze minutos — disse Hebert muito rápido, quase sem respirar, talvez mais animado do que nós. — É tempo suficiente para vocês terminarem de tomar o café e lavarem a louça. Enquanto isso, vou consultar o cronograma das estações para ver até que horas podemos nos divertir.

Contagiados pela ansiedade do senhor Kogori, comemos os pães quase sem mastigar, lavamos as xícaras e corremos para escolher as roupas que estavam disponíveis. Colocamos as botas, as luvas, os capacetes e os óculos. 

Enfim uniformizado, eu me sentia mais pesado que um saco de areia. O lado bom era que eu podia bater numa rocha que provavelmente não me machucaria.

As pranchas estavam no fundo do armário. Vermelha para mim, roxa para Natsuno, branca para Pedro e verde para Jhou. Nós quatro nos dirigimos para a movimentada praça da vila a fim de encontrar Hebert.

— Pensei que vocês tivessem fugido — disse ele quando nos viu. Hebert segurava uma prancha e estava trajado feito um snowboarder que participa dos jogos olímpicos de inverno.

Ele nos conduziu por várias estradinhas de paralelepípedo. Alguns outros adolescentes faziam o mesmo trajeto, também equipados e também agasalhados. Dentre eles havia algumas crianças animadas, o que me fez lembrar de mim mesmo na infância, quando passeava com os meus pais.

Acompanhados pelo pequeno grupo, chegamos à orla da vila, que estava mais movimentada que a praça. O chão agora era macio, quase totalmente coberto por neve. Havia placas de sinalização por todos os lados. Em alguns pontos, pessoas embarcavam em espécies de plataformas. Eram quatro no total, cada qual apontava para uma trilha diferente. Cada trilha era marcada por torres altas de cores distintas, que eram conectadas umas às outras por cabos que sustentavam cadeiras.

— Teleféricos! — falei encantado. Outra coisa que eu pensei estar longe da minha realidade.

O único teleférico que transportava pessoas através de cabines, ao invés de cadeiras, era o do meio. Era também a trilha mais longa e que levava ao ponto mais alto da montanha. As torres dele eram pretas e seguiam em linha reta, enquanto a pista que iniciava na última torre serpenteava por entre as árvores, por onde desciam os snowboarders e os esquiadores.

— O nosso, por enquanto, é o verde — apontou Natsuno.

O teleférico das torres verdes levava a uma área próxima e mais segura. Lá, o solo era pouco inclinado e estava repleto de pessoas que pareciam estar aprendendo a esquiar ou ficar em cima de uma prancha. Redes verdes fincadas com estacas ao chão separavam a área onde estava a neve da área onde estavam as árvores, demarcando o território ao mesmo tempo em que evitava acidentes — ou pelo menos assim eu presumi.

— Pista para quem não sabe esquiar? — deduzi, observando uma menina cair na neve ao perder o equilíbrio.

— Isso mesmo — respondeu Hebert. — As cores das pistas são de acordo com o grau de dificuldade. Verde para aprendizes, azul para iniciantes, vermelha para intermediários e, por fim, a preta para nós, os profissionais. — Ele estufou o peito, cheio de si. Pelo menos agora fazia sentido o porquê das torres pretas do teleférico do meio. — Inclusive — finalizou Hebert — eu tô indo nessa. O Natsuno fica encarregado de ensinar vocês.

Hebert juntou-se a dois homens que pareciam prontos para uma tarde de esporte. O mais alto segurava uma prancha, enquanto o outro, que ainda acenou para nós antes de eles partirem, carregava dois bastões de esqui.

— Ei! — reclamou Natsuno.

Observei Hebert e seus camaradas entrarem na cabine do teleférico. Vê-la deslizando pelos cabos por cima das árvores e quase sair do nosso campo de visão fez meu ânimo acender. 

— Vamos logo, Natsuno! — Tive que apressá-lo. — Tô louco pra descer aquela montanha!

 

— Tá, é o seguinte: o primeiro passo é subir na prancha.

— Pô, Natsuno, se você não falasse eu não ia saber.

— Foco, Dio! Muita atenção nessas horas!

Pedro deu risada.

