Volume 9

Capítulo 277: O anão Doxco

Depois de terminar meu contato um tanto regular com o Meu Mundo, retomei minha escalada até a montanha dos Anões.

Pude ver fumaça saindo da vila dos Anões de longe e pude vê-la do céu usando Olhos de Falcão, para que eu pudesse determinar minha direção com mais facilidade.

No início, senti que não tinha muita utilidade para os Olhos de Falcão, mas o achei muito útil para um viajante. Funcionava como o mapa periférico de um RPG.

Olhando para a trilha da montanha, o caminho tomava um desvio bastante grande, mas a distância em linha reta não parecia tão longa.

Como podia executar movimentos tridimensionais com a Correção de Salto, subi a montanha em uma linha reta, em vez de caminhar pela trilha. Mesmo assim, isso era mais um trote do que uma corrida.

Foi-me dito que eu chegaria ao assentamento dos Anões em duas horas a partir da estação de guarda, mas, na verdade, demorou menos de 15 minutos.

Não era uma cidade, então não havia necessidade de pagar um imposto de entrada.

A entrada em forma de arco da vila era como o esperado de uma vila de Anões. Eu não podia dizer quando a vi de cima, mas os padrões eram intrincados e bonitos.

Se isso fosse no Japão moderno, apenas esse portal se tornaria um bom local para fotos.

Ou melhor, eu deveria apenas tirar uma foto.

Tirei meu smartphone da bolsa de itens e tirei uma foto. Eu mudei para o modo selfie e tirei outra foto com meu rosto nela.

Graças ao carregador e ao mecanismo de geração de energia que Miri trouxe, não precisei me preocupar em recarregar o telefone para poder tirar quantas fotos quisesse. É claro que não consegui carregá-la em nenhuma rede social, por isso foram fotos tiradas apenas como lembrança.

— Óó, essa é uma bela foto.

— Isso mesmo. Bem, provavelmente seria melhor se houvesse garotas na foto.

Eu me senti arrependido por Haru, Carol e Malina não estarem aqui.

Seria ruim se as Elfas-Negras fossem vistas do lado de fora, Pionia era uma hikikomori, assim, pelo processo de eliminação, restava apenas Neete?

Dizer que ela era a única que restou no processo de eliminação foi um pouco rude, mas Neete poderia ser considerada uma mulher extremamente bonita. Embora sua personalidade fosse um pouco difícil.

— Hum-hum, mulheres, hein? Então, devo chamar as garotas da vila?

— Não, não há necessidade... hein!?

Sem perceber, havia um homem desconhecido olhando para o meu smartphone.

Ele era um homem de baixa estatura, rosto barbudo e usava um capacete com o que pareciam ser chifres de vaca.

Sim, ele era um anão.

— Desculpe, em... você é desta vila? Ah, eu sou um viajante chamado Ichinojo.

— Hum-hum, eu sou chamado Doxco. Eu trabalho como ferreiro nesta vila.

Ele se apresentou de maneira clássica.

Se este fosse o Japão, agora seria o momento onde trocávamos cartões de visita, mas, de forma natural, como um funcionário não regular que trabalhou em lanchonetes familiares, eu não tinha um cartão de visita. Como Miri de vez em quando trocava opiniões com professores e pesquisadores de universidades famosas ou era convidada para as casas de executivos e burocratas de grandes empresas para ensinar algo que eu não conseguia entender, ela tinha um cartão de visita.

Isso é algo sem relação, mas quando enfrentei minha 30ª entrevista consecutiva fracassada, conversei com Miri sobre o uso de suas conexões para conseguir um emprego, mas ela recusou com um sorriso.

"Usando minhas conexões, acredito que Onii receberá uma oferta em menos de um minuto por uma empresa famosa e será tratada como executivo, mas acho que se Onii fizer isso, ele nunca se perdoará."

Ela me disse isso.

Naquela época, eu estava aflito e senti desespero quando ela recusou. No entanto, depois de receber minhas habilidades por meio da Trapaça do Crescimento, muitas vezes me vejo imerso em ódio-próprio sempre que vejo como Haru e Carol me respeitam. Pode ser uma trapaça, mas a aceitei como um poder que possuo. Se eu usasse as conexões de Miri para ser contratada como um funcionário, teria me odiado ainda mais.

Agora eu podia entender a ternura e o rigor de Miri e lamentar minha própria tolice.

Muito bem, vou dar uma outra olhada em Doxco.

Ele disse que era um ferreiro.

Emprego: Anão Ferreiro Lv43.

Apareceu.

Devia ser o mesmo que o Arqueiro Élfico, um trabalho específico de raça.

Seu nível também era alto.

— Eu poderia dar uma olhada nisso? Talvez seja isso o que eles chamam de dispositivo?

— ... sim, bem... você pode perceber?

— Porque eu não sinto nenhum fluxo de magia.

Eu mostrei o smartphone para Doxco.

Ele perguntou se podia tocá-lo e eu queria recusar, mas no final, eu o passei o aparelho depois de adverti-lo para não o quebrar, pois era delicado.

Doxco parecia ser uma massa de curiosidade enquanto examinava o smartphone e fazia todos os tipos de perguntas. É claro que eu não conhecia a composição específica de um smartphone, então não pude explicar muito a ele.

No entanto, depois de descrevê-lo um pouco...

— Entendo... a forma é diferente, mas este é um dispositivo de comunicação. Eu acho que é o aparelho chamado de "telefone celular".

… !? Doxco não disse nada de errado. Mas eu entendi.

Doxco disse a palavra "telefone celular" em japonês. Não foi traduzido.

Eu tinha certeza de que a ferramenta chamada telefone celular não estava presente neste mundo. Não existe, portanto, não será traduzido. Como não será traduzido, alguém deve ter dito a ele em japonês e assim permaneceu.

— De quem você ouviu isso?

— A inventora chamada Daijiro.

— Você conhece Daijiro-san!?

Um desenvolvendo repentino. Um desenvolvimento oportuno.

Mesmo não tendo entrado na vila, encontrei pistas sobre Daijiro-san... talvez tenha encontrado.



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