Cheaters Brasileira

Autor(a): Kuma


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 41: Lembranças de um bêbado

 

Nesse ínterim, uma alma amargurada caminhava pelas ruas caóticas de ||BASIN-C||. Algumas horas antes...

PLAYER: [Astholf]

 

Empurrei a porta da taberna de um velho conhecido meu. Assim como eu, ele já gastou vários anos de sua vida em frente a fornalhas incandescentes e metal derretido. A cada passo em direção ao meu objetivo, mais e mais lembranças ardiam tanto quanto qualquer queimadura, dentro do meu peito.

Eu... tenho que beber... alguma coisa.

Não havia ninguém como imaginei. O lugar perdeu seu prestígio depois que foi pego envolvido em esquemas de extorsão e jogos ilegais e então virou essa espelunca que era hoje. Hunf! Um lugar morto, como sempre.

Me arrastei até o balcão com a mão apertando o olho direito, como se eu pudesse enfiá-lo para dentro do meu crânio. Nesse meio tempo, um som de madeira rangendo estilhaçou a quietude do ambiente — ou quase, se ignorássemos todo o quebra-quebra lá fora.

— Quem é? Estamos fechados — uma voz bem familiar para mim anunciou.

— Sou eu, Rollo — grunhi, me sentando na cadeira.

— Astholf? — O velho de barba grisalha, porte atlético e vestindo um avental florido irrompeu pela porta. — Pensei que estivesse seguro com Zibret. O que faz por aqui?

— Ela estava me tirando a paciência bem mais do que o normal — respondi, me debruçando sobre o balcão e erguendo apenas uma mão. — Me dá alguma coisa pra beber aí, faz favor.

— Com tudo que está acontecendo em ||BASIN-C||, não acredito que ainda esteja pensando apenas em bebida. — Rollo levou sua mão até a testa e suspirou.

Após alguns minutos, ele trouxe duas canecas e uma garrafa de madeira envelhecida. Deixou tudo na mesa e pegou seu banco para se sentar do outro lado.

— O que está fazendo?

— Vou beber com você. Acho que não terei outros clientes tão cedo — disse, uma explosão mais próxima abafando o som de sua voz. — E também — acrescentou, erguendo a caneca de madeira vazia com um sorriso. — Tudo em nome dos velhos tempos!

Ele encheu as duas canecas com cerveja e me entregou uma. E então, depois dos estrondos cessarem, continuei:

— Alguma informação pra mim hoje?

— O de sempre. — Rollo fez uma pausa, virando a caneca até secar metade do conteúdo. — A União Revolucionária juntou o máximo de adeptos e recursos que conseguiram, mas no fim não puderam sequer furar os bloqueios do rei.

— São uns incompetentes. — Fiz uma pausa com uma golada cheia. — Eles deveriam ter tomado alguns postos de guarda e o depósito de armas primeiro. A ||FORNALHA|| não é mais um ponto tão importante quanto era no passado.

— Eles estavam esperançosos. Tinham bolado até um boa estratégia para encurralar Thor-ardd — Rollo acrescentou, trazendo alguns papéis de seu bolso. — Só que tiveram que acelerar a execução por causa de um imprevisto.

— Imprevisto?

— Veja isso. — Ele empurrou os papéis para mim.

Folheei o conteúdo. Eram imagens e mostravam dois rapazes sendo perseguidos por uma das máquinas de patrulha dos corredores da ||FORNALHA||. O que? São... aqueles moleques?!

Rollo levantou uma sobrancelha, percebendo minha surpresa.

— Acho que você sabe quem são eles pelo modo como reagiu — observou ele, com outra virada de caneca.

Eu exalei, me recompondo. Talvez tivesse sido apenas uma coincidência infeliz em um momento oportuno para tal.

— Nunca os vi na vida — retruquei, dando de ombros. — Mas me surpreendo que alguém tenha descoberto alguma coisa sobre o golpe. Quero dizer, depois de tudo que fizeram pode debaixo dos panos.

