Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 1

Capítulo 32: Floki de Novo

A primeira coisa que San fez: se aproximar e perguntar:

— O que aconteceu?

Emma Tava hesitante em falar, evitava contato visual e batia o pé repetidas vezes. Pressionada pelo olhar e sabendo que teria de contar, falou:

— Fiz algo errado.

Apertando os punhos fortemente, ao ponto de deixar o nó dos dedos brancos, perguntou:

— Como assim?

Vendo a expressão séria, ela ficou com medo.

— Eu falo, mas tem que prometer o deixar vivo, e nem pense em falar pro meu irmão.

Segurando o ar ao máximo e depois soltando, tentou se acalmar.

— Qual é, sou da paz, só me conta o que aconteceu.

Demorou um tempo, engolindo o choro e se preparando.

— Trabalho em um bar no bairro rico. O dono era um cara legal no início. Contudo, recentemente tem mostrado um lado diferente, estressado e violento. As outras funcionárias dizem ser normal.

— Tendi, deveríamos conversar com ele e resolvermos isso.

— Ei, e quanto ao nosso acordo?

— Só quero conversar, de homem para homem. Dei a minha palavra, nada de morte, sou um cara legal.

— Você…

— Emma, um trabalho deve ser um lugar sem violência. Precisamos dar um jeito nisso.

Recebendo um aceno positivo, a mandou deitar, prometendo que iria resolver. Tendo certeza que dormia, foi até a rua, em direção ao restaurante.

Bravo seria eufemismo para descrever o sentimento de San. Suas mãos se apertavam tanto que suas unhas cortavam a pele. Os ombros tensos, olhos injetados de raiva e a essência percorrendo seu corpo selvagemente.

Emma estava na sua responsabilidade, no seu teto. Só de imaginar o que ela passou, piorava. No caminho, seus pensamentos se tornavam altos, impossíveis de ignorar.

“Quanto tempo isso tem acontecido? É a primeira vez? E aquilo que Emma disse: ‘Fiz algo errado.’ Significava que realmente achava ter merecido aquilo.”

***

Já era de madrugada, onde alguns dormiam, Jeffrey se divertia. Bebia todas e exibia a quantidade de dinheiro. Tava nessa há horas, sua camisa branca manchada de vinho, o corpo gordo quase a rasgando, um bigode bem feito manchado de comida e cabelo desarrumado. Quando achou que já tinha exagerado, parou em um beco, vomitando tudo em uma parede.

Um pouco sóbrio, andou cambaleando, batendo nas latas de lixos. A uns passos na frente, um jovem arrastava os pés com uma garrafa pela metade.

Seus passos eram desengonçados, e olhava sempre o chão. Ignorado, simplesmente continuou.

Ao dar um passo de distância, o jovem levantou a garrafa rapidamente, batendo contra a nuca dele e se estilhaçando. Sem entender o que acontecia, conseguiu apoiar na parede, impedindo de cair.

Antes de levantar e estabilizar, teve o pescoço agarrado e forçado contra a parede, vendo o rosto do seu atacante. Era jovem, olheiras grandes, um cabelo escuro combinando perfeitamente as sombras ao redor e uma cicatriz passando por baixo dos olhos azuis fortes.

— E-eu imploro, te dou dinheiro, qualquer coisa, me deixa ir.

— Nossa, quanta generosidade. Porém, não é nisso que vim, me chamo San.

Só de encarar aquele rosto gordo o deixava irritado, dando um soco forte na barriga, o fez vomitar no chão de novo.

As mãos no chão, seus olhos vagueavam. Enquanto processava aquilo, a voz de San soou calma:

— Deve estar se perguntando o porquê de isso acontecer. Simples, machucou alguém importante.

— O-o quê?

— Ah, odeio quando tô falando e só eu sei do que é. Tá legal, sou amigo da Emma. Sabe, a garota que tu bateu.

Juntando as peças, pôs de joelho e as mãos abaixadas.

— Me desculpe, fiquei estressado e descontei.

Não aguentando, deu um chute no seu peito, depois em partes variadas. Se assegurando, parou, mesmo querendo repetir, fez uma promessa.

— De joelhos. — Sua voz era fria, faltando emoção.