— Está tudo bem, Jhou? — perguntou ao grandalhão.

— Considerando que quase não consegui sair da cadeira, acho que sim.

De fato, ele teve dificuldade antes mesmo de começarmos a primeira aula. Por mais que a cadeira do teleférico estivesse lenta e próxima do chão, Jhou desabara na neve quando tivemos que saltar para a pista.

— O nosso corpo é o equilíbrio — continuou Natsuno enquanto subia na prancha roxa e prendia as botas nos fixadores. — É tipo ficar no Rio de Água Pesada. Facinho!

— Nós não chegamos a entrar no rio — Pedro o lembrou.

— Puts, é mesmo. Mas subam na prancha, ou ficaremos aqui o dia inteiro.

Todos subimos. Natsuno continuou:

— Na descida, a prancha vai fazer todo o trabalho. Vocês só precisam manter o controle dela com o corpo. Pra frear, basta colocar o peso do corpo nos calcanhares. Bora lá! Ah, e mantenham os joelhos um pouco flexionados.

Natsuno impulsionou o corpo para frente e a prancha começou a deslizar. Nós fizemos o mesmo, desajeitados. A pista era levemente inclinada, o que felizmente impedia uma descida abrupta. Não foi tão difícil. Ainda assim, percebemos a ausência de alguém.

— Ei, como faço isso andar? — Jhou gritou lá atrás.

Natsuno deu um tapa na própria testa. Jhou nem saíra do lugar.

— Impulsiona o corpo pra frente — tentei orientar. Mas acho que não me expressei com as palavras adequadas.

Após pensar um pouco, Jhou se jogou para frente e caiu de cara na neve. Antes que tivesse tempo de rir, foi a minha vez. Pedro também caiu. Natsuno começou a gargalhar.

— E olha que nem estamos em velocidade ainda — fez questão de dizer.

Outras pessoas caindo ao nosso redor era o que nos servia de consolo.

 

Estávamos lado a lado, os quatro, para mais uma tentativa diante do sopro gelado do vento. Jhou já havia limpado a neve do rosto, disposto a fazer da maneira certa. Provavelmente estava mais tranquilo após perceber que cair na neve não machucava.

Natsuno orientou:

— Inclinem o corpo um pouco para frente e flexionem os joelhos que a prancha fará o resto.

Assentimos.

Dessa vez, Jhou conseguiu nos acompanhar na descida. Mas foquei em me equilibrar para aprender o mais rápido possível.

— Isso aí, jovens — disse Natsuno. — Falei que era fácil.

Jhou começou a nos deixar para trás.

— Esse ficou empolgado — comentou Pedro.

Mas algo estava errado.

— Pessoal? — disse ele. Sua prancha, apesar do solo quase reto da pista, começava a ganhar velocidade. — Eu não quero fazer isso. Como faço pra parar?

Mais uma vez, Natsuno tapeou a testa.

— Você está colocando muito peso na perna da frente, Jhou — disse quase gritando. Eu começava a ficar preocupado com o aumento da distância entre nós e o grandalhão. — Use os calcanhares pra frear!

— O quê? — gritou Jhou, trêmulo, a um triz de perder o equilíbrio e cair.

— Os calcanhares pra frear!

De repente, a prancha dele afundou na neve e parou. Nós o alcançamos e, ainda um pouco desengonçados — pelo menos o Pedro e eu —, freamos. Jhou de alguma maneira conseguiu cavar um buraco na neve, de modo que a parte de trás de sua prancha estava toda enterrada e a parte da frente estava para cima. Fez-se um pequeno morro de neve que chamou a atenção das pessoas que estavam próximas. O grandalhão sorriu sem jeito.

Natsuno suspirou.

— Vamos de novo — disse.

E ficamos a manhã inteira na pista verde, treinando. Quase não paramos para almoçar de tão empolgados que estávamos. Paramos quando não só a barriga do grandalhão roncou alto para protestar, como as nossas também. A nossa sorte era que Natsuno conhecia bem a vila, então soube exatamente onde estava a nossa pousada.

