Volume 8

Capítulo 433: Pântano de trabalho

Passamos cinco minutos esperando na fila no balcão da Guilda dos Aventureiros. Era enfim a vez de Fran e Colbert.

Oh, Princesa do Raio Negro e Garra de Ferro, o que houve?

— Tenho algo a tratar com a Mestra da Guilda, ela está disponível? É um assunto urgente.

— Bem, ela está aqui... mas não sei se ela não pode recebê-los agora.

Steria olhou para Fran com olhos indescritíveis. Qual o problema?

— Bem, ela está no escritório. Por que você não vai lá? Você já sabe onde é, não sabe?

— Podemos ir sem permissão?

— Mesmo que eu tente chamá-la, ela provavelmente me rejeitaria em seu estado atual. Seu assunto é tão importante?

Nn.

— Se for esse o caso, é melhor você levar o assunto diretamente a ela. Só não a irrite demais, porque há muita coisa em jogo aqui.

— Ela está em apuros? Oh, você quer dizer que ela está ocupada gerenciando os leilões?

— Idiota! Garra de Ferro idiota! Não é tão simples! Não faça nada para deixá-la irritada, tá bem? Você vai deixar todos nós com problemas!

— Tá-tá legal.

Parecia que Eliane estava sobrecarregada com trabalho. A última vez que viemos para cá, ela parecia estar sobrecarregada de papelada, mas imaginei que as coisas pioraram.

A pedido de Steria, fomos autorizados a entrar no escritório da Mestra da Guilda. Lá, encontramos Eliane enterrada debaixo de uma pilha de papéis, gemendo.

Seus olhos pareciam mortos. Ver Eliane assim me lembrou da época em que eu ainda era um funcionário em um escritório na Terra. Ela tinha a mesma cara que eu naquele dia em que perdi o último trem do dia e fiquei acordado a noite toda fazendo documentos para o fim do ano fiscal, só para descobrir que os documentos que tinha usado como base eram do ano passado e eu estava em desespero.

Uh, quem...?

— Mes-mestra da Guilda? Você está bem?

— Colbert? O que você quer? Como pode ver, não tenho tempo para conversa fiada, entendeu?

— Bem, estou aqui para relatar uma coisa... ei-ei, Senhorita Fran, você quer falar com Mestra da Guilda também, não quer?

Oh, este cara! Ele se assustou com a presença de Eliane e jogou a bomba para Fran!

— Fran...?

Nn.

Os olhos de Eliane se voltaram para Fran. Logo depois disso, sua expressão mudou de forma drástica. Seus olhos se arregalaram e ele se levantou vigorosamente.

— Fran! Fran você...! Você disse que eu podia contar com você!

Ela bateu a mão na mesa e gritou. Seus olhos vermelhos eram assustadores.

Nn?

— Pedi para você não fazer uma cena como essa!

Oh, não. Desta vez, ela começou a chorar. As emoções dela pareciamm instáveis agora!

Não, eu sabia exatamente como ela se sentia. Mas ela logo percebeu que chorar não iria diminuir seu trabalho. Bem, Eliane parecia não ter chegado a esse ponto ainda.

— Não fiz cena.

“É, nós não causamos nenhum problema, pelos menos não intencionalmente.”

Mas estávamos envolvidos no incidente. Talvez Eliane tivesse informações de que Fran estava no local.

— Primeiro, na passagem subterrânea! Aconteceu algo na passagem subterrânea! Houve muitas pessoas feridas, foi uma grande bagunça!

Nn. Atacada na passagem subterrânea.

— Eu sabia! Então, e quanto a pousada? E o incidente na pousada em que você deveria estar hospedada acabando em chamas? O que você tem a dizer?

— Isso também, fui atacada, assim como na passagem subterrânea.

Aah! Eu sabia, você está relacionada a isso!

Estávamos relacionados, mas Fran foi a vítima. Porém, não era como se ela de bom grado causasse problemas.

— Por acaso, você está relacionada com o incidente em um parque no distrito nobre também? As plantas estão morrendo, e há uma comoção sobre isso!

Nn. Fui atacada também.

— Eu sabia! Por que eles estão te atacando?! Por sua causa, meu trabalho foi dobrado! Somado com esses três casos também!

Isso era irracional. Também não sabia por que estávamos sendo atacados. Bem, não achava que a atual Eliane era capaz de tomar uma decisão sã na situação atual, e achava que ela estava apenas direcionando sua raiva de forma indiscriminada. Pessoas que estavam presas no pântano do trabalho geralmente não tinham nenhuma habilidade de pensamento normal sobrando.

