Farme! Brasileira

Autor(a): Zunnichi


Volume 2

Capítulo 75: Recompensas

Ninguém conseguiu ver o que aconteceu, tudo pelo simples fato dos dois ataques de Lucas absolutamente destruiram a paisagem numa questão de segundos.

A onda de vento que veio pelo mero impacto daqueles golpes quase derrubou o castelo em direção a lava, além de também fazer os quatro generais voarem para longe, impedindo-os de presenciar a cena.

Os arredores de Lucas eram uma grande cratera circular, o piso mais próximo à ele ficou completamente destruído. 

Quanto a Igibris, os dois golpes o jogaram muito além das nuvens, até mesmo dispersando a magia de nevasca no processo, o que abriu espaço para um lindo céu vermelho.

O rapaz contemplou a paisagem com uma das mãos na cintura, enquanto a outra mais parecia um pedaço molenga de filé de carne.

“Porra, logo o direito que ficou assim…” Ele revirou os olhos, já que o esquerdo estava num estado mais ou menos controlável. — E bora com poção pra dentro.

Pegou as diversas poções de cura dentro dos bolsos e largou em cima das feridas, que arderam e continuaram com hematomas mesmo depois de fecharem.

Seria meio complicado explicar para Amora mais tarde como ficou assim, mas não tinha o que fazer. Um barulho chegou ao seus ouvidos e ele levantou a cabeça.

O corpo de Igibris vinha em sua direção, espuma saia da boca do rei demônio e sua lança não podia ser vista. Lucas olhou para o lado, a tela permaneceu ali flutuando.

 

Você derrotou o Rei Demônio Igibris.

 

“Ainda bem que não matei ele, mas já que não tem mais nada pra fazer, não custa nada salvar ele.”

Com um salto, Lucas o pegou pela gola do terno e o trouxe ao chão como se carregasse um príncipe nos braços. 

A espuma não parava de sair e os olhos do rei demônio estavam para dentro da cabeça, mas ai já não era com ele… Na verdade, ele tinha bastante peso na consciência, então gastar algumas poções não faria mal.

Depois de banhar o rei demônio com diversas poções de cura, o rapaz caiu de bunda no chão e permitiu descansar um pouco. Perdeu noção de quantas horas vagou por aquele inferno, mas enfim terminou.

 

A missão foi concluída

 

Missão Divina: Lição Duradoura

Derrote o Chefe: 1/1

 

Lucas tocou no botão amarelo que apareceu abaixo da tela flutuante.

 

Recompensa Resgatada - Olho do Lorde de Sangue

 

Olho do Lorde de Sangue

Raridade: Lendário

 

O olho de uma entidade antiga e poderosa, mas que se esvaiu após uma dolorosa derrota. Aqueles que possuem este olho são abençoados e amaldiçoados a carregarem um fardo poderoso e eterno, muitos encontram sua ruína ao darem as mãos com o Lorde de Sangue. O símbolo de cruz é o fardo que o usuário deve carregar para ser digno de usá-lo.

 

Magias gastam menos energia para serem conjuradas.

 

Magias Disponíveis: Agonia do Abismo, Resiliência Infernal, Demonificação.

 

Dá a habilidade Hematomancia

 

Dá a habilidade Grandioso Prestígio

 

Dá a habilidade Imunidade a Controle Mental

 

Hematomancia

 

Permite criar as próprias magias e feitiços baseadas em sangue. O usuário deve usar seu próprio sangue para conjurá-las, a quantia gasta é de acordo com a força e a disponibilidade de sangue. O usuário também adquire um sangue único, o que impede que seja controlado, alterado ou envenenado.

 

Grandioso Prestígio

 

A natureza do Lorde do Sangue permanece nesse olho. Invoca uma grande cruz de chamas que causa dano e recupera parte dos ferimentos do usuário, além de tirar condições anormais que esteja o afligindo.

 

Imunidade a Controle Mental

 

Torna-o imune a magias, habilidades, feitiços e efeitos relacionados a mudança psicológica de quaisquer naturezas e elementos.

 

Agonia do Abismo

Feitiço de 4° nível.

 

Uma magia que traz o sofrimento dos maiores pecadores de todos os tempos, selados em diversas correntes que aprisionam o alvo escolhido e o torturam por meio de espinhos de sangue.

 

Resiliência Infernal

Feitiço de 4° nível.

