Luvas de Ifrit Brasileira

Autor(a): JK Glove


Volume 3

Capítulo 146: Um poste no meio do nada

O grupo foi se aproximando lentamente da entrada, como se fossem cidadãos comuns e assim, que os professores da entrada se viraram para cumprimentar Seraphine, com um movimento preciso do braço, ela lançou a bolha em direção ao grupo de alunos.

A esfera atingiu o solo próximo, estourando com um estalo abafado. Uma onda de vapor denso se espalhou rapidamente, envolvendo os alunos e os dois professores.

— O que tá acontecendo? — um aluno gritou, confuso, enquanto tentava enxergar através da névoa.

— Tem um mago nos atacando! — gritou Rydia, se aproximando com os companheiros da névoa de vapor.

— Estão nos atacando! Corram! — um dos alunos gritou, recuando assustado de pânico. 

Em poucos segundos, o pânico se espalhou como um rastilho de pólvora na portaria da universidade. Alunos gritavam e se empurravam, tentando sair do local apressadamente.

 

 

A confusão deu a Rydia, Uji e Kreik a brecha que precisavam. Eles se misturaram à multidão, movendo-se agilmente em direção à entrada.  Eles caminhavam silenciosamente em meio ao vapor, passando pela entrada sem serem notados. Devido ao empurra-empurra, tiveram que se dividir, Baan, Moara e Joabe foram para esquerda, Rydia, Uji e Kreik para direita.

— Acalmem-se e fiquem juntos! — exclamou um dos professores, tentando acalmar os alunos em meio à confusão. — Já disse para manterem a calma, todos vocês! — ele gritou, levantando as mãos. 

O outro professor, mais impaciente, deu um passo à frente, conjurando um círculo mágico sob seus pés. Com um movimento rápido, ele lançou um jato de fogo para o alto, chamando a atenção de todos. 

— Silêncio! — ordenou, a voz ecoando com autoridade. — Não há perigo algum. Ninguém está atacando, fiquem em fila e sigam para fora! 

Quando os dois professores começaram a reorganizar os alunos e o vapor de água começou a dissipar no ambiente, um deles notou a movimentação suspeita do trio que seguiu pela direita.

— Ei, termine de conduzir os professores. Vou investigar uma coisa. — ordenou um deles, o outro assentindo.

Uji, Kreik e Rydia avançavam pelos corredores da universidade. O silêncio era quase absoluto, exceto pelo som de seus passos abafados. De repente, uma voz ecoou atrás deles. 

— Ei, vocês aí! 

Os três congelaram no lugar. Virando-se lentamente, viram um dos professores que escoltavam a entrada se aproximar, com o semblante desconfiado.

— O que estão fazendo aqui? Vocês deveriam estar na área de evacuação com os outros alunos. 

  Kreik já preparava suas luvas para um possível confronto, enquanto Uji segurava firmemente a katana. Rydia, por sua vez, analisava a situação com rapidez. Antes que qualquer um deles pudesse agir, uma figura familiar surgiu do outro lado do corredor. 

— Professor! — chamou Seraphine, Seraphine com um sorriso tão sedutor quanto perigoso. Seus olhos fixaram-se nos olhos do professor com uma intensidade provocante. 

O homem virou-se, confuso, enquanto ela caminhava em sua direção com um sorriso no rosto. 

— O que faz aqui? — perguntou ele, intrigado. 

— Oh, eu estava verificando se todos os alunos já haviam sido evacuados, mas parece que encontrei você em vez disso... — Ela inclinou levemente a cabeça, com os olhos fixos no professor, passando a mãos suavemente no peito do docente. — Por que tanta tensão, professor? Talvez você esteja trabalhando demais... Seria bom descansar um pouco. 

O tom de sua voz e o jeito como jogava os cabelos fizeram o professor baixar a guarda instantaneamente, totalmente focado no jeito provocante da professora. Ele desviou a atenção de Uji, Kreik e Rydia, que aproveitaram para escapar pelo corredor lateral.

— Ei, os alunos! — murmurou o professor, desvencilhando-se de Seraphine e virando-se de costas, para confrontar o trio, contudo tudo o que viu foi apenas o local vazio.

— Isso foi estranho professora... Parece até que você estava me distraindo para eles fugirem...

— Professor, que ridículo! Eu aqui preocupado com sua saúde e você me caluniando. Depois dessa vou me retirar. — retrucou Seraphine virando-se.

— Ainda não. Deixaremos a reitora julgar se isso é paranoia da minha cabeça ou não — Professor segurou a mão esquerda de Seraphine, impedindo que ela fosse embora.

Seraphine virou o rosto com um sorriso singelo. Ela assoprou graciosamente na palma da mão. Um pó alaranjado flutuou no ar, atingindo os olhos do professor. 

— O que... você... fez...? — ele murmurou antes de desmaiar, caindo no chão. 

