Volume 8

Capítulo 163: Versus

Rudel combateu a serpente vil através do céu. Essa poderia ser chamada de uma batalha unilateral, na maior parte do tempo focada em suas tentativas de encurralar e desferir um golpe fatal na besta.

Sakuya abriu sua boca grande e, quando estava prestes a soltar um sopro, a serpente riu. Ela parou de correr para se virar para Rudel e Sakuya.

Diante da dupla, um dragoon solitário e seu dragão, havia a serpente esfarrapada. Mas agora, um olhar de triunfo apareceu em seu rosto.

“Você se saiu bem levando isso tão longe. Você merece elogios… dragoon.”

Enquanto continuamente chamava Rudel de irregular, aqui estava a fera, parando para avaliá-lo. Mas Rudel...

— Entendo, então desapareça. Sakuya!

Rudel fez Sakuya atirar no monstro sem fazer perguntas.

HYAAaaah!!”

A mana altamente condensada aumentou para um tamanho enorme, a luz disparada desenhou uma espiral em seu fluxo enquanto engolia o dragão negro inteiro. Com esse poder diante dela, Izumi semicerrou os olhos.

— Seria o inferno se isso atingisse o chão.

Esse poder de fogo... Rudel estava sem dúvidas certo em sua decisão, se afastando do chão para evitar arrastar qualquer outra pessoa.

Todas as nuvens ao redor foram apagadas pela força desse sopro, as nuvens espessas foram limpas e a luz brilhou sobre o campo de batalha.

Mas a serpente que recebeu o ataque, embora tivesse perdido a maior parte de seu corpo, permaneceu flutuando no ar. Seus ossos desintegrados à mostra, ela riu através de seu sinistro aspecto.

“Você é forte. Não, vocês ‘dois’ são fortes juntos. Muito bem… devo admitir isso.”

Sentindo uma premonição ruim, Rudel imediatamente preparou Sakuya para um segundo tiro.

“É tarde demais!”

A fumaça negra erguendo-se do chão envolveu a serpente. O Príncipe do Império, Askewell, olhou para Rudel de seu lugar no ar.

Rudel mostrou uma careta.

— Você é teimoso. Aleist te deixou escapar?

Embora esse fosse um problema que não podia ser definido com a palavra teimosia, Rudel tinha uma crença simples: só era preciso derrotá-lo de novo. Em essência, essa era a única opção.

Askewell abriu sua boca.

— Você não estava...

— Sakuya, fogo.

— Espere! Rudel!

Izumi tentou impedi-lo, mas ela não conseguiu a tempo.

Antes que ele pudesse ouvir as palavras de Askewell, Sakuya deu seu segundo tiro.

“Voe para longeeee!!”

O sopro de Sakuya agrediu a fumaça negra e Askewell. Ainda assim, Askewell afastou aquela explosão com uma mão.

Vendo isso, Rudel logo considerou contramedidas.

“Ele o redirecionou? Luecke tinha uma magia bem parecida com isso. Então devo derrotá-lo em um combate a curta distância?”

Askewell não demonstrou surpresa, nem condenou Rudel por suas ações. Era quase como se ele tivesse previsto que isso ia acontecer. Ele apenas continuou a falar:

— Você não está irritado?

— … irritado? Que deixei sua invasão imperial chegar tão longe? Ou o fato de não poder vencer por conta própria?

Ambos eram irritantes para ele. Ele não conseguiu cumprir seu dever. Ele não pôde proteger seu país. Era por isso que ele tinha que derrubar Askewell e expulsar o exército imperial do território do reino.

Esse era o trabalho de Rudel.

Askewell riu um pouco.

— Aleist, era isso? Por uma existência tão imprestável, você e eu fomos colocados sob a roda da fortuna1. Você não era nada mais do que um ponto de apoio em sua vida... eu fui forçado ao papel de inimigo. Você vai negligenciar tal irracionalidade?

A voz de Askewell era o epítome da seriedade. Estes eram os gritos de sua alma.

— Não importa o quanto tentei salvar o povo do império, foi tudo em vão! A razão pela qual continuei vencendo quando fui para o campo de batalha foi para este dia. Nada disso era meu poder! Pelo bem daquele homem... por esse tipo de homem, você pode imaginar quantos humanos sofreram?! Isso não te irrita?!