Com dificuldade, fez o ordenado. Se tremia e dava para ver em seu rosto, pretendendo gritar por ajuda, porém, sabia que ninguém viria, pra que se arriscar por um desconhecido?

San queria dar medo, que perturbasse esse homem até os ossos, para nunca mais ter coragem de repetir. Estendeu o dedo e uma esfera de energia azul surgiu.

Os olhos de San se tornaram um vermelho vivo. Sem hesitar, atirou nas coxas gordas de Jeffrey. Gritou, só que ninguém veio ao seu resgate. Se abaixando na altura dos olhos dele, falou:

— Vai ser assim, se eu descobrir que bateu nela, encostou, se até pensou. Eu volto, e juro, eu te mato. Claro, numa grande dose de dor.

— O-obrigado, juro que irei aproveitar essa oportunidade.

— Bom. Mas, você causou um trauma na Emma, pra começar, dará um aumento. Espera! Há, irá dar um aumento a todas que já levantou a mão.

— Sim senhor.

Se afastando, San terminou em um último aviso:

— Tem sorte que o irmão dela está ocupado, seria morto espancado.

Dando uma última olhada nele, se parabenizou por ter se assegurado. Nem um ferimento no seu rosto, tudo em lugares onde Emma era incapaz de saber.

***

No dia seguinte, teve uma conversa com Emma. Explicou assuntos básicos no trabalho, e pediu que o deixasse informado. Tudo certo, as duas saíram de casa o deixando sozinho.

Finalmente, tendo privacidade, iniciou sua rotina de exercícios. Começou simples, polichinelo e aquecimento; preparado, mudou para as técnicas de luta.

Eram complexas, difíceis de aprender, e algumas forçavam muito o físico, principalmente na parte da flexibilidade. Após duas horas, pingando suor, tomou um banho.

Sua evolução tava em um bom ritmo. Na sua perspectiva, estava lento, considerando o perigo da situação. Pensou em prosseguir treinando, independente do corpo implorar parar.

No entanto, sabia que, se exagerasse, seria ruim depois. Tendo de esperar, amaldiçoou o seu poder. Podia roubar a habilidade e até uma parte da essência, entretanto, sua fisionomia continuava sendo o de um comum.

— Sacro, e se o meu próximo poder for um que melhora meu físico?

— Seria um jeito de contornar o seu problema, só que, achar um desse é complicado. Precisaria um incluindo tudo, desde força, resistência, velocidade, etc.

— Por que seria complicado?

— Normalmente, nos poderes físicos, só têm uma aptidão melhorada, tipo seu amigo Leo da resistência. Um cobrindo todos será desafiador. Para piorar, não tem como saber se o alvo tem realmente um poder desses.

— Então é possível.

— Sim, só mais um problema. Tem habilidades ativas constantemente sem gastar essência; outras gastam ao usar. Se escolher errado, terá um fardo grande de manter.

— Que saco, ainda tenho de escolher uma pessoa ruim para matar.

Se jogando no sofá, releu o livro pela centésima vez. Na metade, alguém bateu na porta. Um arrepio percorreu o corpo, “Mutante, Leo?” o nervosismo cresceu. Ao abrir, revelou Floki, seu sorriso de sempre.

— San! Meu melhor amigo. — falou indo direto a um abraço.

Desviando, o encarou. O cara era igual às últimas vezes, camiseta verde, bermudas azuis, cabelo desarrumado e deixando uma barba crescer.

— O que quer, Floki?

— Um amigo precisa de uma desculpa para visitar?

— Tá legal, deixa eu adivinhar. Suas flores estelares devem tá acabando ou já acabou, e quer descobrir a forma de as cultivar.

— Olha, tem outros motivos, infelizmente esse é um desses.

— Lembra o que eu te disse? Pra eu te contar, teremos que fazer um contrato, e 5% do lucro é meu. E, quero adicionar uma coisa, me conte um segredo, um tão ruim quanto o meu, assim ficamos justos.

— Qual é, de novo isso?

— Bem, por uma certa pessoa ter me enviado pra morte, é difícil de confiar.

— Já me desculpei e…

Antes de poder terminar a frase, seus olhos brilharam de alegria, olhando Garmir, dormindo tranquilamente. Seu ferimento já curado completamente a tempos e crescia rapidamente.

— Você o pegou.

“Merda, o cara viu. Bem, já era.”

