Ladrão de Poderes Brasileira

Autor(a): Crowley


Volume 1

Capítulo 46: Uma Casa Interessante

San ao longe, observava o grupo andar, analisando os perigos e possíveis oportunidades. Seu foco sendo sempre Gus, e independente de ter uma boa armadura, um machado bestial e habilidade de resistência, designou outro o tank do grupo e ficar na frente.

O substituto era um homem de aparência mediana, usando uma espada de arma, ferimentos o cobriam por completo, e a exaustão quase vencendo. Independente disso, Gus pressionava a seguir em frente.

Durante período de tempo, encontraram dois grupos, prestes a os convidar a entrar no seu, descobriram ser apenas pessoas comuns fugindo do perigo. Na hora, Gus os rejeitou, dizendo serem apenas pesos mortos. Sem poder contestar, só obedeceram.

Nessa hora, San descobriu o motivo de Leo entrar no grupo, mesmo estando junto a duas garotas normais. Agarrando um machado catado de um corpo no chão, era o principal meio de ataque, indo em frente em todas as ocasiões, resultando, em ferimentos acumulados.

San ficou tentado a simplesmente chegar perto deles e dar um fim no tirano. Porém, se fizesse isso, a probabilidade dos mutantes o atacar era alta. Sendo um líder ruim e realizando praticamente nada, ainda achavam que conseguiriam se salvar com a base segura prometida.

“Preciso atraí-lo num lugar isolado. Também tomar cuidado em evitar chamar atenção.” San já tinha a ideia; agora, faltava formar um plano. Em circunstâncias dessas, onde monstros andavam livres, um membro do grupo, principalmente o líder, se afastar, seria corajoso ou burrice.

Decidiu esperar, alguma hora, iria vir uma chance, e a tomaria.

Leo mancava e ofegava; um ferimento na testa derrubava sangue na lateral da cabeça. Por sorte, já havia secado, só incomodava ao mover. Olhando à frente num olhar irritado, só pensava em uma coisa: “Matar o Gus de qualquer jeito.”

Ao avistar o amigo, planejou o ajudar; no entanto, nada vinha, e nas horas passadas, pensava em matá-lo por conta própria. Juntos há um bom tempo, andando e matando tudo na frente, seu corpo piorava, e o medo de que, se deixasse o cansaço o dominar, abrir os olhos seria apenas um sonho, enquanto aquele homem estava em ótima condição.

Virando a esquina, Maria, uma garota de vinte anos, ergueu a mão. Todos pararam; em segundos, levantou o dedo apontando à frente.

Prestaram atenção; em segundos, monstros corcundas, rostos grotescos e segurando bastões surgiram. Ao verem humanos, pularam animados, gritando semelhante a homens das cavernas e comemorando a carne fresca.

Eram um total de cinco; por serem iguais a animais, nem montaram uma estratégia, e um correu à frente. O tank do grupo preparou a espada, Leo atrás esperando.

O monstro veio rápido, balançando seu bastão ao primeiro humano visto. Desviando-se, jogando-se ao lado, em um movimento desajeitado, cravou a espada no peito.

Animado, abriu um sorriso e ia tirar a espada; nesse momento, se prendeu. Ao virar a cabeça, outra besta corria na sua direção. Para sua sorte, Leo apareceu rapidamente e interceptou o ataque, balançando sua arma ao máximo, acertou o pescoço o decapitando.

Aproveitando a distância, o primeiro a entrar na sua linha de visão, Leo arremessou o machado, cravando fundo e matando-o na hora. Correndo pegar sua arma, outro já havia tava perto.

Em um movimento, pegou o bastão de um no chão e ergueu contra o do monstro. Sendo a primeira vez, ativou seu poder de força aumentada e acertou a arma do inimigo, a partindo ao meio e o derrubando no chão. Antes de ter tempo de levantar, Leo, impiedosamente, derrubou contra seu rosto, o esmagando no asfalto.

Girando a cabeça, viu o companheiro matando o seu; porém, cometeu um erro e o acertaram no peito, sendo jogado no chão. Podendo focar em si, fechou a mão ruim; em vão, só sentia dormência e uma dor enorme. Nem sabia se, exagerando tanto, a moveria novamente.

“Uma mão pela minha vida e das minhas irmãs, há, um preço pequeno.” Pensando ter saindo no ganho, voltou ao grupo, ignorando os elogios dos colegas e falou:

— Vamos descansar. — Terminou sentando em um pedaço de pedregulho grande no chão.

— Eu decido. — Gus, com um olhar severo, o repreendeu.

— Certo, líder, qual a sugestão? — Tentou falar escondendo a raiva.

Colocando o dedo no queixo, considerou e falou:

— Posso continuar.

