Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 145: Vencendo como combinado(2)

Munica sai correndo atrás do grupo de Mythro que se afasta rapidamente. Em sua mão a um tomo com energia fria e escura, que deixa seu rosto pálido.

Um menino está parado no corredor encostado na parede observando a procissão de animais e homens passarem. Ele segura uma espada em suas mãos...

**

— Mas que porra foi essa?

Pairo Flamor, olha para os seus anciões do clã Pira Anímica. Buscando respostas que com certeza ele sabe que ninguém tem.

— PAI! Seu filho perdeu, me perdoe.

Pairo III Flamor se levanta com o corpo cambaleando. Seus colegas estão deitados e com seus asteroides um nível de qualidade atrás. A formação que eles fizeram entregava não só a energia que eles adquiriam, mas a própria cosmicidade de seus asteroides. Infelizmente a Pira Anímica não entendia de cosmicidade, eles achavam que isso se dava pela sobreutilização das capacidades enérgicas da cultivação. Embora não fosse uma verdade muito distante, não era a raiz da causa.

— Ah, filho... Como poderíamos imaginar que alguém assim existisse? Você até que foi bem conseguindo criar dois Asteroides Perfeitos...

— Anciões e reis de fogo do oeste. Muito obrigado por toda a sua ajuda em tornar esse ritual em um sucesso. Em alguns dias o leilão será levantado para todos os clãs e sectos que tiverem interesse.

Dito isso, Machist voa rapidamente atrás de Munica.

Cada rei e ancião se aglomera com os seus e discutem com surpresa de crianças e adolescentes. Como se tivessem descoberto o próprio pênis, e para o que ele serve.

— Anciões e patriarca! E—Eu cheguei!

O menino que acaba de chegar se aproxima com uma espada e faz uma reverência.

— Garoto, por que demorou tanto!?

— Meu senhor, me perdoe. Um grupo de pessoas e animais passou por mim e a aura deles me deixou congelado na parede por alguns minutos.

Se fosse outra situação, com certeza os da idade dele estariam rindo e debochando de sua cara. Os anciões e o rei do seu clã estariam o vendo como um completo inútil. Mas eles sabiam muito bem que tipo de pessoas acabaram de passar por aquela passagem.

— Nós entendemos, saque a espada, rápido.

Solis Qima, patriarca da Assolação Vermelha acelera o garoto, que está duplamente surpreso por não ter sido repreendido, e ao invés disso, ter um olhar de antecipação no semblante de seu líder.

— Sim, senhor!

O menino se põe em pose de batalha e injeta seu Qi de fogo na espada. Ela acende com chamas que brilham no alcance de alguém no topo do primeiro reino. O próprio menino estava no terceiro estágio ainda.

— Assustador, a própria arma está manufaturando o fogo de alguém no topo do quarto estágio. Ela utiliza o Qi do garoto como combustível para isso, o drenando mais rapidamente, mas lutar contra alguém no quarto estágio não é impossível com uma arma assim.

O ancião do Sol Dourado que antes comentou sobre a análise dos artesãos da Assolação Vermelha fala empolgado sobre a espada.

— Agora, menino. Concentre o seu Qi para simplesmente se tornar mais quente e fazer com que a espada se torne uma barra de ferro recém-saída das chamas.

Piao Adent chega perto do garoto, e o explica o que fazer.

O garoto duvida de seus ouvidos por um momento. Isso não iria prejudicar a arma? De qualquer forma, ele faz como lhe é pedido e descobre que o seu custo de energia cósmica acabou de diminuir e que a arma parece estar cada vez mais poderosa.

— Uou?

A espada tinha três listras que iam do começo da lâmina, próxima ao punho até quase a ponta. Quando ele injetava energia, a listra da esquerda acendia. Agora que ele concentrou a chama a ficar na espada, não a sair dela, a outra listra acendeu e Qi de espada começou a ser criado, alimentando o fio que ficava cada vez mais afiado com o fogo concentrado.

Todos ficam assustados, pois com certeza a segunda listra era mais um canal!

— Dois canais na mesma espada? Mas se eles não estão interligados, como podem sinergizar? Como eles podem primeiramente serem tão fortes e finos e não destruírem a própria estrutura?

Piao Adente olha para o artesão do Sol Dourado com olhos que dizem: Não é mesmo?

— Que incrível! Como acende a terceira listra?

O ancião do clã Adent abre a boca e salta as sobrancelhas. Todos olham para ele empolgados.

— Não sei. Embora tenhamos tentado, ela não acende com os estímulos que injetamos.

Juca e o grupo da Espada sob o Sol passa e escuta as dúvidas dos demais clãs. Ele chega perto e saca sua própria arma.

Fogo começa a irradiar e se concentra rapidamente. Duas listras são acesas em segundos, como se fosse uma extensão do corpo do próprio menino. Ele move o Qi de fogo e o Qi de espada na ponta da arma e a energia se torna uma chama afiada, que é engolida pela terceira listra da arma.

— Ponto de fogo.

Ele levanta a espada para o alto e uma imagem da lâmina se sobrepõe a real espada, e voa na direção apontada.

