Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 10

Capítulo 86: Com as Próprias Mãos

Longe de Chukai, os órfãos admiravam os cômodos de uma das propriedades de Hiroshi. Acompanhando todos dando ordens com seu braço enfaixado, Hideki era observado por dois conhecidos de seu filho, se desfazendo de seus disfarces. 

— Tudo aconteceu tão rápido — comentou Yanaho vestindo sua capa — tem certeza que aquele cara vai vir?

— Absoluta — respondeu Imichi cruzando os braços — Este Seth está jogando conosco. Ele não deveria ter nenhum interesse no torneio ou com o Regente. Minha presença é o que o incomoda. 

— E você acha que Suzaki vai aparecer também? — Yanaho cerrou o punho. 

— Pelo que vocês me disseram, tudo é possível, mas esta história está mal contada. Se realmente vier ao caso, eu vou lidar com Suzaki face a face.

— Aquela profecia… se no final eu tiver que enfrentá-lo?

— Você precisa continuar acreditan… 

Antes de terminar sua fala um brilho verde surgiu de trás dos dois, puxando as vestes vermelhas de Yanaho para dentro do portal. A percepção rápida de Imichi o fez seguir a entrada com os olhos. Em poucos segundos naquele mesmo ambiente, só restou o chapéu do Shiro repousando no chão. 

Do outro lado, Imichi e Yanaho encontraram um campo aberto. A mata era verde, mas rala, com um pouco de areia sendo soprada pelos ventos e dunas à distância. Yanaho andava de um lado para o outro:

— Onde é que a gente tá? 

— Longe, perto de Kiiro. Como da última vez.

Outro portal surgiu perto de Yanaho. Imichi se antecipou, puxando o mirim para perto. Foi então que Seth cruzou pela passagem.

— Cadê o Suzaki? — gritou Yanaho.

— Seu amigo está cumprindo seu papel — se encaravam, até que Imichi entrou na frente do garoto — Em breve, você se juntará a ele.

— Se pudesse me vencer, já teria feito isso há muito tempo. Eu percebi em nosso último encontro, até seus feitiços tem limites. Não pode proteger Midori e Kuro ao mesmo tempo. Está com atenção dividida.

Um tentáculo de energia brotava das costas de Seth, se enfiando em um portal que saiu por cima dos dois lutadores. Yanaho e Imichi saltaram para o lado.

— Engano seu — comentou Seth — Eu sei trabalhar em paralelo muito bem.

O Shiro e o mirim trocaram acenos, correndo um ao lado do outro. Yanaho uniu as mãos em direção ao solo, se lançando ao ar, Imichi acelerou, terminando bem na frente de Seth. De repente, três portais surgiram. 

O primeiro acima do Midori, engolindo o mirim que chegava voando. Yanaho parou nos braços do tentáculo, onde ficou enrolado acima do chão. Já os outros dois portais serviram de entrada e saída de Imichi, que parou logo nas costas de Seth.

Ele olhou para o lado, o portal que ligava o membro artificial de Seth ao meio do campo não existia mais. Imichi então arremessou uma pedra. O objeto fez uma curva acentuada, driblando os portais de Seth, rumo à sua cabeça, quando um terceiro par de fendas surgiu à sua direita, teleportando o projétil para fundo na floresta. 

Yanaho forçou-se para fora do tentáculo, espalhando seus braços. Ao cair na grama, à esquerda de Seth correu até ele. O portal que estava nas costas do feiticeiro, o mesmo de onde Imichi havia saído, moveu-se de modo a ficar entre seu criador e o mirim. O tentáculo do qual acabara de escapar, apenas o empurrou para ele com um golpe traseiro. 

Yanaho e Imichi ficaram em lados opostos, intercalados pelo próprio feiticeiro. Havia seis portais no campo. Um na frente de Seth, que saía atrás dele. Outro acima dele, cuja saída era à sua esquerda. E o último que desviou o tiro de Imichi, entrando pela direita do Midori e saindo para fundo na floresta. 

A movimentação dos portais não passou despercebido por Imichi, que os contou:

— Então três pares são o seu limite. Mais que isso, precisa mudá-los de lugar.

— Meu esforço é proporcional aos meus adversários. Devo admitir, porém, que este é o seu papel Shiro: observar. Por que não o assume de uma vez, deixando os Midori concluírem seu desenvolvimento?

— Fala como se eu fosse o ladrão de futuros. Não foi o meu povo que transformou esse lugar num antro de criminosos.

— Como é que vocês gostam de falar, tudo acontece por um motivo? Então por que vir aqui?

— Minha vinda não é um evento desconexo da Ordem. Faz parte dela.

— Uma narrativa conveniente, embora equivocada.