 

Oferece ao usuário uma parcela de força dos mais poderosos seres do abismo, ao custo de uma parcela da sanidade.

 

Demonificação

Feitiço de 5° nível.

 

O indivíduo é possuído pela vontade do Lorde de Sangue, recebendo grandes bençãos dele, mas também passa a ser controlado pela entidade. A pessoa é retransformada e tem sua natureza também mudada, sendo levada pelos instintos e desejos mais do que qualquer coisa, ao mesmo tempo que passa a carregar uma grande dor.

 

“Foda… Espera, o Igibris não usou essa última magia, eu acho… ou será que aquela mudança de forma era o que esse negócio dava? Não tem como saber, vou perguntar quando ele acordar. Aliás, cadê o item?”

Ele olhou em volta, talvez imaginando que tivesse caído em algum lugar, só para sentir uma ardência nas palpebras. Coçou o olho, mas uma queimação impediu de tocá-lo.

— Pera, já tá na minha cara?! Desativa isso!

 

O Olho do Lorde de Sangue foi desativado.

 

Lucas tocou de novo o lugar, não queimava mais e podia encostar livremente. Estava com medo do que aquilo poderia fazer, levando em conta que seu inimigo também o usava.

Uma nova tela surgiu ao seu lado. 

 

Pela conquista de ter derrotado o soberano deste território, atualmente a autoridade é repassada a você, Rei Demônio Lucas.

 

— Eu virei o rei demônio? Coisa estranha, mas não deve ter nada de ruim, né?

 

Por ter realizado o desejo do deus Apolo, uma recompensa extra foi adicionada. 

5.000 unidades foram depositadas em sua conta da Loja dos Heróis.

 

— Uhhh, assim que é bom!  E ainda tenho a benção, daora.

 

A Masmorra Vulcão Infernal foi concluída.

A dungeon foi transformada num lugar egro permanente.

Este lugar não será afetado caso um reset imposto. Tudo o que estiver aqui, juntamente com qualquer pessoa, exceto aquelas da dimensão original do usuário, permanecerá da mesma forma que foi deixado

 

— Ah, é a mesma coisa de antes, então quer dizer que posso alternar entre as duas, ótimo…

 

Uma segunda região independente foi identificada.

União de dungeons iniciada. . .

 

Lucas ergueu ambas as sobrancelhas ao ler a mensagem, mas quando virou para observar o horizonte, ele pôde entender melhor o que aquilo significava.

Uma parte que antes era ocupada por névoa foi se abrindo para um caminho construído entre as árvores de obsidiana, mas no meio do caminho a estética ao redor mudava por completo.

Havia diversos pinheiros, um grande lago com uma cabana, uma casinha no topo de uma colina e elfos andando livremente dentro da floresta que ficaram a um passo de morrer do coração.

Lucas suspirou, a culpa de tudo isso seria sua e ele teria as devidas palavras com os demais para explicar a situação, mas isso com certeza viraria um problemão mais tarde.

— Amooorrr!!! — gritou Lilith, saltando nas costas do garotão e o abraçando com os braços e pernas. — Eu sabia que você ia conseguir, gostosão! Há, esse rei demônio brocha nem deu pro gasto!

— É meio maldoso da sua parte falar essas coisas… — Ele esticou a cabeça e a pegou pela cabeça, tirando-a de perto. — Por favor, não seja grudenta.

— Ahhh! Mas eu quero ficar perto de você, vai, deixa a gente dar pelo menos uns amassos…

— Pelo amor de Deus, eu quero descansar nem que seja um pouco…

— Tá, a gente se pega mais tarde então!

Lilith obedientemente desistiu, abanando o rabo como um cachorrinho e enrolando os cachos no cabelo parafusado igual a uma menina apaixonada.

Lucas revirou os olhos e olhou para o castelo, apenas para se deparar com os outros três generais demônios ajoelhados à sua frente, exceto Philomeu, cuja única escolha foi ficar deitado de barriga pra baixo no chão.

— Nós juramos lealdade ao novo rei demônio! — disseram em uníssono.

Aegis e Krevo bateram palmas, enquanto Philomeu estalou a língua para simular uma batida de palmas, mas foi uma imitação horrível.

— Valeu, eu não quero o cargo. — Ele recusou com um abano de mão breve. — O Igibris ainda tá vivo, ele pode ficar com isso.

