Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BCzeulli e Heaven


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 114: Leilão(4)

Entrar em Déka foi uma primeira vez para a jovem geração do clã Espada sob o Sol. Seus rostos alegres esboçaram suas emoções e seus dedos voavam para todos os lados, apontando maravilhas antes não vistas.

Não era a primeira vez de Mythro na vila Déka. Muitos viravam e olhavam os novos ingressantes. Maki era uma menina muito bela, Lenlen e Sâmela não perdiam por muito. A menina se sente um tanto corajosa e olha para o pequeno NOVA.

Ela estava se sentindo bonita e queria ver se havia reação dele aos olhares dos outros meninos.

Uma pena para ela que não tinha cogitado a própria beleza de seu jovem sábio.

Se Maki atraiu 10 meninos, Mythro tinha atraído 100 meninas. Até mesmo jovens mulheres adultas ficavam encarando sua passagem. Ele levantou brevemente a máscara e fechou os olhos para sentir o ar refrescando seu rosto.

Quando ele percebe a comoção, ele volta a colocar a máscara, deixando rostos decepcionados.

— Meu deus, que menino lindo. Quem é ele!?

— Ele deve ser o Mythro, o artesão convidado do clã Espada sob o Sol.

— Quem o viu esqueceu de dizer que ele era o homem dos meus sonhos, não somente o mais qualificado artesão da jovem geração.

— Isso é demais. Ele é de fato bonito, mas, ainda tem vários artesãos poderosos na jovem geração. A srta Munica por exemplo…

— Quer mesmo comparar? — A jovem adolescente olha para sua amiga e olha de forma cínica.

Outros que conseguiam escutar a conversa das duas acabam balançando suas cabeças. Se este garoto realmente era o famoso artesão convidado do clã Espada sob o Sol, então ele tinha um futuro imensurável.

Estavam comparando um menino de um clã do oeste de fora com a filha do mestre do clã anfitrião! O clã que regia tudo no oeste!

Não era falha delas nem um pouco. Apenas jovens artesãos do clã da lua ou do oeste profundo poderiam se equiparar a ele. Do meio-oeste era excelente achar um artesão de 3 estrelas. Do oeste de fora era muito difícil se especificar. Se um peixe nasce na terra, você deve devolvê-lo a água. Isso é, se um artesão nascesse no oeste de fora, ele só conseguiria se aperfeiçoar se saísse de lá, ou recebesse ajuda das outras colônias.

Por isso a fama dele era grande. Um artesão do oeste de fora tão habilidoso quanto um do oeste profundo, isso era inusitado e nunca antes visto!

Mas Mythro não deixava isso subir muito a sua cabeça. Ele sabe que o sistema de estrelas deste lugar é na realidade muito fraco.

Gornn o explicou antes que o sistema de estrelas usado universalmente era diferente. 1 estrela lá fora era 70% de aumento das propriedades físicas de uma arma.

Ainda havia a propriedade espiritual, o canal e então o feitiço, que era embutido no diagrama de efeito.

Cada um destes poderia ser refinado até o ápice do reino do respectivo artesão. Desta forma você poderia elevar tudo a um novo e completo reino de força da arma.

Uma arma ideal nas regras universais é uma que se assemelha em igual competência a um artefato, ou até mesmo o supera!

Mythro estava trabalhando nisso. Suas habilidades de artesanato já superaram as desse planeta. Eles não podiam se comparar as suas mãos cósmicas, e não tinham Gornn com seu vasto conhecimento ao lado.

As Samarinas do pequeno NOVA foram feitas sob esses conceitos, elas tinham entre 120% até 150% de aprimoramento.

Quando Mythro fez o Chomir, por exemplo, ele dobrou o poder físico da arma usando o canal e aplicou sua propriedade espiritual emprestando o poder da constelação de touro.

Até agora ele não conhecia nenhum artesão que soubesse se comunicar com os astros. Ele mesmo não saberia se não fosse por Gornn. Após realizar muitos rituais que ele conseguiu se comunicar com Taurus, Arietem e Serpant.

Arietem foi o mais fácil, já que Mythro carregava a própria máscara de Arietem. Ele não precisou buscar significados no céu, ele apenas precisou estudar mais a máscara de diamante.

Taurus era uma das inúmeras constelações no céu. Assim como também era Serpant! Mythro usava as Magias da Górgona Medusa como principais ataques. A serpente de energia era apenas uma das muitas magias das Magias da Górgona.

De fato, o oeste de fora jamais saberia que a dificuldade em aprender a serpente de energia se dava porque era uma das menores formas do Dao da Górgona.