— Eles fizeram de tudo, mas apenas rodaram na poeira — Rollo cuspia as palavras com claro desdém. — Quando souberam que poderia haver ouvidos de Thor-ardd por todo o lugar, inclusive dentro da ||FORNALHA||, eles enlouqueceram. — Rollo fez uma pausa com outro gole generoso antes de continuar. — No mesmo dia, houve um chamado geral e os tanques foram tirados dos seus postos. Vieram até mesmo buscar os que estavam bebendo aqui.

E se eles não eram espiões? Pensei mais sobre isso, imaginando que os conduzi até os túneis subterrâneos sem imaginar desse fato. Bando de imbecis...

— Acho que por isso a cidade ficou tão movimentada de repente. As melhores lojas e tavernas estão fechadas ou destruídas, então sobra lugares assim para me consolar.

Rollo soltou uma gargalhada, mais por outras coisas do que realmente por diversão.

— Não seja tão presunçoso, Astholf. Você é meu melhor freguês no fim das contas!

— É... — concordei, pensativo. Enchi mais uma caneca e virei. Então encarei Rollo novamente, a espuma escorrendo pela barba. — Acha que nesse mundo ainda cabe pessoas presunçosas como esses imbecis? Como...?

Nós? — completou ele, como se já soubesse o que eu estava pensando. — Difícil saber. Sempre tem espaço para idiotas e sonhadores nesse mundo. Eles, mesmo com as instruções de uma encapuzada esquisitona aí, ainda não conseguiram mudar nada.

Encapuzada? Será que...?

Afastei o pensamento. Devia estar louco se estava ao menos cogitando que aquela mulher voltaria para cumprir aquela promessa. Impossível. São palavras vazias, eu dizia para mim mesmo.

— Rollo... — chamei ele, seguido de um arroto.

— Que foi?

— Lembra-se daquela época?

— Que época? A que trabalhávamos na ||FORNALHA||?

— Sim.

— Lembro. Mas por que está pensando nisso agora? — perguntou, curioso.

— Ultimamente eu... tenho pensado bastante nele, sabe?

— No Locke? — Rollo parecia que lia meus pensamentos. Então, depois de encher a caneca pela 3° vez, continuou: — Eu sei que você se culpa muito pelo que aconteceu, mas por que pensar nisso agora?

Porque é o que um aventureiro faz! As palavras e ações daqueles dois ainda estava frescas na minha mente dolorida. Toda vez que ecoavam era como se fosse uma explosão de magma quente borbulhando dentro do meu peito, uma mistura ambígua e agridoce de saudade, alegria e culpa, ódio e ressentimento.

— Não. Não é nada. E enche esse troço pra mim de novo! — resmunguei, entregando a caneca vazia.

Rollo completou a caneca até a espuma da cerveja escorrer pelas bordas e então prosseguiu:

— Você está bem estranho hoje — Parou para mais dois goles e disse: — Não... acho que “nostálgico” ficaria melhor?

Não consegui segurar uma risada, cuspindo um jato de cerveja pro lado. — Há! Essa foi boa, Rollo, seu miserável! Você pode perder os negócios, a mulher, os sentidos, mas nunca perde o senso de humor!

Rollo tomou mais um gole e depois me lançou um olhar afiado. Fingi que não vi e continuei a beber.

— Eu também teria rido se tivesse sido uma piada — grunhiu o taberneiro, repousando a caneca da mesa e cruzando os dedos um pouco a baixo do nariz. — Não sei tem a ver ou não com Locke, mas você está bem esquisito e chegou aqui cheio de dores. Não me importaria de escutar suas reclamações, se tiver alguma para me contar.

Revirei os olhos, terminando de beber a cerveja da minha caneca. Percebi que a garrafa também estava vazia. Meleca...

— Ah, você é engraçado, mas sabe ser chato quando quer, hein? Se ficar me enchendo o saco, também vou embora, viu?

— E pra onde? Pelo que eu saiba, sou um dos poucos malucos que deixa uma taverna aberta em meio à um golpe de estado — interpelou ele.

Nos entreolhamos. Ele me lia como um livro aberto e chato que já havia se cansado de ler. Seus olhos exalavam confiança e, ao mesmo tempo, uma estranha sensação de acolhimento que me impelia a ficar, por mais que minha cabeça dolorida e meu peito apertado me convidassem a sair.  