Olhando para o príncipe diante de seus olhos, Rudel pensou:

“Do que ele está falando?”

Era uma pergunta simples e honesta. E ele entendeu a resposta.

— Entendi, então você colocou em Aleist a culpa das coisas não estarem indo do jeito que queria. Muito bom, você encontrou uma desculpa.

Os olhos de Askewell se arregalaram. Uma veia surgiu em sua testa. Com raiva e surpresa com as palavras de Rudel. Seu rosto era um misto de todos os tipos de emoções.

— Você quer minha simpatia? Vou oferecer ela toda assim que esta batalha acabar. Portanto… morra.

Quando Rudel dirigiu seu braço direito para o príncipe, a fumaça negra manifestou uma série de escudos ofensivos em torno de Askewell. Aqueles escudos cheios de espinhos se fecharam ao redor como se para esmagá-lo inteiro.

— Entendo... enquanto você realizou seu sonho, eu...

Essas várias centenas de escudos grandes esmagaram Askewell e explodiram. Com o cabelo despenteado pela onda de choque, Rudel apertou os olhos ao olhar para o príncipe.

— Se quer saber a minha opinião, você é o irracional aqui.

No final da expressão ligeiramente invejosa de Rudel, estava a forma de Askewell cavalgando nas costas do dragão escuro. E agora a forma que a fera assumiu lembrava muito a de Sakuya. Um halo roxo flutuando atrás de suas costas, seis asas, e quatro membros enormes.

As diferenças que se destacaram foram as escamas agressivas e farpadas e seus olhos.

“... quero montá-lo um pouco.”

Do ponto de vista de alguém que se tornara um dragoon de forma desesperada, ele tinha uma reclamação ou duas para Askewell, que havia imitado um num piscar de olhos.

Mesmo se ele estivesse sendo irracional.

O dragão escuro abriu a boca.

“Não pense que isto nos torna iguais. Superamos você em todas as frentes. A fim de restaurar esses erros flagrantes, quanto mais a sua anormalidade aumenta, mais forte nos tornamos.”

Rudel cruzou os braços.

“Entendo, então você não começou todo-poderoso. Portanto, há maneiras de resolver isso.”

Izumi se perguntou se a calma e o controle de Rudel era devido a alguma ideia engenhosa.

— Você tem um plano?

Mas Rudel ofereceu uma resposta imediata:

— Nenhum! Mas, já que chegamos a isso, não há escolha a não ser ficar mais forte do que somos agora. Se fizermos isso, podemos superar nosso inimigo.

Izumi suspirou:

— Você o ouviu, se ficar mais forte, eles também irão...

— Então vou ultrapassar o que vier depois. Você se preocupa demais... estou acostumado a lutar com caras mais fortes do que eu.

Enquanto Rudel sorria, Izumi fechou a boca. Ela olhou na direção do dragão escuro e Askewell. Gripando o punho de sua katana.

— Entendido. Vou tentar ajudar. Tenho que me tornar pelo menos um pouco útil.

Rudel riu alto.

— Isso faz com que seja três contra dois! A vitória é nossa.


No chão, o Reino de Courtois lutava contra o exército imperial sob o comando de Chlust. Com Aleist lutando nas linhas de frente, eles mal conseguiram resistir sem desmoronar.

Isso era o máximo que eles poderiam fazer. Uma reunião de desordeiros, o exército de Courtois não tinha coordenação. Mesmo que um pouco tenha sido estabelecida, diante das tropas treinadas do império, isso era apenas uma aposta arriscada.

— Se atenham ao básico. É tudo o que podemos fazer!

Chlust emitiu ordens simples. Com a qualidade dos soldados reunidos todos desorganizados, eles tinham que manter seus objetivos ao mais básico.

O exército se movimentando especialmente mal pertencia à Casa Arses.

Não tendo feito nenhum treinamento decente, eles haviam se tornado um peso-morto.

“Se o cavaleiro negro e suas elites não estivessem aqui, estaríamos ferrados.”

Olhando para o céu, dois dragões da água interceptaram os wyverns chovendo sobre eles.

Eles lutavam para que não pudessem trazer baixas para as tropas terrestres, e nenhum morreria vítima de tiros do alto. No entanto, por causa disso, suas forças se misturaram e se tornaram uma confusão atrapalhada com os imperiais. Isso os impediu de receber apoio dos dragoons.