Das costas de Seth brotou um segundo tentáculo. Ele virou de lado, deixando que seus membros novos se prolongassem contra seus inimigos divididos. Yanaho, que pulou o primeiro ataque e começou a correr por cima do braço de energia, deslizou por baixo do portal que se colocava na sua direção. Contudo, o tentáculo se moveu, balançando o mirim que se segurava nele pelo ar.

Imichi correu entre as árvores, driblando o tentáculo que o perseguia até dar meia volta, disparando até a passagem conjurada nas costas de Seth. A saída deste portal era o outro lado, mas o feiticeiro a fez acompanhar a trajetória do membro que içou Yanaho aos céus.  

Quando Imichi o atravessou, ele saiu no meio do ar, alcançando Yanaho para impulsioná-lo na direção de Seth logo abaixo.

“Está decorando para onde cada portal leva”, Seth acompanhava os movimentos do Shiro. “Acha que pode usar minha própria lógica a seu favor?”

Imichi atingiu o chão primeiro e logo começou a circular Seth:

“Onde Yanaho aparecer vou pegá-lo. Caso ele movimente um dos portais que o protege, ele me dá uma brecha. Não há como escapar”.

Seth moveu o portal à sua direita, o mesmo que usou para manipular a pedra arremessada pelo Shiro para longe dali na direção da queda de Yanaho. Imichi disparou até sua saída, se distanciando deles. 

— Astuto, porém incorreto — pronunciou Seth.

Ele pegou um portal do mesmo par que usou para desviar o ataque aéreo de Yanaho no começo e o sobrepôs com o que havia posicionado na direção da queda do mirim agora. Por fim, a saída desse terceiro par foi reposicionada para bem à frente dos pés de Seth. 

O mirim perdeu de vista o Shiro que o aguardava do outro lado, brotando do chão direto para as mãos do feiticeiro, que agarrou seu pescoço. 

Yanaho puxou sua espada para atacá-lo, mas seu braço foi imobilizado pelo construto de Seth. Imichi saltou para o portal sobreposto, mas dessa vez ele surgiu do portal que estava acima.

— Eu tenho meus próprios truques, Shiro — declarou Seth — Com a sobreposição, você pode saber por onde eles entram, porém nunca onde saem. Ou será que é ao contrário?

Ao aterrissar, Imichi pegou pedras em uma das mãos e atirou um borrifo bem espalhado em alta velocidade, que entrou pelo que devia ser o portal que levava à saída do seu primeiro tiro, mas saiu no portal sobreposto bem acima de Seth. 

O feiticeiro moveu a sobreposição para o chão, virada no sentido contrário. A saraivada de pedras acertou as árvores.

— Então é uma via de mão dupla — Imichi se alinhou com o portal, obstruindo a visão de Seth e remexendo as mãos novamente — Se os portais estão sobrepostos, entradas iguais possuem a mesma saída. O que acontece se — atirou no sentido contrário —  Eu for mais rápido?!

O feiticeiro moveu as duas possíveis saídas para fora da sua direção, mas a pedra atravessou o portal, mirando o braço que segurava Yanaho. Ele retirou o braço, saltando para trás. Imichi então pegou o aprendiz de seu irmão a salvo.

Seth desfez todos os portais e criou um novo par que o afastou de seus oponentes.

“Como ele passou por aquilo?”, Seth trazia as últimas interações na memória. “Está lançando essas pedras, não me parece nenhuma técnica Iro

— Por que tanto ímpeto por Yanaho? — questionou Imichi — já que está com Suzaki, pode começar me dizendo de onde conheceu a profecia.

— O que conheço de você, você não conhece de mim — Seth retirou sua túnica — mesmo assim ninguém passou tão perto de encostar em mim em muito tempo. A palavra prodígio pouco contempla a dimensão de seu talento inato, Imichi.

— Quer saber, eu acho que você devia calar a bo… — disse Yanaho, quando Imichi o trouxe para perto.

— Eu tenho um plano. Siga minha liderança e não o provoque — cochichou.

Yanaho calou-se. Seth levou as mãos à cintura:

— Posso saber a razão de todo esse segredo?

— Estava avisando que vamos voltar para casa antes de visitar a arena — deu de ombros — Eu esqueci meu chapéu lá.

A arena de Chukai estava lotada, como de costume. A plateia que recebeu Dai estava estratificada hierarquicamente. Líderes de facções derrotadas e seus subordinados, incluindo Masai e Haruto, assistiam nas primeiras fileiras. Os mascarados do Chefão estavam na mesma altura em camarotes. O resto da população assistia dos assentos mais distantes.

O portão se abriu para Dai, que foi recebido por uma multidão confusa:

— Quem é esse cara?

— Será que é o Chefão?

— O lutador não era mascarado?

“É verdade”, levou a mão ao rosto desmascarado. “Eles nunca viram meu rosto”.

