Necromancer Survival Coreana

Arco 1

Capítulo 11

E foi aí.

O rei dos Peixes Mão-Mordazes surgiu.

As notícias do massacre do seu cardume devem ter chegado nas profundezas… 

Boa sorte na luta!

Uma mensagem translúcida do sistema surgiu diante de mim, vagamente torcendo para um lado indeterminado. O nome [Io, o rei Peixe Mão-Mordaz] apareceu sob a cabeça do monstro.

[Io] era uma criatura com a cabeça de um peixe e o corpo musculoso e seminu de um homem do pescoço abaixo. Aquela imagem por si só já era chocante. No entanto, a enguia gigante que ele estava montando parecia ser um grande problema. À primeira vista, sua arma era irreconhecível devido ao seu tamanho colossal. Seu comprimento era suficiente para atravessar o lago e ainda sobrava um pouco. Os membros rapidamente se reagruparam perto do lago. Eles começaram a se preparar para a defesa.

— Merda… Ei, estamos no modo normal, né? Por que tem um monstro intitulado na primeira fase?

— Aquilo é uma enguia?

— Wow… o cheiro forte de peixe vindo da água tá me dando ânsia…

— Se conseguirmos passar por esse cara, acredito que estaremos na rota normal a partir da próxima fase. Isso significa que ele é um mob de entrada… — Disse Suman, um pouco envergonhado. Desde que Io apareceu, ele arranjou um telescópio peculiar e deu espiadas em direção ao lago.

Misericórdia, isso significa que aquela força extraordinária vem de um monstro de entrada? Pensei comigo. Ainda sim, Kim Sangyoon não hesitou mesmo depois de ouvir o relatório do Suman. 

— Vamos nessa! — gritou ele, simplesmente, avançando com [Berserker] em mãos. Os outros membros também não pareciam muito preocupados.

— Vocês querem a consagração sacrificial? — perguntou o Bardo.

— Vamos ver como é antes.

— Está bem. — O Bardo estava prestes a tocar outra melodia, mas ao ouvir as palavras de Sangyoon, abaixou a flauta.

Eu mal podia acreditar que ele recusou os buffs extras. Ainda mais ao enfrentar um monstro desse tamanho. Olhei para o grupo, sentindo-me em parte preocupado e em parte tremendo de antecipação.

De repente, o chefe da sala de armadilha, [Io], iniciou o seu ataque.

Uma tela vermelha com a palavra [Perigo!] apareceu no ar. Io cravou o bastão gigante que segurava na cabeça da enguia. A enguia gigante começou a se contorcer violentamente, balançando a cabeça de um lado para o outro, criando um imenso maremoto no lago que ameaçava inundar a equipe.

— Undine, impeça! — O Animista protegeu a party criando uma grande barreira de água antes que o tsunami os atingisse. No entanto, logo em seguida, um corpo longo e negro deslizou na frente da barreira. A enguia gigante havia surfado na correnteza.

— Desvia!

— Arghhh! — Um Mago, incapaz de desviar do primeiro ataque, foi atingido diretamente pela cauda da enguia e ricocheteou contra a parede.

Aquele grito ensurdecedor agora mesmo... certamente ele não está morto, né? O Mago que foi arremessado contra a parede caiu desmaiado e não se levantou mais — era difícil tirar os olhos dele. 

No entanto, diante da situação, não havia tempo para se preocupar com o Mago.

— Droga… Que tipo de escamas são tão grossas? — Kim Sangyoon levantou sua espada e a desceu sobre a ponta da cauda da enguia. Faíscas voaram como aço sendo moído, mas nem mesmo um pequeno arranhão permaneceu na superfície da enguia.

O mesmo acontecia com o outro Mago, que estava do lado oposto ao Kim Sangyoon.

Além de lançar a indispensável bola de fogo, o Mago conjurou um feitiço de fogo mais sofisticado:

— [Ardor Adicional]! — No entanto, as escamas da enguia foram apenas levemente arranhadas, sem causar dano real.