Muitas magias podiam ser aprendidas ao observar as constelações desses seres no céu. Mythro fez isso inadvertidamente porque seu corpo e seus olhos possuíam augúrio sem igual. Quando ele decidiu aprender a usar a serpente de energia, Serpant, a constelação já o mostrou o caminho.

Agora com mais estudo vindo das experiências de Gornn, ele estava cada vez mais aprofundado no caminho das Górgonas, embora, ele não tivesse espaço o suficiente para torná-la seu Alcance Cósmico.

Quando Mythro se fundisse ao dragão que estava em algum lugar no continente Dominum, ele teria que incorporar artes dracônicas. Isso poderia atrapalhar seu caminho criando uma bifurcação desnecessária de ser trilhada.

— Faltam 45 dias para o leilão e já estão todos bem animados. A região é esparsa, por que vocês não vão treinar um pouco? — Mirmo II fala para os jovens.

— Parece bom. Tem presas caras por aqui?

— Há ursos da montanha e avestruzes com mãos.

— Avestruz com mãos?

— Eles são seres deformados. Não sabemos muito deles, mas eles parecem ter crescido errado devido a algum ancestral deles que talvez possuiu quatro asas.

— Hm… — Mythro olha para cima, como se estivesse olhando para sua testa.

“Avestruz alado de seis asas e duas caudas. Quem diria que havia filhos distantes desse velho aqui.”

— Sabia que seria algo assim. — Lançando um pensamento para Gornn, ele diz.

— Vamos! Temos de mostrar nosso resultado da última luta para o senhor Mythro. — Tobias é o primeiro a dizer algo.

Os outros cinco se entreolham e acenam.

— Muito bem, vamos.

Virando os cavalos, os sete partem e vão pelas trilhas que levam para longe da vila Déka.

— Boa ideia filho. Isso vai tirar a atmosfera pesada em que eles estavam.

— Enquanto isso vamos alugar uma casa.

Como a vila Déka era uma parada de muitos viajantes, às vezes apenas pousadas oferecendo alguns quartos não era o suficiente. Então eles construíam casas e as alugavam

O preço era maior, mas o conforto era muitas vezes mais interessante do que separar todas as pessoas em vários quartos.

Numa noite em que eles quisessem discutir assuntos sérios e delicados do clã, em vez de todos se juntarem num quarto pequeno ou descer na área da taverna, alugando uma casa eles mesmos se juntavam e tinham privacidade para discutir sem hesitação.

Por isso as casas tinham uma maior preferência em vez de quartos para estes clãs que vinham com muitos membros.

— Velho Mapok!

Um homem se aproxima e bate na perna do ancião. Ele se vira e abre um sorriso.

— Velho Shun!

Mirmo desce do cavalo e abraça o “Velho Shun”.

— Há quantas luas não nos vemos! Ficar no depósito militar do clã é pior do que ser o patriarca dele.

— Sim, meu amigo.

Shun afia os olhos e pergunta:

— Como tem estado a Espada sob o Sol?

Mirmo suspira e balança sua cabeça

— Ela já viu dias melhores.

Isso era um dos segredos máximos do clã. Nem mesmo Mythro sabia disso.

Mas velho Shun sabia disso porque seu clã tinha uma origem compartilhada com o clã dos Mapok.

Aran Shun. Ele era o ancião do clã Céu Espelhado. Seu antepassado era irmão mais novo do antepassado do clã Espada sob o Sol.

— Trouxe minha filha e meus netos comigo. Venham para nossa casa alugada, não existe segredos entre nós velho irmão.

— Tio Shun. — Mirmo II se aproxima depois de descer do cavalo e abraça velho Shun.

Com uma forte risada, Shun bate nos ombros do “menino” e puxa suas bochechas.

— Você cresceu bem, me lembra seu pai na época.

— É uma honra ser comparado ao meu pai.

— Menos puxação de saco! Vamos todos. Hoje partilharemos o teto com nossos irmãos Shun.

Eles começam a marchar mais a fundo em Déka.

— Onde estão minhas segundas-netas e neto?

— Maki está caçando pela região. Flami permaneceu com sua mãe em nosso clã, ambas estão acompanhadas de Oarâm.

— Ora, velho. Você precisa carregar meus segundos-netos para ver o mundo além daquelas paredes queimadas.

— Você sabe muito bem que apenas Maki ainda não tem muita experiência com nossas paisagens. Oarâm já visitou até mesmo o oeste profundo e Flami ainda precisa de mais alguns anos até alcançar os anfitriões.

— Minha menina acabou de atravessar o segundo reino. Estamos aqui para comprar uma arma para ela. — Aran Shun diz com orgulho.

— Então vamos, faz tempo que não vejo a pequena Emilia.



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