Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Heaven


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 198:Preparativos para ir ao Leste(2)

Outra desvantagem, obviamente, é a demora para se cruzar para o Quarto Reino. Mas esta desvantagem trazia uma outra vantagem.

Ao se produzir e usar tantas vezes os Ossos de Segundo Plano, eles se tornavam mais fortes. Não só isso, mas eles demorariam menos para se recuperar de uma luta, absorvendo energia mais rápido e também armazenando mais energia.

Em especial aqueles que tinham Presentes dos Céus, poderia fortalecer o poder recebido.

Mais uma misteriosa vantagem é a de que alguém poderia ser agraciado com um Presente dos Céus após começar a escrever algo, caso isso fosse bem carregado de cosmicidade.

Mythro acredita que todos no seu grupo devem ter sido agraciados com um Presente dos Céus, mas com tantas runas de camuflagem divinas, eles acabaram sendo ignorados.

A última desvantagem da “Benção Própria”, é que se a frase gravada fosse algo como um voto, como por exemplo “Guardião Celeste” e um dia o portador de tal Benção traísse o voto, a sua cultivação cessaria de aumentar até que o mesmo voltasse ao caminho de seus votos, ou então destruísse sua cultivação e começasse do zero.

Seres Místicos e Divinos que não quisessem pensar muito no assunto poderiam colocar alguma frase de três palavras como “Relicário do Divino”, “Soldado do Cosmo”, “Força Estelar Abundante” etc...

Para os seres divinos nascidos Deuses, frases já se eram nascidas com eles. Por exemplo Ammit, seus títulos são na verdade sua Benção Própria, que no caso deixa de ser uma literal Benção Própria, já que se nasceu com ela. A Benção de Ammit era: “Grande Morte Devoradora de Almas”

A autoridade de Ammit em devorar almas vinha exatamente disso. Por isso Mythro ao usar o cerne dela como base de sua cultivação física pode devorar almas.

Quanto maior fosse o emprego de sua Benção, maior seria a dificuldade de se passar para o Quarto Reino também. Dificilmente um ser de origem mundana teria força ou cosmicidade suficientes para poder gravar algo assim.

Mesmo se conseguissem, sem seguir a Constituição Divina, que era regida por Caenn e Lornum, eles mal poderiam usar sua Benção Própria.

Mythro já tinha algo em mente. Ele criaria algo que não fora visto em muito, muito tempo. Sua frase seria: “Deva Execrado Asura Impartível Sincrético Incipiente Divinal Imémore Sacrossanto”

Uma frase de 9 palavras. Um mortal só conseguia gravar com o máximo de suas forças, até 5 palavras.

O gasto em tesouros e tutela para se criar um ser com 5 palavras... Somente clãs anciãos com mais de centenas de milhares de anos, ou um ser dotado de extrema paciência e chances de sorte.

Depois de três palavras, cada uma há mais poderia matar a sua cultivação. Era uma questão de sinergia, as palavras, mesmo se o seu próprio escritor for desconhecido de suas misturas, se apoiavam uma na outra e fortaleciam a Benção Própria.

Isso aumentava o efeito consideravelmente.

Seres místicos/divinos podiam gravar até 7, mas teriam dificuldade igual a de um mortal querendo escrever 5 palavras.

Além de 7 palavras, estranhamente, não tinha diferença entre mortal ou divino. Era uma questão de reconhecimento.

O universo deve ter, ao longo do caminho de sua cultivação, ter te ajudado ou punido por ter feito algo que desafiava o comum.

Receber um Presente dos Céus é uma forma de reconhecimento. De tempos em tempos, alguns humanos nascem com corpos “divinos”, ou dantians variantes que também são reconhecimentos de bom karma e cosmicidade. Que embora não fossem referentes ao ser, mas ao seu clã por inteiro, os céus ainda assim mostravam graça aqueles que se mantinha firmes a um ideal puro, sendo ele considerado “bom” ou não.

As almas desses seres são geralmente muito mais fortes, e alcançar até 6 palavras é algo mais simples para eles, depois o uso de tesouros é o mais prevalente para conseguir lidar com os ferimentos feitos na cultivação.

Não só isso, atravessar para o quarto reino se torna incrivelmente difícil. Pois tudo escrito será testado.

Como por exemplo, o que é um Deva? Cada um talvez tenha uma visão disso, ou uma nova interpretação baseada nos fatos e essências da cultura que criou este ser ou ideia.

Então a pergunta dos céus, que não se apresenta em palavras, mas em relâmpago, chuva, tempestades e outras especiais formas é:

Qual é o seu Deva? Ele deve passar e se consolidar? Prove!

Execrado? O que é que se odeia, amaldiçoa ou se tem aversão e porquê?

Então a se sobreviver essas duas, vinha a sinergia.

Por quê um Deva Execrado?

Assim continuaria:

Por quê um Asura Impartível?

Como podes ser um Deva e Asura? 

...

Para cada situação que se enfrentasse, e pudesse se usar estas palavras, sejam elas até mesmo em batalha ou não, os efeitos se confirmariam trazendo vantagens.

Essas palavras se cultivadas bem, poderiam até mesmo alimentar a força da alma. Existiam muito poucos Reis no universo sem Benção-Própria, e Imperadores? Talvez a cada 100 imperadores 1 não tivesse Benção-Própria mas em outros reinos existiam outros meios parecidos que podiam substituir a Benção-Própria.

Por isso não necessariamente ter ou não a Benção-Própria seria um impeditivo no futuro. Pois as próximas fases intra-reinais ficam mais difíceis de serem cultivadas se uma já se foi estabelecida antes.