Chlust havia sido expulso para a periferia, e lá ele tinha aprendido a comandar. Ainda assim, quando um exército muito grande foi colocado sob seu comando, seu pânico começou a aparecer.

— Os dragoons vão proteger o céu! Vamos fazer a nossa parte!

Ao mesmo tempo, ele pensava:

“E pensar que o treinamento do império seria neste nível.”

Em um contra um, o exército imperial ultrapassava Courtois. Eles só podiam lutar porque tinham o cavaleiro negro. Além disso, os soldados do exército imperial lutaram quase como se estivessem caminhando para suas mortes.

À medida que a luta se transformava em um corpo a corpo caótico, os dragões não podiam atacar. Com isso em mente, em comparação com o combate dos dragões no alto, os soldados courtoisenses diante de seus olhos não eram assustadores.

E eles não poderiam recuar.

Eles eram mesmo homens mortos caminhando.

— … irmão, não vamos aguentar muito mais tempo.

Apesar do rancor que exibiu para o irmão que jogou o comando sobre ele, Chlust só podia fazer o que era capaz.


— Tome isso!

Balançando duas espadas de seu cavalo, cortando fileiras de cavaleiros e soldados imperiais, Aleist ficou terrivelmente manchado com o jorro de sangue.

O gora desapareceu na fumaça negra, enquanto Askewell havia fugido para o céu.

Ele não tinha como o perseguir, então lutou no chão. Mas esses soldados loucos estavam o encurralando para uma luta corporal. Embora os membros de seu harém fossem fortes, elas vacilavam diante da insanidade mortal do inimigo.

— Eles não deveriam recuar após sofrerem baixas tão altas?!

Mais de vinte por cento do total. O número de baixas do exército imperial havia ultrapassado em muito esse número, mas eles não conseguiam discernir nenhum sinal de retirada.

Pior ainda, estes eram soldados que perderam qualquer lugar para onde correr.

Embora as marés já estivessem a favor de Courtois, mesmo assim, o ritmo das coisas deixaria tremendas baixas em ambos os lados.

Como Aleist ajudou seus aliados ao reunir inimigos em direção a si mesmo, uma massa branca gigante se aproximou do céu.

Era Sakuya.

— … espere aí.

Caindo em direção ao campo de batalha, havia vestígios de queimaduras em sua superfície. Uma nuvem pesada de cinza oscilou em espiral, e a partir dela, um dragão preto parecido com Sakuya lentamente se mostrava.

Kuh!

Correndo com seu fiel corcel Heath, Aleist tentou se afastar do curso da queda de Sakuya quando viu um clarão de luz.

Quem caiu do céu foi Izumi, segurando sua katana.

— Izumi-san!

Izumi olhou para o chão, preparada para sacar sua lâmina, e em um só instante...

Hah!

Cortando os soldados imperiais ao redor de Aleist, ela pousou sem fôlego antes de olhar para o céu.

Aleist desceu do cavalo para ouvir a situação.

— O que diabos aconteceu lá em cima?!

Izumi respondeu de uma vez. Limpando a sujeira no rosto, ela explicou a batalha no ar:

— Sete vezes.

— Sete o quê?

— … Rudel, Sakuya e eu conseguimos encurralar aquele dragão negro sete vezes. Mas em todas as vezes, aquela coisa só revivia mais forte do que antes. Está ficando além de nossa capacidade de lidar com isso.

Ambos os exércitos tomaram distância de onde Sakuya caiu. Enquanto isso trouxe um cessar-fogo temporário, um olhar para o céu revelou o dragão maligno negro olhando para baixo sobre eles. Em sua cabeça, Askewell também era visível.

Ele usava uma armadura sinistra, equipada com uma lança, com os braços cruzados.

Como Sakuya caiu, a fim de apoiá-la de baixo, Rudel fez uma grande quantidade de escudos de luz, diminuindo seu ímpeto antes de aterrissar.

— Rudel!

Enquanto Aleist chamava, Rudel parecia bastante irritado.

Ele ouviu uma voz lá do alto:

— Você foi esplêndido por aguentar tanto tempo. Mas este é o fim. Assim que derrotar você, o mundo enfim ficará livre de sua influência.

