Volume 1
Capítulo 25.1: A Arcanjo Inerte
29 de Janeiro de 4818 - Continente de Origoras, Cidade-Estado de Palas, 28° andar de Olympia
Com os fios dourados super embaraçados, Taeka levantou seu corpo preguiçosamente da cama gigantesca, pertencente, para sua infelicidade, apenas a ela. Era a primeira vez em cerca de quatro meses que a usou por uma noite completa — o exame prático da Longinus era o único período do ano em que tinha a liberdade de escolher não participar das reuniões exaustivas junto à nobreza de diversos países. Para aqueles que não a conheciam em sua intimidade, vê-la sem a maquiagem alaranjada sob os olhos, deixando as olheiras gigantescas à mostra, seria estranho.
Estava tão acostumada a acordar cedo que nem desligando o despertador fora capaz de repousar até mais tarde. Não só não conseguiu como também não poderia naquele dia, lembrou-se, ao encarar o calendário de sua mesa de cabeceira. Rabiscado em noventa por cento de sua extensão, era tomado por frases ou palavras curtas: “jantar Cadeiras”, “Conselho”, dentre outras. Números miúdos estavam logo ao lado de cada rasura sobre o papel.
Cada uma delas representava um evento a ser atendido, mas um em especial se destacava aos seus olhos, marcado em tinta vermelha para aquele dia. Um pesaroso suspiro escapou por entre os lábios rosados pouco antes dela impulsionar-se para fora do colchão. Pela claridade que adentrava a ampla janela do quarto, não tinha tanto tempo assim.
— Certo, vamos lá.
29 de Janeiro de 4818 - Continente de Origoras, Cidade-Estado de Palas, Salão dos Reis
O sol ainda se erguia timidamente no leste quando o homem adentrou pelas portas em tons claros do salão. Para a surpresa dele, foi recebido por um grupo considerável de mulheres e homens, todos sentados à enorme e refinada mesa redonda de madeira. Subir 5 andares daquela torre após cruzar quase 2 continentes inteiros para estar ali não o preparou para a visão de quase todos os assentos estarem devidamente ocupados. “Vou contar isso pra Kurai mais tarde.”
Raiju Jigoku, o rei de Orbisla, saudou-os com um caloroso aceno antes de se dirigir ao seu ponto na mesa, entre um homem igualmente parrudo de cabelos azuis e uma mulher anã de cabelos negros e expressão neutra.
— Que raridade estarmos todos aqui — destacou Raiju, largado em seu assento. — Há quanto tempo isso não ocorre, eu me pergunto?
— Com certeza há pelo menos meia década. Insistiam em marcar as provas durante o Luau da Cachoeira, então nunca podia vir.
— Ora, Seika, sabe que não era por mal! Era só a data mais conveniente… — disse a mulher ruiva ao lado da interlocutora anterior. — É uma pena Yoko necessitar de mim durante esse começo de ano, sinto saudades de observar a escadaria ao céu se formar.
A governante de Caelio fez um biquinho bem fofo em retaliação. Seus pares não esperavam maturidade dela, contudo — fosse por sua idade ou pela criação, Seika podia ser um tanto infantil, por vezes. Em conjunto à sequência de infelizes coincidências que a deixaram de fora daquele evento praticamente desde sua coroação, Raiju compreendia o pensamento de que era uma sabotagem deliberada à participação dela.
Kyouka Kan’uchi tentava, em vão, convencê-la a se portar com elegância diante da situação. Em respeito à longa amizade que uma vez teve com a finada rainha e mãe da garota, a líder solana tomou a responsabilidade de “educar”, por assim dizer, Seika nas artes da política. Esforço esse que vinha se mostrando pouco efetivo perante ao comportamento intempestivo da jovem.
Interações em núcleos isolados pela mesa eram a forma dos reis se entreterem enquanto a Líder Suprema não lhes dava o ar da graça. Alguns conversavam sobre o nunca antes visto atraso da Guardiã, ao passo que outros discutiam temas recentes para se atualizarem sobre novos ângulos de negociação entre suas terras. Se observados de longe, as particularidades de cada um eram muito mais destacadas do que os pontos em comum entre eles.
