Volume 2

Capítulo 32: O jovem homem e o garoto

Se tornando um aluno do terceiro ano, Rudel começou a frequentar aulas que ele mesmo escolheu. Mas foi aqui que um problema apareceu. Ele estava frequentando aulas para se tornar um Cavaleiro, mas os jovens nobres já recebiam uma certa educação. Com isso, ele se viu com mais tempo livre do que os plebeus.

Pelo menos, durante seus dias como estudante, está tudo bem ter um pouco de diversão. Os nobres também pensavam assim... mas quanto a Rudel, ele queria se tornar um Dragoon o mais rápido possível. Ele precisava usar o tempo livre que ele tinha. E aqueles com as notas mais altas tinham alguma liberdade em seus créditos, então ele estava chateado sem necessidades.

(Basyle): “Então você veio para discutir comigo seus planos futuros... mas tem certeza que está tudo bem, Rudel-sama? Usar todo o seu tempo livre com estudos e treinamento...”

Rudel foi discutir com Basyle. Mesmo na academia, Basyle era uma pessoa experiente em batalhas reais. Não havia nada a perder falando com ela! Essa foi a decisão de Rudel, porém... Basyle estava se perguntando se este era o momento para pegar um trabalho.

Trabalho... eles consistiam de trabalhos de mercenários e guardas, trabalhos governamentais onde ela venderia sua própria habilidade pelo preço correto. Naturalmente, eles eram perigosos e um passo em falso poderia significar vida ou morte. Mas o atual Rudel poderia lidar com a maioria das coisas.

(Rudel): “Você tem alguma boa ideia? Se possível, algo que eu possa fazer só agora... assim que eu me graduar, eu provavelmente ficarei muito ocupado...”

Enquanto Rudel estava perdido em pensamentos, Basyle levou o tópico para frente. É claro que em direção a um trabalho.

(Basyle): “Neste caso, você gostaria de um bom traba... não, você gostaria de experimentar algumas batalhas? Não do tipo defensivo que fizemos no último ano, eu vou preparar algum treinamento de subjugação com alta dificuldade”

O interior da cabeça de Basyle estava preenchido com detalhes de trabalhos e recompensas. Totalmente ignorante a isso, Rudel aceitou com um sorriso.

(Rudel): “Posso deixar isso com você!? Você é uma salvadora Basyle”

... com as palavras de Rudel, ela sentiu um pouco de culpa.


Basyle foi até uma loja que ela conhecia bem... a loja onde ela vendeu a presa do Javali há alguns anos. Depois que ela se tornou uma inimiga dos informantes, ela passou a confiar no velho dono da loja que a informou sobre o perigo. Agora que ela possuía uma posição de vassala da Casa Arses (uma posição difícil para comprar uma briga), Basyle podia entrar tranquilamente na loja.

(Dono da Loja): “Se eu tenho algum trabalho para você? O trabalho de guarda do último ano já foi muito forçado... e neste ponto, você nem precisa desses trabalhos, precisa?”

O velhote continuou com seu trabalho de avaliação enquanto conversava com Basyle. Enquanto ele cuidadosamente inspecionava os itens que ela trouxe, Basyle olhou ao redor para todos os produtos alinhados na loja.

(Basyle): “É um pedido do meu empregador. Você consegue achar alguma coisa para mim? Eu vou te pagar uma parte se você aceitar”

(Dono da Loja): “Este não é um pedido de um intermediário, mocinha. Mas há algo que eu quero perguntar... a verdade sobre o incidente com a princesa no último ano. A informação não está fluindo, então os informantes estão famintos. Eles pensam que há algo errado por trás disso”

Basyle podia entrar e sair da academia. Além disso, ela era uma funcionária que vivia lá. Esse tipo de informação chegava nas mãos dela com frequência. Se o seu empregador estivesse completamente envolvido nisso, ela iria investigar por conta própria.

(Basyle): “O que eu tenho não é tão interessante... contudo, ficou um pouco imprevisível falar sobre os direitos de sucessão da Casa Arses. E por que isso? Eu sinto que o irmão mais novo e os pais de meu empregador estão distorcendo a verdade. E há uma Dragoon gênio envolvida, tornando as coisas mais complicadas”

Basyle facilmente divulgou os detalhes do incidente... mas quando o assunto chegava até Rudel, ela vagamente respondeu e fugiu do assunto. Basyle estava totalmente consciente das informações pessoais de seu empregador.

(Dono da Loja): “Quando eu pensei que foi algo terrível... eu acho que isso é apenas a sua realidade. Então, quem está assumindo a responsabilidade?”

