Me Tornei uma Espada ao Reencarnar Japonesa

Volume 6

Capítulo 268: Duelando com Mare

Seguimos Mare e Kuina pela Floresta do Leão-Escorpião, para que Fran pudesse duelar com a garotinha. Nosso grupo era tão forte que destruímos todos os goblins e outras criaturas mais fracas que encontramos à vista em um instante. Mare e Fran atacariam na mesma hora que qualquer monstro infeliz fosse encontrado. Elas competiram por mortes de forma tão intensa que eu senti que nem uma manticora poderia sobreviver a um golpe combinado das duas.

Nós negociamos para mantermos todos os núcleos dos monstros derrotados ao longo do caminho e entregamos todos os materiais restantes a Mare e Kuina. Elas não se importaram porque tudo o que queriam era dinheiro. Kuina ficou responsável por transportar todos os monstros que derrotamos. Ela colocou os materiais em um tipo interessante de bolsa de itens. Havia uma pequena abertura, mas ela sugava as coisas para dentro e não tinha problemas para armazenar itens maiores que ela.

As duas garotas-gato conversaram e debateram suas comidas favoritas enquanto caminhavam. Kuina, por outro lado, ficou em silêncio a maior parte do tempo. Em vez disso, ela se concentrou em examinar os arredores em busca de qualquer perigo potencial. Seus ouvidos se moviam e ocasionalmente tremiam. Era muito difícil ler as expressões dela. Eu não sabia dizer o que ela estava pensando.

Viajamos pela Floresta do Leão-Escorpião sem obstáculos efetivos, levando cerca de duas horas para passar por ela. Saindo da floresta, fomos recebidos por uma planície ampla e aberta.

— Devemos começar!? — Mare sugeriu.

— Nn! — Fran disse, enquanto segurava minha empunhadura.

As duas guerreiras, entusiasmadas com a ideia de um sparring, viraram-se uma para a outra enquanto se preparavam para sacar suas armas... apenas para serem interrompidas.

— Parem agora mesmo. —, disse Kuina, agarrando a cabeça de Mare com um aperto de ferro.

— O que foi agora!? — gritou Mare.

— Vocês vão incomodar todos os outros que desejarem usar essa rota se duelarem aqui. —, disse Kuina, ajustando a borda dos óculos com a mão livre. — Por favor, vão um pouco mais para o interior das planícies para não ficarem no caminho de ninguém.

Eu tinha que admitir, ela tinha razão. Eu duvidava muito que o duelo terminasse com apenas um choque de lâminas. As duas provavelmente destruiriam a estrada se não nos realocássemos.

Por isso, continuamos andando por mais dez minutos e paramos quando tivemos certeza de que não havia nada importante nas proximidades.

— Tudo bem, aqui será suficiente. —, disse Kuina. — Lembrem-se de duas coisas: não se matem e não despertem.

— Isso é óbvio demais! — Mare reclamou.

— Nn!

— Mas vocês não precisam se segurar demais. Eu posso curar as duas, mesmo que vocês fiquem à beira da morte.

Mare riu. — Mal posso esperar! Este será um verdadeiro teste para minhas habilidades!

— O mesmo.

— Esse lobo vai se juntar a você no combate? Não me importo se ele participar.

— Vantagem numérica?

— Isso não é uma preocupação. — Mare puxou a lâmina que carregava nas costas, ergueu-a para o céu e gritou: —Llinde!

Uma luz vermelha irradiava de sua lâmina e dessa luz um dragão se materializou.

— Kyuooohhh!

— Fofo. —, foi a primeira resposta de Fran.

Ele era bastante pequeno, mesmo assim, era um dragão. Se eu tivesse que adivinhar, eu assumiria que era um filhote.

— Arma-Monstro?

— Nuhahahaha! Incrível, não é? — respondeu Mare. — Minha espada não é outra senão Llinde, a Lâmina do Dragão!

A capacidade de Mare de me impedir de avaliá-la não se aplicava à sua espada. Eu pude avaliar tanto a arma quanto o dragão que emergiu dela.

 

Nome:	Llinde, a Lâmina do Dragão
Ataque:	963
Mana:	669/669
Durabilidade:	887/887
Condutividade do Poder Mágico:	B+
HABILIDADES
Resistência a Chamas ⋯ Autorreparo ⋯ Invocar Alma de Dragão

 

Que-que diabos, essa coisa era forte! Merda, ela tinha ainda mais ataque do que eu! E para piorar, era uma Arma-Monstro? Droga, quer dizer, não era tão impressionante quanto uma Lâmina Divina, mas ainda era uma espada mágica de alta classe.

