Volume 7.5

Capítulo 134: A trovadora (Parte 3)

Assim que a papelada burocrática estava organizada e eles receberam uma simples explicação sobre a situação, o grupo de Rudel marcou uma audiência com a Realeza... com o atual Rei, Barqah Celestia.

Mas o único que poderia participar era Rudel.

A razão era simplesmente discriminação, e uma decisão de |Celestia| que dizia que uma não nativa de |Courtois|, como Izumi, e uma ⌊Demi-Humana, como Millia, não eram merecedoras de tal reunião.

Dentro do agitado interior do palácio, Rudel ficou aguardando na sala de espera. ⌈Cavaleiros foram deixados para vigiá-lo de perto, e Rudel leu os documentos do lado de |Celestia|.

(Rudel): “… eu não acho que haverá um problema em proteger a Princesa Cleo até o vulcão, mas protegê-la durante dois dias até a partida vai ser difícil de se fazer sozinho”

O conteúdo assinalava ordens para Rudel servir como guarda de Cleo. Com a outra parte sendo a Princesa de uma país estrangeiro, Rudel sentia que havia um limite para quão longe ele poderia acompanhá-la ao longo desses dois dias. O banho, o banheiro, troca de roupas e esse tipo de coisas, seria constrangedor para um homem estar ao lado dela.

Rudel já estava esperando por mais de uma hora por sua audiência. No meio de tudo isso, Millia se sentou em uma cadeira enquanto bebia chá. Enquanto parecia calma, quem sabe ela estivesse irritada em seu interior, já que ela enviava alguns olhares para os ⌈Cavaleiros posicionados por perto.

(Millia): “Eu entendo o porquê você ser o único a participar da audiência, mas eles não estão nos tratando terrivelmente? E há alguns problemas a respeito em confiar a um ⌈Cavaleiro estrangeiro a proteção da preciosa Princesa”

As palavras de Millia lhe proporcionaram olhares furiosos dos ⌈Cavaleiros. Izumi bebeu seu chá calmamente.

(Rudel): “Tenho certeza que |Celestia| tem que cuidar de algumas preparações próprias. E nós chegamos bem antes do prazo”

(Millia): “Há um limite para isso. E mesmo que seja uma audiência, ele só está se encontrando com o Rei em seu escritório, não é? Eu não quero dizer isso, mas Rudel é um futuro Arquiduque. Eles estão tratando ele levianamente”

A fúria de Millia poderia ser considerada algo natural. Não havia o que fazer se o país estava fazendo pouco deles. Quando se tratava de manter Rudel esperando, eles reconheceram isso como uma tática diplomática. Mas eles também sabiam que essa era uma medida a ser tomada contra aqueles de menor status.

O pequeno país de |Celestia| possuía menos terra do que a terra natal de Rudel.

Havia um vulcão ativo perto da cidade fortaleza, com algumas cidades e vilas espalhadas ao redor. A população nacional não chegava a um milhão.

Havia fontes termais por perto, e aceitando viajantes, eles estavam em posse de bens que lhe garantiam moedas estrangeiras. O suco de fruta que se tornou a especialidade do país era amplamente exportado. Era certo que essas terras eram mais animadas do que o território Arses governado pelos pais de Rudel.

Mas eles dependiam de um ⌈Cavaleiro estrangeiro. Eles assumiram uma atitude como se estivessem querendo uma briga com um poder maior. Não seria estranho pensar que eles estavam indo além de seu alcance.

(Rudel): “… por ora, eu vim em uma missão como um simples ⌈Cavaleiro. Eu não acho que eles estão me tratando com desrespeito. Mas, mais importante que isso, os detalhes da guarda da Princesa são um problema. Eu não posso acompanhá-la no banho ou no vestiário”

(Millia):|Celestia| não pode destacar algumas ⌈Cavaleiras?”

Com a pergunta de Millia, Rudel sacudiu sua cabeça.

(Rudel): “Infelizmente, não há ⌈Cavaleiras em |Celestia|. Nem mulheres atuando como Soldados”

Países diferentes têm costumes diferentes. As ⌈Cavaleiras que gradualmente se tornaram algo comum em |Courtois| não eram nada além de heresia aqui. Rudel pensou que o motivo para a audiência limitada também tinha ligação com esses costumes.