— Eu te disse que você precisava descansar um pouco. — Seraphine falou, observando o corpo inerte do homem.

Uma leve luz brilhou em seus cabelos quando uma presilha com símbolos rúnicos se tornou visível. — Ops... Que descuido meu. — Ela passou a mão suavemente sobre ela, como quem ajeita um adorno qualquer, fazendo o desaparecimento em um instante.

 Virando-se para olhar na direção onde os alunos haviam fugido, um sorriso enigmático surgiu em seus lábios. 

“Isso tá ficando muito interessante... Quero ver como vão lidar com Areta e com Hazard ao mesmo tempo”, murmurou ela para si mesma, antes de caminhar na direção do interior da universidade, desaparecendo na penumbra do corredor.

Baan, Moara e Joabe avançavam silenciosamente pelos corredores iluminados pelos raios solares advindo dos vitrais multicoloridos. Grande era o receio de serem descobertos, entretanto os três membros da Crossed Bones mantinham um foco absoluto. Baan liderava o grupo, sua postura descontraída escondendo o olhar atento de um veterano.

De frente à entrada do jardim da universidade, eles veem um grupo de professores fazendo uma ronda ao redor. Escorados e agachados numa parede local, eles aguardam os professores passarem e então avançam por dentro do jardim.

— Meus planos são infalíveis, até agora nada deu de errado. Hahaha! — brincou Baan em voz baixa, esboçando um sorriso travesso.

— É, mas se você não calar essa boca, rapidamente essa história muda... — Joabe começou, mas foi interrompido pelo som de um grito.

— AAAAAAAAAAAiii! — Moara gritou batendo a cabeça em um poste, coçando a cabeça rapidamente.

— Porra, Moara! Como é que você não viu um poste deste tamanho? — sussurrou Joabe entre os dentes, seu olhar furioso cravado nela.

— A culpa não é minha se algum idiota colocou instalou a bosta de um poste no meio do nada — esbravejou a jovem em resposta, contudo, antes que pudessem fugir, passos apressados se aproximaram do trio.

— Intrusos! — A voz severa de um professor ressoou, seguido por outros três docentes, cercando o trio. — Se entreguem pacificamente para a professora Areta ou então iremos leva-los à força para ela, nem que tenhamos que quebrar todos os seus ossos.

— Vocês continuam. Encontrem Rufus e Hazard. Eu cuido desses professores — ordenou Baan com um sorriso confiante.

— Vai enfrentar os quatro sozinho? — Moara perguntou, hesitante.

— Claro! — Baan deu uma piscadela. — Ossos quebrados é meu forte.

Joabe segurou Moara pelo braço, puxando-a para continuar o trajeto, enquanto Baan assumia posição de combate, seus olhos fixos nos adversários.

O primeiro professor transformou-se diante dos olhos de Baan, assumindo uma forma grotesca de híbrido entre humano e galinha, com penas afiadas como lâminas. O segundo deslizou com graça, metamorfoseando-se em um flamenco de pernas brilhantes em tons avermelhados. O terceiro imbuía os braços com uma aura dourada, moldando uma espada de luz em sua mão direita. O quarto professor, no entanto, manteve-se mais atrás, apenas observando a cena.

— Bem, parece que a festa vai ser interessante. Crossed Blades (Lâminas Cruzadas)! — Baan ergueu as mãos, de onde ossos emergiram, formando duas lâminas mortíferas.

O transmorfo da galinha atacou primeiro, disparando suas penas cortantes. Baan saltou para trás, desviando no último instante. Antes que pudesse se preparar para um contra-ataque, o professor com a espada de luz avançou com velocidade. Mas, enquanto Baan estava prestes a reagir, o flamenco desferiu um chute com o pé estendido como um chicote, acertando-o por trás do joelho. A perna de Baan cedeu, forçando-o a tocar o chão com o joelho e abrir sua guarda.

O professor da espada de luz aproveitou a abertura e mirou o rosto de Baan. Contudo, ele inclinou a cabeça para o lado, desviando no último instante. Em seguida, ainda de joelhos, contra-atacou com uma de suas espadas ósseas, forçando o professor a recuar.

Enquanto isso, o professor que estava mais atrás bradou:

— Forja Básica: Bombarda!

Um imenso canhão antigo surgiu diante dele, com um pavio conectado a uma cordinha. Ele começou a catar terra do chão e a colocá-la dentro do canhão. Percebendo o perigo, Baan executou uma cambalhota para o lado, escapando de outra saraivada de penas afiadas. O transmorfo do flamenco desferiu mais um chute em chicotada, mas Baan saltou para evitá-lo. Ainda no ar, ele balançou suas lâminas para bloquear as penas disparadas pelo transmorfo da galinha. Ao pousar, percebeu que suas espadas haviam rachado e quebrado, com penas cravadas nelas.

O transmorfo do flamenco apoiou-se novamente em uma perna e ordenou:

— Entregue-se ou morra!

