Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 48: Relâmpago Negro

Um mundo escuro se desdobra na frente de Mythro, ele está em sua forma anima. Sua mente se move no formato de seu corpo, só que brilhando azul e dourado. Raios se convergem acima dele, ele sabe disso porque sua cultivação treme com fervor e ansiedade. Relâmpagos chovem do céu, fazendo trovões sacudirem o mundo negro.

Mythro não consegue entrar em contato com Gornn, mas ele percebe que ainda tem uma conexão com Ammit.

— Onde estamos?

‘’O pergaminho tinha uma pedra, quando você entrou aqui, ela liberou uma energia que o trouxe até aqui.’’ — Ammit responde, mas sua voz é fraca.

— Hm, esse é o pergaminho guia de Dao?

‘’Não sei. A única arte que já possui, foi apenas o meu próprio poder de devoração. Os outros pergaminhos que vi em minha vida eram exclusivos dos deuses das areias douradas do egito, então nunca pude estudá-los, muito menos praticá-los.’’

De repente, um forte barulho emana, ele é mais alto que todos os relâmpagos que caem. O barulho se move em ondas tão foras do comum, que até mesmo naquele mundo sem luz, Mythro pode ver.

O som de algo se movendo, se aproxima. Luzes verdes acompanham, primeiro como pequenos pontos, e então crescendo exponencialmente… Até mesmo vozes começam a serem ouvidas.

— O seu tempo de domínio já passou, ser abominável! Eu trarei fim a eterna escuridão que você instaurou no reino do sol negro!

— Este sol negro, é meu! Tudo que aqui nasceu e se cultivou é protegido pela minha vontade, vocês ousam expulsar seu guardião, cria direta de Weh!?

— Ó ídolo, nos perdoe! Mas se olharmos no lado reluzente do espaço, vemos beleza e calor! Seu sol é frio, nossa comida, amarga, nossos sonhos são o de morrer e voltar a ser parte do senhor Weh, mas quando pecamos, você nos devora! Não suportamos mais a insubordinação a qual você nos submete, decidimos nós mesmos, decidir o caminho da vida!

— Eu os dei a vida, vocês devem seguir a minha vontade!

— Não mais, agora com as chamas do vale verde do senhor Weh, vamos bani-lo para todo sempre, e seremos livres para executar nossa vontade — O homem que Mythro não consegue ver com detalhes, atira a chama verde que dança até bater no que quer que fosse se movendo na frente dele.

O ser grita, os relâmpagos caem em ataque aos seres com chamas verdes, mas a tudo elas engolem.

— Se até mesmo meu criador não me quer… Então tudo que me resta… É vingança! Povo eterno do vale da sombra da morte… Eu voltarei em nova forma, e atirarei contra vocês a minha ira! Sou aquele que devora tudo, Rirn Oillst! Sou aquele que entre poucos, viverá para sempre e jamais morrerá! Zumb’la! Numroharr Zumb’la retornará, e fará o sangue azul de vocês manchar este espaço!

‘’Um ser ancestral’’

— Meu nome?

De repente, o som de algo acelerando viaja pelo espaço, a sombra negra do que foi atingido pelo fogo verde começa a rapidamente vir na direção de Mythro, as chamas verdes se passam, e o lugar escuro vai ganhando pequenos pontos brancos, azuis, vermelhos e de diversas outras cores de luz. Elas eram estrelas. A face do ser agora pode ser vista.

Mythro tinha visto Ammit em sua forma gigante e também a Gornn. Mas este, era além de sua imaginação.

A criatura é como um homem, um homem de pele cinza-azulada. Ele voa com o corpo completamente inclinado, deixando a cauda dupla em constante movimento, pois os raios que saem de seu corpo rasgam e distorcem o espaço. As caudas passam sobre as áreas afetadas e as conserta. Longos cabelos azuis presos em uma única trança que desce até depois de seu quadril. Ele viaja com apenas uma túnica negra, ao seu redor diversas partículas se movem, e se aglomeram em meio aos seus raios, essas partículas ficam em forma circular em volta dele. Mythro não percebe no início, mas sangue azul escorre de sua perna e uma pequena chama verde continua a consumindo…

‘’Ele parece grande para você, não parece? Pois para mim ele é ainda maior, tão grande quanto uma galáxia, sua mente está manifestando o que seu corpo consegue ver, sem que sua alma e mente pereçam.’’

O ser, viaja de forma nunca vista por Mythro, ele abre sua boca e ruge, um buraco negro se abre, ele mergulha nele, desaparecendo.

— Onde ele foi?

— Wehniano! — Uma voz vem por trás de Mythro, ele sente sua alma ficar fora de controle, seu corpo se mexe sozinho e se vira para enfrentar… Numroharr!

Os olhos de Numroharr eram em filetes, só havia um azul profundo em todo o globo, e os negros filetes, que eram como uma fenda emanando fogo negro.

— Você fala comigo?

— Você achou um pedaço de minha jóia. Eu percebi que você usou a menor forma do Dao da dominação.

— Não, eu não usei não.

— Mentiras, acha que pode mentir para mim!? O primeiro eterno(Zumb’la)? E você, ousa se corromper com aquele lixo, filha de Yah!

‘’Ele não entende, ancestral distante, ele nasceu por meios lornianos e supernovas.’’ — Ammit fala e espera ser ouvida.

Os olhos em filetes voltam ao normal, agora, tudo que sua pupila parece é um sol negro.

— Eu te vejo, pequena coisa. Você também é filha dela.

‘’Eu nasci sem mãe e pai, vim da vontade dos cosmos’’

— Você também é pequena em conhecimento. Yah e Weh, tiveram quatro filhos cada. Sendo que somente um compartilhava de suas essências. Três filhos de cada nasceram do desmembramento de sua vontade. Eu, sou um dos filhos trinitos, Numroharr! Eu criei os faróis que rodeiam a tudo no universo em que meu criador passou, e a eles, chamei de filhos! Todos aqueles que não tomam forma, são abortos! E jamais trilharão o Dao da dominação.

Ammit fica quieta.

— Sua mente e alma tremem, como a luz em volta da escuridão. Se você não tem a memória (Martzj) então você não tem Dao!

A besta então expande seu anel, e diversos raios negros escapam de sua pele, começam a rodeá-lo em espiral. Seu corpo então começa a diminuir… E logo fica como um adulto. Sua face não poderia ser mais espantadora para Mythro. Pois o primeiro Zumb’la… Era como ele adulto!

— Você tem meu semblante, mas seu sangue não despertou. Fazê-lo correr em suas artérias, não lhe dá direito ao meu legado. Trilhe a dominação, construa seu Dao e prove-o. Reúna as minhas jóias, e reviva-me. Seu universo um dia dependerá disso…

A imagem então se desfaz e Mythro percebe estar de volta no lugar de onde tudo começou.

Ele olha ao redor, ele vê que seu corpo se sente mais pesado, e suas artérias queimam.

‘’Garoto, você está bem, o que foi isso?’’

O pequeno NOVA olha no chão, ele encara o pergaminho, que na verdade está vazio de palavras, mas uma joia negra, bela sem igual, está cravada no centro do papel azul, ela então se desprende e voa do pergaminho até sua testa, e como se não houvesse carne ali, atravessa e fica na área Shen de Mythro. Gornn a vê, seu corpo treme, suas correntes tremem, sua jaula treme.

‘’A resposta para sua pergunta… É que não temos resposta completa, e mesmo se tivéssemos, você não é divino o suficiente para poder saber sobre ela.’’ — Ammit diz se agarrando a Kether, que está irradiando uma aura diferente da de antes.



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