Exalei, apoiando os cotovelos na bancada e apertando a cabeça com as duas mãos, sem conseguir me livrar daqueles pensamentos.

— Eu... eu... não sei mais se era isso mesmo que queria naquele tempo. Tudo parece tão... errado...

Uma explosão seguida do som de arranque dos motores de um tanque soaram de fundo, interrompendo meu raciocínio.

— Quer falar sobre alguma coisa?

— Só se estiver disposto a me ouvir...

 

 

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||BASIN-C||, 25 anos antes...

 

Era mais um dia de trabalho como qualquer outro. O projeto dos túneis e linhas de ferro subterrâneos estava se encaminhando muito bem e não tinha que me preocupar com fundos por enquanto. O rei dos anões, Cornar, me proporcionou um bom incentivo.

Assim como eu, Cornar tinha visão. Nós planejávamos construir essa rede de túneis subterrâneos por toda ||BASIN-C|| e depois, quem sabe, expandir para outras cidades importantes começando por nossa vizinha, ||GARDENMOON V||.

— Sr. Svoath, quantas barras de //FERRANIUM// os operários pediram hoje? — perguntou meu assistente.

Larguei o meu martelo na mesa e fiz um gesto com a mão direita. — Umas duas cargas grande devem sair pela manhã. Supervisione a saída para mim! — Ele acatou e se retirou.

Levei um pouco menos de quatro horas para terminar com todo o material. Além de ter convertido magma borbulhante, minérios e uma escama curiosa de algo enorme em //FERRANIUM// — o do mais puro e concentrado que existia — construí mais dois constructos para patrulharem as passagens da ||FORNALHA||.

Hunf! Nada mal pra hoje, pensei, satisfeito. Poucos eram os dias em que me sentia assim ultimamente.

Saí da minha oficina que ficava a pouco metros do [TEMPLO DE MAGMA] e subi para a superfície. Levava um bom tempo de caminhada, mas eu preferia assim do que usar portais ou outros meios — Além de que, o fato de Zibret estar me esperando não me animava em nada voltar.

BRUM! BRUM! CLANK!

— O quê? — Um barulho de vagão e ferro arranhando me alertou, ficando cada vez mais alto.

— Sai da frenteeeeeeee!

— Uaarh!

KABLAM! Fui atropelado por um vagão de carregamento entupido de barras de ferro.

Fui jogado na parede e o vagão tombou com a colisão, deixando cair todo o material lá embaixo. Quando recuperei os sentidos, tinha um moleque caído em cima das minhas pernas.

— Saí fora, catarrento! — Eu o chutei para que saísse de cima de mim.

O molecote se recompôs e veio me ajudar, mas eu afastei seus bracinhos com muita truculência. Demorou algum tempo para ele entender o que havia acontecido, talvez absorto em uma análise mais cuidadosa sobre o acidente que tinha provocado.

— Ah, desculpa senhor! Desculpa, desculpa, desculpa! O vagão se soltou da trava assim que ficou pesado e desceu trilho abaixo. Eu tentei segurá-lo, mas fui levado pelo peso! — Ele estava quase com a testa enfiada no chão enquanto se desculpava repetidas vezes.

— Hunf! Tenha mais cuidado da próxima vez, garoto! Ia arrumando um problemão para você! Podia ter matado alguém com esse troço! — adverti, me levantando e limpando a terra e fuligem da minha roupa.

— Ah! O material que eu ia levar para o [TEMPLO DE MAGMA]! Essa não! O deus de forja vai me matar!

Hum? Qual é a desse pirralho? Ele não sabe quem eu sou?

— Você estava levando esse material lá para baixo, garoto? — perguntei com uma curiosidade indiferente.

O atrapalhado garoto tentou reunir alguns dos minérios espalhados no chão quando respondeu: — Sim! Era uns materiais que o deus de forja pediu, mas eu acabei de estragar tudo!

Hunf! Estão deixando qualquer um levar meus materiais? Que afronta! O encarei com um olhar penetrante e então disse: — Mais um motivo para você prestar atenção no que está fazendo, seu fedelho!

