Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 57: Pedindo Um Valor Alto (2)

Embora Mythro tivesse criado uma imagem ilusória, ela logo desvanece. Para se criar uma imagem lunar é necessário ter uma semente de Qi da lua, o que ele não tinha.

— Como você fez isso? — Tuin pega o pergaminho de Mythro, e o enfia no seu próprio saco azul.

— Ela me deu uma ideia! — Mythro concentra seus raios na região de sua barriga, bem na área Jing.

— Isso não é brincadeira, você não pode dizer a ninguém que leu ou cultivou isso. — Oprita fica nervosa.

— Essa arte nem é tão forte assim. Ela só tem uso para quem tem essa semente.

— Mesmo assim. Se isso for visto por nossos inimigos eles tentariam…

— Destruir o pedaço de lua que vocês têm?

Oprita arregala os olhos, essa frase de Mythro abalou ela completamente. Tuin aparece no lado do pequeno, uma forte aura irradia dele.

— Como você sabe disso? — Tuin diz com uma voz séria.

— Li nas estrelas. — Mythro fala com um sorriso.

— Impossível, esse é o segredo máximo do clã!

— Não precisam se preocupar. Embora vocês achem isso um grande segredo, ele não é tão vital assim. Vocês têm um pedaço de lua que já tem armazenado raios solares, e por isso ainda brilha, mas seu brilho de agora, e o de centenas de anos atrás é mais fraco, vocês perceberam isso, não é?

Os dois ficam quietos.

— O caso é, eu sei um ritual que pode melhorar a pedra de lua que vocês possuem. Mas ele tem um preço.

— Mythro, isso não é brincadeira! Eu não sei como essa informação chegou aos seus ouvidos, mas vamos ter de levá-lo conosco!

— Não tenho tempo de ser levado para lugar nenhum. Eu vou ficar aqui nessa vila…

— Vila Déka. — Tuin responde.

— Mas como você descobriu? — Oprita insiste.

— Eu li nas estrelas, quantas vezes vou ter que dizer? Sou de uma linhagem especial que consegue ler eventos pela posição das estrelas.

— E como isso pode te dizer que tem uma pedra de lua no nosso clã?

— Você precisa da sua pedra de lua consertada, ou uma explicação satisfatória?

— Os dois!

— Os dois!

Tuin e Oprita dizem juntos.

— Hmph, descrentes! Mas eu entendo que tudo isso é muito repentino. Eu vou passar um terço do ritual, vocês vão usar ele, e quando surtir efeito vocês voltam com o meu dinheiro, o que acham?

— Isso é pedido de louco!

— Espere, Tuin. Ele sabe de tudo isso, como pode ele estar mentindo sobre nossa lua?

— Ele pode ser um espião do norte ou sul!

— Só as pessoas da tempestade de relâmpagos sabem desse segredo!

Tuin treme. Ele sabe que as informações de Mythro são todas reais quanto a lua, e que existe um número limitado de pessoas que sabem sobre isso.

Claro, Tuin não poderia saber que existia um ser que viveu os últimos 40 mil anos vagando no seu planeta.

— Nos mostre esse ritual então! — Tuin cede.

— Dê-me papel e pena.

Sem demora, papel e pena saem de um saco azul e estão na mão do pequeno, ele recosta sobre a cabeça da serpente e escreve conforme dito por Gornn.

— Pronto!

Tuin pega o papel e sua boca cai no chão

— Esses itens… Eles são!

— O quê? — Oprita não consegue ver porque Tuin tampou o papel no peito.

— Ele está pedindo um cajado de madeira e uma canção nesse papel!

Oprita pega o papel e o vira várias vezes.

— Que mania você tem de revirar as coisas. Ah, lembrem-se, isso só poderá ser feito por aqueles que alcançaram o quarto reino, e tem a essência dessa pedra da lua. Eles devem fazer o encantamento tocando na pedra, e com o cajado sempre erguido, sem tocar no chão!

— O que raios quer dizer… Shcuar? — Quando Oprita diz a palavra ancestral, seu símbolo da lua na testa se materializa, uma lua minguante aparece atrás dela.

Sua imagem espectral aparece, é uma esfera no qual uma pessoa está em posição fetal… É a alma de Oprita! Ela está no segundo estágio do segundo reino.