Retornamos rápido para a pista. Queríamos ir para a pista azul o quanto antes. O único obstáculo era a dificuldade que Jhou tinha em aprender as instruções básicas do Natsuno. Ele caiu de tudo quanto é jeito: rolou neve abaixo, bateu a cara no chão, comeu gelo, deu cambalhotas... Muitas pessoas que haviam iniciado o treinamento depois de nós já haviam abandonado a ala dos aprendizes. Éramos os únicos estagnados.

Mas, por outro lado, foi também um dia divertido. Pedro e eu já conseguíamos fazer curvas variadas e frear tranquilamente. A sensação era satisfatória. Então, antes de o céu escurecer, quando a pista já estava quase deserta, o nosso amigo grandalhão, enfim, pegou o jeito.

— Consegui! — comemorou ele após uma sequência de mini curvas. Eram meio desajeitadas, sim, porém era o suficiente para avançarmos de fase.

Sorri, feliz pela conquista dele.

— Finalmente vamos sair dessa pista sem graça — suspirou Natsuno, então sorriu. — Vocês estão preparados pra amanhã?

Balançamos a cabeça, determinados.

De noite, fizemos outra fogueira. O número de pessoas em relação à noite anterior aumentou. Yago chamara alguns conhecidos e Hebert convidou os dois caras que vimos mais cedo.

Eu queria conversar com a Sophia, mas suas amigas não davam nenhuma trégua. O que restou foi esperar o momento certo — aquele em que ela estaria sozinha.

 

Iniciou o segundo dia. De cara percebemos que a pista azul era muito mais movimentada que a verde. A todo momento surgiam snowboarders descendo por ela e retornando para as cadeiras do teleférico. Observando toda aquela movimentação, Jhou engoliu em seco.

— Acho que tô um pouco nervoso.

— Que novidade — Natsuno revirou os olhos, depois baixou os óculos. — Nós vamos ficar aqui mesmo, parados? Já não basta ontem, que ficamos o dia inteiro naquela pista chata? Bora aproveitar, cambada!

Embarcamos, com cuidado.

Já lá em cima, iniciamos as atividades. Foram muitas risadas com as trapalhadas do Jhou, que encontrava o chão de neve com muita frequência. Não só ele se desequilibrava, como nós também, isso incluindo o Natsuno, quando inventava alguma manobra complicada — mas tenho que admitir: ele era bom.

Depois de horas, após muitas quedas e rolamentos, já conseguíamos descer a pista inteira sem cair. Não que ela fosse grande coisa. O desafio real estava nas outras duas.

Depois do almoço, embarcamos na vermelha, a pista dos intermediários.

— Confesso que não estou com tanta coragem — disse Pedro quando já estávamos lá em cima, preparados; a descida de neve tinha curvas o suficiente para deixar qualquer um intimidado.

— Então fiquem aí — disse Natsuno sem nos esperar. — Encontro vocês lá embaixo!

Eu não ficaria para trás, então saltei também. Jhou e Pedro vieram em seguida.

Não havia comparação entre aquela pista e as duas primeiras. Ela nos permitia descer em velocidade, o que nos causava fortes emoções. Eu estava viciado em andar de snowboard.

Muitos outros adolescentes aproveitavam a tarde fria de julho praticando o esporte. Natsuno fazia questão de competir com alguns deles, obcecado em vencer cada um na corrida. Jhou, como de praxe, era o snowboarder que mais se desequilibrava da pista inteira. Quanto a mim, peguei o jeito rápido. Começava a entender por que o Guga, amigo invisível da Zoe, não saía de cima de seu skate.

Fizemos mais uma fogueira ao cair da noite. Era o único modo de nos livrar do frio sem precisar nos cobrir com um monte de edredons. Notei que outras pessoas começaram a fazer o mesmo na frente de suas pousadas. E todo mundo parecia animado.

— O que você fez o dia todo? — perguntou Sophia quando finalmente pudemos ficar juntos. Ana e Jéssica pareciam ter caído em si e sentaram um pouco afastadas da garota. Beto, o motorista/guarda-costas, continuava de olho, mas a uma certa distância. Suspeito que Sophia tenha pedido essa pequena privacidade aos três.

— Pratiquei snowboard com os meus amigos — respondi. — E você?

— Hoje conhecemos alguns lugares bonitos da estação e tiramos, tipo, umas quinhentas fotos.