Ele tremeu, derrubando o punhado de pedrinhas que havia reunido no chão. Esse menino era um caso perdido. Desengonçado, atrapalhado, desleixado, tonto... chamasse do que quiser, ainda era pouco para descrevê-lo.

— O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! — gritei e as pedras escaparam de suas mãos bitoladas, seu corpo estremecendo. Dava pena só de olhar para ele.

— Eu... tenho que reunir isso. É a última entrega antes de eu voltar pra superfície. O deus de forja vai usar minha cabeça como uma bigorna se eu perder esses materiais! — pigarreou o menino.

— Qual é o seu nome, cagão? — Não me dei o esforço de ser gentil nas palavras.

— Locke, senhor. Meu nome é Locke — respondeu, os ombros se tensionando. — Faz pouco tempo que fui designado para trabalhar na ||FORNALHA|| — informou, coçando a cabeça. E então como se se perdesse nas ideias, os olhos revirando, continuou: — Na verdade, eu esperava trabalhar pelo menos como um assistente de algum ferreiro, mas me colocaram para encher vagões e limpar os túneis. Que infelicidade!

— E por quê? O que esperava fazer quando chegasse aqui?

Os olhos do menino brilharam tanto quanto estrelas.

— Na verdade, o que eu queria mesmo era ser um ferreiro! — revelou Locke.

Olha... eu podia dizer que poucas coisas, assim como os últimos 60 anos, me foram realmente engraçadas, mas quando esse pirralho me disse isso, eu segurei uma risada. Era inacreditável.

— Você? Um ferreiro?!

O moleque franziu o rosto.

— Que foi? Eu estou estudando muito para isso!

— Você ao menos já pegou em um martelo alguma vez? — O olhar de Locke oscilou. — Aguenta pelo menos um jato de ar quente na cara e não se importa em subir para a superfície mais preto que uma pedra de carvão? — Seus lábios remexeram de um lado para o outro, talvez pensando em alguma frase bonitinha e otimista com que revidar. Continuei: — Pelo menos você tem noção do que ser um ferreiro pra essa cidade significa?

Quando pensou em dizer algo, recuou. Preferiu o silêncio. Eu mesmo não teria paciência para quaisquer merdas que ele estivesse prestes a dizer, então foi uma decisão esperta.

— Quando tiver as respostas para essas perguntas garoto, aí você pode começar a sonhar com as fornalhas. Até lá... — Eu saí andando na direção contrária, subindo o túnel sem olhar para ele. — Limpe os túneis e deixe os constructos brilhando, está bem?

E então eu não o vi mais ou sequer ouvir ele dizer mais do que meias palavras silenciosas, para si. Depois fiquei me perguntando se não teria sido muito duro com aquele menino destrambelhado.

Quer dizer... ele causou um acidente, perdeu os materiais que eu iria usar amanhã — e isso vai ser descontado do salário dele, pode apostar! — e ainda veio com essas ideias tortas de querer ser um ferreiro.

Se ele conseguir pelo menos soldar um barrar sem esmagar o próprio dedo com o martelo, já vai ser um milagre, pensei.

— Hunf! Ser um ferreiro... até parece... que alguém iria querer virar algo assim por vontade própria...

No dia seguinte, os materiais que o menino supostamente havia perdido estavam lá, perfeitamente empilhados e organizados por tamanho e largura. Não só aquele carrinho amassado nas laterais do dia anterior, mas outros dois também estavam estacionados na frente do templo, nas profundezas da ||FORNALHA||.

— Olha só. Que surpresa... intrigante. — Foi tudo que consegui dizer.

O dia se passou tranquilo. Enviei o carregamento que ||ANDRAS|| havia pedido e me retirei do templo... Rotina — martela, martela, solda, molda, afia, martela, resfria, martela de novo... Se eu não me retirasse do [TEMPLO DE MAGMA] pelo menos duas vezes ao dia, eu poderia acabar louco.

E foi quando o encontrei.