(Basyle): “A Casa Arses está mantendo o silêncio. Mas eu escutei que o irmãozinho vai ser obrigado a se graduar em seu segundo ano e vai se tornar um Cavaleiro nas fronteiras. Eu acho que esta é uma punição leve para um futuro Cavaleiro que abandonou por completo a princesa, mas... ainda assim, como eles estão enviando um nobre famoso para as fronteiras, a reputação da Casa Arses vai cair de novo”

Na verdade, Basyle não se incomodava muito com isso. O motivo era que, graças a Rudel, a reputação da Casa Arses estava subindo. Rudel... um futuro arquiduque reconhecido pelo rei... ele se tornou assunto de discussões entre os nobres e entre as disputas de facções entre as forças políticas envolvendo os Três Lordes, isso só mostrava o quão valioso ele era como herdeiro.

(Dono da Loja): “Aquele filho idiota da Casa Arses é agora uma criança maravilhosa, eh... nunca pensei que chegaríamos nesse ponto. Não, eu ao menos peguei partes dos rumores”

(Basyle): “Ele já é um monstro no combate. Eu não sou páreo para ele...”

Basyle falou com alegria... mas por dentro, ela se sentiu um pouco solitária. Ela sentia como se seu irmãozinho que confiava totalmente nela estava chegando em um momento onde poderia se cuidar sozinho...

(Dono da Loja): “Então é por isso que a Dragoon Cattleya foi removida da disputa pela promoção? Isso se tornou um grande assunto quando Cattleya, que nunca causou nenhum grande problema, foi enviada subitamente para as fronteiras externas”

(Basyle): “Isso é uma surpresa. Então a informação já se espalhou?”

(Dono da Loja): “Yeah. Tenho certeza que há alguma razão para Cattleya ser enviada para as fronteiras externas do país. Mesmo assim, tudo está acontecendo em um ritmo frenético. Parece que |Gaia| aumentou o número de tropas na fronteira e os informantes estão fazendo uma comoção sobre o aumento nas atividades de monstros... do jeito que as coisas estão, ser mandado para as fronteiras pode ser surpreendentemente uma punição pesada”

Enquanto eles continuavam com essa conversa, o dono da loja terminou seu trabalho e anotou as informações que recebeu de Basyle. Ele certamente escreveu isso para vender para um informante... Basyle pensou nisso, mas não se importou.

(Dono da Loja): “Volte na semana que vem pelo trabalho, eu vou ser capaz de encontrar algo antes disso. E eu vou dizer aos informantes que a informação veio de você... mesmo você sendo uma serva da Casa Arses, você não acha que está sendo um pouco descuidada? Nada de bom virá se você pegar leve com eles”

Ouvindo a consideração do dono da loja, Basyle estava surpresa. Ela definitivamente estava sendo imprudente, porém... a informação atual tinha um certo valor. Ela não poderia simplesmente vender isso... vendo Basyle perplexa, o dono da loja falou...

(Dono da Loja): “Eu não estou ocupado o bastante para recusar um trabalho secundário”

Ouvindo isso, Basyle o agradeceu. No fim, ela teve certeza de comprar algo antes de deixar a loja.


Tendo se tornado um aluno do terceiro ano, Rudel começou a passar a maior parte de seu tempo com Luecke e Eunius. Foi decidido, a força, que ele iria se inscrever nos cursos de gestão territorial e outros cursos necessários para um arquiduque. Entrar nesses cursos significava que ele iria estar junto dos outros dois filhos mais velhos dos Três Lordes.

Logicamente, os três foram colocados juntos, e Izumi passava mais tempo longe do que perto. Isso aconteceu quando os quatro aproveitavam uma refeição da cafeteria.

(Eunius): “Você pediu aquela senhorita para pegar um trabalho?”

Eunius comeu grande parte de seu almoço enquanto demonstrava interesse na história de Rudel.

(Luecke): “Se você é um estudante, então eu tenho a sensação de que se dedicar em seus estudos seria uma opção mais segura”

Ao contrário da reação de Eunius, Luecke lia um livro enquanto criticava as ações de Rudel. Com toda certeza, havia coisas que você só poderia fazer como um aluno em uma escola.

(Rudel): “Mas agora é o único momento que temos, não é? Assim que nos graduarmos, as coisas vão ficar complicadas... isto foi o que Basyle disse, mas é uma ótima oportunidade para vermos o mundo”

Luecke viu algum sentido nessas palavras e colocando seu livro na mesa, ele optou por ouvir a história.

