Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 161: A quinta categoria de itens do leilão(2)

— O próximo escravo é dos “Morb”. Seu preço inicial será de 2 bilhões e 500 milhões.

O assistente masculino levanta o garoto. Mythro consegue sentir um forte odor terreno nele. Seus olhos castanhos claros e pele verde clara deixam claro que ele não é um humano puro. Em sua testa, dois tocos, possivelmente chifres que estariam a vir. Em sua boca seus caninos afiados mostram seu perigo.

— 2 bilhões e 500 milhões e 1.

Ninguém mais faz lances, o druida é obtido por Mythro. O assistente deixa o menino ao lado do pequeno NOVA, o jogando.

— Ele fez algo a você?

— Ele tentou me morder!

Fechando os olhos esperando um soco, o menino cerra os dentes. Mythro deixa o assistente ir sem muito o que falar.

O garoto reúne sua coragem para olhar em direção a máscara de carneiro no rosto de seu mestre. Ao ver nenhuma mão levantada, ele baixa a guarda.

— Seu nome?

— Me chamo Odyel Yammir.

— Odyel, conhece os outros três?

— Sim.

— Ótimo. Primeiro, quero que vocês saibam que não pretendo usar vocês como escravos. Se esses mortais soubessem quem são, com certeza não ousariam fazer isso. Mas como as fadas os prenderam aqui, os céus ignoram suas mortes. Com exceção dela ali no chão, claro. Os filhos de Yu Shin Mo podem entrar em extinção e os céus não fariam nada, seja aqui, ou em qualquer outro lugar dos cosmos.

Os três viram seus rostos assustados. Não é todo dia que seus segredos são jogados na sua cara como verdades que qualquer um sabe.

— Não se assustem, nada pode ouvir nossas mensagens cósmicas. Nossas energias tem diferenças enormes das deles.

Zara e Odyel suam frio. Seus medos, que foram nutridos aos anos de conselho de seus anciões que um dia esse cenário poderia chegar. O dia em que mortais que sabem sua verdadeira identidade viriam e transformariam os homens em pílulas e mulheres em incubadoras de cultivação dupla para poder arrancar parte de seus poderes e cultivarem mais rápido, um dia chegaria.

“Os céus assistiram sem punir as atrocidades, porque as fadas nos amaldiçoaram.”

— Não se preocupem, a maldição das fadas se tornou nula no momento que eu cheguei aqui. A questão é, vão confiar em mim, ou vão querer se matar no momento que eu tirar essas correntes de vocês? Ou então — Mythro ri — Vão tentar me matar?

Odyel e Zara, por serem mais velhos e mais instruídos começam a raciocinar tudo o que podem. Mas Arkab é que responde.

— Lorde Mythro. Perdemos tudo, e confiado por nossos pais, líder, irmãos e irmãs está o restante do nosso clã. Tudo em nossas mãos. Os três clãs se juntaram e decidiram que os jovens com maior talento seriam deixados vivos.

— Eles querem que vocês possam encontrar um novo lugar para se esconder e, um dia alcançar o Caminho Trilhado. Assim recebendo ajuda externa para poder sair desses... confins?

— Como você pode saber de tudo isso?

— Arkab, Zara, Odyel e você aí, que embora pareça estar completamente selada, sei que consegue entender o que está sendo dito. Eu sou um Supernova, sabem o que é isso?

Os quatro — Desta vez uma pequena reação na aura da menina Boor pode ser sentida — Têm suas mentes reviradas.

— Que bom que sabem. Vocês serão meus a partir de hoje. Mas essa conversa vai ficar pra Gruta.

Munica continua, e vende mais três escravos pelo preço médio de 5 bilhões. Até que chega ao último homem.

— Este homem aqui está no segundo estágio. Ele diz que quem o comprar pode esperar fidelidade, sem tentativas de fugir ou quaisquer outros truques. Portanto que lhe seja permitido viver sem ser submetido há escárnios ou preconceitos. Ele diz que é apto a lutar e já derrotou até mesmo homens dos clãs Camilitia e Boor.

— Derrotar aleijados?

Alguém comenta e soam fortes risadas no leilão inteiro. Apenas Mythro fica em silêncio, observando a aura do homem, mas em particular observando o seu karma.

“Manchado. Este homem é um criminoso.” — Gornn comenta.

— Lorde. Esse homem é um estuprador e assassino caçado pelos nossos três clãs. Ele já botou as mãos até mesmo em pequenas meninas e meninos. Os boatos são horríveis dizem até mesmo qu—

— Chega Arkab. Deixe os mortos descansarem em paz.

Zara impede seu irmão, mas seu rosto mostra toda sua raiva, medo e vontade de fazer justiça com as mãos.

Odyel tem o rosto ainda pior. O homem chega a cruzar os olhos com ele, e então ele lambe seus beiços.

Mythro vê a musculatura toda do pequeno druida espasmar e seu rosto quase guinchar de agonia. Principalmente suas nádegas, elas se fecham como se a memória muscular dela fosse engatilhada.

— Odyel, quando isso aconteceu?

Zara olha para Mythro e mordendo seus lábios responde no lugar do menino.