Afastado um pouco do templo, entre algumas pedras com escarpas afiadas, ele se encontrava. Me guiei pelo som e o encontrei.

Suor e fuligem e poeira se impregnavam em seu rosto e suas roupas enquanto batia repetidas vezes, com alguma coisa que era tudo menos um martelo, uma tira sólida de ferro negro em brasa.

Segurava o objeto com algumas pinças de ferro artesanais, todo atrapalhado, e eu podia jurar que nesse passo ele iria acabar soldado a própria mão ao invés do que quer que fosse que estivesse tentando moldar com as batidas.

— Ei, moleque! O que você tá aprontando aí, hein?

Ele tomou um susto como se não esperasse me ver ali. Com o movimento brusco, a tira de ferro negro caiu e quicou em algumas pedras até afundar em um pequeno poço de lava mais à frente, espirrando labaredas com o impacto.

Aquele poço... ele devia estar o usando como forja. Ele... estava usando o poço de lava como sua forja e as pedras farpadas eram sua bigorna. Inacreditável...

— Eu... eu só tava... — O rosto dele estava visivelmente choroso por ter perdido a barra que estava moldando.

— Estava conseguindo?

— Que?

— Estava conseguindo moldar o ferro negro?

Locke passou o peito da mão sobre o rosto grudento antes de responder: — Sim. Quer dizer... mais ou menos.

Não estava tão perfeito. Ainda tinha um ou outro canto para ajeitar, mas...

— Se você tivesse as ferramentas, conseguiria?

Os olhos do pequeno Locke se acenderam como aquele poço de lava.

— Senhor... — Um raio de hesitação fustigou seu olhar, mas se dando conta disso, ele recuou e me olhou com mais determinação do que eu nunca vira em alguém. — Claro que eu conseguiria!

Com aquelas palavras, aqueles olhos... algo se acendeu dentro de mim. Como uma forja apagada e fria, onde até mesmo as cinzas do carvão já tinha sido levadas pelo vento frio. De onde vinha essa vontade ardente de entrar no templo, de acender uma forja, de... ensinar?

Ensinar... Eu via naquele molequinho catarrento o que há muito tempo se apagara em mim mesmo.

O desejo de construir, de moldar, de fazer...

A vontade de mudar o mundo através das minhas ferramentas. Ver na forja viva e acesa, um coração... coração pulsante, fervilhante.  

— Garoto...

— O que é? Eu já tô indo...

— Quer conhecer o [TEMPLO DE MAGMA]? O deus da forja não está, então o que acha de eu te ensinar uma coisa ou outra nesse tempo? — Por que eu estava fazendo isso?

Os olhos dele se iluminaram, tanto que já tinha esquecido de que tinha deixado cair o próprio trabalho na lava.

— E você também é um ferreiro?

— Sou. Não tão bom quanto o deus da forja, mas sei fazer bem meu trabalho. — Mais e mais mentiras.

Por que eu só não dispensei aquele moleque?

— E qual é seu nome, senhor?

O nome Svoath quase escapuliu da boca. Pigarreei e respondi em seguida: — Astholf.

Ele sorriu e me acompanhou até o templo.

 

 

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De volta ao tempo presente...

   

De passo a passo, de esquina a esquina...

Eu estava quase lá.

As explosões pareceram bombinhas de ar quente da fornalha quando outro som estrondoso surgiu ao longe.

Bumbos de guerra. Tocando e tocando...

Marcando a marcha de tropas enquanto um som de uma explosão maior foi ouvido dos portões, abafando todos os outros.

Claro que os [LEGIONÁRIOS DE AÇO] e os anões insurretos estavam ocupados demais matando uns aos outros para notar. Quando percebessem, a cidade... já seria tarde demais.

E a hora combinada estava chegando. Eu tinha que estar na ||FORNALHA|| antes da enchente de soldados tomarem cada rua de ||BASIN-C||.

Cambaleando entre uma rua e outra, um beco e outro, estava próximo da grande cratera. Faltava poucos passos entre mim e a entrada da cerca gradeada que separava o buraco do mundo externo.

Faltava pouco quando nós nos encontramos. Eu e aquele menino...

O menino do machado!



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