Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 155: A segunda categoria de itens do leilão(1)

— Com isso encerramos a primeira categoria. Agora apresentaremos armas.

O único homem dentro dos ajudantes se põe à frente e recolhe a bandeja dentro do saco preto. Um primeiro item irradia do saco, trazendo uma grande pressão a todos.

Isso não era um item de terceira terra!

— Como muitos devem saber, Mythro Zumb’la conseguiu impedir com seu grupo um Ritual de Sangue. Durante o sacrifício feito no ritual, três anciões malignos foram usados, isso mesmo.

Um ritual com três anciões sacrificados? Como uma criança impediu o que veio daquele ritual? Todos olham novamente para o pequeno NOVA, os mais jovens sentem medo e reverência, os mais velhos, respeito e ansiedade para ver o futuro do garoto. Com exceção de alguns, claro.

Zou Uin aperta seu pulso, ele queria ter a mesma atenção que seu único rival estava recebendo.

— Se quiser que todos te vejam como veem aquele moleque, cultive mais, pratique mais. Esforço supera talento, e uma pessoa talentosa esforçada, se torna um... Mythro...

Caluf Uin acaba apertando a mão ele mesmo. Dentro dele, ele sabe que ele já reconheceu esta criança a sua frente.

O homem puxa a arma inteira do saco. E ela aparece invocando tremores de todos que não eram anciões ou patriarcas.

Armas de segunda terra dos sectos malignos eram feitas com sacrifício de sangue e energia corrupta. Mas elas podiam ainda assim ser utilizadas se tivessem um item feito pelos artesãos da lua conhecido como “Identificação Pura”. Era um pino amarelo com o símbolo da lua no cabo. Quem comprasse essa arma teria que escrever um contrato e depois colocar sua energia no pino, dando sua palavra de utilizar ela em prol do oeste.

— Esse item não era pra ser vendido aqui, mas tenho certeza que uma competição justa pode ser feita entre os clãs do meio-oeste... Ou quem tiver o dinheiro.

Munica olha para Monica Haokon. O único clã do oeste de fora que possuía uma Rainha era o Haokon.

— Começa por 10 bilhões. Lancem!

— 11 bilhões!

— 13

— 14

— 17 bilhões!

No final a primeira arma foi vendida por 40 bilhões para o clã Ondas Barbáricas.

Mas ainda havia dois itens. O seguinte foi uma espada, o outra foi uma adaga que possuía glândulas venenosas de Sapo Quimera, uma besta muito rara.

Elas foram vendidas respectivamente para a Assolação Vermelha e Terra da Subjugação. Seus preços foram 51 bilhões, e a adaga 67 bilhões.

Mythro tinha acabado de arrecadar 158 bilhões. O clã da lua levaria 10% de comissão, ficando com 15 bilhões e 800 milhões.

140 milhões líquidos. Era uma fortuna que apenas clãs do meio-oeste possuíam.

Um garoto de 12 anos com uma fortuna de um clã inteiro...

“Você vai ter que se esconder por um tempo. Embora muitos não saibam que você ganhou 500 bilhões do clã da lua, ficaram sabendo desses 158 bilhões.”

— Viajarei pra algum lugar para treinar. — Mythro responde Gornn em pensamentos.

— Os próximos itens são das ruínas. Este próximo é definitivamente algo que todos vão querer.

Munica puxa duas tonfas unidas por uma linha branca. Elas emitem uma sensação pesada.

— Essas tonfas tem runas de terra embutidas, e trazem golpes de partir a terra. Sua qualidade é de três estrelas, feita pelo artesão da Terra da Subjugação. Seu preço inicial é de 60 milhões.

Uma nova briga soa, até que as Ondas Barbáricas conseguem garantir a arma por 170 milhões.

— Uma espada com uma serpente como cabo. Sua força não está no topo dos itens de terceira terra, mas com certeza tem um poder de 3 estrelas.

Poucos se interessam na espada. Mas para os únicos clãs sem rei da região, uma oportunidade é gerada. Aran Shun e Mirmo Mapok se olham, e a espada fica para o clã Espada sob o Sol.

— Este aqui é um tesouro natural. Mas não sabemos muito bem o que ele faz além de... bem, vocês verão.

Munica pega ela mesma o item do saco preto. Ele se revela um instrumento de sopro, uma flauta feita de uma madeira estranha, cor vermelha-alaranjada.

Sua aura era surpreendentemente do topo da terceira terra. Ela tinha o tamanho de um antebraço adulto. Tinha uma aura quente nela, mas não ardente.

— Seu preço inicial é de 150 milhões.

— Quem em sã consciência pagaria tudo isso? 

— Será que esse item serve para acalmar bestas selvagens?

— Se você mostrar a bunda pra besta selvagem funciona melhor.

— Filho da—

— 150 milhões e um.

Todos ficam quietos. Só havia uma pessoa que dizia o mesmo valor inicial mais “um” gradã. Esse era Mythro!