Além disso, o verdadeiro oponente não era a enguia.

A enguia era apenas um meio de transporte para [Io].

— [Seres humanos? Que revigorante.] — [Io] sorriu, e ao se aproximar, percebeu-se que seu bastão mencionado anteriormente era, na verdade, uma vara de pesca.

Quando [Io] manobrou sua vara, uma isca presa a uma linha transparente enganchou no colarinho de um Usuário. Esse Usuário, um Caçador de Riquezas, foi lançado pelo ar e arremessado no lago atrás de [Io]; dezenas de mãos brancas emergiram na superfície e o puxaram para dentro.

Aqueles devem ser Peixes Mão-Mordazes... Quem cai ali é despedaçado, como se tivesse caído em um enxame de piranhas. Provavelmente, todos já estão mortos agora.

Foi nojento e horripilante ver uma leve nuvem de sangue se espalhando no local onde o Caçador de Recompensas afundou. O Bardo, que assistia ao meu lado, estava visivelmente desconfortável, seu rosto pálido como papel.

— Buff, ei! Nos dê um buff! — Gritou Kim Sangyoon para nós, enquanto esquivava dos movimentos violentos da cauda da enguia. Mesmo com o rosto pálido, o Bardo pegou sua flauta e começou a tocar. A melodia de seu buff mais poderoso, [Proteção Divina Sacrificial], ecoou pelo ar.

Contudo…

— [Tão barulhento~] — Ao ouvir a melodia, [Io] se virou imediatamente e avançou em nossa direção. Naturalmente, eu e o Bardo nos assustamos e começamos a correr imediatamente.

Foi em vão; [Io] balançou a sua vara de pesca, produzindo um som aterrorizante que era similar ao ar sendo cortado. Mesmo estando longe, um grande buraco se formou bem diante de nossos narizes, como se uma bomba tivesse explodido à nossa frente.

Mais um passo e eu não estaria mais aqui… Nesse instante, meus pés congelaram de medo.

— Ugh!

Senti meu pescoço levemente estrangulado e, de repente, meu corpo foi puxado para o ar por uma força avassaladora.

O monstro estava à espreita, esperando o momento em que ficássemos imóveis, incapazes de fugir — aquele instante em que o medo nos paralisa. No momento em que parei, ele agarrou meu pescoço com a linha de pesca.

Mas se ele estava reclamando do barulho, por que eu e não o Bardo que estava tocando?! Lamentei a injustiça, mesmo enquanto eu me debatia contra a força puxadora. Num piscar de olhos, eu estava perto o suficiente para encarar as pupilas de peixe dos filhotes dele.

— Não! — gritei, instantes antes de colidir com o corpo de [Io].

O sorriso grotesco de [Io] se alargou, e então ele me lançou no lago com ainda mais velocidade do que antes.

Esse maluco…!

À medida que me aproximava da superfície do lago, recuperei meus sentidos e invoquei minha única arma: 

— [Lackey]! — Meu minion foi invocado no instante em que caí na água.

Eu não tinha vontade alguma de aprender que, ao colidir com a água em alta velocidade, o impacto pode entorpecer seus sentidos. Não importa o quanto você tente se acalmar e se mover, você simplesmente não consegue, e seu corpo apenas afunda cada vez mais…

Prendi a respiração antecipando a queda, mas não imaginei que afundaria quase até o fundo do lago. Infelizmente, mantive os olhos abertos durante todo o processo.

O lago aparentava ter mais de 10 metros de profundidade. No entanto, mais preocupante do que sua profundidade eram as mãos brancas que nadavam rapidamente em minha direção.

Felizmente, Lackey foi invocado com sucesso. Embora um pouco lento, como esqueleto, Lackey não tinha restrições na água. Ele começou a puxar meu corpo inquieto para a superfície lentamente.

No entanto, era peixe vs humano.

