Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 99: Indo para a toca dos lobos

O Chomir ficou pronto após ser solidificado com a energia cósmica de Mythro.

Suspirando, ele o ergue e sente o peso do material.

— 220 kg! Vou levar isso nas costas.

Mythro jogas as correntes ao redor de si e elas vão ficando apertadas contra seu corpo. O Chomir Samarino fica em seu dorso, o superando em altura.

“Bom, agora medite, gastou quase toda sua energia.”

— Como treino isso aqui?

“Chomir é uma arma difícil, seus padrões de ataque são muitos, mas é principalmente para matar coisas grandes.”

Soltando a arma no chão, o pequeno NOVA se senta e começa a meditar.

Núbia e Grásio se aproximam. A serpente sobe até o pescoço e a gata fica com metade de seu corpo nas pernas cruzadas do menino.

A noite já estava acabando, logo os primeiros raios se mostraram no horizonte.

Hoje seria o dia de começar a expedição de caça.

Sempre que isso acontecia, os seis companheiros de expedição iam até o túnel de entrada principal do clã Espada sob o Sol e se despediam dos seus pais, recebendo pílulas e outros meios de conservarem suas vidas.

— Vá com cuidado Lenlen, não arrisque sua vida por nada.

— Mãe, isso é errado de dizer, não devo morrer pelo clã?

— Não é uma batalha no fronte. É uma expedição contra lobos canibais. Quero ter certeza que você saiba seu limite.

— Pode deixar.

— Sâmela e Sâmelo, vocês devem cuidar um do outro. Lembrem-se de voltarem para sua mãe e pai.

— Sim, pai! — Os gêmeos respondem em uníssono.

— Tobias, traga uns dentes para seu velho! Aqui, pó de chifre de coelho roxo, ótimo para parar sangramentos.

— Pai, isso é muito caro, mas vou aceitar. E retornarei com algo bom!

Jock e Juca estavam um ao lado do outro, entre os dois a conversa era menor, já que Jock era um dos principais guardas, ele ensinou seu filho a crueldade do mundo da cultivação e que apenas os fortes vivem para contar outro dia.

Maki foi acompanhada por Flami. As duas conversam e riem juntas.

— Já se despediram?

Todos olham para a fonte da voz e acham Mythro sentado em Suife, na sua sela que mais parece um trono.

No dorso do pequeno NOVA é possível ver o Chomir.

— Arma nova professor? — Tobias pergunta, indo na direção de Suife.

— Fiz ontem. Suife está estressado pelo peso, conseguiria levar Grásio para mim? —  Ele estende o braço para Grásio passar a Tobias, mas, Maki aparece e pega a serpente no lugar dele.

— Eu levo, pode deixar Tobias.

Tobias olha para Mythro, e ele dá de ombros.

— Okay, então.

— Vamos, vai ser uma viagem longa.

Cada um tinha seu próprio cavalo. Eles ativam as tatuagens nas mãos e os invocam.

Rapidamente todos estão montados e marchando.

O cavalo de Maki reclama um pouco. Mas logo atende o passo.

— Professor, o que acha dos lobos canibais? — Sâmelo pergunta.

— Sei lá, o que acha de formigas?

— Ah, bem, formigas?

— Para de se preocupar com o que vamos matar.

Maki força o cavalo dela acompanhar Suife, para que ela possa ficar na frente, ao lado de Mythro.

— Sua arma nova é linda. Qual é o nome dela?

— Chomir. É da série Samarina.

— Como suas adagas e sua espada? Só você mesmo para criar uma arma de 5 estrelas como quiser.

— Você quer uma?

— Você faria para mim?

— Claro. E seu pai comentou que você deveria ter uma. Melhor lhe fazer uma logo para evitar briga.

— Ah, é por isso que você vai fazer?

— Por qual outro motivo eu me daria o trabalho?

Maki ri um pouco desengonçada, e passando o cabelo ruivo na frente do rosto ela diz:

— Verdade, por qual outro motivo você faria isso?

— Vai ser uma viagem longa, espero não ficarmos conversando sobre coisas assim.

Maki diminui a velocidade de seu cavalo até ficar ao lado das outras duas meninas. Lágrimas começam a escorrer do rosto da princesa.

— Maki, você é muito boba por nutrir esse sentimento sabendo que não vai ter volta! — Sâmela afasta Sâmelo para ele não ouvir.

— Sim. Tem diversos garotos bonitos e fortes atrás de você dentro do nosso clã, e fora dele também. — Lenlen diz, segurando na mão dela.

Juca percebe os choros de Maki e vai até Mythro.

— Por que você é tão idiota assim?

— Do que está falando?