Ela sai de seu estupor e chama de volta sua aura.

— O que foi isso?

— Shcuar não é para ser dito levianamente. É a palavra que significa ‘’lua’’. É pros homens do quarto reino se reunirem e ficarem com os cajados, aqueles no terceiro reino devem juntar as mãos em grupos de no mínimo cinco! De segundo reino para baixo é para estar excluso do ritual. Entenderam?

Oprita e Tuin acenam.

— Ótimo.

— Espere, se isso funcionar, o que você vai querer em troca?

— 1 bilhão de gradães por ritual!

— Isso é extorsão! — Tuin exclama.

— Na verdade, se funcionar, 1 bilhão é um preço pequeno…

— Sério!? Então vou pedir mais!

— Mas Mythro, que tal, além dos 1 bilhão, também garantiremos preferência para você em qualquer assunto aqui no oeste!

“Aceite, eles são os donos do oeste, com certeza tem mais do que se tirar deles além de dinheiro.”

— Okay.

Oprita guarda o papel no saco azul.

— Eu posso te trazer itens ao invés de dinheiro?

— Que tipo de itens?

— Armas, armaduras, acessórios, roupas com diagramas, artes corporais e mágicas…

— Eu mesmo construirei meus armamentos, me traga pergaminhos de forja.

— Muito bem! Vamos comprar suas coisas.

— Eu quero flores e plantas para poder transformar um lugar na mais fértil terra, cheia de energia cósmica e vida.

— E qual vai ser o núcleo desse lugar?

— Um lago com uma runa completa. Quer dizer, ela está quase se tornando completa.

— Você quer que tenha animais nessa terra?

— Sim, enquanto eu não estiver lá outros terão que cuidar dela.

— É que… animais que tornam a terra melhor geralmente são muito territoriais.

— E devem mesmo, além de mim, seu senhor, e as senhoras que eu disser que são permitidas, eles devem atacar qualquer coisa!

Com senhoras, Mythro fala sobre Mits e Namhr.

— Certo… Mais alguma coisa?

— Uma montaria, o pessoal me olha muito estranho assim.

Tuin e Oprita olham ao redor, e veem pessoas apontando para Mythro como se ele fosse um louco.

— Certo!

**

As horas de compra foram doces para o pequeno NOVA.

Ele comprou diversas mudas pequenas, como, flor de harmonia, árvore Ginseng, flor de sete pétalas amarelas, Chanomita, flor serpente, trigo, árvore Dromor e flores vagalumes. Além disso, uma rara aparição no mercado fez com que Mythro ficasse bem alegre. Uma colmeia com poucas vespas-abelhas tinha sido colocada à venda, e ele fez questão de pegá-la. Lhe foi presenteado um saco azul, e foi advertido colocar dentro do saco cinza.

Quando o dia vai chegando ao fim, os três retornam para a pousada. No quarto os três conversavam sobre algo.

— Nós voltaremos aqui em 2 meses. E enquanto isso — Oprita lhe dá um último presente, é um livro sobre forja.

— É bom você estar falando sério sobre isso!

— Vão pela sombra. — Mythro levanta a mão e a balança.

Oprita e Tuin invocam luas, e então desaparecem.

Olhando novamente para o livro, ele vê que em sua capa tem um homem segurando um martelo, e outro homem com uma mão enorme soltando partículas para a arma sendo marretada.

No seu título: Introdução à forja clássica.

— Forja clássica?

“Existem vários meios de forjar algo, forja clássica é a forma mais utilizada.’’

— Ela é a mais exata?

“Ela é a base, e requer um treino diligente. Quando você entender a base da construção de um canal, e de como modificá-lo, você conseguirá fazer o que quiser com uma arma.’’

— Pensei que forjar fosse ser bem mais difícil, você acha que me sairei bem?

“Para ralés com certeza é. Mas você é um ser divino com uma mão cósmica que compartilha o sangue de seus dois pais. Se for difícil para você, será para todo o universo.”

— Vou estudar isso aqui quando voltar para a gruta do paraíso. Terei mais paz.

Mythro puxa as cobertas e se prepara para dormir, ele viajará no primeiro raio de sol, indo em direção a sua gruta.



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