Vol 1

Capítulo 1: A Recepcionista da Guilda

 

A recepcionista Alina Clover gostava das coisas pacíficas.

Ela não queria viver numa grande mansão, e não estava interessada em ficar rica ou em se casar por dinheiro. Não precisava de uma vida cheia de dramas ou de altos e baixos. Bastava-lhe ganhar a vida decentemente, desfrutar do seu tempo e ter dias tranquilos.

Foi por isso que escolheu trabalhar como recepcionista. O seu trabalho consistia em enviar aventureiros para masmorras perigosas. Além de ser estável e seguro, era uma posição no setor público, por isso nunca precisaria se preocupar em ser despedida ou perder o seu salário.

Sim, Alina havia assumido que lhe seria garantida uma vida pacífica no momento em que se tornasse recepcionista. Vestida com um uniforme fofinho, ela iria pegar leve enquanto os aventureiros arriscavam as suas vidas em masmorras perigosas, dia após dia. Ela demoraria o seu tempo com o trabalho de escritório e voltaria para casa quando acabasse tudo… Ou assim ela pensava. Até ao momento em que começou a trabalhar.

“Próximo, por favor!” Alina meio que gritou num tom agressivo que estava muito distante do ideal.

O seu longo cabelo preto estava desarrumado. A franja estava desalinhada, mas ela nem sequer teve tempo de a arrumar já que olhava ameaçadoramente para os aventureiros. 

Ela não se parecia nada com uma recepcionista refinada, que se demorava horas em seus trabalhos de escritório.

“Próximo!!! Por favor!!!” O grito de Alina passou por cima das cabeças dos aventureiros que se espremiam uns nos outros.

Mas ela não estava nem um pouco zangada. Os recepcionistas recebiam os pedidos de missões dos aventureiros com um sorriso antes de os mandar embora, no entanto, agora não era hora para ser tão amigável. Ela precisava de levantar a voz, ou não chegaria a lugar nenhum.

Havia uma série de guildas na grande cidade de Iffole, e o Iffole Counter era a maior delas. Neste momento, o sítio estava tão cheio de aventureiros que dar um único passo em frente era uma luta. Era tão turbulento como um campo de batalha.

Mas nessa guilda cheia de escritórios horrivelmente lotados, o único aventureiro que respondeu à chamada de Alina, aproximou-se da janela da recepção como se nada estivesse fora do normal.

“Então é finalmente a minha vez.”

Com uma armadura de ferro pesada fazendo barulho a cada passo, como se quisesse a exibir, o grande guerreiro aproximou-se. Um machado de batalha preto, brilhante e bem usado, estava nas suas costas, anunciando que ele era um aventureiro experiente.

“Ei, isso é...?”

“Não é o Ganz, a Lâmina Furiosa...?!”

“Whoa! Ele é uma elite da guilda! Esta é a primeira vez que eu o vejo!”

De repente, murmúrios se espalharam pela multidão de aventureiros quando eles perceberam quem ele era.

O homem a quem chamavam Ganz escondia o rosto com um elmo de ferro, mas o machado de batalha enegrecido que carregava revelou a sua identidade a Alina. Um sigilo mágico reconhecível com a forma de um sol estava gravado no seu machado de batalha, fazendo-o cintilar com uma luz pálida. Itens do seu calibre não podiam ser criados com as técnicas modernas. Era realmente um destaque dentre das armas produzidas em massa que estavam em circulação geral.

 

 

O seu machado era uma das armas mais bem classificadas: uma relíquia. Claro que nenhum aventureiro comum poderia carregar aquela coisa. Apenas alguém que tivesse enfrentado uma masmorra perigosa e derrotado monstros mortais possuiria um tesouro tão único.

Mas Alina não precisava de um objeto que chamasse a atenção para o reconhecer. Sendo uma recepcionista, ela estava em contacto com aventureiros todos os dias, ou seja, ela não teria como esquecer quem era o mais famoso deles, nem que tentasse.

Para de arrastar a bunda no chão e vem logo pra cááá! 

Foi tudo o que Alina pensou quando o viu indo em sua direção, amaldiçoando a sua má sorte o tempo todo. Havia mais quatro janelas de recepção além da dela.

 De todas as quais aquele velho fanfarrão poderia ir, por que é que tinha de ser a minha justamente quando estou tão ocupada? 

Algumas queixas desagradáveis passaram-lhe momentaneamente pela cabeça, mas ela não as deixou transparecer pelo seu sorriso de negócios*. Limitou-se a sacudir o cabelo despenteado e disse num tom de voz ligeiramente mais alto: 

“Bem-vindo. Por favor, escolha a missão que gostaria de aceitar”.

( N/T: Nos negócios, um sorriso pode transmitir interesse, confiança e acessibilidade. Ele também pode ajudar a criar confiança e relacionamento, além de fazer com que você pareça mais eficiente )

“Derrotar o chefe do segundo andar nas Ruínas Subterrâneas de Belfla, O Dragão do Inferno. Obrigado”.

Os aventureiros estavam todos a olhar para Ganz, fazendo “ÓÓÓÓÓ!” enquanto começaram a falar alto uns com os outros.