— A colheita de Dracone deste ano está com bons frutos — disse Shihan, em alto e bom som. — E você, Kan’uchi, conseguiu algo além de sua filha para o exame?
Como o esperado, não demorou muito para a anual discussão entre Helias e Yggdrasil ser provocada por Shihan. Todos aprumaram-se em suas poltronas, atentos aos próximos instantes que seriam decisivos ao melhor momento daquela manhã. Reuniões com a Executora Silenciosa e a Couraça Púrpura eram sempre um espetáculo político interessante, regado a falas extremamente rudes cobertas pela doçura da etiqueta.
O cabelo vermelho como pôr-do-sol de Kyouka tremulou com o movimento brusco e inatural que sua cabeça fez na direção do rival. Pareceu refletir, aos olhos dele, sobre todo tipo de ofensa que poderia utilizar se estivessem a sós — na frente dos outros governantes, porém, a mulher se limitou a abrir um sorriso sem dentes macabro e apontar o seu leque na direção dele.
— Mizuchiko… se acha que Helias depende de “boas safras” para se manter relevante, tenho pena do quão fundo teu reino decaíste — debochou a rainha. — Yoko e a filha dos Seiyama são minhas cartas favoritas este ano, mas temos muitos formidáveis alunos na Academia Real de Solane.
A veia saltada na testa de Shihan deu a vitória daquele primeiro embate à Kyouka, cujo sucesso em driblar sua provocação tirou alguns risos da mesa. Em uma situação daquelas, certos homens fraquejariam, mas o rei manteve pulso firme em sua compostura nobre. Mais do que ninguém, estava acostumado à maneira escorregadia da rainha do sol.
— Yggdrasil sempre entregou os melhores guerreiros deste continente. — Alisando sua barba, a mente dele flutuou para longe. — Uma pena que não tenhamos mais Tsuyoshi Shinwa conosco hoje. Ainda assim, meu filho e meus quatro alunos certamente passarão com excelência.
— Não subestime minha filha, Mizuchiko.
A voz grave feminina, cuja dona estava localizada alguns assentos à direita de Shihan, ecoou pelo salão. Mesmo sentada, Kizaki Kyotake ostentava uma altura considerável para uma mulher — seu físico definido era oculto pelo peitoral de bronze, que contrastava com os olhos verde-água e as vestes azuis. Como a mais velha Guardiã da mesa, as linhas de expressão dela eram bem visíveis ao assumir a face que fez, por tantas décadas, naquela mesma sala.
— Saiyami pode ter sido efetivada como coronel agora, mas o ranking dela já está bem acima do seu — prosseguiu a antiga rainha, arrumando as mechas de seu cabelo castanho-claro que delimitavam seu rosto. — Se Sua Alteza não levar a sério o exame, eu teria receio pelo sucesso dele.
— Minha sobrinha só é decente utilizando a Excalibur. Esta era de paz causa impressões distorcidas sobre o poder dos nossos, irmã.
Desta vez, foi um homem de cabelos brancos quem interrompeu a conversa, levantando-se de sua cadeira com um olhar de desprezo para sua parente mais velha. Uma aura vermelha-cornalina envolvia a pesada armadura de metal negro, e suas íris de mesmo tom que as de Kizaki a encararam com julgamento. Em um passe de mágica, ela se retraiu à sua posição inicial, quase que por instinto.
Diferente da intriga “amistosa”, por assim dizer, entre Shihan e Kyouka, o clima era bem mais pesado quando se tratava dos irmãos — o silêncio causado pela intimidação de Kotsuhi Kyotake, o líder do ramo principal da família, tornou o ambiente sufocante para quem estava acompanhando com atenção. Ainda que menos perturbador do que quando o monarca era o Guardião de Galahad, o Cavaleiro Santo, o desprezo na mensagem dele à sua irmã nunca era agradável de presenciar.
Enji Sekisuna não permitiria algo tão horrendo de permanecer no ar por tanto tempo.
