Volume 9

Capítulo 309: Nanawat

Por enquanto, troquei o segundo emprego de Haru para Santa da Espada.

E como viajar pela estrada seria um enorme desvio, Carol liderou o caminho e nos levou para fora dela.

No entanto, teria sido difícil viajar de carruagem por caminhos não pavimentados.

Como tal, em vez de usar a carruagem, viajamos a cavalo. Haru montou em Fuyun enquanto Carol e eu montamos no Corredor do Deserto, então aceleramos ainda mais.

Não podíamos trabalhar em nossos empregos secundários de Ferreiro e Herbalista, mas nossa velocidade de deslocamento era muito maior.

— Haru, você está bem sem rédeas?

— Sim, não há problemas. Fuyun é um excelente cavalo.

Entendo. Fuyun também parecia um pouco satisfeito. Esse cavalo amante de mulheres era mesmo impossível.

— Ichino-sama, um pouco mais para a esquerda... tudo bem, nessa direção por favor.

— Obrigado por indicar o caminho, mas eu não entendo. Não há nenhum ponto de referência.

— Existem muito mais marcos em comparação com o mar.

— Bem, isso com certeza é verdade.

— Além disso, Ichino-sama preparou um bom mapa.

Carol disse com um sorriso enquanto olhava o mapa.

Ela estava se referindo a um mapa que parecia um daqueles que os militares usavam para planejar estratégias e também fiquei surpreso por tê-lo.

Contudo, não conseguia me lembrar de onde consegui esse item.

— A propósito, Ichino-sama. Você já pensou em um nome para este Corredor do Deserto?

— Sim, eu tenho candidatos.

Eu estava com problemas para escolher um.

Ele era um Corredor do Deserto, assim, encurtando: "Corde"¹.

Ele era um grande comedor, então "Gula", devido a seus exageros alimentares.

Até agora não havia nenhum nome, então "Sem Nome (Nanashi)".

Até agora, o melhor candidato era "Sem Nome".

Muito bem.

— Seu nome será Nana... opa (wat).

O Corredor do Deserto de repente pulou sobre uma pedra, então eu exclamei de modo inconsciente.

— Nanawat, hum? Esse é um bom nome.

… eh?

Carol prontamente aceitou o nome que eu dei.

Não, não, não estou falando da lâmpada de LED mais recente e potente em relação ao consumo de energia, Seven Watts².

— Também acho que esse é um bom nome. Nanawat.

Haru também concordou. De verdade? Nanawat é a decisão final?

A atmosfera atual dificultava dizer que isso foi um erro.

Tá legal. Era um nome que parecia fácil de usar.

— Você é Nanawat a partir de agora. Tá bem?

O Corredor do Deserto, agora chamado Nanawat, não respondeu, pois estava concentrado em seguir em frente. Acho que esse cara estava feliz contanto que pudesse comer comida deliciosa.

— Carol. Quanto tempo vai levar para chegarmos ao Monte Landau nesse ritmo?

— Deixe-me ver. Acredito que chegaremos à noite, mas há uma pequena vila na frente onde pensei em passar a noite... ah, talvez seja melhor descansar no Meu Mundo.

— Isso é verdade. Provavelmente não podemos esperar muito da qualidade da cama de uma vila pequena. Aliás, qual é a especialidade dessa vila?

Se a pequena vila tinha sua iguaria local, eu com certeza queria comprar um pouco. Eu acreditava que isso também fazia parte da diversão durante as viagens.

— A especialidade da próxima vila é o gengibre.

— Gengibre, hã. Eu gostaria de comprar temperos, se possível.

— A vila vizinha parece ser famosa por sua cebolinha.

— Cebolinha... gengibre e cebolinha, hum. Eles cairiam bem em um ensopado... não, nesta temporada, também seria bom somen³.

Gostaria de saber se havia alguma comida japonesa que Miri trouxe com ela.

Também não seria bom se algum de nós pegasse um resfriado.

Pois doenças como resfriados não poderiam ser curadas usando o feitiço Desintoxicação.

— ... eh?

— Qual o problema?

— Gengibre e cebolinha... me lembro de ouvir sobre isso em algum lugar.

Parecia que não conseguiria me lembrar, mesmo que tentasse — ou melhor, eu não queria me lembrar.

Por que será?

— Falando nisso, ouvi dizer que a carne ficará mais macia se for marinada em suco de gengibre.

Carol acrescentou algo que parecia ter saído da bolsa de sabedoria de uma avó — mas eu não usaria isso como referência. Haru ficaria um pouco decepcionada se eu fizesse isso.

Afinal, ela adorava carne dura.

— Mesmo que não desejemos amolecer a carne, gengibre e cebolinha podem ser uma boa combinação para remover o fedor dos cortes de javali.

Nanawat bufou alegremente depois de ouvir a palavra carne. Mesmo eu tendo o deixado comer tanto há pouco, ele ainda queria comer?

Ele era mesmo um glutão.

Assim como...

— Ah! Me lembrei!

Me lembrei depois de pensar que Nanawat era exatamente como Centauro.

Ah, então eu ouvi sobre essas vilas daquela vez.

Depois disso, resolvi me esquecer dos dois, então acabei esquecendo de tudo isso.

— Há uma dupla de idiotas nessa vila.


Notas

[1] Aqui Ichinojo pegou os primeiros caracteres das palavras que formam o termo “Corredor do Deserto”.

[2]Seven Watts” parece ser o nome de uma marca de lâmpadas de LED. O autor fez um jogo de palavras com “wat”, uma exclamação de surpresa, e “watt”, a unidade de potência, e juntou com Nana”, que significa “sete” (seven) em japonês..

[3] Somen é um macarrão japonês branco e muito fino, feito de farinha de trigo. Ele é normalmente servido frio e seu diâmetro mede menos de 1,3 mm. A diferença principal entre o somen e os macarrões mais grossos como o hiyamugui e o udon é o seu tamanho. Para produzi-lo, ele é esticado, assim como alguns tipos de udon. Somen são normalmente servidos frios com um molho leve ou tsuyu. O tsuyu costuma ser um molho baseado no katsuobushi que pode ser temperado com cebolinha, gengibre ou myoga. No verão, é comum o somen ser resfriado com gelo para torná-lo mais refrescante. Somen servido em uma sopa quente normalmente é chamado de nyumen e comido no inverno, assim como o sobá e o udon. O somen teve sua origem entre os séculos VII e IX, na Província de Nara, quando os japoneses trouxeram da China o sakuhei, um prato típico da região feito de farinha de arroz e trigo.



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