Volume 5

Capítulo 228: Um Homem Chamado Cruzer Geo

Caverna Shanjumon. Sua localização não é longe do País Demônio Xaos, mas apenas alguns poucos vem aqui. A razão é que a topografia do interior muda toda vez que alguém entra.

“O que há com esta dungeon estranha?” é o que é perguntado frequentemente. Boatos dizem que a razão pela qual as características geográficas mudam é devido à obra de uma ferramenta mágica.

É dito que a ferramenta mágica faz isso para prevenir intrusos de se aproximarem dela.

Neste momento, um grupo estranho de três pessoas e um animal haviam pisado na dita caverna complexa.

“Sério, este lugar é tão depressivo quanto sempre.” (Liliyn)

Liliyn clicou sua linha em dessatisfação. Ela andou numa velocidade uniforme enquanto seu longo cabelo vermelho balançava para cá e para lá.

“Nofofofofo! Cuidado milady, é bem escuro, então olhe onde pisa.” (Silva)

Guiando os três estava o mordomo pervertido Silva. Ao lado dele está a maid de twin-tail de cabelo rosa Shamoe.

“Você não está cansada, Mikazuki-chan?” (Shamoe)

“Kui!” (Mikazuki)

Sim, o animal, ou você diria o pássaro, é Mikazuki. Com bagagem amarrada em suas costas, ela andou na caverna com passos fortes.

“Mas foi uma boa pedida trazer esse pássaro! Com isto, nós podemos carregar um monte de comida!” (Liliyn)

No que Liliyn disse isso, Mikazuki soltou um grito alegre no que ela estava sendo elogiada.

“Quando Hiiro-sama personificou ela, eu fiquei surpresa, mas eu nunca pensei que ela poderia mudar para sua forma demônio livremente.” (Shamoe)

“KUIKUI!” (Silva)

Como Silva havia dito, Mikazuki que era originalmente uma Raidpic obteve a habilidade de se transformar em uma humana através da magia de palavras de Hiiro, mas parecia que ela também tem um tipo de habilidade para retornar para sua forma original.

Logo, Liliyn que se separou de Hiiro e foi para algum lugar trouxe Mikazuki como sua carregadora de bagagem.

Ela não diz uma palavra de reclamação, provavelmente porque ela é do mesmo tipo que Shamoe. Ainda mais, ela está até mais feliz por ser útil para eles.

“Ainda assim, mesmo quando eu venho aqui várias vezes, esta estrutura misteriosa nunca deixa de me espantar. Não é, Silva?” (Liliyn)

“Sim, milady. Apesar de que se o tesouro oculto desta Caverna Shanjumon for localizado, ela voltará a ser uma caverna ordinária.

A caverna é simplesmente vasta demais. Subterrâneo, várias viravoltas, curvas e encruzilhadas aparecem como um ninho de formiga. Se você perder seu caminho nem que uma vez, você nunca será capaz de retornar vivo.

“Até para mim, que sou um ‘Espírito defeituoso’, não importa quão complexo o caminho é, nós nunca perderemos nosso paradeiro, mas realmente eu não consigo ver onde o tesouro está.” (Silva)

“Hmph, aquele cara realmente gosta de viver num lugar problemático desses.” (Liliyn)

“Concordo. Nós estamos nos aproximando agora, milady.” (Silva)

Para poder acalmar o mau humor de sua mestra, ele apontou para uma das passagens.

“Seguir reto e nós estaremos na nossa residência destinada.” (Silva)

“Bem, o que nós estamos esperando? Vamos depressa.” (Liliyn)

Quando as três pessoas e um animal passaram pela passagem,

“Kishaaaaaaaaaaaa!” (Jacinto)

Um grito sinistro foi ouvido do nada, e algo caiu do teto acima.

“Oh, um enxame de aranhas vermelhas.” (Liliyn)

“Hpmh. É senso comum que uma aranha vermelha que é classificada como um monstro único não age em grupos. É por quê este lugar também é distorcido por aquele poder misterioso?” (Silva)

“Como vou saber? Ainda assim, isto é uma perda de tempo. Vá para trás.” (Liliyn)

Liliyn disse isso no que ela foi para frente de todos.