— Fiz dele meu familiar.

— O quê!! E a mãe?

— Ela me deu permissão. Agora, vamos falar do acordo.

Ignorando San, se aproximou do filhote, o analisando de todos os ângulos. Garmin acordou sentindo algo estranho. Levantando a cabeça e vendo o humano irritante, mostrou os dentes.

Quando fez isso, Floki pôs os dedos na sua boca e abriu contando os dentes. Garmir pedia por socorro ao San, que também estava curioso do porquê daquilo.

— O que tá fazendo?

— Sabe o que ele é?

— Sei.

— Legal, tem um cão do inferno de familiar. — falou cuidando as expressões de San.

— Sim, como você o conhece?

— Interessante, é mais inteligente do que eu esperava. Ah, bem, tive uma época que fiquei viciado nos assuntos relacionados ao inferno.

— Legal, me fala sobre a raça dele?

— Cães do inferno são criaturas subordinadas de demônios. Quando o contrato de alguém expira, sua alma é pega e enviada diretamente ao inferno. São extremamente leais e poderosos.

— O que acha do Garmir?

— Tive poucas oportunidades de ver um pessoalmente, mas considerando os livros, é impressionante. Está saudável e forte, porém, falta treinamento.

— De que tipo?

— Até a sua raça, uma muito forte, necessita de experiência. São famosos pelas suas caças, deveria o levar para fora.

Garmir se animou ouvindo aquilo, seu rabo abanando freneticamente com novos olhos a Floki.

— Boa ideia, tem ficado desanimado ultimamente, tava pensei numa solução.

— Tá, e o acordo, me diz os requisitos.

— Quero uma informação sua que te ferre se descobrirem. Uma coisa grande, só pra constar.

Floki ficou quieto, pensando no que revelar. San se preparou para tudo, e claro, duvidar.

Soltando um suspiro, olhou San com um olhar sério, raro de acontecer.

— Tá legal, sendo melhores amigos, devemos contar segredos.

Quieto por um tempo, tentou criar coragem de falar. Preparado, falou baixo, como se tivesse medo que fosse escutado:

— Sou um bastardo de uma das grandes famílias.

“Ah, tá me zoando. Quais são as chances de três pessoas envolvendo as grandes famílias estarem na mesma cidade?” San tava duvidoso, Floki completou:

— O nome deles é Portum. Se focam em teletransporte, e os fiz pensar que estou morto.

— Por que fugiu?

— Se eu despertasse sem o teleporte, poderia viver uma vida normal; infelizmente, já sabe o resultado.

— E fugiu de uma família inteira de gente teleportando?

— Ei! Só eu respondendo às perguntas é injusto.

— Sou filho de um serial killer, matei e roubei um poder; acho que já tá bom.

— E eu já falei o suficiente, se quiser o restante, quero informações de você.

Pensando um pouco, concordou; sua lógica era: “O que é um peido pra quem tá cagado.”

— Pergunta.

— Tem contato com seu pai?

— Não e nem quero. Como fugiu?

— Me joguei de um penhasco, achei que fosse morrer; por sorte do destino, meu segundo poder me salvou. Quantas habilidades já tem?

— Uma. Nem procuraram seu corpo?

— Sim, e recebi ajuda; acharam que fui devorado. Gosta do seu pai?

— Parece que gosto? Por mim, morra e vou comemorar. O que fará com as flores?

— Pretendo concentrar o efeito e melhorá-lo. Por que odeia o seu pai?

— Separou minha família e depois nos abandonou. Quer criar uma droga alucinógena, quem é o público-alvo?

— Habilidades que envolvem visões, alguns são impulsionam a base de drogas. Aposto que seu pai teve um bom motivo, já perguntou?

— Qual é o teu problema cara? Pra que essas perguntas?

— Ah, bem, imaginei que gostasse dele. Considerando tudo.

— Tudo?

— É, matar pessoas ruins, salvar os oprimidos.

— Do que tá falando? É um assassino.

Os dois se olharam surpresos, tentando adivinhar o que o outro está falando.

— Espera! Não sabe porque ele é um assassino?

— Sei que começou numa vingança pela família destruída. Entretanto, depois tomou um caminho diferente, matando mutantes inocentes só pra roubar o poder.

— Por aí, mas a internet e as reportagens escondem a verdade.

 

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