Mas-mas eu ainda era a melhor arma. Eu tinha habilidades e outras coisas. Eu-eu com certeza não era pior, só-só porque havia um dragão.

 

Nome:	Llinde
Raça:	Dragão (Alma de Dragão)
HP:	887/887	MP:	669/669
Força Física:	120	Vitalidade:	100
Agilidade:	300	Inteligência:	200
Mágica:	400	Destreza:	100
HABILIDADES
Sopro de Chamas Lv6 ⋯ Técnicas com Presas Lv4 ⋯ Habilidades com Presas Lv5 ⋯ Detecção de Presença Lv4 ⋯ Regeneração Lv5 ⋯ Resistência a Status Anormais Lv5 ⋯ Resistência a Anormalidades Mentais Lv5 ⋯ Investida Lv6 ⋯ Detecção de Calor Lv5 ⋯ Voar Lv8 ⋯ Magia do Fogo Lv5 ⋯ Rugido Lv4 ⋯ Magia de Dragão Lv5 ⋯ Escamas Reforçadas ⋯ Anulação de Chamas ⋯ Manipulação de Magia
HABILIDADES ÚNICAS
Princípio das Chamas Lv6
DESCRIÇÃO
Não encontrada.

 

A razão pela qual o dragão não tinha uma descrição devia ser porque o monstro estava associado à lâmina e vivia dentro dela. Fora isso, ele era bastante forte. Ele não era páreo para Urushi, mas era poderoso o suficiente para ser considerado um nível de ameaça rank D. Sua habilidade única, ao que tudo indicava, lhe permitia manipular quaisquer chamas nas proximidades.

— Llinde aqui vai cuidar desse seu lobo.

— Entendido. —, disse Fran. — Urushi, sem perder.

— Au!

— O mesmo se aplica a você, Llinde! Mostre a eles o que significa ter o orgulho de um dragão!

— Kyuooohhh!

— Este é um sparring, portanto não há necessidade para ressentimentos de nenhuma de vocês, independentemente do resultado. —, Kuina comentou. — Fui clara?

— Naturalmente. —, Mare afirmou.

— Nn.

E assim, as duas começaram seu duelo. Elas não se atacaram no mesmo instante logo após o início. A partida começou com nenhuma lutadora disposta a dar o primeiro passo.

As duas se encararam com as lâminas levantadas. Elas fizeram apenas a menor das fintas para manter a outro sob controle. No momento em que pensei que as duas estariam para sempre presas em um impasse, Mare de repente atacou.

— Haaaahhh!

— Fmph!

O som afiado de aço contra aço ecoou pelas planícies enquanto as duas jovens soltavam os seus gritos de batalha.

Mare era uma ótima espadachim. Ela foi capaz de cruzar as lâminas com Fran e se manter firme através de uma breve troca de golpes. Porém, de forma lamentável para ela, Fran possuía as Habilidades da Senhora das Espadas, que lhe dava vantagem e lhe permitia dominar aos poucos sua inimiga por meio de técnica pura.

— Hahahah! Impressionante, Princesa do Raio Negro! Não esperava menos de uma tribo cujo nome foi gravado nas lendas!

— Também impressionada. Nada mal.

— Por mais frustrante que seja, devo admitir que minha habilidade não supera a sua. Não tenho escolha a não ser aumentar a aposta.

— Manda ver!

As duas pareciam estar se dando bem; de alguma forma, elas encontraram tempo para trocar palavras, apesar de estarem envolvidas em uma furiosa troca de golpes.

Mare atacou Fran com magia das chamas, mas a gata-negra conseguiu afastar seu feitiço usando apenas sua espada e uma barreira antes de retornar o fogo com seus próprios feitiços. Fran era o tipo de lutadora mais ágil, então seus ataques vieram na forma de uma barragem implacável. Por outro lado, Mare era mais do tipo focado em força. Ela lançava menos ataques, mas cada um era muito mais poderoso. As duas garotas sorriram quando lançaram sem hesitar ataques que carregavam força letal. Ficou claro que nenhuma das duas queria ceder.

Alguns dos ataques baseados em chamas de Mare ocorreriam sem nenhum encantamento. Eu não sabia dizer se esses ataques eram feitiços mágicos ou se eram uma característica de sua espécie. Eu suspeitava que fosse a última opção, mas ao mesmo tempo duvidava disso. Afinal, ela era branca demais para ser uma Gata-Vermelha.