— Ora, Majestade Kyotake… — começou, sorrindo para Kotsuhi enquanto esfregava as mãos. O peso do olhar voltou-se para ele. — Devo dizer que Sua Majestade Saiyami fez um excelente trabalho na pacificação recente de Harenaris. Eu não teria tanta facilidade em governar se não fossem os imensos esforços da senhorita.
— Que seja, Sekisuna. — O governante não deu espaço para uma aproximação mais amigável. — Estou impaciente com o atraso da Líder Suprema, qualquer outra discussão hoje não me interessa. Estou perdendo o precioso tempo que poderia ser usado em treinamentos.
— Seus problemas acabaram então, Kyotake.
Taeka cruzou a porta principal, para a surpresa dos reis e rainhas ali presentes, e pairou até sua devida cadeira de conforto. Um minuto foi necessário para que ela se ajustasse ao modelo do assento, devido à falta de costume de sentarem-se com mais frequência àquela mesa. Antes que Kotsuhi pudesse formular alguma resposta, a loira estalou os dedos.
Cálices, talheres e pratos surgiram diante de cada um dos convidados, bem como garrafas de bebidas, caras e diversas. Shihan reconheceu alguns dos rótulos como originários da mais famosa vinícola de Landalinis, Mov Chronus. Sem cerimônia alguma, Amaka Ryoujin, a única que percebeu antes da hora a chegada da comandante, pegou um dos frascos e se serviu.
— Peço desculpas pelo meu atraso. Em absoluta sinceridade, cometi o ingrato erro de desligar meus alarmes. — Taeka acendeu um cigarro com naturalidade. — Acordei há pouco mais de 20 minutos.
— Ora, estamos comemorando algo hoje? — debochou a rainha de Bellato, apreciando o sabor de seu cálice. — Com um vinho desse… não é mais um ano comum, presumo.
— Temos cinco jovens príncipes e princesas competindo neste exame. Achei de bom tom degustarmos algo mais sofisticado — a Líder respondeu, sem ligar para o tom ácido de sua colega. — Temos bons talentos também na lista de participantes, como a filha de Keishi e Togami.
A menção ao nome do garoto chamou a atenção de Kyouka, ancorada até então em seus próprios pensamentos — conhecia de vista a “pequena” Ayame, mas o outro nome não lhe era familiar de forma alguma. Os olhos amarelos se direcionaram tanto à Taeka quanto à Yumeko, a escriba usual dos encontros da realeza.
Pelas íris confusas da rainha de Helias, Chiwa tinha certeza de qual seria sua próxima pergunta e se antecipou.
— Togami é um dos plebeus rebeldes que capturamos em Yggdrasil. Escolhi-o para treinar comigo.
— Oh, bem que tive a impressão de que vi este nome em algum lugar. — Kyouka fechou os olhos para pensar. — Me pergunto de que tipo de garoto estamos falando. Se confiou sua filha para seguir com ele, acredito que seja um bom guerreiro e um rapaz digno.
O largo sorriso no rosto de Yumeko confirmou a teoria dela. Do ponto de vista de quem o treinou, poucos defeitos, além da falta de prática com supressão de mana e seu uso deliberado, poderiam ser descritos no arsenal de técnicas de Togami — mesmo sua habilidade de batalha era digna de nota para a idade.
Entretanto, a insistência dele em ocultar seu sobrenome e o fato de ser o Guardião de Metatron, a Mão de Deus, deixavam a mulher em dúvida sobre seu julgamento positivo. Apenas uma pessoa que conhecera antes fez um esforço parecido para manter sua identidade familiar em segredo, mesmo que em circunstâncias diferentes.
Um rapaz cuja personalidade, aparência e estilo eram totalmente opostos aos de Togami — seria até loucura compará-los. Como a governante justa que sempre foi e crente em sua opinião racional sobre o garoto, Yumeko reclinou-se em seu encosto já com as palavras adequadas na língua.
— Digamos que ele pode ser o nosso novo cristal a ser lapidado — constatou sem delongas. — Vocês o conhecerão em breve.
