Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 93: Patriarca Mapok

— Nosso patriarca já deve estar esperando por você, junto com as princesas e sua esposa.

Mythro não responde, eles andaram por um bom tempo, um clã é realmente maior do que uma vila. Na área central do clã Espada sob o Sol é que ficava a casa maior, onde toda a administração do clã é realizada.

— Espero que não tenha ressentimentos quanto ao que aconteceu hoje. Meu dever é proteger o clã, como não tínhamos visto você antes, ficou difícil te dar entrada sem esse tipo de provação.

— Está tudo bem, pode ir cuidar do seu filho.

— Com licença.

Jock sai um tanto insatisfeito e consternado. O pequeno sábio se mostrava cada vez mais distante e indiferente a ele, e ao seu filho.

“Você vai fazer seu nome nesse clã meia boca?”

— Gornn, todo lugar nesse planeta vai ser meia boca para você, mas é o que eu tenho agora. Preciso de contatos maiores, porém, ainda dentro do meu escopo. — Mythro lança um pensamento para o leão rubro.

“E quanto ao clã das meninas Haokon?”

— Não estou com vontade de olhar para a cara de Monica. Eventualmente verei as meninas, nosso nível de cultivação vai fazer o reencontro, não preciso forçar karma.

“Mm. Muito bem.”

— Mythro Zumb’la, pode entrar. — Uma mensagem cósmica alcança os ouvidos do pequeno NOVA, como se fossem um sussurro.

Ele desce de Suife e, o levando pela rédea, entra na casa maior à sua frente. Uma estrutura com quatro andares e com o símbolo de um sol banhando uma espada com seus raios.

O lugar por dentro é espaçoso, correntes seguram uma lanterna que ilumina bem a sala. Há uma mesa no centro e sofás e almofadas de sentar.

Na frente do pequeno NOVA está Flami, Mika, o ancião, dois homens, um mais jovem e outro mais velho, mas com grandes similaridades, e uma mulher que se parece tanto com Flami e Mika.

— A família principal?

— Sim, jovem sábio, sente-se conosco. — O ancião diz, apontando com sua mão aberta a uma almofada na frente deles.

— Eu me chamo Mirmo II Mapok, você já conhece meu pai, Mirmo Mopak, e este é meu filho, Oarâm. Você foi encontrado por minhas filhas, Mika e Flami Mapok. Esta senhora é minha esposa, Gahilia.

“Gahilia, ah! Que bom nome.”

— O que tem demais em Gahilia? — Mythro lança um pensamento surpreso para Gornn.

“Garoto, Gahilia foi o nome de uma entidade mística que nasceu de uma lótus em meio as estrelas dançantes. Quando ela saiu da bela flor, seu poder tomou todo o quadrante morto em que ela estava e o tornou vivo, e um planeta em forma de lótus nasceu, e com vibrações cósmicas na língua ancestral, Caenn a chamou, assim lhe dando seu nome. Isso aconteceu há mais de um milhão e meio de anos atrás.”

— Que belo nome possui, Senhora Gahilia, quem o deu?

A mulher fica surpresa.

— Ora, quem mais poderia dar a mim um nome, se não meus pais? — A mulher ri e cobre a boca, cerrando os olhos de maneira evasiva, mas sem deixar de mostrar um belo semblante, como muitas mulheres fazem no oeste como cultura.

Mythro também ri. Ele recolhe a máscara no anel e olhando fundo nos olhos, mais uma vez surpresos de Gahilia, ele diz:

— Nem que Caelum Dominum existisse por centenas de milhares de anos, vocês conseguiriam inventar um nome deste.

Os seis ficam atônitos.

— Você diz isso com muita propriedade, do que sabe? — Oarâm encara Mythro e libera um pouco de sua pressão do segundo reino.

— Sei que Gahilia não é um nome que é dado simples assim. Você nasceu perto de uma flor de lótus ou algo do tipo? — Mythro evita cruzar olhos com Oarâm.

— Sim, quando nasci estava doente e uma pessoa desconhecida, uma mulher me salvou me dando água que nascia de uma lótus. Foi o que minha mãe me contou, mas não sabemos se foi de fato como ela diz. Já que ela disse que parecia a encarnação de uma lótus em pessoa.

“Encarnação de uma lótus em pessoa?”

— Seria a própria Gahilia? Deuses vivem mais que milhões de anos se não forem mortos. — Mythro lança um pensamento para Gornn.

“Não, não poderia. Gahilia foi morta por uma fada chamada Ezequiel, pois, ele a pediu em casamento e ela o recusou, dizendo que ele era sujo e infestado por ganância e crueldade. Isso aconteceu há mais de 400 mil anos atrás.”

— Entendo.

— Por que a pergunta?

— Existia uma deusa chamada Gahilia, ela nasceu de uma lótus que fez da expansão das estrelas dançantes seu jardim. Seu nome foi escolhido a dedo pelo próprio universo.