Mulheres não eram permitidas a entrar na restrita classe dos ⌈Cavaleiros. Havia outros países pequenos ao redor de |Courtois|, mas mesmo entre eles, |Celestia| era especial.

[Rudel]: ("Esta é uma missão complicada. Eu acho que vou tentar negociar")

Pensando que seria difícil servir como o único guarda, Rudel decidiu pedir pela cooperação de Izumi no caso em que |Celestia| não tivesse feito nenhuma preparação por conta própria.

Um homem com ar de mordomo apareceu na sala de espera.

(Mordomo): “Rudel Arses-dono. As preparações estão em ordem, assim, eu devo guiá-lo para o escritório do Rei”

Deixando os documentos e se levantando, Rudel ajeitou seu uniforme enquanto caminhava. Izumi e Millia o enviaram um olhar, então ele acenou levemente com a cabeça.


Com a permissão de sua entrada no escritório do Rei, Rudel ofereceu seus cumprimentos ao Rei Barqah, descansando em sua sala.

Mas o Rei não virou seu corpo na direção dele.

[Rudel]: ("Hmm. É como a Capitã falou. Esta não é a atitude de uma nação pequena…")

Com a posição de Rudel, ele não poderia se intrometer em decisões políticas. E assim que Rudel terminou seus cumprimentos e ficou de pé, Barqah pegou a xícara deixada em sua mesa.

(Barqah): “Eu desejo falar um pouco com ele. Faça os outros se retirarem”

Com essas palavras, os ⌈Cavaleiros e servos posicionados se retiraram. Sentindo-os de prontidão do lado de fora da sala, Rudel aguardou pelas palavras de Barqah.

Ele deu uma olhada na escrivaninha extravagante do Rei.

Ela estava lotada com seis montanhas de documentos.

(Barqah): “Minhas desculpas. Por causa daquela minha filha sendo atacada, eu estou mais ocupado do que achei ser possível. Originalmente, eu queria usar a câmara de audiências, mas mesmo agora, as autoridades que têm antipatia por |Courtois| não representam um número pequeno”

[Rudel]: ("A Princesa é tratada como 'aquela'? Eu não acho que eu vou gostar desta pessoa…")

A antipatia certamente se referia a guerra oitenta anos atrás. Mas Rudel sentia que, ao invés de antipatia, isto era algo mais próximo do desdém.

E ele não gostava da forma como o homem se referia a sua filha. Barqah enviou um olhar para cima da lareira, não usada devido à estação atual. Ela estava decorada com três pinturas profissionais separadas com o que parecia ser sua família.

Segundo os documentos recebidos em |Courtois|. O primeiro representava a Rainha de Barqah e seus filhos. A segunda, uma mulher com cabelo azul e duas crianças pequenas... essa estava colocada no centro. Ela era maior do que as outras duas.

E a terceira, Rudel achou anormal.

Ela parecia uma pintura de Barqah em sua juventude. Sua mão direita repousava em uma mulher de cabelo azul. O Rei estava posicionado no centro, fazendo seu lado esquerdo parecer estranhamente desolado.

[Rudel]: ("Parece que alguém foi retirado. Mas esse é o melhor sorriso que o Rei mostrou entre as três pinturas")

(Barqah): “…esses são retratos da minha família. A preciosa família que eu deveria proteger. Agora, não podemos continuar assim para sempre. Vamos falar sobre o trabalho Dragoon

Com seu cabelo liso e longo verde brilhante, Barqah esfregou sua barba, fazendo um rosto sério para falar sobre o trabalho. Com pouco mais de trinta anos, o Rei poderia ser classificado como jovem, mas seu ar decoroso era adequado.

(Rudel): “Eu já examinei os documentos. Eu aceitei a missão de proteção. Mas eu acho que será difícil para eu proteger a Princesa sozinho”

(Barqah): “Não se aflija. Eu vou destacar algumas pessoas também”

(Rudel): “Mas todos os guardas são homens, não são? Eu acredito que é de seu interesse enviar uma mulher de confiança”

(Barqah): “… infelizmente, eu não tenho mulheres que possam servir como guardas”

(Rudel): “Eu vim acompanhado de uma ⌈Alta Cavaleira e uma Defensora. Seria possível para elas participarem desta missão?”