— Ele terá que passar pela General Kochiwa, Yumeko. — O homem ruivo ao lado da rainha, Asahi Koufuku, mostrou-se preocupado. — Sei que está junto da minha rosa e de sua filha, mas ainda não é confiança demais?
— Eu diria que é o contrário, Asahi.
Magnética como sempre, a voz de Taeka atraiu os olhares de todos, exceto Amaka — estava distraída demais com sua taça chique para prestar atenção. O dedo sendo enrolado em uma das mechas loiras era o sinal de que a mente da Guardiã de Neith trabalhava a todo vapor.
— Reiko e Hanako só passarão por conta dele. Como sabemos, o exame é mais rigoroso aos herdeiros — divagou a Líder, tragando mais um pouco de fumaça. — Se Togami fracassar em mostrar todo o potencial dele, nenhuma das duas passará.
29 de Janeiro de 4818 - Continente de Origoras, Reino de Alfheim, Lua das Fadas
— Tô vendo a ponte!
— Ei, não corre na frente! Mantenha a formação, Togami!
A mão livre de Reiko agarrou a gola da camiseta de seu amigo, impedindo-o de ir muito mais longe do que o permitido. Togami percebeu seu descuido, murmurando um pedido de desculpas baixo antes de erguer sua espada em posição novamente. “Essa foi quase”, pensou a princesa, permitindo o ar que prendia sem perceber sair.
O trio de candidatos havia retomado há pouco tempo seu caminho à noroeste, na direção que deveria estar a ponte que conectava a Cidade-Estado de Palas à Lua das Fadas. Para a surpresa deles, não demorou muito para conseguirem ver a estrutura colossal de magietras entre as árvores, se estendendo até o horizonte. Ao mesmo tempo que era um alívio terem aquela vista, não conseguiam relaxar de fato.
Havia um detalhe que os fazia manter a guarda alta: desde o primeiro encontro com Midorima Kochiwa, na tarde anterior, até aquele meio-dia atual, nenhum sinal da Guardiã de alto nível foi detectado por qualquer um deles. A aura dela seguiu em constante ocultação, apesar dos traços de batalhas que encontraram espalhados pelo caminho. Era como se a mulher fosse uma força divina invisível, eliminando todos que se atrevessem a passar por ela.
Isso levou o grupo a desenvolver aquela formação de combate que estavam seguindo religiosamente até então — Reiko e seu escudo na linha de frente, Togami no centro em estado de constante detecção mágica e Hanako atrás, sempre atenta às costas dos amigos. A tensão era insana, ao ponto que a princesa de Sophis não havia dito uma palavra sequer dentro na última hora.
— A General Kochiwa ainda não apareceu… o que será que tá rolando? — murmurou a ateniense.
— Será que dormiu? — O olhar de deboche de Reiko fez Togami se arrepender no instante seguinte de sua hipótese estúpida. — Tá, não tem como ser isso.
— Não faz sentido a ponte estar desprotegida. A Arcanjo Inerte é conhecida pela total falta de iniciativa… Ela não buscaria participantes para batalhar.
Dentro da mente de Hanako, diversas teorias construíam-se e quebravam-se com igual velocidade. O perigo podia não estar à vista e, ainda assim, estaria lá, independente do quanto ela desejasse o contrário. Essa era a única certeza da Guardiã de Titania em todo o tempo que pensou sobre o exame — estavam à mercê de fazerem seu melhor e orar que fosse o suficiente.
Seu pedido não foi atendido, contudo. O som nítido de uma flecha cortando o ar alcançou seus tímpanos, bem como o som do impacto dela contra o metal — pelo canto do olho, pôde ver que Reiko havia repelido o objeto com seu escudo, envolvendo Togami com o objeto redondo.
— Desta vez, você quem protege ele? — provocou a voz, vinda do mais puro nada. — Os Chiwa são conhecidos por sua capacidade de adaptação, mas neste ritmo? Talvez você seja algo a mais do que a senhora Yumeko.