(Izumi): “Aquela mulher... está tudo bem para eu acompanhar vocês também? Se eu não manter o olho nessa mulher, as coisas podem ficar ruins”

(Rudel): “Está tudo bem, mas e as suas aulas Izumi? Se você está desejando ser uma Alta Cavaleira, eu tenho certeza que há muitos cursos para fazer”

(Izumi): “Erk. E-eu vou dar um jeito nisso!”

Olhando para Rudel e Izumi, “Só comecem a namorar logo!”, Luecke e Eunius pensaram nisso, mas não colocaram o pensamento em palavras. Enquanto eles estavam nessa conversa, Eunius terminou seu almoço e falou sobre seu desejo de participar disso.

(Eunius): “Então eu também vou! É uma boa oportunidade e parece divertido!”

(Luecke): “... estou surpreso que você possa dizer isso com suas péssimas notas... bem, eu tenho algum tempo vago nas minhas aulas, então eu não me incomode de seguir com vocês”

Enquanto os quatro conversavam, um dos estudantes na cafeteria fez um barulho alto enquanto ele se levantava de seu assento. Ele encarou Rudel e seu grupo, mas... os olhos dele estavam cheios de intenções ruins.

Notando isso, os quatro olharam para o estudante. Ao redor dele, seus colegas desesperadamente tentaram fazer ele voltar para seu assento, dizendo para ele se acalmar. Mas o estudante de pé não se moveu.

(???): “Que visão. Enquanto nós desesperadamente juntamos dinheiro e imploramos para nossos pais para nos matricularmos nesta academia... nosso grande poderoso herdeiro da Casa Arses se importa mais com matar monstros do que administrar seu território? Estou surpreso por você fazer isso independente de todas as pessoas que serão prejudicadas por suas ações. Não, quem sabe você possa fazer isso graças a sua feliz ignorância?”

Enquanto ele falava, os sentimentos espinhosos dele contra Rudel ficavam mais fortes. O garoto de pé tinha cabelos castanhos e olhos azuis, sem nenhum atributo que o destacasse. Mas sendo esse o caso, seu rosto estava em ordem. Pelos amigos ao redor dele desesperadamente tentando o conter, eles não podiam pensar que ele fosse uma pessoa ruim.

(Colega A): “Pare Fritz! Você está comprando uma briga que não pode vencer. Você está lidando com nossos veteranos dos Três Lordes!”

Enquanto as vozes ao redor aumentavam, Rudel escolheu ignorar o garoto. Não era como se ele não gostasse dele ou não tivesse interesse. O garoto falou a verdade, e Rudel entendia que isso era um problema. Rudel estava consciente de que iria escutar essas coisas algum dia.

Mas era precisamente por estar consciente que ele pensou que dizer algo para uma pessoa como esse garoto não iria levar a lugar nenhum. Se ele dissesse que iria se tornar um arquiduque para salvar seu povo, não teria credibilidade nenhuma. Se ele desafiasse o garoto, seria ainda pior. E... o sonho de Rudel estava na estrada para a direção oposto das palavras do garoto.

(Fritz): “Por que você não diz alguma coisa!? Você não se sente mal pelas pessoas que estão sofrendo por sua causa!?!?”

Para o garoto que gritava, Luecke e Eunius se levantaram e se moveram para responder, mas Rudel os impediu. Izumi puxou as roupas de Rudel, evidentemente preocupada que ele acabasse causando um problema.

Sussurrando para Izumi que isso não seria nenhum problema, Rudel se levantou e olhou para o garoto. Pela aparência dele, Rudel podia dizer que ele não era um nobre, mas um plebeu. Com certeza, seus pais passaram por grandes sacrifícios para envia-lo para esta academia. Quem sabe ele fosse até um cidadão da Casa Arses.

Nesse caso, “Eu só preciso me tornar o cara mal. Se o garoto tiver alguém para odiar, tenho certeza que ele vai tentar ainda mais chegar ao topo”... ou foi o que Rudel pensou...

(Rudel): “Sinto muito... se eu disser isso, você irá me perdoar? Se gritar resolvesse o problema, então grite comigo o quanto quiser, berre o quanto quiser. Assim que o curso fundamental acabar, os terceiros e quintos anos têm um torneio individual. Se você conseguir chegar tão longe, eu vou ao menos ouvir o que você tem a dizer”

Dizendo isso, Rudel deixou a cafeteria. Luecke e os outros o seguiram... e um pouco depois, Aleist entrou na cafeteria com seu amigo, mas...

(Aleist): “Qu-qual é a dessa atmosfera pesada!?”

Aquele ar indescritível envolvendo a cafeteria deixou os dois surpresos.



Comentários