(Barqah): “Hmm. Você pode fazer como quiser. Pessoalmente, eu não tenho problemas contanto que a partida aconteça em dois dias. Os instrumentos cerimoniais devem estar prontos amanhã”

(Rudel): “Você tem minha gratidão. E o que estará em nossa agenda para este período de dois dias? Isso não estava detalhado nos documentos”

Barqah parou de esfregar sua barba, encarando o exterior pela janela.

(Rudel): “Eu decidi dar aquela garota um tempo livre. Vai ser o último dela afinal. Por ora, ela deve estar passando o tempo com seus irmãos e irmãs mais novas, mas este é um momento importante. Eu gostaria de evitar tempo com sua família abalando a determinação dela. Se isso irá separar eles, então eu não me incomodo se você escutar os desejos daquela garota”

Rudel pensou sobre a razão para ele tratar a Princesa de seu próprio país... sua filha, desta forma. Ele escutou que ela seria oferecida como um sacrifício. Levando isso em consideração, não seria estranho se ele já tivesse seus sentimentos resolvidos em seu coração.

Depois disso, Rudel ouviu as especificidades dos ⌈Cavaleiros sobre os detalhes da guarda e foi dispensado da sala. Quando ele se preparou para partir, Barqah o chamou.

(Barqah):Dragoon. Aquela é uma pobre garota. Você deve protegê-la”

(Rudel): “… conte comigo”

Rudel não podia determinar se isso foi o coração dele falando.

[Rudel]: ("Eu assumi uma missão bem perturbadora")

Ele pensou nisso como uma missão para recuperar o espírito de Sakuya, mas desde que ele chegou no palácio, ele foi atingido por muitos sentimentos estranhos.


Levando Izumi e Millia consigo, Rudel seguiu para a praça onde Sakuya estava esperando.

Lá, aqueles da Família Real... as crianças da realeza eram observadas por ⌈Cavaleiros enquanto estudavam o Dragão. Sakuya olhava para as crianças com a cabeça inclinada.

(Criança A): “Grande!”

(Criança B): “Irmã, isto é um Dragão? Mas nosso Deus é mais forte, não é?”

(Criança C): “Vire-se para este lado, seu tapado grandão!”

O garoto que falou essas últimas palavras realmente não entendia a grandiosidade de um Dragão, ou foi o que Rudel pensou enquanto ficava cheio de tristeza.

[Rudel]: ("Santo Deus, se eu tivesse apenas um dia, eu iria gravar o esplendor de um Dragão em seu corpo")

(Millia): “R-Rudel. Seus olhos estão assustadores”

Com as preocupações de Millia, Rudel voltou seu olhar e se aproximou da mulher cercada por ⌈Cavaleiros. A razão para os ⌈Cavaleiros o darem olhares tão severos devia ser porque o trabalho deles estava sendo roubado. Rudel pensou enquanto se aproximava da mulher.

(Rudel): “Perdoe a minha intrusão. Meu nome é Rudel Arses. Nesta ocasião, eu fui ordenado a acompanhar a Princesa Cleo como um guarda”

Fazendo uma saudação disciplinada no estilo de |Courtois|, Rudel olhou para as crianças ao redor. Duas mulheres com cabelo azul. Além delas, um garoto com cabelo verde e castanho. Eles pareciam mais velhos do que as pinturas que ele viu antes.

A mulher perto de seus vinte anos... Cleo soltou sua mão de sua irmã mais nova com o cabelo de cor parecida e o encarou para fazer uma cortesia¹.

(Cleo): “Eu estou extremamente encantada com a assistência de |Courtois| neste assunto. Você tem meus agradecimentos ao assumir minha proteção”

Ela sorriu. Era difícil imaginar que ela iria perder sua vida em dois dias.

[Rudel]: ("Isto é... determinação?")

Rudel prestou atenção em suas palavras enquanto ele conversava um pouco com a Princesa. Ele também apresentou Izumi e Millia que estavam atrás dele.