A expressão amarga de Askewell foi dirigida a Aleist.

Renovando o aperto em ambas as suas espadas, Aleist mostrou uma careta. Chegando tão longe, eles seriam mesmo derrotados?

“É minha culpa... então devo resolver isso...”

Ele protegeria seus companheiros, mesmo que lhe custeasse a vida. Aconteceu no momento em que ele pensou isso.

Levantando lentamente o corpo maciço de Sakuya, Rudel se aproximou dele. Sua expressão era muito direta...

— Como você pode ver, não há nada que eu possa fazer para derrubar aquela coisa por conta própria. Aleist, você vai vir comigo. Nós dois e Sakuya vamos matá-lo.

Aleist ficou confuso.

— … eh? Diga o que quiser, mas não tenho ideia do que fazer.

— Não se preocupe, não há problema. Por enquanto, apenas me dê uma mão. Ele é um inconveniente que imediatamente revive quando você quase consegue eliminá-lo. Adoraria explodi-lo antes que ele se recuperasse, mas meu poder de fogo não é suficiente.

O combo Rudel e Sakuya tinha poder de fogo insuficiente? Do ponto de vista de Aleist, isso era um pesadelo. Mesmo com sua ajuda, ele começou a pensar quando...

— Ei, vamos indo. Izumi, me desculpe, mas você poderia ir ajudar Chlust? Eu vou forçar meus limites mais um pouco, então não recomendaria que você continue me acompanhando.

Izumi encolheu seus ombros.

— É mesmo? Que pena.

Olhando para cima, as palmas de Sakuya se aproximavam dos dois. Com uma pegada habilidosa, Sakuya colocou Rudel e Aleist em suas costas.


Uma vez que Rudel estava nas costas de Sakuya mais uma vez, ele olhou para o dragão escuro negro ao lado de Aleist.

— Só um pouco mais. Quando havia apenas um pouco sobrando, ele se restaurou sete vezes.

Vendo um Rudel irritado, Aleist balançou a cabeça para o lado.

— Já entendi, mas seria problemático você confiar em mim aqui. Tudo o que posso fazer é controlar sombras, esse tipo de coisa. Para esclarecer as coisas, eu não tenho mais reservas de mana ilimitada!

Rudel dirigiu a Aleist um sorriso.

— É, sem problemas. Quando eu estava morto, Sakuya me disse. Você não vai perder o que cultivou para si mesmo. E se for mana que você está procurando, Sakuya está cheia.

Rudel olhou para Sakuya e sorriu.

— Por Sakuya, você quer dizer a deusa, não é? E pensar que ela estaria esperando por você às portas da morte, bem, como devo dizer... não, realmente não importa.

Ao levantar lentamente a cabeça, o dragão escuro emitia um fluxo de wyverns fora de seu corpo. Essa cena por si só era um pesadelo.

— Será que ele não está dando o golpe final porque não está nos levando a sério?

Aleist pensava que o inimigo estava tentando menosprezá-los, embora Rudel pensasse diferente.

— Quem sabe? Se ele tivesse tanta vantagem, já teria acabado com a gente. Talvez ele tenha sido enfraquecido e é incapaz de fazer isso.

Sakuya espalhou suas asas e rugiu, enquanto Rudel sentia o fluxo de mana em seu corpo.

— Aleist, tente manipular a mana de Sakuya. Se você apenas mudar um pouco e definir o formato, Sakuya irá fazer algo.

Apesar de sua confusão, Aleist se inclinou e acariciou as costas de Sakuya.

— Bem, isso é bastante aleatório. O que quer que aconteça, não me culpe.

Quando Rudel e Aleist tocaram as costas de Sakuya, símbolos brancos e pretos surgiram sobre seu corpo enquanto mana corria por sua superfície. Os dois ficaram de pé, a mão direita de Rudel estava esticada. A mão esquerda de Aleist também. Depois os dois formaram punhos e chocaram um no outro, Sakuya bateu suas grandes asas e se ergueu para o céu.

O halo apareceu atrás dela mais uma vez.

Enquanto a armadura dourada se manifestava para protegê-la, desta vez, isso não foi tudo. Um terceiro par de asas se formou, e de ambos os ombros, um novo par de braços emergiu.