— Durante nosso transporte para cá. Aquele homem tinha uma Rocha Solar de quatro estrelas negras, muito pura consigo. Como ele encontrou uma não sei, mas ele trocou... Ele trocou por um momento com Odyel com aquele assistente que o trouxe para você, meu... Lorde. Tentando se proteger, ele o mordeu, mas isso não evitou que ele fosse vendido como brinquedo de prazer.

O olhar do pequeno NOVA assalta os sentidos do assistente. Era um homem no intermédio do segundo estágio da Condensação de Anima.

— Parece que já poderei fazer algo por vocês então.

Munica vê que os escravos e Mythro já conversam. O seu assistente olha para ela e desvia o olhar rapidamente, tocando em seu saco azul.

— Lance inicial 10 bilhões.

— 15 bilhões.

Sem dar tempo para os outros, Mythro faz seu lance.

É tão abrupto, que deixa quem queria o escravo murmurando injúrias, mesmo sabendo que poderiam ser punidos pelo ato. O assistente vai até o homem e o puxa pelas correntes. O olhar confiante e sadistico do escravo não é percebido por alguns, mas os anciões e reis veem que algo não estava de todo o certo.

— Machist?

— Jovem sábio?

Mythro envia mensagens cósmicas para o ancião. O rosto de Machist começa a retorcer, seu rosto fica vermelho e sua energia quase se solta de seu corpo.

— Machist. Pegue o saco azul dele e se você achar uma Rocha Solar pura...

O assistente chega e deixa o homem na frente de Mythro. O homem se curva e passa seus olhos brevemente em Odyel, e então para um pouco em Arkab, Zara e a menina Boor.

— Parece que todos seremos servos do Senhor Mythro. Vamos cuidar um do outro e trazer glórias para o nosso Senhor. 

— Sente-se e fique calado.

Mythro se levanta e junto com Machist, que já tinha avisado Munica, ele vai até uma sala fechada dentro do grande salão em que o leilão estava sendo dirigido.

O homem se senta no lugar que o pequeno NOVA deixou vago e olha para todos despreocupado, como se ele não fosse um escravo que acabou de ser comprado.

— Camargo Yulang, me mostra seu saco azul?

— Senhor Machist? Por quê? Aconteceu alguma coisa?

— Só faça o que eu mandei!

— Ancião, eu só tenho o que geralmente carrego comigo...

O homem dá o saco azul que estava amarrado em sua cintura. Machist olha todo o conteúdo e não acha nada demais.

A porta abre e um garoto com máscara de caveira de carneiro entra. O assistente fica surpreso de maneira exagerada e Machist percebendo isso procura novamente todo o saco azul, até que ele tira um pequeno anel do saco.

— Ancião Machist, este é meu anel de casamento.

Olhando e provando com sua energia cósmica, Machist tenta engatilhar algo dentro do anel, mas seus esforços são inúteis.

Mythro percebe que o item é selado. Usando suas mãos cósmicas, que agora não parecem mais serem as “lendárias” graças a Érebo que as disfarça.

Era um selo que requeria o movimento correto de energia cósmica entre os padrões esculpidos. Cada padrão rúnico alumia quando é corretamente destravado até que o acesso ao anel é possível.

 Pequenas serpentes de energia se grudam em Camargo Yulang.

A ira de Machist faz o chão tremular brevemente. Seu cabelo se torna branco e assim seus cílios e sobrancelhas. É possível ver sua sombra se movendo. É um dos indícios que sua cultivação que estava se fundindo a sua alma estava sendo influenciada por suas emoções. Isso indicava também que sua cultivação estava sendo nutrida para ter sua senciência.

— Camargo... Você trocou isso pela inocência de uma criança?

Machist levanta a Rocha Solar. A runa de fogo em seu dedo treme, até mesmo sua cultivação sente uma enorme atração ao item. Mas Mythro tem outros planos para a Rocha Solar.

— Isso vai ser meu, assim como o antigo dono dela antes era meu atual escravo.

Mythro pega o item e Machist abre a boca para tentar dizer algo antes, mas ao pensar que se os eventos daqui fossem tornados públicos, o clã da lua receberia muito mais danos do que uma pedra de quatro estrelas negras poderia cobrir.

— Ancião, você não pode me matar! Eu servi ao lado da princesa por tantos anos! Era só um escravo! Um escravo que não vale a pena a menção, já tínhamos dizimado seus irmãos e irmãs em busca de tesouros para nos fortalecer... Senhor eu fiz o mesmo que o clã faz invadindo ruínas!

— NÓS NÃO FAZEMOS ISSO!

Uma serpente invade a boca de Camargo gritando. Seguidas de diversas outras. Usando suas garras, Mythro rasga diversas partes do corpo do assistente de palco de Munica e deixa suas serpentes devorarem ele de dentro para fora.

— Está feito. Não se preocupe, não direi para ninguém sobre isso. Pelo menos ele disse algumas verdades antes de morrer.

Mythro deixa a sala, e lá fica apenas um Machist pensante. Sua cabeça repete o que Camargo disse antes de morrer.



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