Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 71: Treinando as meninas(1)

Naquela noite muitas palavras foram jogadas para a barriga, e elas já não importavam mais.

Mythro descobriu muito com as três, como exemplo os algodoeiros.

— Algodoeiros não chegam nem próximos dessa qualidade sem ter uma terra rica em energia pura e concentrada. Fora outros nutrientes necessários. Embora ter uma runa de água completa seja incrível para uma criança, sem ter um ecossistema balanceado você pode pôr tudo a perder. Eu recomendaria que você achasse as outras três runas logo. — Isabol pega uma pérola de algodão e a solta no ar.

— Daqui a um mês receberei um pagamento especial e acho que conseguirei comprar runas, quanto elas custam em média? — Mythro pergunta ansioso.

— Bem... uma runa florescente custa 2 bilhões de gradães, e uma completa pode chegar a 10 bilhões.

10 bilhões era algo que Mythro jamais poderia compreender. Ele vendeu um método para que o clã da lua salvasse sua pedra de lua por 1 bilhão.

“O próximo passo para recuperar a pedra da lua daquele clã você venderá por 100 bilhões.” — A voz de indignação de Gornn aprofunda, afinal, foi ele que passou o método.

As pessoas no abismo sempre contavam muitas poucas gradães, até mesmo Gornn deixou passar que um clã daquele tamanho poderia desembolsar muito mais!

— Você não precisa se preocupar com dinheiro, cada 100 gramas de algodão nuvem custam 1 milhão, e isso são os brancos, os de diferentes cores são ainda mais caros.

— Nossa, são tão caros assim?

— Eles não são caros, é que você talvez não sinta o peso da raridade deles. São algodões que só nascem onde tem seres de nível ancião mortos.

— Bem, isso deixa as coisas mais simples. Ah, e quanto aquelas plantas que a Núbia coletou do fundo do lago? Elas valem algo?

— Quais? — Isabol não sabe das plantas do fundo do lago.

Ao ouvir seu nome, Núbia corre na direção de Mythro.

— Onde você deixou aquelas plantas de terceira terra?

Núbia gane e corre na direção de uma das rochas que tem diversos sacos azul. Ela pega um dos sacos e volta para Mythro, jogando o saco para cima, para que ele possa pegar.

O pequeno NOVA abre o saco e pega três plantas diferentes.

— O que são essas aqui, você sabe?

— Essas são... — Isabol pega uma delas e examina. — São corais. Eles não são plantas.

— Eles são peixes?

— Não, não são peixes. Mas também não são plantas. Na verdade eles se alimentam normalmente de pequenos peixes.

Mythro olha para os três pequenos corais nas suas mãos.

— Tudo sob este céu da qual pertence a gruta do paraíso, jamais devorará um ao outro. Aqui existirá harmonia, mesmo que o mundo de fora esteja partindo-se em pó.

Ele leva os corais até o lago e mergulha.

O pequeno NOVA não tinha percebido, assim como ninguém na gruta do paraíso, com exceção de Ammit e Gornn.

“Uma lei. Ele conectou uma lei em toda a montanha.” — Ammit lança um pensamento para Gornn.

“Sim. Embora, isso só vá ser útil para coisas na extensão do poder dele.”

“Mas, como?” 

“Não sei. Mas tudo se explicará com o tempo.”

Entrando no lago, ele nada alguns metros até que as enguias aparecem, e o ajuda a descer mais rápido.

Encostado no fundo está a Ostra Celestial Divina.

— Gornn? — Mythro chama pelo leão rubro.

“Quer entender mais sobre a ostra?”

— Sim.

 “Ostras Celestiais Divinais são conhecidas como armas naturais ou, artefatos vivos do céu. Existem diversos exemplares, muitos são caçados pelo que podem fazer e produzir. As Ostras divinas recebem uma ajuda do céu para poderem permanecer vivas no ambiente que nasceram, e essas são as enguias. Elas nascem juntas, mas a principal é a ostra. O nível da cultivação inicial dela é decidido pela qualidade do ambiente em que os céus decidem criá-la. Existem cinco cores de ostras celestiais divinas, vermelho, verde, branco, prata e dourado. A mais forte é a dourada.”

— Por que ela pode virar uma armadura?