— Certo, certo... — Baan ergueu a mão, fingindo rendição. — Mas me diga, não é perigoso se equilibrar em uma perna só? 

— Ignóbil! Com minhas habilidades de flamenco, o meu equilíbrio é impecável! — retrucou o professor. 

Baan sorriu. — Quero ver pra crer. — Com um gesto rápido, ele apontou para a perna de apoio do flamenco e conjurou Gatling Bones, uma saraivada de projéteis ósseos que atingiram o pé do professor. O flamenco caiu no chão, gritando de dor com a perna ferida.

Em uma jogada rápida, Baan agarrou o professor da espada de luz pelo ombro e colarinho, girando para usá-lo como escudo humano. As penas atingiram as costas do professor, que soltou um grito de dor.

— Perdão! — gritou o transmorfo da galinha, abaixando a guarda ao ver seu aliado ferido.

Com um movimento poderoso, Baan arremessou o professor atingido contra o transmorfo da galinha, derrubando ambos. Nesse instante, o professor do canhão gritou: 

— Seu bastardo! Quero ver você desviar disso! — Ele puxou a cordinha do pavio, mirando diretamente em Baan. 

— Não tão rápido! — Baan bateu o pé no chão, erguendo uma barreira óssea que desviou o disparo no último momento. 

A explosão seguiu em direção a Joabe e Moara. 

— Cuidado! — gritou Baan. 

Joabe agiu rapidamente, empurrando Moara para o lado. Ele foi lançado por uma parede com o impacto, caindo em um espaço amplo iluminado por luzes artificiais. Moara correu até o buraco na parede.

— Joabe, você tá bem?! — Ela gritou, aflita. 

Do outro lado, Joabe levantou-se devagar, surpreso por não sentir dor. 

— Tô bem. Impressionantemente bem. 

Das sombras, uma figura elegante surgiu, girando graciosamente. Era o professor Daaz Goba, que caminhava em direção a Joabe com uma expressão de superioridade.

— É claro que está bem. Minha habilidade garantiu isso. Quero uma luta justa. — Ele ergueu o braço direito, revelando uma garra rúnica semelhante a uma arma de duelo. — C’mon boy, Shall we fight?

— Moara — Joabe estreitou os olhos e assumiu uma posição de combate —, continue sem mim. Esse biruta é meu.

Relutante, Moara assentiu e, de longe, fez um sinal de joinha para Baan, que suspirou aliviado. Ela continuou a avançar, deixando os amigos com seus respectivos oponentes.

Baan, por sua vez, encarava os oponentes restantes. Ele investiu contra o professor do canhão, os braços envoltos em camadas ósseas, desferindo uma série de socos até derrubá-lo inconsciente. O transmorfo do flamenco se levantou furioso, desferindo outro chute em chicotada, mas Baan conjurou um escudo ósseo, Skull King Shield (Escudo Rei Caveira). O chute ricocheteou no escudo, e com a outra mão, Baan disparou mais projéteis ósseos que atingiram o torso do transmorfo, derrubando-o.

Ele olhou para os dois professores restantes, que engoliram a seco, o medo evidente em seus olhos.

— Isso é tudo o que têm? Achei que professores daqui fossem mais fortes... Acho que estão precisando de mais aulas sobre defesa mágica e física. — Baan provocou, avançando com um soco ósseo devastador, Skeleton Punch (Soco Esqueleto).

O professor com a aura dourada tentou um ataque desesperado, mas Baan abaixou-se no momento certo e contra-atacou com um golpe no estômago, que o fez desmaiar de dor. Restava apenas um oponente, e Baan sorriu enquanto se preparava para terminar a luta.

— Como estamos perdendo para... um mago de guilda nível E? — resmungou o professor restante.

— Saiba que as aparências enganam, amigo — retrucou Baan com um sorriso irônico.

Antes que pudesse finalizar, uma silhueta deslizou em alta velocidade. Patins de gelo brilhavam nos pés de Kassandra enquanto ela vinha na direção de Baan com uma voadora certeira.

O impacto o lançou contra uma parede, rachando-a. Ele caiu no chão, ofegante, enquanto Kassandra parava elegantemente, olhando para ele com um sorriso irônico.

— Você tem razão, Baandalf, o cinzento, ops, deixe-me retificar, Baan Maverick, líder da guilda Crossed Bones. — Ela colocou as mãos na cintura, seus olhos azuis brilhando com raiva contida. — As aparências realmente enganam. Seu mentiroso de uma figa.

Baan levantou-se lentamente, limpando o sangue no canto da boca e sorrindo com nervosamente, com sentimento de culpa.

— Ah, Kassandra... Parece que temos muito o que conversar.

— Isso não vai dar. Não vou cair duas vezes nos seus papinhos furados.

Os dois se encararam, a tensão no ar aumentando como um prelúdio para o próximo confronto. 

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