Mais uma flecha foi disparada contra eles, desta vez vinda nas costas da ateniense. A lâmina brilhante do Guardião de Metatron moveu-se num flash para proteger sua companheira. “Um disparo para cada um de nós”, deduziu Hanako a partir do silêncio mortal que se fez após o bloqueio de Togami. Antes de Midorima ter a chance de atacá-los, uma barreira de troncos grossos fortificados por mana se ergueu nas costas da princesa das fadas.
— Malitiosa Lux.
Para a infelicidade deles, de nada serviu a proteção da faeri. A flecha de luz perfurou-a como se fosse feita de papel, atingindo diretamente o ombro direito de Hanako, cuja dor a fez largar o arco para cobrir a ferida. A magia de cura manifestou-se a partir da mão dela e alguns segundos depois, o único resquício de algum ataque era o buraco nas vestes.
A mana laranja-tangerina da herdeira de Alfheim demorou um pouco mais para se dissipar, algo que não passou despercebido por seus colegas. Antevendo as expressões de dúvida deles, a ruiva retomou sua posição de combate.
— Vocês não podem ser atingidos — murmurou, atenta a um possível novo disparo. — As flechas estão envenenadas, ainda que eu não saiba definir qual o tipo de toxina usada. Estou acostumada à sensação de ter uma correndo pelas minhas veias, então tenho certeza de que não é impressão.
— Essa informação é mais que suficiente pra mim. — Togami guardou a espada na bainha em sua cintura. — Reiko.
— Oi?
— Me protege rapidinho.
A Guardiã de Atena ficou confusa com o pedido repentino dele, embora tenha se aproximado com seu escudo. O garoto cruzou os braços em um xis, mantendo as palmas abertas, e seu corpo começou a emitir uma quantidade obscena de mana — mais do que quando Kai o desafiou em Sophis, como constatou Reiko. A densa camada circundou o trio até assumir a forma de um casulo, cuja camada oscilava como uma onda.
— Expurgo Reluzente!
Sem mais explicações, Shinwa estendeu os braços para os lados de maneira brusca, gesto ao qual sua magia respondeu à altura. Um bombardeio de milhares de orbes de luz, concentrados de energia, atingiu toda a extensão além da linha delimitada anteriormente, explodindo ao contato com qualquer superfície. A técnica de alto alcance deixou Hanako chocada, tamanha era a dimensão dos estragos quando o clarão inicial passou.
O fato dele não ter esgotado sua mana mesmo após a escala impressionante daquele ataque indiscriminado tornava sua impressão sobre ele muito mais absurda. Quando escutara de sua amiga que Togami era forte, não poderia imaginar que era algo tão irreal para a idade deles. Compreendia agora o motivo dele ter tanta dificuldade para suprimir sua mana.
O que havia presenciado ali era algo semelhante à Barragem Lírica, técnica de luz muito conhecida da Casa Real de Imerana. Mesmo que em escala menor e muito menos precisa, o conceito era idêntico ao original. E, a partir dos relatos de sua melhor amiga, Hanako tinha a certeza de que ele não fazia a menor ideia desta coincidência, o que a fazia acreditar que a única teoria válida é que ele pensou naquilo por si mesmo.
Perceber que ele não só o estoque mágico fora de série como um talento considerável para criar algo assim do zero fez Hanako sentir-se um completo fracasso. Diante do poderio de Shinwa, apenas um pequeno pedaço se preservou sem danos — nele, os cabelos castanho-claros da diminuta silhueta de Midorima Kochiwa tremulavam pelo choque de um orbe de luz com a barreira de mana que conjurou para se proteger.
— Agora que eu limpei seus esconderijos, que tal nos enfrentar de frente, general? — debochou o plebeu, com um sorriso.
— Você é bem… insolente, garoto.
A militar retesou seu arco, mantendo os olhos verdes puxados fixos nos heterocromáticos dele. Desta vez, não foi uma flecha que surgiu no fio da arma, mas sim dezenas de projéteis flutuantes, cujo alvo era obviamente Togami. A mana de Midorima, um azul turquesa que seria lindíssimo em um outro cenário menos agressivo, envolvia cada um dos objetos no ar.
— Vamos terminar isso rápido para eu poder cochilar mais um pouco.
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