Sophia deu risada. Eu amava vê-la alegre. Ela era a garota mais linda do mundo.

— Nem tivemos tempo para uma conversa, né? — disse ela.

Senti as bochechas ardendo. Talvez fosse o calor da fogueira. Ou então era o olhar penetrante que ela fixara em mim.

— Pois é — foi a única coisa que saiu da minha cabeça.

Ficamos num desconfortável silêncio. Será que ela sabia sobre a conversa que tive com o pai dela?

— Sophia… — comecei, disposto a tocar no assunto.

— Ouviu isso, Dio? — gritou Natsuno do outro lado da fogueira.

— Amanhã cedo! — Jhou também gritou.

Eu não fazia ideia do que eles estavam falando. Tive que perguntar:

— Amanhã cedo o quê?

Me arrependi ao vê-los dar a volta na fogueira, animados. Natsuno respondeu:

— O meu velho disse que já estamos prontos para a pista preta.

Percebendo que a privacidade havia sido rompida, as duas amigas da Sophia também se aproximaram e a levaram para o outro tronco.

Eu queria dar uma bronca no Natsuno por ter nos atrapalhado, mas suspirei e falei a mim mesmo que as férias estavam só começando. Além disso, finalmente desceríamos a trilha mais radical da estação.

 

Eram quase dez horas da manhã quando nós cinco entramos na cabine do teleférico das torres pretas. Antes empolgados, agora todos estavam quietos diante da paisagem ao redor: as montanhas nevadas, as florestas boreais, a vila de construções de madeira, as pessoas deslizando pista abaixo… Dava pra ver a estação inteira da cabine, e mais um pouco.

— Foi essa a nossa reação na primeira vez que viemos aqui — disse Hebert ao nos observar encantados. — Isso há muito tempo. Nem existia a organização ainda. Até mesmo o Tony, que não suporta o frio, gostava de vir pra cá.

— Como vocês vinham, já que não existia a organização para bancar as despesas? — quis saber Natsuno.

— A nossa tribo pagou uma vez quando vencemos a Disputa de Frascos. Foi assim que conhecemos este lugar.

Ele falava com um brilho especial nos olhos. Fiquei imaginando a mim mesmo dali a uns vinte anos, relembrando os momentos que estava vivendo. O pensamento me motivou a aproveitar as férias ao máximo.

— Eram outros tempos — continuou Hebert, agora com expressão tristonha. — Época em que os nossos inimigos de hoje em dia não passavam de rivais da adolescência.

— Os vampiros? — estranhou Jhou.

Hebert balançou a cabeça.

— Caçadores. O Shaong é um deles. Tínhamos nossas desavenças, mas não passava de birra de moleques. Ele e o Pablo sempre estavam cometendo travessuras por toda a escola. Mas no final do dia estávamos juntos combatendo vampiros e competindo pra ver qual equipe enchia mais frascos cristalinos.

Era difícil imaginar Shaong, responsável por enviar seu próprio filho para assassinar uma garotinha, lutando pela justiça. Quanto ao nome Pablo, eu não reconhecia.

— Quem é Pablo? — Pedro fez a pergunta por mim.

— O finado pai do Riku. Era um homem muito forte. Mas faz parte. Infelizmente o tempo mostra que as pessoas mudam. Shaong, Pablo, Glen e tantos outros são exemplos disso. Mas… vida que segue.

Antes que eu pudesse encaixar todas as informações, a cabine parou.

— Caramba! — falei admirado. Dava pra ver a vila inteira de onde estávamos. E a imagem da vila no meio da neve era digna de um cartão postal.

— É muito alto! — Jhou estremeceu-se de medo.

— E muito frio também — disse Pedro se encolhendo.

A descida era larga e parecia costurar a floresta de taigas. Redes pretas seguiam em paralelo pelas extremidades da pista, não só para marcá-la como a pista de nível mais elevado, mas também para proteger os snowboarders e esquiadores. Quanto a eles, a quantidade era inferior à quantidade da pista anterior. Presumi que poucos ousavam descer uma trilha tão longa e radical.

Natsuno gritou:

— Vamos ver quem chega primeiro!



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