Preto, e protegido em armadura dourada, esses braços seguravam armas de ouro.

E à medida que os wyverns se aproximavam de Sakuya, centenas de cabeças de cobra surgiram da pele exposta desses braços para picá-los e rasgá-los.

— Isso é novo. Parece que você obteve uma função de interceptação autônoma.

Ignorando o deleite de Rudel, Aleist olhou ao redor um tanto perplexo.

— Isso não é um pouco sinistro? Não, sei que fui eu quem fez isso, mas como posso dizer...

Enquanto Sakuya subia da mesma altura do dragão sombrio, os dois lados trocaram um olhar furioso. Askewell olhou para Rudel e Aleist, apontando a ponta de sua lança.

— O fim será o mesmo, não importa quantas vezes você fique de pé. Não há vitória para vocês.

Mais de cem wyverns já se manifestavam ao redor do dragão, e as batalhas no solo já haviam recomeçado.

No meio de tudo isso, Rudel falou:

— Tantas pessoas já me disseram a palavra impossível que não consigo nem contar, mas aqui estou eu. E quantas vezes você já disse essas palavras? Estou começando a perder a confiança.

As palavras de Rudel colocam Aleist em pânico.

— Você poderia, por favor, parar de provocar seus oponentes pelo menos uma vez?

As nuvens espessas formaram uma espiral, os relâmpagos emitiam luz e som. No campo de batalha onde a chuva estava prestes a cair, Rudel olhou para o céu.

— … aliás. Você desperdiçou tempo demais.

Virando-se para Askewell, como se proclamasse a sua própria vitória, Rudel apontou para o céu.

Dragões selvagens dispararam das nuvens um após o outro, tendo acabado de exterminar wyverns, e vieram ajudar.

A sobrancelha de Askewell se contorceu.

— Se essa é toda a ajuda que você conseguiu, então...

Rudel sorriu.

— Não, isso não é tudo. Isso não é tudo, príncipe do império!

Além dos dragões selvagens, dragões cinzas com dragoons em suas costas entraram em cena. Até os dragoons tinham chegado.

Aleist olhou para o chão.

— Há aliados em terra também... até mesmo meu pai.

A começar pela casa de Aleist, a Casa Hardie, os exércitos de várias regiões estavam se reunindo.

Rudel incitou Askewell a se render.

— … acabou. O fato de nossos aliados terem chegado significa que reinamos triunfantes no outro campo de batalha. Não há vitória para você. Se renda.

Nesse ponto, os dragões apareceram como alívio. Rudel pôde ver que a vitória deles estava assegurada no outro campo. Na verdade, era justamente esse o caso.

No entanto, Askewell espremeu sua voz:

— Ainda não. Ainda não acabou. Estou bem aqui. Vitória para o império... para o futuro do império, eu vou segurar a vitória com estas mãos!

Rudel virou-se para Askewell com um leve murmúrio:

— Entendo, isso é lamentável.

Com o rugido de Sakuya, Rudel e Aleist abaixaram seus quadris. Sakuya e o dragão escuro colidiram um com o outro, a onda de choque criou um vento ao redor.

Com os dois se aproximando à distância, Askewell pulou nas costas de Sakuya, caminhando em direção aos cavaleiros dela.

Rudel com sua espada e escudo.

Aleist mudou a pegada em suas lâminas gêmeas, e nas costas de Sakuya, suas armas se encontraram.

— Vou fazer isto acabar.

Assim que Rudel disse isso, Askewell cerrou os dentes.

— Serei eu quem vai acabar com isso. Esta piada de mau gosto chamada destino... e a minha sina com vocês dois!


Nota

1 – A roda da Fortuna (em latim, rota fortunae) é um conceito oriundo da mitologia romana, popularizado durante a Idade Média e que faz referência à natureza caprichosa do destino. A roda (de fato, um timão) pertence à deusa Fortuna que a gira aleatoriamente, mudando assim a posição dos homens que se encontram sobre a roda e dando-lhes boa ou má sorte. Podendo a roda ser equiparada à vida, o homem tanto pode estar em cima (bem na sua vida) como de cabeça para baixo, tudo depende do destino ou da sorte ("fortuna"). O homem não pode fugir ao seu destino e na sua vida vai passando por muitas alterações, tanto pode estar "em cima" como "em baixo".



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