Como seu nome, a aranha vermelha é uma aranha tingida vermelha como sangue. Contudo, seu tamanho é maior que um ser humano. Se uma pessoa ordinária fosse encontrar esta coisa, ele/ela deveria fazer a fuga sua primeira prioridade.

Mas Liliyn torceu seus lábios num sorriso.

“Então agora, vamos resolver isto num minuto.” (Liliyn)

Disse Liliyn, com olhos brilhando em vermelho. Os demônios ferozes circulando ela começaram a recuar, como se temendo a existência da pequena garota.

Contudo, um deles não cedeu à seu medo e com um grito estridente, saltou em Liliyn.

BUSHU!

Em apenas uma fração de segundo, um enorme espinho dourado perfurou o corpo da aranha vermelha, espetando ela no chão.

“Gi… Gyaa… ga…!?” (Jacinto) 

Ainda estava viva, mas um após outro, incontáveis espinhos que vieram do nada perfuraram o corpo inteiro da aranha vermelha. Ela deu seu sopro rapidamente.

Liliyn que estava apenas de pé sem fazer nada riu ironicamente e cruzou seus braços. Assustadas pela cena, as outras aranhas vermelhas começaram a recuar todas de uma vez.

Uma delas foi envolvida em chamas, e a outra teve seu corpo inteiro coberto com gelo, tudo ao mesmo tempo. Esse fenômeno estranho aconteceu com as outras aranhas uma após a outra, e um à um os demônios morreram.

“O que, um minuto ainda não se passou, sabiam?” (Lilyin)

Ela fez biquinho pelo resultado insatisfatório, e com um leve suspiro,

SNAP!

Um estalo de um dedo ressoou. Como um vidro trincando, a cena desastrosa do enxame de aranhas vermelhas sumiram diante de Liliyn.

CLAP CLAP CLAP CLAP.

As palmas de alguém foram ouvidas. Veio da passagem que eles pretendiam entrar pouco antes.

“Como esperado da Bruxa da Rosa vermelha. Mesmo com sua Magia Fantasia, isso é moleza para você.” (Cruzer) 

Um homem magro com cabelo amarelo estava lá, sorrindo. Nem um único traço de força podia ser sentido dele, ao ponto que faz alguém pensar “o que um homem fraco como ele está fazendo neste lugar perigoso?”, se não fosse pela katana pendurada na cintura dele. Mas o que realmente se destaca aqui são as orelhas de fera na cabeça dele.

“Você já pode deixar de viver neste lugar… Cruzer?” (Liliyn)

O dito homem é Cruzer Geo, um sujeito estranho vivendo no estranho local chamado Caverna Shanjumon. De acordo com ele, ele veio e viveu aqui para evitar distúrbios do exterior enquanto ele faz suas coisas favoritas.

Cruzer é um ferreiro. Somente alguns poucos conhecem sua aparência, mas seu nome e criações são famosas em todas as partes deste mundo.

Mestre Ferreiro Cruzer. Não há ninguém na população que trabalha com armamentos que não conheça seu nome e suas armas. É dito que as armas dele não podem ser equiparadas nem por ferreiros de primeira classe no mundo.

As criações dele são tão altamente apreciadas que ninguém neste mundo não as deseja. É tão incrível que nesta era, o lado que tiver mais dos trabalhos dele certamente trará a vitória. 

Logo todas as raças buscavam ele com olhos vermelhos. Apesar do fato de três reis do mundo perseguirem um beastman é estranho, mas considerando a habilidade dele, isso era convincente o suficiente.

Vamos dar um exemplo. Você consegue cortar ferro com uma espada? Isto poderia ser um sim ou um não. Se uma pessoa com habilidade considerável lidar com ela, ela poderia até cortar isso em um só balanço.

Então que tal um velhote fraquinho? Uma criança? É possível para os braços trêmulos deles cortarem aquele metal duro com uma espada? Quase impossível. Não importa quão bem feita a espada é, ela não será capaz de alcançar seu potencial completo se aquele que à utiliza não é habilidoso o suficiente.

Contudo, as lâminas de Cruzer estão numa liga diferente delas mesmas. O usuário não precisa de qualquer habilidade. Só faça a espada tocar o ferro, solte e ela cortará ele como apenas seu próprio peso como se fosse tofu.