— O número de pedidos urgentes está dobrando, estamos recebendo muitos protestos contra aventureiros, e por que devemos ser nós os culpados sobre algo que não tem nada a ver com a Guilda dos Aventureiros? Se é um problema sobre a capital real, reclamem com os Cavaleiros!

Eliane gritou enquanto chorava um pouco.

— Então, o que a criadora de problemas ambulante, a Princesa do Raio Negro, quer?

— Fomos atacados no distrito nobre.

— De-de novo! Mais uma vez! Por quêêêê?!

Ah, ela já começou a chorar de verdade. Ela devia ter imaginado um futuro com ainda mais trabalho. Colbert também sentiu que não poderíamos continuar assim, então ele abriu a boca de novo.

Ah, sabe. Houve muitos danos lá. Eu gostaria de contratar alguns aventureiros para reabastecer nossas forças, se você não se incomodar.

— Houve uma batalha tão grande?

Aaah, na realidade...

Colbert deu uma breve explicação do que tinha acontecido. Então a expressão de Eliane se intensificou. Como esperado, ela era de fato a mestra da guilda, mesmo que ela estivesse furiosa.

— Em outras palavras, a casa de campo do Conde Bailleys foi atacada por aquele idiota do Ashtonah. Então, a fim de revidar contra eles, vocês vão usar a investigação da mansão do Conde Holmes como desculpa para atacar aquele idiota do Ashtonah também?

— Bem, sim. Isso é o que meu Lorde deseja. Ostensivamente, é uma investigação no local da residência do Conde Holmes. No entanto, isso sem dúvidas se tornará uma batalha contra o Marquês Ashtonah.

— E enquanto estamos nisso, também vamos resgatar o Mestre Gallus e a filha do Conde Bailleys...

— Tenho certeza que você tem seus próprios sentimentos sobre o Marquês Ashtonah. Ele acha que os aventureiros não passam de ferramentas descartáveis. Uma vez tive que pagar uma comissão por um trabalho que ele não queria pagar

— É claro! Quantos aventureiros você acha que sofreram por causa deles... Celldio Lesspus também arruinou nossa reputação... então, até que enfim veremos o fim daquele maldito Marquês, huh?

Eliane mostrou um sorriso sombrio no rosto. Ela devia estar imaginando o Marquês Ashtonah sendo capturado.

A-ah, então, o que você tem a dizer? Gostaria de fazer um pedido secreto para os aventureiros.

Hmm. Tudo bem, mas quantas pessoas você levaria? Será que está tudo bem preparar algo contra a família de um marquês? E se não conseguirmos reuni-los abertamente, você terá que falar com os altos escalões em segredo.

— Eu sei. Por isso, a recompensa do pedido é alta. E também, Senhorita Fran.

Nn.

Sob o olhar de Colbert, Fran pegou os corpos dos espadachins que atacaram a mansão do Conde, que se pensava serem aventureiros. Vendo isto, a reação de Eliane foi rápida.

— Isso é?! São os nossos aventureiros desaparecidos!

— Eram parte dos agressores.

— Parece que o Marquês Ashtonah tem ferramentas para fazer lavagem cerebral e manipular as pessoas. Além desses caras, alguns dos homens do Conde Bailleys também se tornaram parte dos assaltantes.

— ... gostaria de ouvir mais sobre isso? Sobre esta espada e os detalhes do nosso oponente...

Parecia que Eliane decidiu nos ouvir. Ela já havia concordado com Colbert para entregar os corpos dos aventureiros.

As guildas certamente cooperariam se soubessem que os aventureiros sob seu comando estavam sendo capturados e manipulados. Em alguns casos, alguns de seus superiores poderiam até aceitar o pedido em busca de vingança.

Depois de ouvir a história de Colbert, Eliane ficou com um olhar irritado em seu rosto.

— Muito bem... vou fazer Ashtonah descobrir com quem ele comprou essa briga! Quando devo reunir os aventureiros?

— Em duas horas, vou buscá-los aqui.

— Tudo bem. Juntarei nossas forças antes. O Conde Bailleys é famoso por seu carinho por aventureiros, e se eu mencionar o nome dele, tenho certeza que atrairemos um grande número de pessoas.

— Vou contar com você.

— Bem, você pode contar comigo.

— O prazer é meu.

Fran e Colbert apertaram a mão de Eliane e estavam prestes a sair da sala. No entanto, Eliane os chamou:

— Esperem um minuto, vocês precisam de uma força de combate, não precisam? Eu tenho uma ideia.



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