“Claro, um inútil como você, fica aí parado mesmo tendo um poder forte e uma arma legal, faria isso o dia inteiro. Seu merda, se eu soubesse que era assim tão insuportável, me juntava ao San e te matava. Que ódio desse cara!”

E Gus prosseguiu:

— Bem, sou um superior legal, considero vocês, vamos parar aqui.

Em uníssono, suspiraram de alívio, alegres por, após inúmeras horas, terem um descanso. Perto das suas irmãs, falou a Emma:

— Estão bem?

Limpando o suor da testa, falou com a voz cansada:

— De boa, só estamos um pouco cansadas por termos de correr uma hora e se escondendo outra.

Soltando um suspiro e prestes a pedir desculpas, Emile, independente dos acontecimentos, aproximou alegre e disse:

— Mutantes são incríveis! Tão super bem e derrotaram os bichos ruins. Quero ser um quando crescer.

— Há, criança, se tiver sorte, poderá ser um dos fortes. Claro, depende muito de quem te ensina e principalmente a genética. — Gus, escutando ao lado, falou exibindo um sorriso convencido no rosto.

— A-acho que depende do esforço de cada um. — Maria, quem tinha a habilidade de audição aprimorada, falou hesitante.

— Esforço, Haha! O importante é seu poder, a recompensa ganha dos seus ancestrais. Só inúteis de habilidade fracas dizem isso de esforço.

Sem querer irritá-lo, ficou quieta no seu canto.

Em vinte minutos, Leo sabia tá acabando o tempo; daqui a pouco, Gus mandaria voltarem a caminhar. Recuperando o machado do cadáver, falou a todos:

— Vou explorar, só pra saber se tá tudo bem.

Gus pensou e concordou. Antes de ir, sussurrou as garotas:

— Vocês vão ficar bem, não se preocupem, tá sob controle.

Emile, animada, só sorriu e confirmou. Emma arregalou os olhos, tentando ao máximo evitar o tremor.

— E se um monstro aparecer?

— Acreditem em mim. Tudo está bem. — Sua voz revelava confiança, como se nada o desse medo.

Acenando a cabeça, deixou ir. Pegando distância, pensou: “San tá aqui, só assim pra eu as deixar sozinha.”

Andando, já distante o suficiente, a rua ao redor; só podia ser descrito a um pesadelo, destruído, quebrado e morto. Em um canto, uma coisa macabra foi formada: uma pilha de corpos humanos, agrupados e caídos.

Desviando o olhar, decidiu entrar nas casas, procurar remédios, armas e, por sorte, jóias.

Achando uma casa grande de dois andares, atravessou a passagem e olhou o cenário estranho cheirando a mofo. As paredes tinham buracos do tamanho de uma esfera grande, aleatoriamente.

Suprimindo o medo de a casa cair em cima, pensou ter algo interessante em um edifício desse tamanho. Segurando o machado na mão boa, vasculhou o primeiro andar.

Sem sorte, a maioria dos itens havia sido quebrado. Subindo as escadas, um rangido enorme espalhou-se no lugar.

Preparado, esgueirou até a porta e esperou um som. Diferente das anteriores, as paredes eram inteiras, buracos inexistentes.

Nessa posição, por um minuto, só escutou o vento, então entrou. “Não é porque tá silencioso que tá bem; um daqueles putos podem tá escondido.”

Igual ao primeiro andar, era uma bagunça quebrada, o único item sobrevivente sendo uma cama grande suja de poeira de madeira. Indo nos outros quartos, teve certeza, o monstro que fez os buracos nas paredes já foi.

Voltando ao quarto inicial, sentou no colchão macio. Tudo em Leo queria um descanso, só deitar e dormir. Resistindo, permaneceu sentado.

Durante todo o tempo desde esse caos, sempre foi uma correria, matando monstros junto a San e protegendo as irmãs. Pela primeira vez, ficou sozinho, e isso era ruim.

 “Fui traído por Lauren, me machuquei, condenei os Salvadores e agora a cidade tá sendo atacada, que dia de merda. Sou um idiota, devia só ter esquecido, voltar a vida normal, mas não, deixei a raiva dominar. San tava certo, devia ter esquecido a vingança.”

Lembrando da conversa com o amigo, a discussão desse assunto, lembrou dele dizendo do pai, da vontade de querer matar e gostar. “Ele nunca vai se tornar assim… E se um dia acontecer, eu vou tá lá, afinal de contas, vai ser minha culpa; eu o trouxe pra esse mundo do crime, devia ter sido eu a pagar a dívida do Eugene, fiquei com medo e fugi, o fiz ser capturado.”

Passando a mão sobre o cabelo loiro, uma raiva surgiu de dentro, uma acumulada há tempos, e a deixou sair, levantou e começou a chutar os escombros no chão, quebrando e os fazendo voar no ar, utilizando a mão boa para socar as paredes, e arremessar objetos.