Não importa quão excepcionalmente talentosos os outros sejam, ninguém era capaz de reproduzir para uma lâmina esta incrível afiação como Cruzer.

As espadas de Cruzer foram então sucedidas por chicotes que podem se mover livremente dependendo só da vontade do usuário, então machados que produzem explosões só por tocar, e levaram o mundo para uma tempestade.

Contudo, depois de testemunhar a consequência trágica das armas que ele fez, ele tentou parar de fazer armas. Contudo, calculando quão desastroso é se eles fosses perder ele, os reis perseguiram ele um após o outro, e como um resultado de fugir por aí, ele acabou na Caverna Shanjumon. 

Agora, ele vive de fazer e vender coisas usadas para serviço doméstico como facas de cozinha. Claro, ele sai disfarçado enquanto vende seus trabalhos em Xaos.

“A propósito Cruzer, eu preciso que você me faça um favor.” (Liliyn)

Liliyn e os outros vieram até a casa dele para vê-lo pessoalmente. Apesar de ser mais uma caverna do que uma casa, para poder ser mais fácil de se viver, ele só terminou um teto. Talvez as outras áreas ao redor daqui sejam especializadas para sua manufaturação pessoal.

No quarto, um tapete similar à um tatami foi espalhado no chão, e lá estava uma mesa de jantar baixa e uma prateleira. Liliyn, que nem tocou o chá servido jogou o assunto principal em mãos imediatamente.

Tomando seu chá numa maneira calma, sem quebrar sua compostura, Cruzer começou a falar.

“Liliyn-san, como eu disse antes, eu recuso.” (Cruzer)

“Por quê? Isto não dá prejuízo mesmo para um cretino como você, sabia?” (Liliyn)

Ela disse diretamente com sobrancelhas erguidas, mas Cruzer cuja expressão não mudou nem um pouco,

“Você disse que você fará ‘um lugar onde todas as pessoas podem aproveitar’. Claro, é uma proposta atrativa, mas isso será impossível.” (Cruzer)

“V-você não pode dizer que é impossível se você nem tentar!” (Liliyn)

Ela bateu na mesa em reflexo. Se fosse ordinária, uma rachadura seria feita, ou pior, ela poderia ter sido destruída, mas nem um arranhão foi feito na mesa. Isto só prova que sua força é tão excelente que é irritante. Ou como esperado de um produto do Cruzer?

“Apesar de eu ser um pouco ignorante das situações presentes, eu ainda posso entender que este mundo ainda não deseja paz.” (Cruzer)

O que significa que eles ainda desejam por guerra.

“E também, as crianças que eu já fiz também estão sendo bem cuidadas para essa guerra. Bem, se elas podem cuidar disso ou não depende de seus usuários.” (Cruzer)

Seu sorriso virou algo mais virado para auto-ridicularização. As “crianças” se referem às armas que ele criou.

“Eu percebi o quão estúpido eu fui. Claro, eu não me arrependo que eu fiz aquelas crianças. Contudo… sobre como eles usam minhas crianças, e os lugares que elas passaram… eu não consigo aguentar ver mais isso.” (Cruzer)

Arrependimento e tristeza enchiam aquelas palavras. Apesar dele não se arrepender de fazê-las, ele provavelmente lamentava o fato de entregá-las para as pessoas que vieram comprar as armas.

Depois de vender elas para aqueles mercadores, ele que era jovem na hora pensou que suas armas virariam a fundação para adquirir paz no mundo. Bem, podia ser dito que ele só queria ver as figuras de suas crianças voando e alcançando o mundo.

Contudo, o mercador que não conseguia achar o verdadeiro valor da arma simplesmente vendeu ela por uma quantia de ouro. E como um resultado, a arma alcançou os olhos do rei, e foi utilizada para guerra.

“Eu era realmente estúpido. Se eu apenas pensar sobre isso até que um pouco, eu devia ter entendido que minhas crianças certamente seriam usadas para guerra. Contudo, eu estava erguendo minha cabeça alto demais e não vi o que tinha abaixo de mim.” (Cruzer)



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