“O grupo de elite da guilda está finalmente a caminho para derrotar o chefão das Ruínas Subterrâneas!”

“Então eles estão trazendo os grandes nomes para limpar a masmorra...!”

“Não há nada que a Lâmina de Fogo Ganz não possa cortar!”

Ganz ficou a ouvir com satisfação durante algum tempo, inchando o peito de tal forma que o seu nariz apontava para o teto. Na sua armadura brilhava um brasão de duas espadas cruzadas. Essa era a insígnia dos Espada de Prata, um grupo de elite selecionado entre os mais poderosos aventureiros.

“Parece que as pessoas estão com altas expectativas sobre mim. Acho que faz sentido, pelo tempo que está demorando para limpar esta masmorra, com certeza esperavam que isso recaísse sobre o Espada de Prata.”

“Umm, sim, claro.” 

Alina ignorou-o casualmente enquanto preparava rapidamente o formulário da missão. Depois, com uma voz suave o suficiente para Ganz não ouvir, ela murmurou, “Eles estão demorando uma eternidade para passar por esta masmorra!”

“Huh?”

“Oh não, não é nada. Bem, então, participar num grupo de quatro membros requer um cartão de segunda classe, enquanto que para ir sozinho é necessário um cartão de primeira classe. Por favor, apresentem o vosso cartão e assinem o formulário da missão”.

 Alina deu as instruções habituais tão depressa como um trava-língua e empurrou-lhe o formulário da missão. Ela só queria que ele o preenchesse logo e fosse embora. Mas, por baixo do seu capacete de ferro, Ganz limitou-se a bufar de orgulho, sem fazer nenhum movimento. 

“Eu sou do Espada de Prata. Como recepcionista daqui, não deveria saber a minha classe sem ter de se dar ao trabalho de verificar o meu cartão de guilda?”

Tão irritanteeee!

“Claro, eu sei. Mas independente da tua classe, isso não muda o fato de que os aventureiros lidam sempre com o perigo” - Alina estava tentando se ficar calma para manter um sorriso estampando em seu rosto - “e o nosso trabalho como recepcionistas é evitar que se arrisquem desnecessariamente as suas vidas, confirmando se as suas capacidades são apropriadas para as masmorras onde entram. Pedir que vocês apresentem os cartões de guilda é a forma de mantermos todo mundo seguro”.

Alina obviamente conhecia o rank de Ganz. A relíquia arma battle-ax indicava claramente quem ele era. Armas consideradas relíquias eram criações de um antigo povo que diziam ter florescido neste continente antes de serem destruídos numa única noite.

Construídas com a incrível tecnologia dos antepassados, esta classe de armas
superava as suas contrapartes modernas tanto em poder de ataque como em durabilidade.

Ganz era o atacante da linha de frente do Espada de Prata. Ele tinha usado a sua relíquia para cortar inúmeros chefes em pedaços, exatamente como seu apelido Lâmina Furiosa implicava. Ele também tinha uma licença de aventureiro de segunda classe. Mas o regulamento estipulava que ela não podia atribuir missões a quem não tivesse apresentado seu cartão de guilda.

“Entendo… Ainda assim…”

Parece que Ganz ficou ligeiramente satisfeito com a explicação minuciosa e amável de Alina, enquanto tirava o capacete e o pousava no balcão com um
com um baque. Isto revelou um homem com feições profundas e uma barba espessa. 

“Que tal isto?”

“Por favor, apresente o seu cartão de guilda.”

“Eu me chamo Gan…”

“Por favor, apresente o seu cartão de guilda.”

“...”

“Por favor, apresente o seu cartão de guilda.”

[Mon: Pô mano, é só um cartão, passa logo meu…]
[Sol: Não! ]

Ela disse isso três vezes para garantir. Ganz finalmente cedeu e tirou o seu cartão de guilda. Ela não queria saber se ele era da elite ou se tinha um apelido famosinho. Alina tinha de passar por todos os muitos aventureiros que estavam à espera para receber as suas missões.

“...Hmph, um novato... Acho que tenho que fazer isso.”

Alina passou o olhar sobre o cartão prateado que ele colocou no balcão.

“Obrigada por apresentarem a sua licença. Bem, então, até ao nível dois com um grupo. Se tudo estiver correto, por favor assine o formulário de missão”.

Ela empurrou a caneta de pena e o formulário de missão para Ganz antes que ele pudesse protestar. Ganz parecia relutante enquanto assinava o formulário de missão.

“Tem uma boa aventura!” 

Aceitando o formulário que ele havia preenchido, Alina mostrou a Ganz o seu sorriso de negócios e atirou o formulário para a caixa ao seu lado.

Na verdade, ainda havia mais para preencher, mas depois de olhar para a longa e sinuosa fila atrás dele, decidiu que não havia tempo para isso.

“Desculpem a espera! O próximo, por favor!”


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Mon: Bom, leitores de plantão, eu espero muitíssimo que vocês gostem e que aproveitem bastante essa obra agora traduzida em pt-br. E é isso mesmo. Bye bye e até o próximo capítulo!!! 

Sol: Fala galera, tranquilos? Eu e a mon vamos começar a traduzir essa obra maravilhosa! Espero que gostem.

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