(Cleo): “Elas são ⌈Cavaleiras de |Courtois|? E Defensoras? Minhas desculpas. Eu não tenho nenhum conhecimento sobre os assuntos de |Courtois|

(Rudel): “Isso está perfeitamente bem. Os Defensores são uma organização criada recentemente. Não é de se estranhar que alguém de outra terra ainda não tenha escutado sobre eles”

Rudel lidou com ela como se estivesse se lembrando da pintura no escritório do Rei. A maioria das crianças dali estava em algum retrato. Mas a pessoa que foi mantida fora dos quadros... ele notou, era Cleo.

[Rudel]: ("Isto é aquele tipo de assunto de família... não, assunto de circunstâncias nacionais?")

Sabendo que ele não seria capaz de investigar mais a fundo o tema, Rudel conversou com ela.

(Cleo): “Ainda assim, e pensar que ⌊Dragões eram tão grandes. É a primeira vez que eu vejo um, mas eu estou surpresa em quão branco e lindo ele é”

[Sakuya]: (“Ela me elogiou! Rudel, ela me elogiou!”)

Aquela cujo corpo se contorceu em resposta foi Cleo. Talvez as pessoas ao redor poderiam ver isso apenas como um rugido, pois os ⌈Cavaleiros se levantaram em formação diante da Família Real. Mas do ponto de vista de Rudel, isso não era nada mais do que um grito de satisfação.

(Rudel): “Ela só está feliz por ser elogiada. Mas você tem bons olhos Cleo-sama. Mesmo entre os ⌊Dragões, esta garota é uma especialmente fofa e seu nome é Sakuya. Você viu, a pedra preciosa azul na testa dela é linda, não é? E quando ela estica suas quatro asas, ninguém pode tirar seus olhos da…”

(Izumi): “Rudel. Rudel! Você está incomodando a Princesa!”

Izumi imediatamente reprimia a euforia de Rudel, o fazendo repensar enquanto ele curvava sua cabeça para Cleo.

(Rudel): “Minhas desculpas”

(Cleo): “Não se preocupe com isso. Você realmente ama ⌊Dragões, eu entendi. Mas eu entendo esses sentimentos, mesmo que só um pouco. Querer subir em costas tão grandes e seguir para algum lugar…”

Esses foram os verdadeiros sentimentos dela? Parecia que a pessoa em questão não notou isso. Rudel seria capaz de deixar Cleo montar nas costas de Sakuya. Mas enquanto ele pensava sobre a pessoa de quem ele teria que obter permissão, um ⌈Cavaleiro liderando Soldados fez sua aparição.

[Rudel]: ("Cabelo verde?")

O ⌈Cavaleiro se destacava mais do que os outros. Não, do ponto de vista de Rudel, ele sentia que o nível de habilidade dele era muito acima dos demais. Mas os soldados atrás dele não pareciam bem elites. Assim que eles se aproximaram, os três Soldados acobardaram-se diante de Sakuya.

(Emilio): “Princesa, então é aqui que você estava? Eu tenho uma mensagem de Sua Majestade”

(Cleo): “… sim. Ah, Rudel-dono, este é Emilio. Ele costumava servir como meu guarda”

(Emilio): “E eu ainda estou servindo como seu guarda Princesa”

(Cleo): “É mesmo? Eu ainda não tinha escutado sobre isso, mas... muito bem. Emilio, eu vou contar com você mais uma vez”

(Emilio): "Muito obrigado"

Cleo alegremente falou com Emilio. Em contrapartida, Emilio falou de forma metódica. Para Rudel, de certa forma, parecia que o ⌈Cavaleiro estava se esforçando para fazer isso. Ouvindo a mensagem de Barqah, ele instantaneamente entendeu que isso tinha o objetivo de afastar a Princesa de sua família.

Assim que Emilio relatou isso, a expressão de Cleo obscureceu. E as crianças reais se juntaram para se despedirem.

"Eles têm corações firmes", pensou Rudel. Foi nesse momento que o ⌈Cavaleiro... Emilio olhou para ele com olhos semicerrados. Rudel sentiu algo próximo da raiva.

(Ben): “U-um…”

Quando Rudel se virou, ele encontrou os três Soldados usando Armaduras Leves alinhados.

Um tinha o rosto não barbeado. Um era magro e alto. E o último era pequeno e gordo. À primeira vista, eles não pareciam muito com Soldados.