O representante não pronunciou uma única palavra. A abertura do segundo portão silenciou a multidão. A figura que saiu da escuridão dos bastidores trincou os dentes de Masai e surpreendeu o filho de Hideki.

“É ele…”, pensou a encapuzada afiando seus olhos.

O Chefão caminhou para a plateia. Estava apenas de calças e botas, exibindo as tatuagens que marcam seu corpo largo e forte.

— Devia ter fugido enquanto podia — massageava a nuca com as mãos — é um dos que começaram com essas travessuras. 

— Você… você é o responsável por tudo isso — retrucou Dai, sacando sua espada — Chefão, né? 

— Perdeu a noção do perigo vindo até aqui — balançou a cabeça — não estou aqui para conversar! 

A plateia prendeu a respiração. Ele caminhou até Dai lentamente. O garoto suava frio no aguardo de seu oponente.

“Lutei tanto para ficar frente a frente com ele pra isso? Não… nenhuma luta é tão importante quanto essa”, suspirou fundo. “Só preciso me concentrar e resolver isso logo!”. 

Sua aura esmeralda brotou do corpo, junto com as raízes que rastejam pela areia, agarrando os pés do Regente. Contudo, ele apenas andou, rompendo as raízes com a força da sua passada:

— Que tolice.

— Pensa que é só isso que tenho? Não deveria me subestimar vindo desarmado assim — fez crescer mais ramos. 

As plantas subiram para a cintura do Chefão. Mais do que isso, ao longo das plantas, havia espinhos acorrentando a pele do Regente. Ele deu pouca importância ao puxar a vinha de uma única vez do chão. Mesmo que sua pele tenha sido rasgada, continuou andando como se nada tivesse acontecido. 

— Minha vez — as passadas aceleraram. 

Em um salto, ele girou o braço numa cotovelada, Dai se abaixou, preparando uma estocada em seu estômago. O Chefão foi mais rápido, mudando a trajetória de seu ataque e agarrando o braço armado do desafiante, que sentia seu oponente apertar e torcer seus ossos.

O garoto tentou puxar seu braço para fora aos gemidos, porém o Chefão preparou com seu braço livre uma mão fechada que acertou em cheio o rosto do seu adversário. O impacto arremessou Dai para trás. O Regente o puxou de volta pelo braço, socando o ar para fora da sua barriga para depois romper suas costelas com uma joelhada. 

Sangue subiu pelo pescoço até a boca do jovem, mas sua garganta foi mordida pelos dedos de seu oponente. Suas fracas mãos abandonaram a espada na areia.

— Fracote, o que você veio fazer aqui afinal? — erguia Dai do chão — Eu não sou como aqueles inúteis que você derrotou até aqui.

— Eu ainda não acabei — respondeu Dai, ofegante.

Uma barreira de troncos cresceu entre os dois, engolindo o braço do Chefão entre seus galhos e espinhos. Ele tirou sua mão de dentro. Dai caiu no chão do outro lado e encheu os pulmões de ar contra suas costelas partidas.

— Não vai ser tão fácil a… 

Sua resposta foi cortada por uma batida de palmas, seguida por uma onda de ar que soprou sua barreira para todos os lados. As pessoas na arquibancadas se seguravam em seus assentos. Já Dai foi arremessado por alguns metros. 

Quando se recompôs viu seu oponente com os braços esticados, palmas unidas e brilhando em verde.

“Isso parece… não, não é como o Kazedamu, ele usou a própria força para fazer isso.”, pensou se reerguendo

— Você nem sabe o que veio fazer aqui, moleque! — gritou o Chefão, erguendo a perna esquerda.

Ele desceu com um forte pisão. Sua sola foi o centro de uma série de rachaduras que dividiu a arena em pedaços, um deles separava as pernas de Dai, que escolheu um lado e saltou. O rapaz então viu pela fenda aberta que havia algo abaixo das areias. Um cheiro de terra úmida subiu ao seu nariz.

“Então as raízes vinham daqui esse tempo todo”, concluiu, enquanto saltava entre as plataformas na direção do inimigo.

Dai pulou em direção ao homem chocando sua espada com uma das mãos do Regente cujos punhos verdes o defendiam feito escudos. 

— Ainda me subestimando? Eu tenho minhas próprias armas. 

Dai recuou para se defender. Os punhos do Chefão arrancavam faíscas de sua lâmina. A cada tentativa de revidar, o jovem encontrava apenas as costas das mãos de seu oponente. Ele havia sentido esse material antes. 

Ao olhar mais de perto, reconheceu que os punhos do Regente estavam protegidos por madeira.

“Seu iro está fortalecendo sua defesa. Não é como o escudo do Raito”. 

Dai recuou sua espada para absorver o soco com os braços. Contudo, a potência o afundou contra o chão frágil. Ele tropeçou. O próximo punho descia para sua face, até que ele rolou para o lado. 

O golpe afundou o solo criando um buraco abaixo do Chefão. 