— A Maki gosta de você! Você sabe disso e fica brincando com os sentimentos dela.

— Tenho que recompensar toda paixonite que me é mostrada?

— Ela que deu entrada à você no nosso clã. — Juca fica irritado e segura na crista de Suife.

— Juca, cala a boca. Eu vim a vocês sozinho, no caminho dei de encontrar Flami e Maki. Estou como artesão convidado no seu clã porque eu quero, me irrite o suficiente e eu mudo. Meu respeito ao seu ancião é grande, mas a minha paz e sossego é maior. E, coloque a mão de novo no meu cavalo, e eu dou o seu pra ele comer. — Mythro bate na mão que Juca tinha usado para segurar o frísio.

— Você foi o maior erro do nosso clã!

— Foda-se. Volte a linha.

— Vocês dois, chega! Juca, vamos, deixa o professor. — Tobias acelera seu cavalo e intervém no meio dos dois.

— Um dia eu vou te derrotar!

— Este dia não vai chegar. Não faça promessas sabendo que não vai cumprir, elas mancham seu Dao.

“Esta criança nem vai passar do quarto reino para pensar em Dao. Pérolas aos porcos, gatinho.”

Tobias se afasta com Juca, e a viagem fica tensa. Até o local indicado, pelo menos mais cinco dias de viagem eram necessários.

**

Três dias depois os seis já conversavam novamente. Apenas Mythro, ficou na frente observando a região com atenção.

— Gornn, este lugar é estranho. Há aura de sacrifício pelo lugar todo. — O pequeno NOVA lança um pensamento.

“Provavelmente um ritual foi realizado aqui por algum secto maligno. Isto deve ter liderado estes lobos canibais e brancos a se juntarem.”

— Sectos malignos... Estes fodidos estão fazendo muita merda. Se eu descobrir a localização de um de seus sectos, vou com certeza fazê-los uma visita. Terceiro reino deve ser o suficiente para estraçalhar o meu caminho.

“No terceiro reino, poucos serão seus inimigos neste continente. Mas até lá, cabeça baixa e meditação contínua.”

Um barulho nos arbustos desperta a atenção de Mythro. Ele estala os dedos e Núbia se move.

Uma pequena batalha irrompe nos arbustos, mas logo ela acaba. Núbia reaparece com um lobo branco na boca. Ele se chacoalha tentando sair da poderosa mandíbula, mas apenas faz o sangue de sua garganta fluir mais denso.

“O que temos aqui?”

— Essa coisa...

Inspecionando o lobo, Mythro percebe que sua boca está completamente mutilada e há peças de metais incrustadas.

“Tentaram criar uma prótese para esse animal. Mas, essas mutilações foram feitas por mãos conscientes.”

— Mutilaram e depois tentaram consertar? Próteses são difíceis de fazer, não são? Não seria necessário ferro vivo?

“Sim... Quando um membro é partido, é possível criar um canal na arma e ligar ela aos canais cortados ou rompidos, e dessa forma revivê-los. Mas isso com certeza não foi uma tentativa disso. Sinta a peça.”

Mythro pega na boca do lobo e percebe que não existe canal algum dentro do ferro, e, que o próprio ferro não passa de coisa barata.

— Qual foi a finalidade disso?

“Siga em frente e descobriremos.”

— Professor? — Tobias se aproxima e vê o lobo do qual Mythro examinava.

— Mate. — O pequeno NOVA dá a ordem e Núbia apertou sua mandíbula, destruindo a garganta do lobo até que a cabeça role.

— Ainda falta mais de um dia de viagem até alcançarmos a área da expedição, por que há um lobo aqui?

— Alguém saiu matando os lobos aleatoriamente. Tudo para fazer um experimento. Vamos descobrir quem, e o porquê disso. Sabendo isso podemos voltar para o seu clã e terminar essa missão. Passe a mensagem para os outros, irei com Núbia na frente, evitando emboscadas de matilha.

— Sim! — Tobias puxa suas rédeas e volta para avisar os outros que estavam mais atrás.

Mythro acelera seu percurso. Núbia vai até Maki e pega Grásio em seu pescoço, ela volta a correr entre as árvores em seu modo furtivo.

— Eu odeio como ele faz as coisas. — Juca reclama.

— É a maneira mais segura. Nenhum de nós tem sentidos tão bons quanto o professor. — Sâmela diz, dando de ombros.

— Fora que, o professor com sua serpente, gata e cavalo é mais forte que nós seis. — Lenlen bate as rédeas e começa a ir no caminho traçado por Mythro.

Os outros cinco riem de canto. Maki olha para baixo, desanimada.

— Se eu fosse forte como ele... — Ela murmura.



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