Por isso muitos decidiam não fazer a Benção-Própria, mas iam com tudo nas próximas fases intra-reinais!

Um ser só conseguiria se tornar um Deus se tivesse no mínimo duas fases intra-reinais com grandes efeitos.

Como a Benção-Própria também era de certa forma uma maldição, alguns a pulavam.

Dentro da expansão cósmica havia um ser que podia materializar 10 palavras... A raça roxa suprema.

Os ÉterDao.

Mythro era um Hipernova, ele possuía agora atributos de Supernovas e Rairnmos. Mas claro, isso quanto a sua nomenclatura, pois ele ainda era algo mais. Um Arfoziano!

Mythro era o divino em três partes!

Mas se comparado aos ÉterDao ele ainda estava distante, pois os ÉterDao possuíam os atributos dos sete Ancestrais.

Não exatamente iguais atributos, mas sim a questão de Domínio. Os ÉterDao possuíam naturalmente o poder sobre todos os domínios.

Tudo do universo favorita os Divinos, mas haviam coisas que eram especialmente benéficas para uma raça do que outra. Para os ÉterDao, isso é irrelevante, pois tudo no universo já nasceu para ser ornado por eles.

Eles são os seres que desde que nasceram já foram feitos para se tornarem Deuses. Mas como o universo é sábio, eles nasciam como seres fracos para entenderem de perto o verdadeiro conceito de força.

Para que no futuro, reinassem supremos em força e sabedoria. Liderando assim pela eternidade uma cosminiversidade justa e ampla.

**

Chegando na vila Chamto, Mythro vê as mudanças acontecendo de todos os lados. Muitos com roupas estampadas com um Sol sobre uma espada deixam a vila carregando algumas caixas e as pendurando em grandes lagartos e cavalos.

A grande ossada de baleia voadora assusta a todos, mas um homem voando no céu os mantém calmos.

— Quem vem lá?

A Carruagem se abre e de lá seres trajados com armaduras belas e poderosas pisam no ar e no chão.

O ancião no ar treme. Como ele não poderia conhecer quem eram?

— Somos nós, Mirmo.

— Jovem Sábio.

Estas palavras foram ditas com grande peso. Mirmo Mopak olhava para o garoto a sua frente, voando assim como ele.

Os olhos abençoados do jovem Hipernova examinam a cultivação de Mirmo, e ele vê um semblante fraco e sem um braço.

Para ele é impossível alcançar o Quarto Reino. Não somente por ter um braço a menos, mas sua cultivação no geral é muito, muito fraca.

O Semblante dele tinha o seu tamanho, mas era quase ilusório. Provavelmente feito com 7-8 Asteroides de baixa qualidade.

Mythro consegue até mesmo ver que durante o crescimento de seu semblante, ele se perdeu em vaidade.

Queria tanto o título de ancião, e agora que o possui percebeu que ainda assim ele não se amontoava a muito.

— Como estão todos?

— Bem, obrigado por sua preocupação. Direi a eles que o Jovem Lorde estendeu suas preocupações, e em nome do clã Espada sob o Sol o congratulo por se tornar o mais jovem ancião do Oeste.

— Obrigado. Mirmo, você sempre foi um bom, bom homem. Dedicado ao clã, com visão ampla e justo. Sei que as coisas não saíram como você quis, e talvez tenha sentimentos ruins em seu coração... Mas isso um dia iria chegar. Seu clã, e nenhum clã em todo o Oeste seria minha morada.

Mirmo é pego de surpresa com essas palavras. Seu rosto cai, demonstrando sentimentos de arrependimento e raiva — raiva consigo mesmo.

— O destino é muito exorbitante. E eu carrego muitos destinos comigo. É uma pena que você já tenha passado dos 200 anos, se não eu tentaria te ajudar a reconstruir sua cultivação. O clã Espada sob o Sol precisa realmente de um patriarca como você, não como seu filho.

— Meu filho cai tão baixo aos teus olhos? — Colocando os braços nas costas e apertando o pulso esquerdo com a mão direita, Mirmo olha o céu, envergonhado.

— Sim. O coração do seu filho é muito fechado e pequeno. Ele se tornando um Rei se tornará veneno pro seu clã, em vez de a cura. Mas quem sabe? Às vezes um veneno mais potente aparece e neutraliza veneno alheio.

O Ancião se vira mais uma vez e olha para a máscara de Mythro, acenando com a cabeça, ele voa para longe, acompanhando a caravana que retira pertences de seu clã.

— Guardem o perímetro. Me encontrarei com Ariã.

— Sim, Lorde! — Todos respondem.

Mythro monta em Suife no ar. Grásio se enrola confortavelmente no pescoço do jovem Hipernova.

Núbia corre ao lado de Suife e Yrvik voa sobre eles, há dezenas de metros de distância.

**

— Então foi você?

— Sim.

— Então agora o Lorde de Chamto é o Fujão de Chamto.

— Já me chamaram de jovem herói, sábio, e outras coisas. Mas de fujão...

— Há, como se essa gente soubesse dos problemas que você já causou pra gente!?

Os dois riem por alguns segundos. Grásio no pescoço de Mythro balança a cabeça comicamente, mas isso assusta Ariã.

Em seguida são Núbia e Suife que fazem barulhos que com certeza eram risadas de suas respectivas espécies.

— Você trocou a alma desses animais pela de humanos?

— Isso vai contra a Constituição Divina. Embora eu possa....

Núbia bate a pata na perna de Mythro, e então ele se toca. Com uma risada forçada, ele responde:

— Claro que não...



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