Volume 1
Capítulo 74: O Problema Errado
— Porque... — O velho cerrou os dentes e declarou: — Porque Xu Yun também... perturbou a história.
— Não, não é isso que estou perguntando. Acha mesmo que eu já não sabia? — Ji Lin girou o lápis entre os dedos, com o olhar fixo no velho. — Estou perguntando por que sente tanta necessidade de eliminar essas pessoas que perturbam a história.
O velho ficou em silêncio por um longo tempo antes de finalmente falar: — Ji Lin, você está mais falante do que o normal hoje. Você nunca sondou tanto assim antes.
— Isso porque nunca foi o Xu Yun quem morreu antes.
Ji Lin olhou para a lista enrolada no chão.
— Você me deu essa lista para identificar os que perturbam a história, certo? Parece um exagero. Há só duzentos ou trezentos nomes aqui. Por que não eliminar todos de uma vez? Por que se preocupar em identificar o culpado específico? Essa abordagem meticulosa não combina com seu estilo habitual.
— Não! — A voz do velho soou firme. — Não podemos ferir inocentes!
Ji Lin soltou uma risada baixa.
Ele abriu a edição de setembro da Revista Mensal de Matemática, folheou até a página de Sudoku e voltou ao quebra-cabeça.
— Está vendo… ainda tem algo que você não me contou.
— Com tanta conversa sobre justiça, alguém poderia nos confundir com uma liga de heróis.
Ele parou o lápis por um instante, encarando o velho.
— Você matou meus pais, não foi?
— Ji Lin! — O velho aumentou o tom. — Já te disse incontáveis vezes! Eu não matei seus pais! Não fui eu, mesmo que não tenha sido um acidente!
— Pare de mentir. — Ji Lin sorriu cabisbaixo enquanto continuava o Sudoku. — Eu descobri a verdade.
— Então precisa investigar mais a fundo! — O velho ficou furioso, com as veias saltando. — Se essa é a qualidade das suas investigações, sugiro que desista da carreira de escritor de livros policiais! Que piada!
O silêncio caiu sobre a sala.
Apenas a respiração pesada do velho e o som do lápis do Ji Lin preenchiam o ambiente.
— Chega.
O velho acenou com desdém. — Pare com esses joguinhos, Ji Lin. Não vou dizer mais nada.
— Mas posso afirmar que essa é a única maneira de se fazer isso! Temos que seguir à risca para alcançar nosso objetivo final... a fim de conquistar um convite para o Clube de Gênios!
Swish.
Ji Lin completou mais um Sudoku, jogou a revista no chão e pegou a edição de outubro da Revista Mensal de Matemática.
— Eu não entendo.
— Então pare de tentar entender! — O velho o interrompeu com aspereza. — Entender não é necessário! Ji Lin! Apenas siga minhas ordens!
— Se realmente quer um convite para o Clube de Gênios, então ouça o que digo... Identifique a pessoa que alterou a história!
Seu corpo frágil tremia quando se sentou, tossindo seco.
— Precisamos confirmar se realmente tem alguém interferindo na história antes de agir. Não questione... não pense demais... apenas obedeça.
Swish.
Ji Lin largou a edição de outubro da Revista Mensal de Matemática.
O Sudoku estava fácil demais, visto que o resolveu em poucos traços.
A pilha de revistas à sua direita havia diminuído para apenas duas.
Ele pegou a edição de novembro, virou até a página de Sudoku e examinou o quebra-cabeça.
— Não estou dizendo que vou desobedecer por me sentir acuado.
Ele observou o Sudoku por um momento antes de virar o lápis e começar a preencher os números.
— Tentei investigar o Clube de Gênios, mas não consegui nada... É estranho. Sempre achei que nada no mundo pudesse escapar completamente da detecção.
— Ele com certeza existe, mas não deixa rastros. Anos de busca, e não encontrei nenhuma pista. A internet menciona o nome, mas só em contextos como jogos ou filmes... Certamente não o clube enigmático de que você tanto fala.
— Na verdade... o termo “Clube de Gênios” foi algo que extraí de você ainda criança. Décadas depois, é só isso que tenho. Você sempre se manteve em silêncio, e eu respeito isso.
O velho massageou as têmporas, suspirou e franziu a testa. — Não é que você não tenha conseguido arrancar mais informações de mim, Ji Lin. Fora o nome, eu também não sei nada sobre o clube.
— Onde estão, o que fazem, qual o propósito, quem são os membros... não faço ideia. Então pare de tentar. Se eu soubesse mais, você já teria arrancado isso de mim há muito tempo.
— Mas uma coisa eu sei...
O velho olhou para Ji Lin, que estava absorto no Sudoku.
— Esse clube é misterioso e influente o suficiente... ao ponto que podem fazer qualquer coisa! Eles controlam tudo...
— Eu sei um pouco mais que você, então confie no caminho que estamos trilhando. Siga minhas instruções...
— Identifique o perturbador da história... Uma vez confirmado, providenciarei a eliminação!
— Cada morte pavimenta nosso caminho até o Clube de Gênios. Nosso objetivo é o mesmo.
— Você é a mente mais brilhante que já encontrei, o verdadeiro gênio. Sempre acreditei que é quem mais se aproxima do Clube de Gênios. Então... me ajude, Ji Lin, e estará ajudando a si mesmo.
Swish.
Ji Lin deixou cair a edição de novembro da Revista Mensal de Matemática e se levantou lentamente...
— Vou encontrar essa pessoa.
Ele passou a mão pelos cabelos bagunçados e caminhou em direção ao quarto.
O velho expirou devagar.
Ele olhou para a edição de novembro no chão...
Para sua surpresa, o Sudoku estava incompleto.
Apenas metade dos números foram preenchidos com vários erros, de modo que o quebra-cabeça permanecia sem solução.
— Que estranho... — O velho suspirou. — Um Sudoku que você não conseguiu terminar?
— Não é que eu não consegui resolver. O quebra-cabeça estava com erro. — Ji Lin bocejou, esfregando os olhos. — Se o quebra-cabeça estiver errado, ele se torna impossível de resolver.
O velho ficou intrigado.
Ele pegou a edição de dezembro da Revista Mensal de Matemática, então virou até a página de Sudoku.
Em destaque estava uma “Nota de Retratação” da revista, pedindo desculpas pelo erro de impressão da edição anterior e corrigindo os números.
O velho sorriu, satisfeito, e pôs a revista de lado.
— Como esperado... Você nunca me decepciona! Se ao menos não fosse tão preguiçoso, seria o meu favorito.
— Preguiça. — Ji Lin abriu a porta do quarto e entrou. — Detesto esse codinome. Eu não fui o último a entrar na organização. Por que não me deu um nome melhor? Odeio “Preguiça”.
— Então se esforce mais! — A paciência do velho se esgotou naquela noite.
— Está bom... — Ji Lin bocejou de novo, fechando a porta do quarto. — Boa noite, Orgulho.
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