“Essas rachaduras estão me desequilibrando. Pelo menos vou me esforçar menos para puxar minhas raízes!”, invocou suas plantas pelas aberturas. 

Dois cipós agarraram os pulsos do Regente de cada lado, abrindo seus braços. 

— Estou aqui para resolver os problemas dos Midori — Dai correu com sua espada em mãos — diferente de você! 

O Chefão puxou seu braço esquerdo no sentido contrário, usando a planta que o prendia como escudo para a estocada do jovem. Depois, ele girou o punho, entrelaçando o cipó na arma de Dai e o puxando para perto.

Preso, o filho de Hideki foi obrigado a lançar mão de sua espada depois de receber uma cabeçada. O lutador tatuado puxou o cipó de suas raízes, libertando seus braços.

— Quer saber quem tentou “resolver os problemas de Midori”? — estalou os punhos — está olhando para ele. E esse seu pouco tempo de vida aqui é o resultado disso, devia me agradecer. 

— Agradecer pelos fantasmas tentarem me matar?  — se levantava de novo — Agradecer por ter deixado os azuis invadirem? Agradecer pela miséria da minha família?! A nossa independência foi só um jeito de te colocar acima de todo mundo! Que diferença isso tem para quem nos dominou no passado?

— Então acha que conhece a nossa história? — pegou a espada de Dai e a jogou para longe — Eu não serei julgado por um rapaz que ouviu relatos de pessoas que ouviram outros relatos… A verdadeira história só sabe quem esteve lá.

— Como você e Seth? 

— É uma longa história.

O Chefão pegou um dos troncos decepados e atirou contra Dai, que desviou para o lado, mas o objeto ainda atingiu a arquibancada. 

“O que quer exista aqui embaixo, eu posso usar contra ele”, repousou as mãos sobre as areias da arena. “Preciso acreditar nas minhas habilidades e não subestimá-lo. A força dele é sobre-humana. Lutar de perto vai acabar me matando. Eu preciso surpreendê-lo de longe”. 

O rapaz transferiu sua energia para debaixo da terra. Aos poucos um extenso jardim nasceu pelas rachaduras. De cada seiva, tronco e raiz envolviam o Chefão pelos pés, enquanto o restante da plantação atirava espinhos contra ele.

Ele rasgou as rasteiras em seus pés e tomou impulso para um pulo. Aterrisando próximo a Dai, seu peso estremeceu a arena, derrubando o jardim de Dai para o subterrâneo.

— Seus truques já ficaram velhos. Fora você, ainda tenho muita poeira para varrer pra debaixo do tapete — pegou o jovem e o bateu de cabeça contra o chão — hora de jogar o lixo fora. 

Dai ergueu a cabeça do chão aos gemidos, mas com uma risada de canto. Seu oponente se preparava para socá-lo, quando ouviu algo rastejar atrás dele. Olhando para trás ele viu a espada que havia descartado, enrolada nas raízes de Dai balançando na sua direção.

Sem chance de se esquivar, o Chefão elevou seu ombro absorvendo o golpe. Dai saltou para atacá-lo com um soco, depois arrancou a espada encravada nas costas dele para então se afastar com o chute.

Sangue descia do ombro esquerdo até o braço do Chefão, que não esboçava qualquer dor. Se virando, ele notava um sorriso esboçado na face do garoto, mostrando os dentes. 

— Está feliz? — Rodou o ombro —  Acha que isso me machuca?

— Essa é a primeira estocada para nossa verdadeira independência — Dai assumiu sua postura.

Sua fala arrancou suspiro de seu oponente, que caminhou para o centro da arena balançando a cabeça.

— Verdadeira independência, é? Seus ideais são tão frágeis — ergueu a perna direita — como o próprio chão que pisa. 

Descendo a sola em outro forte pisão, o solo que servia de palco para os dois lutadores começou a abrir. A areia escorreu para um alçapão enorme.

— O que você fez? — perguntou Dai, olhando as arquibancadas.

As fileiras mais próximas dos lutadores que acompanhavam a luta também estremeceram, se tornando rampas íngremes. A mureta que os impede de cair na luta abaixou, derrubando a todos. 

— Esse lugar está sempre rodando em círculos. É catar os cacos para depois lidar com outra infestação de insetos — dizia ainda acima do labirinto que era aberto — por isso que eu, Akira, o Chefe, vou acabar com este conflito tolo, partindo o crânio dos que desafiam a realidade com minhas próprias mãos! 

Na medida que a luz daquela noite penetrou no labirinto, Dai caiu em uma terra fofa e úmida. Gritos tomaram conta do lugar, que se apresentava com paredes altas, desenhadas em arcos. Um labirinto de tijolos e argamassa a céu aberto. Um território de caça para o Chefão, onde seus inimigos eram a presa.


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.



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