(Rudel): “Há algum problema?”

(Ben): “N-não. É só que falar com um ⌈Cavaleiro de terras estrangeiras é uma oportunidade rara, então... um…”

(Pono): “Chefe, você consegue!”

(Passan): “Chefe, força!”

Depois de ver os dois torcendo pelo homem barbudo, Rudel enviou um olhar para Izumi e Millia. As duas sacudiram suas cabeças já que também não sabiam o que estava acontecendo.

[Rudel]: ("Não parece que eles querem começar uma briga")

(Ben): “Nó-nós também fomos escolhidos como guardas, então nós pensamos em fazer nossas apresentações. Não, eu não sei nada sobre a etiqueta dos ⌈Cavaleiros, então eu não faço ideia do que fazer”

Um uso forçado de palavras. E atitude... pensando na posição de Rudel, isso era algo que não seria permitido. Mesmo para qualquer Dragoon do enorme poder conhecido como |Courtois|, isso era demais. Ou esse era o consenso geral.

Mas Rudel sorriu e esticou sua mão direita.

(Rudel): “Eu sou Rudel Arses. Há muito o que eu não sei sobre esta missão também. Seria de grande ajuda se você me ajudasse”

(Ben): “Y-yeah! Deixa comigo”

(Pono): “Ele apertou a mão de um Dragoon! O Chefe é incrível!”

(Passan): “A-aperte minha mão também!”

Enquanto Rudel apertava as mãos dos três, Izumi, que foi até o lado dele, falou com ele.

(Izumi): “Está tudo bem mesmo?”

O que, ela não iria dizer. Mas ele entendia com o que ela estava preocupada. Rudel era um Dragoon em terras estrangeiras... além disso, o representante de |Courtois|. Responder a tal tratamento informal poderia não ser bem visto.

(Rudel): “Está tudo bem. Os sentimentos foram transmitidos. Ou melhor, eu sinto muito por empurrar o dever de guarda para vocês duas também”

(Izumi): “Isso não é um problema. Essa é a minha especialidade”

Embora neste exato momento Izumi estivesse destacada para manter um olho em Rudel como um Inspetora Especial, ela era originalmente uma ⌈Alta Cavaleira. Como uma guarda-costas, ela tinha ainda mais conhecimento do que Rudel.

(Rudel): “Eu sinto muito por você também Millia.”

(Millia): “Es-está tudo bem, isso não importa”

Enquanto Millia virava seu rosto, Rudel especulou se o que ele disse estava errado. Ao contrário de Izumi, ele não fazia ideia de como Millia se sentia.

(Passan): “Chefe, você acha que esse Dragoon não entende o coração de uma mulher?”

(Ben): “Pare com isso Passan. Entenda, entre no caminho do amor de alguém e… huh? O que deveria te chutar mesmo?²

Quando Ben olhou para Pono, ele também estava pensando. Mas incapaz de chegar a algum lugar, ele olhou para o Dragão.

(Pono): “O chute de um Dragão deve ser doloroso”

(Ben): “Isso mesmo! Passan, você será chutado por um Dragão

(Passan): “Ne-nesse caso, não quero mais saber disso!”

Enquanto o grupo de três se encolhia diante de Sakuya, Rudel falou.

(Rudel): “Os socos de Sakuya machucam mais do que seus chutes…”

(Izumi): “Rudel, eu acho que esse não é o ponto”

(Millia): “… por que todos são tão estúpidos?”

Izumi apontou o erro de Rudel, enquanto Millia suspirava.


Enquanto isso…

(Aleist): “Hey, por que estamos vestindo esses mantos?”

(Nate): “Ah, eles são realmente convenientes, sabia? Há uma fibra especial no tecido, fazendo deles produtos de alta classe que podem escapar de detecção mágica!”

(Aleist): “Por que você tem algo desse tipo com você!? É isso o que eu quero saber!”

Aleist e Nate vestiam mantos negros enquanto caminhavam pelo beco. Havia setas desenhadas nas paredes, e simplesmente ao segui-las, eles chegaram em seu destino. Enquanto ele caminhava pelos becos que pareciam um labirinto bem diferentes daqueles no |Reino de Courtois|, Aleist estava tampando seu nariz e boca.