É claro que o oponente era mais veloz.

Não…! Eu continuava tentando nadar desesperadamente, mas não tinha itens ou habilidades adequadas para aquela situação. Além disso, eu tinha pouca experiência em natação e logo comecei a sufocar.

Mãos brancas, contorcendo-se como algas marinhas, começaram a me perseguir por trás do Lackey. Era apenas uma questão de tempo até que os peixes me alcançassem e eu me tornasse mais uma “mão-troféu” em suas bocas.

Enquanto minha vida passava diante dos meus olhos, senti a temperatura da água cair drasticamente, e meu corpo inclinou com uma mudança na corrente. Os Peixes Mão-Mordazes, receosos, não se atreveram a se aproximar mais e começaram a recuar.

…O que é isso?

Olhei para baixo e soltei um grito silencioso. Em vez do fundo do lago, surgiu diante de mim um precipício infinito sob meus pés lutando para nadar. Preocupado, voltei a olhar para cima, temendo o que poderia emergir daquela escuridão sem fim. Não importa o esforço que eu estava fazendo para nadar, meu corpo continuava afundando. Era como se algo estivesse me puxando para baixo.

Eu vou acabar me afogando…?

Quando pensei novamente que seria o meu fim, uma pequena bolha de ar surgiu ao meu lado. Ela começou a se fixar em meu pescoço, subindo para envolver meu rosto como se fosse um capacete espacial.

Inicialmente, entrei em pânico, achando que poderia ser um outro ataque. Mas, depois que a bolha cobriu a minha cabeça por completo, eu consegui respirar o ar puro que ela injetava enquanto a água ao redor evaporava. Talvez essa fosse uma habilidade de um dos outros membros da equipe.

Depois de um tempo, pude ouvir a voz familiar dentro da bolha de ar.

— Ei, você. Consegue me ouvir?

Era a voz serena e profunda de um homem.

Essa voz é… o Animista…? Estou salvo! Ele vai vim ao meu resgate!

— Haaa… Haaa… Sim! Sim!

— Você tá vivo, certo?

— Sim!

Ainda sim, o risco de afogamento não havia sido completamente eliminado —  meu corpo continuava a submergir.

— Mas eu ainda estou afundando! O que eu faço?! — Chorei e gritei em desespero.

— Onde você está? No fundo do lago?

— Sim! É muito fundo…

Senti uma corrente girando ao meu redor, impedindo meus esforços de nadar. Na real, provavelmente seria mais útil ficar parado e não desperdiçar energia. Contudo, parado ou nadando, meu corpo continuava a afundar rapidamente.

A essa altura, meu corpo já havia penetrado na escuridão profunda, onde eu não conseguia ver nada além do brilho fraco do espírito que envolvia minha cabeça e pescoço. Apesar dos dedos gélidos do Lackey estarem agarrados a mim, o que mais me surpreendia era o frio repentino da corrente de água gelada acariciando meus braços. Um calafrio percorreu meu corpo — a sensação era como se um tubarão estivesse à espreita, caçando… (Embora, no fim, eu soubesse que era apenas um lago…)

No fim, tremendo, acabei chorando: 

— Hyung-nim! Hyung-nim, você está aí? Estou com tanto medo… — Ao ouvir minha voz, o Animista tentou me explicar algo.

— Nesse momento você… Tá dizendo que você passou para a próxima zona?

— Ahn? O que isso significa…?

— É por isso que… sabe?

— O que?? Eu não estou conseguindo te ouvir muito bem… O que você disse?

— Ah, você está muito longe… Como… Isso…

— Hyung-nim?

— Mais 10 minutos…

A voz nebulosa dele tentando me explicar algo foi a última coisa que ouvi antes de um som ominoso cortar o nosso contato. Será que o espírito estava muito longe de seu invocador? O que aconteceria com ele? Eu estava ansioso e tremendo de medo, preocupado em perder o meu meio de respirar.

 

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