A mulher cora um pouco.

Mirmo Mopak ri, ele bate nas costas de seu filho.

— Quem diria? Sua esposa tem o nome de uma deusa!

— Nada mais digno de minha mulher.

— Ora, Mirmo!

— Jovem sábio de onde vem essa história? Nunca ouvi falar nela antes. — Mika fica encantada com a história da deusa Gahilia.

— Meu mestre me contou.

— Provavelmente ele inventou. — Oarâm cruza os braços e faz certo bico.

— Oarâm, você é muito cético. Ele que falou do lótus por início, como ele teria acertado em similaridades tão grandes se ele inventou?

— Bem... — O filho do patriarca coloca a mão no queixo e fica pensativo, mas depois dá de ombros.

— Bem, podemos ir ao assunto principal?

Mythro corta a conversa.

— Bem. Temos um documento aqui... — Mirmo II pega um pergaminho enrolado, mas antes de desenrolá-lo, o pequeno NOVA tira uma espada e uma greva de seu saco azul e deixa visível a todos.

— Não preciso de velhos documentos, verbalmente é o suficiente. Eu ofereço estes dois armamentos rúnicos como tributo, eu tentarei equipar os mais fortes jovens de sua nova geração ao meu gosto, isso é, armadura leve ou completa, com arma do gosto deles. Farei mais equipamentos com intuito de vendê-los, e espero ter vocês como intermediários.

— Feito! — Mirmo, o ancião, pega na mão de Mythro e a balança.

— Pai! — Mirmo II acha tudo muito repentino, ele mostra uma postura bagunçada.

— Não precisa se preocupar. Quem poderia melhor guiar nossos jovens se não um sábio das lendas? Flami já falou sobre a força dele e quão astuto ele é.

— Vovô, ele é muito agressivo e sanguinolento, não é bom ter uma pessoa dessas por perto!

— Você está errada! — Mirmo bate no chão e um pequeno tremor sacode a todos. — Cultivar é matar ou morrer todos os dias. Dentro das fronteiras do oeste temos os clãs e seitas malignas, fora pessoas de más índoles nos clãs e seitas que chamamos de aliados. Antes que uma de minhas netas seja estuprada e morta, eu prefiro que vocês virem monstros que tiram vidas como pisam em grama.

Flami fica quieta. Depois de torcer o nariz e lágrimas encherem em seus olhos, ela se levanta e sobe a escadaria para o segundo andar.

— Ela é jovem, um dia entenderá. — Mythro diz.

— Oarâm e Maki, vão com sua irmã, acalmem-na. — Gahilia bate as palmas e aponta para as escadas.

— Sim, mãe — Ambos dizem e logo se despedem formalmente.

— Tchau, Mythro! — Maki acena da escada para o pequeno NOVA, o dando um sorriso.

— Parece que minha neta mais nova tem sua atenção amorosa.

— Uma pena para ela, já sou noivo.

— Oh? Em tão tenra idade?

— Sim, desde os 7 anos de idade. O nome dela é Mits Paschi, ela está vivendo agora no leste, e isso me leva a uma outra coisa. Quero enviar coisas para ela, equipamentos, artes, o que for que meu dinheiro puder comprar. Tenho sido negligente com ela desde minha separação com ela na ponte do abismo.

— Mits Paschi? Garoto, você realmente é bem acompanhado!

— A jovem princesa de ferro da seita Donzela de Ferro? — Gahilia diz, surpresa.

— O quê? — Mythro não reconhece o nome dessa seita, ele se pergunta se é uma seita oculta.

— Donzela de Ferro é uma seita onde mulheres cultivam uma arte Yin, que é mais situada para o corpo de mulheres. Há mais ou menos um ano e meio o nome de uma menina Mits Paschi veio a ressoar por seu brilhantismo com alquimia e cultivo. — Mirmo II explica.

“Sua esposa já está passos a frente de você” — Gornn ri na área Shen.

— E não é pouco, garoto, Donzela de Ferro é a seita anfitriã do leste!

A seita anfitriã? Mits é a princesa da seita anfitriã do leste, isso é completamente inusitado.

Mythro pega nos caninos cinzas em seu pescoço.

— Que bom, minha Mits está bem, e recebendo os melhores cuidados...

— Bem, nós temos pouco contato com eles, afinal, ainda somos um clã do oeste de fora, mas o clã Haokon tem um ótimo relacionamento com eles, e você conhece as jovens flores certas para poder criar uma ponte entre vocês. — O ancião ilumina um pouco o pequeno NOVA.

— Sim, Matcha, Ferrilha e Isabol me disseram isso uma vez. Quando nossos caminhos cruzarem pedirei este favor a elas, agora é minha vez de fazer minha Mits ouvir meu nome do outro lado do continente.

O rosto de Mirmo, Mirmo II e Gahilia cresce em sorrisos.



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