“Ostras são criaturas que devem criar pérolas. Uma pérola só é criada com dor, então elas se tornam armaduras para poderem proteger um escolhido por elas mesmas, e executar o seu destino racial. Quanto mais ela proteger alguém, mais pérolas serão criadas. Quanto maior for o inimigo, melhor serão as pérolas.”

— A cultivação das enguias evolui junto com a da ostra?

“Sim, mas isso a faz necessitar muito mais energia do que qualquer ser normal, assim como você. Use-a para treinar, ela criará perolas sem iguais que podem ser vendidas a custos extraordinários.”

— Não vou usá-la por dinheiro. Já que ela é tão forte, treinarei com ela para que possamos derrotar inimigos mais fortes.

“Empunhar toda a armadura taxará sua força física e mental rapidamente, mas também as treinará. Você pode lutar com estas três meninas na gruta até o tempo de voltar para a vila Chamto, para a competição de criança santa.”

— É mesmo, tem isso.

Mythro termina sua conversa mental com Gornn. Ele coloca os corais em três pontos diferentes do lago.

Os corais eram rosa, azul e laranja. A runa brilha forte sobre os corais e é possível sentir a água se concentrando sobre os novos integrantes do lago.

“Você não precisa se preocupar com os corais, eles viverão dezenas de anos sem comer nenhum peixe naquele íngreme e profundo lago onde Mer estava.”

— Certo. Chamo ele na língua ancestral?

“Não é preciso. Toque nele e transmita sua vontade.”

Descendo até o chão do lago, Mythro toca em Mer e pensa “Suba comigo”, liberando energia junto com este pensamento, Mer consegue senti-lo. Em meio das diversas pedras banhadas em Qi de água e relâmpago, ele senta no topo de Mer e as enguias carregam a ostra, junto com Mythro, para a superfície do lago.

Fora do lago, Isabol espera ao lado da runa do relâmpago.

— Mythro... O que é essa ostra gigante?

— Ela é minha armadura. Um tesouro celestial. Vocês não podem contar dela para ninguém, okay?

— Sim, não vamos. — Isabol se vira e invoca sua flor, e ela começa a emanar uma forte luz. Isso é um chamado para as outras duas.

De dois diferentes pontos da gruta do paraíso, mais duas flores brilham fortemente, é o sinal de que o primeiro clarão foi avistado. Em breves minutos, todas ficam na frente de Mythro.

— Eu tenho uma proposta para vocês três. Querem me ouvir?

As três acenam.

— Eu preciso voltar para a vila Chamto em um mês para a competição de criança santa, até lá, eu gostaria de treinar junto com vocês três, o que acham?

— Treinar com o Senhor Mythro? — Ferrilha inclina a cabeça.

— Mas, nós já podemos treinar com os veteranos do nosso cl—

— Adoraríamos! — Isabol interrompe o que Matcha estava dizendo e aperta a mão de Mythro.

As duas olham para Isabol por um momento, e então  se entreolham.

— Bem, se a pequena senhorita decidiu, vamos lá. Mas o que vamos treinar?

— Tudo. Existe alguma arte que vocês estão usando sem muita maestria? Vocês estão cultivando certo o sol de vocês? E em luta, conseguem colocar todas as suas artes em melhor uso para matar o inimigo?

— Precisamos treinar com você porque é impossível viver situações de vida e morte no conforto do nosso clã. Dias atrás, se não fosse por você e Núbia, estaríamos mortas e com nossos corpos maculados. — Isabol se curva e continua — Nos ensine... a arte de matar!

Ferrilha e Matcha cerram os olhos, e então se curvam junto com Isabol. Já tinha se passado tanto tempo em suas mentes, que elas quase tinham esquecido que estiveram a um fio de serem estupradas e mortas por pessoas do secto maligno.

— Matcha e Ferrilha são pessoas que eu posso enfrentar a par. Você, terei que enfrentar com a armadura. Hoje só vamos cultivar, vocês devem ter percebido a diferença da qualidade da energia espiritual aqui para a do lado de fora.

— Sim, a energia daqui é pura e bem mais concentrada. É muito mais fácil juntar energia no corpo e liberá-la. — Ferrilha comenta, criando uma pequena aura amarela na mão.

— Por isso vamos treinar aqui todos os dias, para intensificar os resultados e cultivo de todos. Vamos lutar em duplas e então um contra um. Até agora vi que vocês possuem muitas habilidades de suporte, mas não de ataque definitivo, vamos treinar isso, que tal?

— Mm! — As três respondem com fervor.



Comentários