(Aleist): “Ainda assim, este lugar é mesmo confuso, o cheiro é forte e... que negócios você tem aqui mesmo?”

Nate silenciosamente subiu a ponte, sentando-se no local e encostando sua mão no piso de madeira. Olhando pelo local, ela coçou seu rosto.

(Nate): “Nenhum combate aconteceu, então não há nenhum indício. A estrada principal tem pessoas demais, então os rastros já desapareceram... então eu acho que estamos apenas perdendo nosso tempo”

(Aleist): “Chegamos tão longe e estamos perdendo nosso tempo?”

Enquanto Aleist parecia surpreso, Nate puxou seu capuz. Ela correu para longe. Assustado com os movimentos rápidos dela, Aleist a perseguiu um pouco depois. Então, no fim da ponte, eles encontraram um homem vestindo um manto parecido com o deles.

Mas Nate apontou uma adaga contra a garganta dele. O prendendo contra a parede, uma faca caiu aos pés do homem encapuzado. Nate chutou ela para longe e ela escorregou na direção de Aleist.

Rapidamente a recuperando, Aleist sentiu um brilho opaco na ponta da faca. Um líquido pegajoso estava colado nela.

(Nate): “Senpai, é melhor que você não toque nisso”

(Aleist): “Isto não poderia ser…”

(Nate): “Veneno. E um dos bem fortes. É o tipo que induz dormência, mas atinja o local errado e você vai ficar com efeitos permanentes”

[Aleist]: ("Yeeaaah, com a faca eu posso lidar, mas o que exatamente Nate deveria ser?")

Embora ela sempre tenha sido uma integrante do harém dele, com a mestra da espada, Seli, e a filha do chefe da tribo dos ⌊Tigres, Juju, dentro da diversidade dos tipos de peculiaridades, ele pensava que ela fosse uma garota relativamente dócil. Mas Aleist sentia que ele teria que reavaliar seu reconhecimento dela.

Quando Nate murmurou algo, a força deixou o corpo do homem encapuzado enquanto ele caía sobre seus joelhos. Ele não poderia encarar os olhos dela.

(Nate): “De onde você veio?”

(Homem Encapuzado): “… |G-Gaia|

(Aleist): “Eh? O |Império|? Ele é um turista?”

Enquanto Aleist desesperadamente pensava, Nate fazia uma pergunta após a outra. Mas depois de um certo período de tempo, uma flecha foi disparada. Com o som de uma flecha sendo disparada do fim da passagem, aquele que reagiu mais rápido foi Aleist.

Puxando as duas espadas em sua cintura, ele saltou para proteger Nate da flecha. Ele desviou o projétil para o lado, o fazendo ficar preso na parede. Então, um homem usando um manto pulou do beco.

Ao mesmo tempo, veio um ataque do topo do edifício.

(Nate): “Senpai, nós provavelmente deveríamos correr”

(Aleist): “Eu já tinha pensado nisso!”

Ao invés de mirar neles, o grupo parecia estar focado no resgate de seu suposto aliado, assim Aleist e Nate correram. Mas Aleist…

(Aleist): “Sabe... não estamos em uma situação bem ruim aqui?”

Correndo pelos becos em forma de labirinto, ele disse isso a Nate. Assim, com seu capuz ainda colocado, Nate colocou sua língua para fora da boca e encostou seu punho em sua cabeça.

(Nate): “Yep, muito ruim. Tehe”

(Aleist): “Isso não é nenhum pouco fofo! O que você acha que está fazendo!? Ou melhor, o que estamos tentando fazer aqui!?”

O grito aflito de Aleist ecoou pelo beco.

Quem sabe por um golpe de sorte, ou porque eles foram ignorados, os homens encapuzados não mostraram sinais de perseguir os dois.


Notas

[1] Uma cortesia (ou reverência) é um tradicional gesto de saudação, na qual uma menina ou mulher dobra seus joelhos enquanto abaixa a cabeça. É o equivalente feminino da saudação masculina de “curvar-se”.

[2] A frase original seria algo como “Aqueles que entram no caminho do amor serão chutados por cavalos”. Essa frase é atribuída ao mangá Ouran Koukou Host Club, da autora Bisco Hatori.



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