— O-o que?! — Os quatro arregalaram os olhos, cada um mantendo pensamentos absurdos para si próprio sobre o motivo da recusa.

— Eu não quero ter mais trabalho do que já tenho, entenderam? Ajudem o cara aqui no chão a se recuperar, e foi mal ter feito o que fiz, fui mandado. A única coisa na minha cabeça agora é explicar como vocês pararam aqui pra aqueles caras lá embaixo…

Enquanto conversavam, os elfos de gelo pegaram suas armas e estavam a caminho do vulcão, Lucas via-os dali como um monte de pontinhos azulados num quadro vermelho.

O rapaz disse para esperarem por um momento, e que não era para enviarem nenhum demônio falar com os convidados. Eram amigos seus, e ele não toleraria nenhum tipo de problema.

Lucas pulou e deslizou ladeira abaixo, sua falta de força reduziu bastante da sua velocidade, mas deu tempo de chegar e recepcionar seus amigos.

À frente de todos os elfos, estavam Hurrto, Trewmin e Solein. O ferreiro tinha uma armadura de placas sobre os ombros e um martelo pesado com uma aura de gelo nas partes metálicas.

O ancião dos elfos carregava somente um cajado, sem nenhuma armadura por baixo, e seus olhos pareciam centrados em conjurar uma magia a cada tantos passos.

Por último, Solein estava protegida por um peitoral de couro, semelhante à armadura detonada de Lucas, levando consigo uma rapieira de guarda em formato de floco de neve e com um cajado de madeira nas costas.

O garoto ficou bastante impressionado com a vista, tanto que quando chegou na frente de todos, a grande maioria tomou um susto e sentiram o coração querer sair pela boca.

Tremwin, o coitado do velho, desmaiou na mesma hora que o viu, tendo que ser socorrido por um grupo de elfos e levado de volta a vila para ter os devidos cuidados.

Quanto a Hurrto, ele arregalou os olhos e teve uma sensação semelhante a levar um soco forte no estômago quando o encontrou com sua preciosa armadura toda abarrotada.

Por último, Solein. Ela não esbanjou nenhuma reação grandiosa, apenas puxou bastante ar e o deixou sair pelo nariz, passando a mão no rosto para desmanchar o semblante sério.

— Eu devia ter esperado que era algo seu… Você nunca para de surpreender a gente.

— É… Foi mal, eu não esperava que desse nisso, ha… haha…

Lucas deu um passo em frente, sua cabeça pesou para o lado. O efeito colateral de liberar tanto potencial de uma vez estava tomando conta dos seus músculos.

Por mais que não tivesse usado as pernas ou outras partes do seu corpo, meramente desbloquear algo além de seu limite ainda o afetava de um jeito ou de outro.

Ele deu um passo bambo para frente, sua visão enturvou. Solein andou para evitar que ele caísse ao dar mais um passo, afagando seu cabelo e o apertando.

— Não me aperta, tá doendo…

— Ah! Desculpa, não sabia. — Ela corou, olhando para um canto aleatório como forma de evitar a vergonha. — Você deve estar muito cansado, pode dormir um pouco.

— Ainda tem o treino do Amora, não posso dormir…

— Se você dormir, pode ser que não haja treino. Tenho certeza que ele entenderia.

— Entenderia…? — Sua visão escureceu um pouco, Lucas estava ficando grogue por causa do cansaço. — É… eu acho que ficaria…

Piscou uma, duas e três vezes para se manter de pé, mas foi inútil. A fadiga estava tomando conta de seu corpo, abusar demais das habilidades e feitiços ocasionaram nisso.

Agora que a rajada de adrenalina passou, nada poderia evitar que o peso recaísse em sua mente e costas, especialmente depois de vivenciar tanta coisa num curto período de tempo.

Lucas desistiu de resistir e se entregou, querendo mais do que tudo dormir e despertar no dia seguinte com um radiante sol no céu.

Ele ainda se preocupava com o contato dos elfos e os demônios, mas, talvez pudesse deixar isso pra depois. Antes de adormecer, mais telas surgiram diante de seus olhos.

 

O deus Apolo se agrada bastante com o resultado que você demonstrou.

A deusa Artemis se agrada bastante com o resultado que você demonstrou.

O deus Hrymir se agrada bastante com o resultado que você demonstrou.

 

A atenção das entidades recai sobre você.



Comentários