Volume 1
Capítulo 12: O Salão das Armas…
Seguindo o velho cavaleiro, passaram por outro peristilo, desta vez nos fundos do palácio. As colunas e arquitraves eram bem mais simples, e havia um terreiro no centro. Lá, encontraram um pequeno edifício de formato circular com dois andares de altura. Ahbran parou na entrada.
— Senhores, onde passaram agora é o terreiro de treinamento. Este aqui é o salão dos cavaleiros do Palácio da Solidão. Não é luxuoso, mas é muito aconchegante. Espero que gostem. Nos vemos à noite, quando virei jantar com os senhores. Até lá, os criados irão trazer as refeições. O dever me chama, nos vemos à noite — disse Sãr Ahbran, deixando os dois sozinhos.
Nimbus foi o primeiro a entrar no local. Não parecia de longe tão luxuoso quanto o salão comunal do palácio, mas era bem aconchegante.
Uma grande mesa redonda ficava no centro da sala, com um pé-direito muito alto. O teto era abobadado e as paredes estavam repletas de armas de todos os tipos, guardadas em escaninhos e prateleiras.
Uma pequena biblioteca estava ao lado da lareira, com vários sofás cobertos por peles de ovelha diante dela.
Enquanto Nimbus explorava o ambiente, seus olhos se fixaram nas armas cuidadosamente organizadas nas paredes. Ele parou diante de uma espada de lâmina azulada, com runas gravadas ao longo do gume, irradiando um brilho fraco.
— Essas armas... parecem mais do que simples ferramentas de combate — comentou Nimbus, quase em um sussurro.
Lonios aproximou-se, cruzando os braços.
— Muitas delas têm histórias que rivalizam com as de seus antigos portadores. Veja aquela ali — ele apontou para uma lança de ponta escurecida. — Foi usada pelo próprio Sãr Drakwen na defesa da Fortaleza do Sol. Dizem que ainda carrega vestígios da batalha que mudou o curso da história.
Nimbus tocou a espada azul com reverência, mas retirou a mão rapidamente, como se sentisse uma energia incomum emanar do objeto.
— Um dia, talvez uma das armas daqui tenha a sua história — disse Lonios, lançando um olhar significativo para o garoto. — Mas, por enquanto, concentre-se em criar seu próprio caminho.
Nimbus assentiu, afastando-se da prateleira com respeito. Ele continuou sua exploração até alcançar a pequena biblioteca. Os títulos dos livros variavam de relatos de batalhas a tratados sobre estratégias militares e histórias lendárias. Um volume chamou sua atenção: "Os Guardiões do Éter". Ele o puxou da estante, mas antes que pudesse abri-lo, ouviu o som de passos atrás de si.
Um criado entrou, carregando um grande baú.
— Ordens de Sãr Ahbran. Este é para vocês, senhores cavaleiros. — Ele colocou o baú no chão e se retirou.
Nimbus e Lonios se aproximaram do baú, trocando olhares curiosos. Lonios abriu-o com cuidado, revelando um conjunto de armaduras leves, claramente ajustadas para mobilidade e resistência.
— Parece que Ahbran quer que estejamos bem preparados — comentou Lonios, segurando uma das peças.
Nimbus pegou uma manopla e a vestiu. Sentiu-se um pouco mais forte, como se a armadura ampliasse sua própria determinação.
— É mais do que preparação — disse Lonios. — Isso é um teste. Ele quer ver até onde podemos ir... e talvez, até onde você pode chegar, garoto.
Nimbus sorriu, com ansiedade e empolgação. Ele sabia que aquela noite, e as que se seguiriam, seriam o início de desafios que o transformariam para sempre.
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A parte interna do prédio tinha a estrutura de um peristilo, que seguia a forma circular das paredes. O segundo andar, como uma sacada, se erguia sobre a sala, de modo que, sempre que se saía dos quartos, a grande mesa central era visível.
— Acho que hoje dormiremos com um teto sobre as nossas cabeças — disse Lonios, com seu característico sorriso irônico.
— Podemos escolher qualquer quarto para ficar? — perguntou Nimbus.
— Acredito que sim, mas fique em um quarto ao lado do meu — respondeu o cavaleiro.
— Sim, senhor — respondeu o garoto, já correndo em direção ao segundo andar.
Alguns minutos depois, serviçais trouxeram as coisas de Lonios e Nimbus para o salão. A meio-dia, as criadas do castelo trouxeram um grande banquete, com uma grande variedade de carnes, queijos e pães.
Eles comeram bem, como não haviam feito em muito tempo. Depois, Lonios contou histórias sobre as grandes famílias do mundo e suas guerras. Nimbus queria andar pelo castelo, ao menos pela parte de fora, mas Lonios o advertiu que talvez não fosse uma boa ideia. Então, ficaram por ali.
À noite, Ahbran chegou para o jantar como prometido. Não estava trajando sua armadura completa, apenas uma túnica sobre calças e camisas simples.
Eles novamente se banquetearam com a comida que os criados trouxeram, e a conversa começou. Após alguns minutos, falaram sobre o treinamento de Nimbus.
— Quer dizer que esse seu escudeiro é bom com uma espada? — perguntou Ahbran, analisando Nimbus de cima a baixo.
— Modéstia à parte, ele é um dos melhores que já treinei, mas ainda tem muito a aprender — respondeu o cavaleiro, com orgulho.
— Veremos o quanto ele é bom. Então, pegue sua espada, garoto — ordenou Ahbran.
Nimbus correu até pegar sua espada de treino, mas Ahbran disse:
— Essa não. Use a de verdade, que você carrega na cintura.
Nimbus olhou para seu mestre, que consentiu. O garoto então sacou sua espada pela primeira vez em combate.
O velho cavaleiro pegou uma lança com um estandarte amarrado na ponta, que estava adornando a parede sobre a lareira, e um ramo de arbusto, que estava ali para acender o fogo.
Ele saiu do salão, foi até o centro do pátio de terra batida no peristilo interno e cravou a lança no chão, com a parte do estandarte voltada para cima. Nimbus o seguiu a uma pequena distância. Depois, Sãr Ahbran falou:
— O jogo é simples, pegue a bandeira atrás de mim. Eu vou apenas me defender com esse ramo de arbusto seco. Você tem três tentativas.
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