Pensando sobre Gatos-Vermelhos, lembrei-me de que o Senhor das Feras mencionara uma vez que tinha uma filha, mas duvidava que a filha se atrevesse a fazer coisas parecidas com aventureiros com uma camareira a seu lado...

Espere... isso parecia possível, vendo como o Senhor das Bestas era daquele jeito...

Eu olhei para Urushi e seu inimigo.

— Rrrr!

— Kyuuoooh!

O lobo e o dragão estavam envolvidos em uma batalha de alta velocidade. Os dois estavam usando o amplo espaço aberto que receberam ao máximo, tentando se perseguir sem serem pegos. Não pude deixar de me surpreender com a velocidade de Llinde. Ele poderia gerar picos de velocidade que excediam Urushi em sua velocidade máxima, mesmo que o lobo tivesse um atributo de agilidade mais alto.

Sem dúvidas, sua capacidade de voar contribuía em parte para sua velocidade, mas a maior parte parecia ser atribuída às chamas que se arrastavam atrás dele sempre que o dragão se acelerava. Parecia ser algo semelhante ao feitiço Queimar+.

Mesmo assim, a velocidade era a única coisa que o pequeno dragão tinha de vantagem contra Urushi. O lobo era superior em todas as outras categorias. Ele tinha a vantagem total, mesmo que estivesse se segurando. Eu tinha certeza que ele acabaria vencendo se eu o deixasse sozinho, então voltei minha atenção para Fran.

Ela e Mare ainda estavam trocando golpes, com alegria, mas a vencedora já estava clara. Mare tinha ferimentos substanciais por toda o corpo, enquanto Fran havia sofrido apenas alguns arranhões leves. As mãos de Mare estavam atadas. Fran era tanto melhor espadachim quanto melhor maga entre as duas. Simplesmente não havia nada que a outra garota pudesse fazer.

Percebendo isso, Mare usou sua magia das chamas para criar uma abertura e se distanciou de sua oponente. Parecia que ela ainda tinha algo na manga. Fran se defendeu contra o feitiço e tinha liberdade mais que suficiente para persegui-la, mas manteve-se onde estava. Ela queria ver o que a outra garota estava planejando fazer.

Os olhos de Mare estavam cheios de alegria. A batalha estava lhe dando uma descarga de adrenalina, uma que a fez levantar a voz e soltar um uivo bestial.

“… está vindo.”

Uma quantidade enorme de energia mágica começou a se acumular dentro do corpo de Mare. Havia tanta que fazia o ar ao redor dela começar a estalar com energia. Ela estava despertando? Ou talvez estivesse usando alguma outra habilidade?

Eu não poderia dizer. Eu só sabia que ela estava tentando algo grande, então concentrei minha atenção nela na esperança de descobrir o que era.

A expressão de Fran era idêntica à de Mare. Ela estava animada para ver o que aconteceria a seguir, para ver o desafio que teria que superar... mas nada aconteceu. Algo apareceu atrás de Mare e fez com que a energia mágica que ela começou a acumular se dispersasse.

— Ngyaaah!

— Céus. Você estava mesmo prestes a ir em frente e fazer aquilo, Minha Senhora?

— Ku-Kuina…

Kuina apareceu de repente atrás de Mare e despejou um grande volume de água criada magicamente sobre sua cabeça. A umidade repentina fez a garota-gato assustada gritar e pular antes de se voltar para Kuina com um olhar ressentido.

De modo natural, eu havia percebido as ações de Kuina com antecedência. Eu estava atento contra ela só por precaução. Ela desapareceu de modo súbito usando o que eu supunha ser uma magia de ilusão, mas não me importei porque ela dirigiu suas próximas ações para Mare e não Fran. Fran também havia percebido os movimentos da camareira. Contudo, Mare não. Todo o seu foco estava direcionado para Fran.

— E o que eu disse sobre tentar matar seu oponente, Minha Senhora?

— Mas-mas eu ia perder se não tentasse medidas drásticas... — choramingou Mare.

— E por que você está sendo tão obstinado em ganhar ou perder um sparring?

— Mmph…

— Então?

— Tu-tudo bem, peço desculpas!

E foi assim que a luta terminou, com a dupla se desculpando com Fran. Ela ficou um pouco decepcionada com a forma como as coisas terminaram, mas ainda estava bastante satisfeita, então acabou deixando as coisas acontecerem. Foi um bom momento para encerrar tudo. Fran estava começando a ficar impulsiva também. Conseguimos evitar que ela e Mare tentassem se matar, então isso provavelmente foi melhor do que deixar as coisas continuarem como estavam.