— É assim que se usa. É um feitiço parecido com o da Lança Dourada do professor, o “Ponto Luminoso”. Mas de qualidade inferior.

Ancião Piao estende seu braço para cima, como um aluno querendo permissão para pergunta. Juca fica sem entender por alguns segundos, mas então balança a cabeça.

— Essa lança está à venda?

— Provavelmente não, Ancião Adent. Mesmo que fosse, se você fosse querer realmente algo dele, seria o escudo prateado, que possui um feitiço chamado “Abolir” que aniquila tudo na sua frente. O tridente negro também, eu vi Mythro empalar quatro Peixes-Serpentes em um ataque com esta arma. Se possível, seria melhor mandar cartas a ele pedindo a manufatura desses itens, eles serão caros, mas...

Juca atira três adagas ao alto e joga a espada, as adagas criam linhas e se conectam. Uma tela feita de Qi de fogo é feita e tenta queimar a espada. As lâminas das adagas se abrem e pólvora toca a tela de fogo fazendo-a queimar mais uma vez com ainda mais força. A espada cai no chão junto com as agora inúteis adagas. O menino do clã Assolação de Fogo pega a arma e vê que embora ela estivesse queimada, ainda poderia ser usada.

— O poder desse conjunto de adagas poderia matar um ser no terceiro estágio facilmente, e ferir moderadamente um ser no quarto estágio.

— Tantas maravilhas vindas de uma criança...

Novas discussões cheias de espírito começam. Cartas com os poderosos selos de reis e anciões começam a ser transcritas e dadas na mão de Juca.

— Por que Juca fez isso? — Sâmela olha para Maki.

— Ele quer deixar Mythro cheio de tarefas, fazendo com que sua cultivação pare por um tempo, para não nos deixar para trás demais.

— Ele pensou nisso sozinho? O nosso Juca?

Sâmelo cruza os braços com um semblante contente. Maki olha para a passagem com as mãos na altura do peito, um olhar de culpa em seus olhos.

**

Marcus, Pairo e Caluf estão juntos olhando a comoção, longe o suficiente para não serem percebidos.

— Esse garoto precisa morrer.

Pairo é o primeiro a se pronunciar. Sua mensagem cósmica é enviada para os dois outros patriarcas.

— Não poderia concordar mais.

Marcus olha para Mariana, que está sentada absorvendo a energia medicinal de uma pílula. Caluf fica quieto por alguns instantes, mas eventualmente olha para os dois patriarcas de fogo e assente.

— Ele já trouxe humilhação pro meu clã há mais de 4 anos. Mas seu poder e talento eram muito distantes do que pude testemunhar hoje. Você viu o feitiço daquele menino do clã de fora? Todos estão maravilhados com a arma, mas não perceberam a qualidade do menino em si. Juntar duas formas de Qi de forma tão rápida e disciplinada, é algo que nós do meio-oeste adiante temos em diferença com os nossos melhores talentos da geração. Aquele menino qualquer do clã Espada sob o Sol está praticamente no mesmo nível que Zou.

— Aquele menino possui a proteção dos Haokon e dos Yulang. Se vamos fazer algum movimento nele terá que ser de alta escala.

— Pairo, você está pensando em movimentar alguém no topo do segundo reino?

Marcus olha para o patriarca da Pira Anímica como se ele tivesse levando os recursos necessários para um simples moleque longe demais.

— Um não, um time. O grupo daquele menino não sai de perto dele, para matarmos todos sem deixar vestígios que possam condenar nossos clãs, teremos que colocar uma força além do que ele possa lidar em qualquer circunstância.

— Nossos clãs?

— Isso mesmo, ou você está recuando de suas palavras agora, Caluf Uin!?

— Então, será um candidato a ancião de cada clã?

Candidato a ancião são aqueles no topo do segundo reino. Muitos morriam antes disso, ou tinha feridas na cultivação que faziam com que eles jamais pudessem pisar na Sobreposição de Anima(terceiro reino).

— Sim. Haverá uma convocação dentro de seis meses, e eles poderão sair do fronte de guerra para poder lutar por uma Orquídea Raimann. Será nesse momento.

Os dois patriarcas do meio-oeste ficam surpresos. Uma Orquídea Raimann garantia uma ajuda fundamental para poder pisar na Sobreposição de Anima. Era um item que embora não fosse raro, não sabia ser cultivado por mãos humanas. Quando eram encontradas na região selvagem, eram defendidas por espécies de monstros que traziam severas baixas para sua aquisição. Quando eram encontradas, ou eram vendidas por preços exorbitantes pelo clã que a encontrou, ou eram trocadas por minérios que podiam auxiliar alguém a alcançar a Anima Mea Maximum(quarto reino).

— O clã da lua está organizando isso? — Marcus pergunta, ansioso.

— Sim.  Serão oferecidas seis orquídeas no total, então armem bem seus candidatos. Não precisam me perguntar como obtive essa informação.

Pairo levanta voo e sai com os seus.

Caluf Uin e Marcus Drak se olham uma última vez e também saem com os seus.



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