Numa hora, dando um chute, sentiu uma dor enorme na ponta do dedo. Prendendo a respiração e aguentando a dor em silêncio, olhou o causador.

Soterrado, uma parte metálica de prata era iluminada pelo sol vindo da janela. Tentando suprimir, em vão, a animação, desenterrou animado. Forçando a mão boa, viu o cofre grande e fechado.

As mãos tremendo, girou a manivela, em um click, abriu facilmente. Nem contendo a animação, abriu.

Vendo o conteúdo dentro, o sorriso sumiu e a animação evaporou. O interior era grande; seria melhor se tivesse qualquer objeto valioso dentro; nem poeira sobrou.

Enterrando o rosto nos cobertores da cama, deu um grito abafado. Desistindo da casa, decidiu voltar ao grupo; já demorou. Voltando no caminho anterior, ouviu um som de um objeto sendo arrastado.

Olhando ao redor, procurava a origem do som. Tirando barracas pegando fogo, cadáveres tanto de pessoas quanto de monstros no chão e casas desmoronadas, estava normal.

De repente, o som de mastigação, perto. Seguindo o primeiro instinto, correu à pilha de mortos e se enfiou dentro, empurrando e enterrando, indo o mais fundo possível.

Fedor insuportável seria um eufemismo ao que Leo suportou; ainda assim, continuou escondido.

Em segundos, encontrou a origem dos dois sons.

Um monstro alto caminhava na sua direção; originalmente, sua cor seria um branco puro, mas as mãos em forma de garras manchadas de sangue atrapalhavam. Espinhos erguiam em cada parte: cotovelos, joelhos, cabeça, pés.

Comendo um pedaço de mão, manchava sua face livre de lábios. Atrás de si, arrastava uma pessoa morta. Seus passos eram silenciosos e andava calmo.

Ao aproximar, Leo rezou ser confundido sendo somente um corpo na pilha. Um passo, dois, em cerca de um metro.

Suor escorrendo da sua pele e sem saber o que fazer, só fechou os olhos. Abrindo fracamente, viu o monstro indo longe, carregando sua comida e o ignorando.

“Ai, essa eu caguei, enfrentar isso seria maluquice.” Empurrando um dos cadáveres, caiu no chão, emitindo um som de baque.

Subitamente, a besta virou completamente o pescoço, como se nem tivesse ossos, encarando a pilha. O corpo virado à frente, andou de costas, voltando.

“Merda, merda, merda! De boas, vou o matar, simples, ou me junto a essa pilha permanentemente.”

Antes de alcançar a pilha, um barulho chamou a atenção, assemelhando-se a armas humanas colidindo. Voltando o pescoço ao normal, foi nesse caminho. Tentando um esforço, esperou um tempo. Minutos depois, tirou a cabeça e voltou a respirar.

Arrastando no chão, vomitou o café da manhã inteiro. Tremendo, levantou e voltou ao local de descanso do grupo rápido.

Conseguindo voltar, continuavam do mesmo jeito, cansados e tensos. Gus o viu e disse irritado:

— Já era hora, achou algo útil?

Considerando o plano formulado, respirou fundo e fez a melhor atuação da sua vida; só precisava fingir estar com medo, e isso era verdade.

— N-nada, só lixo. — falou gaguejando em umas partes e desviando o olhar.

— Sério? Nada? — pressionou, irritado.

Leo falhou em falar duas vezes e deixou os ombros caírem. A voz derrotada, falou:

— Bem, havia uma casa com muitas coisas destruídas, no meio delas, achei um cofre. — Nessa parte, sua voz foi se tornando alegre. — Estava repleto de ouro e jóias caras, tanto que imaginei ser um sonho.

A simples menção de ouro fez os olhos de Gus e do resto do grupo brilharem. A principal fonte de dinheiro são os créditos; no entanto, ouro é ouro, vale uma fortuna.

Tentando soar contido e normal, Gus falou:

— Bom, onde exatamente?

Dando os detalhes, relutante, explicou a forma de encontrar o cofre. Decorando as informações, levantou e falou:

— Vou ir ver esse cofre, talvez veja os donos. Me esperem aqui, volto daqui a um tempo.

— Espera! — Maria falou alto, o impedindo de afastar. — E se um monstro aparecer?

Pondo o dedo no queixo, pensou e respondeu:

— Dem seu jeito, acham que vou ser suas babás toda hora? — Se assegurando para não correr, resmungou. — Rico! Finalmente sorte na minha vida.

Leo o viu ir embora sem pesar algum, pensando simplesmente: “Já montei o palco, meu amigo, agora é a sua vez de agir.”



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