— Você sabe o que aquela coisa faz, Jovem Sábio?

Mirmo Mapok manda uma mensagem cósmica para o pequeno NOVA. Embora ele saiba que ele tem dinheiro, ele não queria que ele ficasse gastando como um jovem mestre de clã profundo.

— Se você soprar, sai um barulho massa.

Mirmo Mapok fica boquiaberto com a resposta.

— Estou brincando, acalme-se. Mas, bem, é isso. É uma flauta.

Ninguém responde por um bom tempo. Muitos anciões conversam com seus patriarcas, mas não havia no meio-oeste um clã musicista. Comprar esse item seria um completo desperdício de dinheiro. A flauta acaba nas mãos do pequeno NOVA.

— Vocês três, me ensinem a tocar. Assim poderei acompanhar vocês em seus cantos.

As três presilhas se mexem. Machist olha as presilhas e se pergunta que tipo de armamento rúnico elas eram. Uma voz baixa cochicha palavras cheias de intenções do Dao da Música. É Gabriella.

Mythro fecha os olhos e foca na magia sendo lançada, conjurada, tecida, desfeita e refeita. Verônica e Estela ajudam a Gabriella, dando exemplos. Sem saber a própria atmosfera muda, os anciões e reis percebem a mudança e olham para o garoto, que está cultivando no meio do leilão.

— Por que ele está de olhos fechados?

— Ele está cultivando. Música pelo que parece.

Zou Uin olha para seu pai e seu rosto não mostra nenhum desgosto. Sempre que ele falava sobre Mythro seu rosto mostrava antipatia, mas agora, apenas um ar calmo e sereno saia do adolescente.

— Formidável. A música dele alcançou você.

Caluf toca em seu filho e protege seu corpo contra a música que, embora só alguns escutassem, todos estariam sendo alvo da magia se não fosse suas maiores cultivações.

O menino retoma seus sentidos e fica com o semblante mais irado. 

— A próxima arma é da criação de Mythro. É um item que veio em pares, sendo que um excede em defesa, e o outro em ataque. Os dois juntos geram maior força e tem um feitiço que só pode ser conjurado se juntos.

— Se eles são itens que funcionam juntos, por que estão sendo vendidos separadamente?

— A pedido do artesão eles serão vendidos separadamente. Mas estas armas, elas vem com um conselho e uma propaganda. Citado por ele, “Quem tiver essas armas não terá inimigos no segundo reino”.

Todos olham para Mythro que, está cultivando.

— Quem ele pensa que é?

Helt Hui, do Major Cura grita. Helt Hong o olha com olhar opressor, e o faz ficar quieto.

— Quem garante que estas armas são tudo isso? — Caluf

— É, quem garante? — O patriarca das Bestas Aliadas, pela primeira vez durante o leilão se pronuncia.

— Querem uma demonstração?

Munica diz com voz arrogante. Seu ar de nobreza é tão natural, ela faz todos que estavam duvidando das duas armas vacilarem em firmeza.

— Então eu vou mostrar.

Mythro abre os olhos brevemente e aponta o dedo. Grásio prepara seus músculos e salta do pequeno NOVA até metade do salão, ele cai em cima de Munica. A jovem princesa afunda um pouco no chão, o peso da serpente é surpreendente.

Poucos perceberam o afundar dos seus pés no chão. Cultivadores preparavam não só seu corpo como o próprio solo ao redor com energia para evitar afundar, é um reflexo instintivo de luta. Se seu corpo tiver influência negativa do chão e não estabilizar um bom equilíbrio, seu adversário consegue te suprimir e criar brechas para tirar sua vida.

Claro que a princesa da lua seria a pessoa com mais conhecimento básico do que qualquer um ali. Mas ainda assim, ela afundou...

— O que é aquela cobra?

— Ela usou um Salto Reação?

— Animais não cultivam artes humanas, eles só aprendem a usar melhor suas características animalescas, não fale bobagem!

— Já viu um preto tão belo? Suas escamas parecem jade esculpida por mestres artesãos de maior grau.

No lado das Bestas Aliadas, a surpresa é menor. Mas a impressão é muito mais profunda. Na verdade, existem algumas feras capazes de aprender artes humanas, mas elas eram as mais inteligentes. Alguns cães e tigres por exemplo. Mas a arte ainda assim era usada com menor competência, já que o conceito de bípede e quadrupede, por exemplo, é completamente desigual. A própria anatomia do ser tinha que ser levada em questão, artes humanas eram dificilmente passadas para animais, e sim novos construtos mágicos eram criados para tornar um companheiro animal mais eficaz em batalha. Mas ainda estávamos falando de seres com pernas. Uma serpente não tem perna ou mão, o conceito mágico por trás de um Salto Reação vindo dela devia ser ainda mais complexo.

A visão sobre o pequeno menino que todos chamavam de Pequeno Herói ou Jovem Sábio mudava constantemente. Quem não acreditava no que se dizia sobre ele, teria que acreditar!



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